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quarta-feira, maio 09, 2012

LIÇÕES APRENDIDAS

Uma das coisas que muito me perguntei durante esses oito anos inserida fortemente nesse mundo corporativo, era "o que eu ainda tinha que aprender?".
Claro, cerumano que sou, estou em constante aprendizado e as quedas ensinam muito mais que as alisadas de mão.
E a gente, cerumano topetudo que é, tem infelizmente q levar muito na face para guardar os ensinamentos, mesmo que na hora a gente grite, ajoelhe e se descabele (não necessariamente nessa ordem) gritando lágrimas de sangue: Poooor queeeeeeee?

Porque minha alegria incomoda muita gente, obrigada.
Eu sou o tipo de alegre chata.
Minha gargalhada é de pomba-gira e quando eu rio (não sei rir baixo), ela vem lá de dentro da alma. Mentira, vem ali do fundo do estômago mesmo.
De maneira que o cara que está ali puto com a medíocre vida dele, não entende esse solzinho saltitante bendizendo tudo que é vivo.

Vcs meus queridos... quantos leitores mesmo? Acho q os perdi... whatever, vcs aí do fundo que vêm aqui e ficam em silêncio! O q q eu tava falando mesmo?
Cara, tenho esquecido frequentemente as frases no meio. Pior, meus filhos tão pegando essa minha mania. Mas eles não usam drogas. Tadinhos...

Bem, a verdade é que eu amo viver.
Eu acordo puta, claro, porque acordo cedo e detesto. Mas depois que eu escovo os dentes e consigo deixar Pacotinho na escola, eu me sinto imensamente feliz, porque estou viva. Mentira. Eu me sentia assim há oito anos atrás, não mais. Pois é.
Quem me acompanha q nem novela já deve ter visto que eu ando chata pra caralho, só falando coisa chata, reflexiva até dizer chega e putz, um porre!
Cara, verdade q eu sabia todo o tempo q estava insuportável, mas fazer o q, se não dava pra evitar?!
Minha vida tinha um dilema, q lenta como sou, demorei uns 4 anos pra entender e tomar coragem e querer mudar.
Enquanto esse dia não chegava, eu ia falando mal dos outros, reclamava dos maus costumes, postava fotos dos filhos, q era a única coisa boa e q importava. Nada de ser positiva.
Com isso, acredito q espantei muita gente daqui.

Então, voltemos ao topo da pergunta. O q eu ainda tinha q aprender inserida nesse mundo corporativo de MeoDeos? Talvez a palavra seja RESIGNAÇÃO.
Sim, porque em 2005, 1 ano após ingressar numa multinacional francesa, eu estava verdadeiramente bombando.
Apesar de se tratar de uma empresa de grande porte mundialmente conhecida, a estrutura não era compatível com seu porte aqui no Brasil e eu, que viera de outras grandes empresas, apareci meteoricamente com meu jeitinho.

Não nego fogo, sou dessas. Tudo que estiver ao meu alcance eu faço e ajudar os outros é a minha especialidade.
Acho q não tinha muita gente assim nesse lugar, então sobressaí.
Daí que chamei atenção, principalmente porque coisas que ninguém queria fazer tomei pra mim. Sempre zoando todas, rindo muito, falando merda (minha outra especialidade), debaixo de muito humor... Me senti verdadeiramente invencível!
É... houve uma época que me senti invencível e infelizmente, as trevas estão em toda parte, assim como a luz. Tomei a primeira rasteira. Veio a queda.
Ninguém entendia porquê. Não mesmo, muito menos eu.

Claro que tive vontade de sair, mas já tinha Pacotinho e meu corpo gritava por outro rebento.
Foi bem nessa época que eu fui trabalhar com o Português da Padaria. Talvez para atribuir excelência no meu trabalho. Sim porque eu era boa, mas não era excelente. Não daquelas q se antecipa, q vai além. Eu era boa e só.
Infelizmente eu não fui inteligente o suficiente. Não estava na vibe, estava com minha auto-estima destruída e foi assim que fui parar nas mãos dele. Aos pedaços! Hoje eu sei que perdi uma ótima oportunidade de me tornar melhor ainda, mas naquela época estava ansiosa, não tinha essa maturidade e as coisas se perderam.

Mesmo debaixo de toda essa tempestade, o Sr. Cabeça de Bolinha veio né? E com as complicações pré-parto, fiquei afastada por uns 9 meses.
Foi gestando que exercitei paciência pela primeira vez e desse afastamento, mãe de dois, pude ver as coisas sob outra ótica. Foi aí, que Hugo Boss fez aquele bonito trabalho de resgate da minha auto-estima profissional. Então todos os desafetos que em 4 anos eu acabei cultivando (os verdadeiramente importantes, veja bem), consegui reverter pelas mãos dele e pelas minhas próprias.
Pude respirar.

Então com mais 2 anos trabalhando ao lado dele, eu voltei a irradiar alegria. Essa alegria irritante que tanto incomoda as pessoas.
Ele me dava muita moral né? Então eu muito provavelmente mostrava o meu pior. Não que fosse uma pessoa ruim, ou quisesse mandar nos outros. Muito pelo contrário, eu não mandava, só obedecia. É que eu conhecia tanto o jeito dele, as prioridades na cabeça dele, q os meus nãos deviam representar uma afronta para muita gente e eu era amparada por ele, que concordava com as minhas atitudes.
Na verdade, nem era isso. Eu obedecia ordens, mas pras pessoas, parecia que era eu quem as dava.
As pessoas confundem muito quando se está no papel de secretária. E eu, q não sou nada política, q tenho dificuldade de camuflar meus sentimentos... completem a frase vcs.

Depois que Hugo Boss deu àdeus, o que era motivação se foi. A equipe perdeu o controle, tudo se tornou guerra e teve uma época q pareceu que eu era o alvo. Aliás, era.
Foi então q eu fui sufocando, me calando, desaparecendo. Passei dois anos sem alegria, sem voz, sem nada.

Se vc leitor lá do fundo observar, não tem muito como uma pessoa que passa por isso transmitir alegria no blog, a não ser pelos filhos.
Foi outro aprendizado.
Muitas vezes a gente acha q porque têm um emprego, não pode viver sem ele. Eu confiava nisso piamente. No meu ganha-pão.
Mas antes de confiar nessa máxima, a gente tem q se perguntar se existe um relacionamento.
O q é um relacionamento? Acaso não é uma via de mão dupla? Dar e receber? Pois então?! Eu só estava dando.
Dando minha saúde, dando meu tempo, dando meu psicológico e não estava recebendo nada em troca.
Não tinha chance de ter mais conhecimento, não tinha roupas, não tinha saída, não tinha quase nada. Devia, devia e devo ainda. Todo mês.
Tudo que eu queira fazer, infelizmente respinga no meu parceiro.
Eu não posso, essa é a realidade. E quero muito poder, ô se quero!
E conhecendo todo o meu potencial, não poder estava me adoecendo. Descobri isso fazendo análise. A diarréia bimestral foi um sinal. Foi à partir dela que eu comecei a perceber que estava adoecendo por algum motivo que não conseguia entender. Já é sabido que a gente adoece primeiro no espírito para bem depois o corpo dar sinais. E essa estagnação já tinha muito tempo pra mim, apesar de vir camuflada por certas mudanças. O choro constante a cada saída de alguém legal do departamento foi outro indício. O abalo pelas mínimas coisas...

Foi então que comecei a questionar o porquê tinha q viver assim. Será q Deus ainda quer q eu aprenda alguma coisa?
Aprendi paciência, aprendi humildade, aprendi a ouvir mais do q falar... o q mais faltava? Resignação? Essa é a maior lição não é mesmo? E eu confesso q até agora nada!
Essa pra mim é a mais difícil. Talvez até eu tenha estado resignada por um tempo, mas SER resignada mesmo não sou.
Eu sou mais daquelas brasileiras que não desistem nunca, mesmo q isso signifique virar a mesa e quebrar a louça.

Daí q tomei coragem para fazê-lo.
Claro, não trouxe meu bom humor de volta, não totalmente, mas tirou um imenso peso das minhas costas e desde que pude descobrir esses sinais, a diarreia bimestral se foi.
Ainda tem luta pela frente, claro! Deus quando me fez apontou aquele dedão Dele e disse: Essa aí tem q ralar!
Portanto tudo meu é com luta.
Por enquanto eu decidi, porém nada aconteceu. Então eu só vou poder vibrar, comemorar de verdade, quando as coisas acontecerem.
Daí eu conto tudo e dou nome aos bois.
Por enquanto, oração e resignação.

4 comentários:

  1. É isso aí...
    Quisera as coisas fossem no nosso tempo...

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  2. Não consigo em nenuma hipótese ler esse texto com letrinhas microscópicas de formiga, mas deixo um beijo pra vc não mandar os negão me darem uma coça por falta de comentários/! Bjs!

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  3. Ando sem memória, precisando ler a mesma frase trocentas vezes pra entender, mas o que eu quero comentar é que eu admiro tanto que tira lições das coisas que vive...

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  4. Engracadinha Me identifiquei demais com seu post, estou numa vibe meio assim.

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