Ben Stiller guardou todos os seus melhores atributos como ator e ser humano, estreia como diretor e se aventa nesse belo longa, a comédia (?) chamado a A Vida Secreta de Walter Mitty.
Num primeiro contato com o filme, a gente perde um pouco a paciência, porque Walter, interpretado por Ben, não é aquele cara que a gente gosta de estar. Walter é um tipo renegado, que sonha acordado, tem uns brancos loucos que te deixam no vácuo e que gente normal, como eu (sic!) e você facilmente perdemos a paciência.
E como a gente perde a paciência com tipos assim! Quem nunca perdeu que atire a primeira pedra.
O recurso (da personagem principal, de sonhar acordado enquanto o outro personagem fala) é bem utilizado no filme, então a gente tem aquela sensação de que a história será uma bosta e dá mesmo vontade de mudar de filme imediatamente. No entanto, é um tipo de filme que não fala para qualquer um.
Ben quer chamar atenção daquelas pessoas que se perderam delas mesmas em algum lugar do caminho e de maneira magistral, ele mostra que é possível sim a gente se reencontrar. Abre aspas - Principalmente se você é americano, seu país não é corrupto, se os preços são acessíveis para quase todos e se principalmente você já tem um passaporte. - Fecha aspas.
Walter Mitty não pode se encaixar no modelo brasileiro. Não se ele estiver desempregado (e na história isso acontece), se ele tem três filhos e se mora no Rio de Janeiro. Se fosse assim, Walter estaria contando as moedas para comprar o café da manhã na padaria e não pegando avião.
Das coisas boas do filme:
A fotografia é linda, já que passamos por ângulos inusitados de Nova York, Groenlândia e Islândia. Daquelas que te induz a pegar as malas e partir pro aeroporto.
São lugares bem fora do que chamamos de lugar comum, por isso ele foi muito feliz na escolha das locações, transformando o longa em algo quase hipnótico do ponto de vista do espectador que não entrou no facebook durante o filme.
O fato de Sean Penn e Shirley McLane estarem no filme também endossa que não se trata de uma história bunda!
A trilha sonora é de Theodore Shapiro, mas a gente ouve também Arcade Fire, um pouquinho de Jack Johnson e David Bowie, só pra citar os conhecidos.
A história é tocante, já que acompanhamos o desenvolvimento do personagem como ser humano, suas fraquezas e seu re-encontro com si mesmo, que na minha opinião é das coisas mais belas e mais difíceis de acontecer na vida. Ser humano se perde muito no caminho. É frequente. Então após assistir, dá uma vontade danada de um auto-abraço e voltar pro próprio corpo, para a própria essência. Por isso eu indico esse filme.
Ponto fraco do filme:
É bem enganador a princípio. Estamos tão acostumados às comédias besteirol de Ben Stiller, que no começo a gente chega a ser preconceituoso com a história central, já que ela não acontece num ritmo de comédia. É lento até ficar interessante.
Não classificaria como aventura, nem exatamente como um drama. Talvez romance se encaixe mais no perfil desse filme, já que do início ao fim, o que o motiva a sair da inércia é o amor.
Portanto, quem encontrar com Ben Stiller por aí, favor avisar que se trata de um romance, Ok?
Oi, Engraçadinha
ResponderExcluirNão consigo simpatizar com esse ator sabia? Sei lá peguei birra dele.
Big beijos