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segunda-feira, março 05, 2012

FELIZ POR NADA - LIVRO DE MARTHA MEDEIROS

 
Muito provavelmente hoje, é o dia em que serei jogada aos tubarões, xingada à exaustão, pisoteada e cuspida da boca do povo.
Porque vou enfiar o dedo na ferida e torcer, contrariando a grande maioria. Eu, pra variar, muitas vezes vou contra o que pensa a maioria, não tem jeito! Deus me deu opinião própria e muita personalidade, obrigada, beijo.
Mas chegou o grande dia de meter o malho em Martha Medeiros.
 
Pois bem.
Essa escritora, cronista, poeta Gaúcha, que escreve há eras no jornal Zero Hora de Porto Alegre mais na coluna dominical do Jornal O Globo, é sem dúvida, uma mulher bem sucedida! Palmas para ela. Ainda mais que sua história de sucesso não é recente.
 
Martha começou como publicitária e apesar de não ser sua grande paixão, teve coragem suficiente para mudar de rumo depois que seu marido, também publicitário na época, recebeu uma proposta de trabalho no Chile. Esse foi o pontapé inicial para que ela se dedicasse à sua grande paixão - a poesia. Teve sucesso lá fora e de volta ao Brasil, começou a escrever para jornais e assim, se firmou como colunista, poetisa e cronista. Tá tudo lá na Wikipedia!
 
Até aí, tudo bem. Fato é, Martha Medeiros é extremamente cansativa. Calma! Vou pontuar.
Miss Moura me emprestou seu último livro, Feliz por Nada, recheado de crônicas que Martha escreveu entre 2008 e 2011 nos jornais. Eu meio que relutei, porque já tive um clique lendo seus textos no passado, embora não soubesse bem o quê havia me atravessado, só que  agora eu sei.
Não estava lendo nada mesmo... me dá aí!

Começa por aí. Martha Medeiros é bastante controladora. Não deve ser muito fácil de conviver. Percebi isso, quando ela não raro é imperativa em suas crônicas.
Faça isso, não faça aquilo, tome água, não fume, saia mais, vá ao teatro, curta cinema, beije na boca, abra as janelas, etc.
Hallouuu? Que porra é essa? Uma coisa é vc influenciar de certa maneira seu leitor, exemplificando fatos cotidianos se colocando na cena, outra coisa é você mandar as pessoas fazerem qualquer coisa que seja! E isso está presente em 80% de seus textos.
Ok que o brasileiro tem q deixar de ser sedentário, ignorante, negativo, violento, fofoqueiro, mesquinho e uma série de etceteras. Mas quem é ela? E a porra do livre-arbítrio que Deus me deu? Ela sentou em cima?

Não gosto disso e penso que ninguém tem o direito de me dizer o q fazer. EU DEVO SER SENHORA ATÉ DOS MEUS ERROS.

Outra coisa que me cansou foi o jeito que ela escreve.
Isso realmente deve passar batido em jornal. Porque vc está lá lendo um bando de coisa, então topa com o texto dela, daí que esse vício deve passar batido mesmo.
Mas num livro de crônicas de sua autoria, onde ela é a estrela solitária, esse vício é chato, cansativo e torna minha leitura morosa demais.
Explico. Martha tem mania de exemplos e dá sequência em seus parágrafos com uma série de repetições q na concepção dela deve ficar lindo e estiloso, mas pros meus olhos is so fucking boring! Assim:

Essa coisa de sair descalço, essa coisa de sair metendo, essa coisa de ser feliz, essa coisa de amar demais, essa coisa de te pegar, essa coisa de xingar o próximo, de bater, de brigar, de correr descalço, de se descabelar, de morder os lábios, de ser escandaloso... e aí? Já cansou?

Pois é. Se vc ficou cansado em poucas linhas, imagina eu lendo um livro de quase 300 páginas com essa repetição toda em 88,95% dos textos?!

Não que ela não tenha algo de bom. Claro que tem. Ela escreve bem, tem boas obras que inclusive foram adaptadas para o teatro e cinema, indica bons filmes, bom livros (eu até anotei alguns) e mesmo sem frequentar um analista, ela tem o dom de olhar pra dentro de si e tirar muito boas conclusões mesmo sem a ajuda de um analista. Isso é realmente louvável e para poucos. Talvez por isso, por saber que dá certo, queira passar adiante. Mas tudo é jeito de falar e talvez até, seja esse o problema.

Outra coisa q me irritou muito na Martha Medeiros além de ela ser mandona e ter vícios de escrita, foi o fato de ela falar com o leitor, como se todos fossem abastados que nem ela. Aí vc vai me dizer que ela escreve prum jornal que atinge à classe A, B e C. Sifudê!

Eu não sei mais a que classe eu pertenço exatamente, mas desde que nasci leio o Jornal O Globo. No entanto nunca fui à Paris, nem à Nova Iorque, muito menos ao raio que o parta fora do Brasil. Não acordo dando bom dia à passarinho, nem ao sol, porque tenho uma família pra tocar e acredite, é gente à bessa!
Meus cafés da manhã em família, são só nos finais de semana e lá em casa, tem trabalho de montão. Não tenho tempo para manter meu humor lá no alto, só porque esse é o certo e saudável. Às favas!

Eu não vivo coçando a xereca pra cima e pra baixo, no meu Eco Sport (que nem deve ser mais esse), admirando a beleza da vida. Eu ando de metrô debaixo da terra, sentindo cheiro do sovaco alheio, tá boa santa?!
Eu e uma generosa torcida do Flamengo somos forçados a enxergar o lado lindo da vida, mesmo mergulhados em dificuldades, apertados todo dia na condução. Então, é mole dar lição de moral, falar bonito e tals, quando se é abastado.

Quero ver fazer melhor.
E eu aposto que Martha Medeiros é capaz de fazer muito melhor do que isso, se sair um pouco do seu mundo de beleza e olhar pra realidade que a cerca. O lado feio, sem picos de Polyanna.

Sem dúvida, não vai encontrar tanto bel prazer e digo mais! Dará as mãos à humildade, que é o que lhe falta.

6 comentários:

Morena disse...

Como não li o livro n tenho muito como opinar, mas uma coisa é fato esse vicio é um saco! Eu perderia a paciência em algumas páginas e pararia de ler.

E outra coisa que preciso concordar é isso, todo mundo quer q a gt seja 200% feliz todo o tempo kct! Quero ver andar de ônibus cheio no trânsito de horas e ter um sorriso de ponta a ponta!!! É claro que não é p ficar o dia inteiro emburrado que isso só piora, mas tem meio termo...

Beijos saltitantes
Boa semana

Lulu on the sky disse...

Não li o livro dela, mas esses livros de auto-ajuda não dá pra ser levado a sério. Fácil é falar, quero ver na prática se faz tudo aquilo que prega.
Quem vive confortavelmente é mais fácil, quero ver pegar trem, metrô, Ônibus lotado com gente fedida e vc ficar preso no trânsito. Não há humor que resista. Nessas horas, só um fone de ouvido com música para esquecer dos problemas.
Big Beijos

DO disse...

Engraça,eu não li livro dela,mas sei que é uma boa escritora pelos textos que pipocam pela net. Concordo contigo: este tipo de texto dá a impressão de que estas pessoas fazem parte de outro planeta,ou vivem vidas muito distantes do nosso dia a dia.
Enfim,gostei da sua análise.
bjo

Vinícius Morais disse...

Na boa, esse tipo de literatura que anda proliferando por aí nesse estilo Caio Fernando Abreu, cujos autores acham que encontraram a receita ideal para se viver, nunca me atraiu exatamente pelo simplismo, pela falta de apego à realidade e escassa capacidade crítica e analítica. Pode servir pra pessoas que procuram uma felicidade desesperadas que procuram uma felicidade irreal aos moldes do humanismo, mas pra mim nunca serviu.

Anônimo disse...

O povo sem cultura... desde quando crônica é livro de auto ajuda? as pessoas falam da escritora sem ao menos terem lido 1 livro dela, gosto muito de crônicas (que não sao auto ajuda!)e o jeito que Martha escreve é muito simples, é como as pessoas falam nas ruas, criticar é facil quero ver fazer melhor e ficar anos/anos escrevendo para um jornal... afinal quem é a pessoa que fez essa análise? alguém já viu algum trabalho? vamos abrir a mente e aceitar o trabalho do proximo que contribui muito para a cultura de nosso pais. Afinal, na arte e cultura não existe certo e errado, e sim pontos de vista a arte toca cada um de uma maneira diferente, basta estar de mente aberta para aceitar ou não. Gde abraço

Ane Brasil disse...

Cara, Martha Medeiros foi, é, e sempre será um embuste.
De boa: todas as crônicas dessa laiá são a mesma crônica.
Sorte e saúde pra todos!

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