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sexta-feira, abril 11, 2014

BRINCANDO DE SUPER-HEROÍNA


Salvar pessoas. 
Nem quando era pequena pensava nisso. Quer dizer, eu brincava muito de Mulher Maravilha ou Mulher Gato, ou Bat Menina, quando minha melhor amiga pegava a Bat Garota primeiro. Esse tempo ficou lá atrás.

Só que, como disse no post anterior, azamiga me deram uma missão e missão dada é missão cumprida. E nunca antes na história desse país, escrever fez tanto sentido. Foi essa arma que usei e não ouso reproduzir aqui, as coisas que disse, já que não quero expôr os envolvidos.
Fato, é que me pediram para fazer uma espécie de denúncia de tudo o que não funcionava bem. Pediram que eu colocasse a boca no trombone e contasse a quem de direito, todo o sofrimento, abuso e casos que rolavam naquele lugar.

Então foi isso que eu fiz. 
Curioso, que tudo foi escrito no domingo, enviado na segunda e quase nada tenha se movido do lugar hoje, sexta. Parece que passou um mês!
Curioso nossos batimentos cardíacos agitados pelo impacto das coisas que escrevi. Uma verdadeira bomba foi solta.

Ao contrário do que parece, eu me envolvi, eu me importo e não sigo indiferente. Afinal, a gente não veio aqui na Terra pra fazer figuração. 
Daí que consegui tocar as pessoas. Consegui fazer a diferença, mesmo sem ganhar medalha.
A medalha nesse caso, é saber que muita gente terá paz e infelizmente, outras não. 
As que sim, merecem por dedicação, por conduta exemplar, por ter plantado o bem.
As que não, semearam vento e hão de colher tempestade. A lei de causa e efeito, ainda que a ficha não lhe caia de imediato, ainda que não saiba que o que fazia era errado, era o mal.

A vida é assim.
Mais cedo ou mais tarde, sempre vai haver aquele que não tolera injustiça, que sabe um pouco mais sobre o certo, ou que tem a coragem que outros não têm. E esse dia sempre chega. Não adianta crer na impunidade. Não adianta se sentir acima do bem e do mal, porque existe um troço chamado livre arbítrio desde que mundo é mundo e todos, eu disse, todos têm o direito de exercê-lo em sua plenitude.

Eu detesto os não pode. E não confunda com insubordinação, porque certos não pode, não cabem. Essa palavra dá um nó no meu cérebro quando encontro esse tipo de situação.
Com dois meses de não pode, sabendo o que eu realmente podia ou não podia, decidi minha vida e graças a esse meu jeito, fui eleita para decidir um jeito para outros.

Bom, eu espero sinceramente que tudo dê certo. Estou ainda torcendo para que o desfecho seja positivo, muito embora eu já saiba que será. 
Que finalmente os que merecem, tenham o tão sonhado final feliz, porque os que plantam paz e trabalho justo, merecem bonança.

quinta-feira, abril 03, 2014

É TEMPO DE RECOMEÇAR


Pois é meus queridos, fidelíssimos 5's leitores, amanhã é meu último dia no estágio. "Foi um vento que passou em minha vida..." e bem, passou. 

Quem é um pouquinho mais observador, notou que eu desapareci do mapa. Fora pouquíssimos posts no Facebook derivados de check ins do Foursquare, eu pouco produzi conteúdo. Troço estranho para um estagiário de Comunicação, certo? 
Blog então, ficou às traças. E para eu chegar em casa e postar, quem sabe com Jesus vindo interceder? Fora isso... É... são muitas reticências.

Depois de um ano e meio parada profissionalmente, vi que muita coisa mudou no meu comportamento. Acho que se tivesse sido assim desde o início na outra empresa, teria evitado muito tiro, porrada e bomba. Digamos que segui à risca o velho e bom truque da invisibilidade. Para se ter uma ideia, as meninas que lá comigo trabalhavam chegaram mesmo a acreditar que eu era uma pessoa calada, introspectiva talvez, que muito provavelmente vivia pro trabalho, marido e filhos. Elas não têm ideia da pessoa que sou, ou da minha personalidade. Algumas até têm, já que descobriram meu blog. 
Ainda sim, pouca coisa mudou nesse relacionamento. Entrava muda, ralava o dia inteiro e saía calada.

Nas minhas orações, eu andei como sempre, enchendo o saco de Deus.
Verdade seja dita, as coisas não andavam nada bem no estágio. São muitos pormenores que outro dia eu conto, tão logo sair de lá. Para fins de auto-preservação, respeito, essas coisas que eu nunca dei muito valor. 
Agora é diferente. Eu aprendi a usar a cabeça, a ser moderada e muito embora, ainda curta botar pra foder, quero esperar. Nunca é demais saber esperar. 

Então nas minhas orações, ao ver o cerco apertando pro meu lado, pedi à Deus, que mesmo saindo do estágio, num momento financeiro crucial, onde rombos bancários existem e outra fonte de renda não há, com quatro bocas para alimentar fora a minha própria, que eu fosse um agente transformador na vida das pessoas. 

Aeeeeeee! Fiz uma oração que não visava benefício próprio e seria conhecida mundialmente como Engraçadinha - a GENEROSA. Só que não. Generoso aqui em casa, fora Engraçadão, é o Sr. Cabeça de Bolinha. O resto puxou à mim. Individualistas, pra não chamar de egoístas, porque egoístas não são mesmo... 

Sabe como é, eu sempre desconfio quando Deus responde minhas preces assim num estalar de dedos. Tá bom que demorou um mês inteirinho pra isso acontecer, mas por que raios com dinheiro Ele não me dá esse mole?

Fato, é que apesar dos pesares, me deram uma missão (já que estou saindo) de fazer algo que pode mudar a vida das pessoas, para o bem, ou para o incerto, sei lá. Não estarei lá pra ver. 
Ainda assim, topei a missão. 

Nessa vida, injustiças ocorrem porque as pessoas se calam. As pessoas não agem, as pessoas seguem indiferentes, mudas, achando que não é da conta delas. A empresa em que fui parar, é tudo aquilo que eu disse há 3 posts atrás. 

Tive oportunidade de falar com pessoas de todo o Brasil e pude verdadeiramente comprovar o quanto elas são apaixonadas por aquilo lá. Infelizmente, essa felicidade não era verdadeira aonde eu estava. E lembram quando eu falei do Presidente Guerreiro? Pois é, o discurso dele inflamado, é de coração, é verdadeiro, tá no sangue e na alma. Com todo esse ardor, ele contagia uma empresa inteira com mais de mil colaboradores. 

Por isso, em nome dessas pessoas de bem, de todos os queridos que lá estão, mesmo se omitindo talvez por uma questão de boa convivência até, que eu vou trazer à tona, coisas que são sabidas, mas que no entanto são e foram silenciadas, para que não só a verdade seja dita nos discursos e nas diretrizes, sobretudo que seja verdade. 

É... nunca fiz esse tipo de coisa na minha vida. Respeito pelas hierarquias sempre tive. Mesmo porque, diretamente a mim, nunca houve problema e os que me alcançaram, eu me posicionei pedindo demissão.  Fui eu que escolhi abraçar o jornalismo e seguir o caminho da coerência. 
Preciso de dinheiro? Preciso de dinheiro e muito, mas não tenho o direito de violar o futuro dos meus filhos, muito menos me sabotar aos 41 anos, perdendo tempo numa coisa que não vai me acrescentar.

Daí, que de agora em diante, a gente vai se ver mais do que um post por semana, se Deus quiser. E que Ele me dê forças, inspiração e um norte na difícil tarefa que me foi confiada. Porque apesar das lágrimas que já chorei, sinto uma certa dó quando penso naqueles que ainda estão mergulhados na ignorância.

Que meu gesto traga qualidade de vida para as pessoas, traga harmonia no local onde elas convivem mais do que em suas próprias casas, que traga paz sobremaneira e ensine a uns poucos, que tudo nessa vida passa. Inclusive o poder e a altivez.
Amém.

quarta-feira, fevereiro 05, 2014

MEU PRIMEIRO ESTÁGIO


As mina pira de ansiedade pra saber como foi meu primeiro dia de estágio, que obviamente não foi hoje. 

Vou contar, mas antes, vou contar de antes. De sexta feira, 31 de janeiro, quando resolvi ir à cachoeira com a família e ao fotografar, enfiei parte da correia da câmera no olho esquerdo. Vivi a experiência de andar praticamente de olhos fechados pela cachoeira, tanto que minha vista chorava. Tirei foto às cegas, já que configurei a câmera para tirar no olho e não no display. 24 horas após o infortúnio, meu olho ainda doía, então fui parar no Oculistas Associados, onde o oftalmo me passou 3 remédios diferentes, todos aplicáveis no olho, para usar durante 7 dias. Posso dispensar a parte em que a vista mais piorou que melhorou no primeiro dia, né? No entanto, domingo já estava melhor.

Devo confessar, fui salva por uma amiga, leitora do blog, que me indicou pra essa vaga ,numa grande empresa de venda de produtos e fornecimento de crédito. Ela figura pelo 7º ano consecutivo entre as melhores empresas para se trabalhar no Brasil e está em 8º lugar entre as melhores segundo a Revista Exame. 

Bem, finda as devidas apresentações, caí de paraquedas na comunicação institucional. Arrisco dizer, que é o coração da empresa, haja visto que fazemos um trabalho coladinho ao CEO, que a todo momento entra lá pra dar sugestões, pedir coisas e motivar a equipe. Isso muito me empolga, claro. É a primeira empresa em que trabalho, onde o departamento de comunicação se reporta diretamente ao presidente. Não à toa, todos esses prêmios e reconhecimentos.

Minha chegada foi super fofa. Um dos pontos fortes de lá, é que eles sabem receber como ninguém. Pensam em tudo pra te encantar e quando eu falo em te encantar, estou me referindo ao staff, ao cliente, aos visitantes... Sabem fazer qualquer um se sentir especial, inclusive uma veia coroca como eu.

Eles possuem um programa de TV mensal, o qual não terei contato, já que é produzido por Curitiba - PR, no entanto, a rádio, veiculada semanalmente para todo o Brasil via satélite, ficará em parte sob minha responsabilidade. E bota responsabilidade nisso! Além de roteirizar (não agora), terei de fazer a edição de voz, que é algo que muito me seduz. Aliás, nesse quesito, não posso esquecer de agradecer o curso de capacitação do Rock in Rio, que apesar de não abordar a temática de rádio, me pôs em contato um pouquinho desse universo, quando púnhamos voz em nossos trabalhos.

Das dificuldades, bota aí meu olho esquerdo. A dor passou, mas passo o dia lendo tudo embassado. Um saco e claro, minhas superioras nem desconfiam disso, porque o que me dão eu faço. A última empresa me deu um senhor traquejo em termos de mundo corporativo. De modo que a parte burocrática, eu transito bem, sem pedir tantas explicações. Além da parte de eventos, que também estou dando uma força. Mas esse olho... isso está me preocupando.

Então, o primeiro dia abriu com a apresentação do programa de TV para todas as filiais do Brasil, com direito a empresa parada vendo o programa, seguido de coffee break e discurso do CEO, que vamos combinar, é um show a parte.
Ele muito provavelmente veio do mercado varejista, porque ele tem essa coisa de motivar na alma, né? Então discursou de maneira inflamada, conclamando a equipe a se superar e tal, galera reunida prestando a maior atenção, até que ele me solta um grito de guerra seguido por todos no andar, do tipo:

Le Presidènt - THIS IS SPAAAARTAA!
Todos - AAWWW! AAAWWW! AAAWWWWW!

Enquanto eu no canto, me encolhendo, sem saber o que gritar, morrendo de vergonha alheia de gritar e tipo, nem fodendo que eu vou gritar saporra. Se ao menos ele tivesse a cara do Gérard Buttler a gente ainda podia conversar, agora... não, obrigada.
Outra coisa, me apresentaram a um bando de gente de um bando de departamento. Já não sei quem é ninguém, nem decorei a cara de ninguém. No final do tour, já estava dizendo:

Eu - Oi, prazer, me desculpa, eu vou esquecer seu nome!

Legal que a galera leva na boa e entendem que essa formalidade, não passa mesmo de uma formalidade. Mas esqueçam meu charme! Aquela Zé Graça que eu costumava ser na outra empresa não faz mais efeito. Ou eu envelheci junto com as minhas gracinhas, ou o povo perdeu o senso de humor! Então acionei o modo de invisibilidade e resolvi cagar pra isso. Não faço mais questão de ser simpática, a não ser pra conseguir alguma coisa, fora isso, se riu, muito bem, se não riu, amém.

No quesito bizarrices, ao menos por email e na frente de Le Prèsident, todos se chamam de guerreiros antes do nome. Claro, pode esquecer. 
E outra, Le Prèsident é dado a pegadinhas, portanto, volta e meia ele passa na mesa alheia e pergunta:

Le Presidènt - Que dia é hoje mesmo?
Resposta correta - HOJE É DIA DO CLIENTE.

E foi nessa que quase entrei pelo cano. No final do passeio do primeiro dia conhecendo todo mundo, só fui apresentada ao CEO por último, devido a incompatibilidade de agendas e claro, terminadas as apresentações e introduções, ele me veio com essa. Como já tinha sido informada, respondi certo, o que me valeu um abraço apertado-sufocante de boas vindas. Saí rindo freneticamente com a situação, porque ele não contava que eu acertaria a resposta, ficou todo vermelho, super feliz e me deu aquele mata leão inflamado. Aí, quem me conhece sabe que a humildade tira férias aqui de vez em quando, o homem passou na minha mesa ontem e já ia perguntando que dia era, quando ele mesmo se lembrou que essa eu já sabia, então:

EU - Não tem problema, eu posso dizer a hora!
Le Presidènt - Nããão, a hora você já deve saber, quero ver se você sabe nossa missão!

Troféu epic FUÉN pra mim né? 
A sorte é que eu tinha afixado na minha estação em letras garrafais e mesmo com vergonha de ler, comecei a falar meio pausadamente, meio sem graça a primeira parte da missão, o que já valeu um elogio dele!

Gente, não fosse o talento desse homem pra deixar as pessoas felizes no trabalho, eu juro que criaria uma série nesse blog sobre ele. Mas devo admitir minha admiração pelo véinho! Ontem, recebemos a visita de um fornecedor, cujo contato que ele tem é só por telefone. Ou seja, ele não conhecia o cara! A primeira vez desse visitante na empresa e Le Presidènt não perdeu tempo. Correu as mesas das meninas mais experientes e pediu para que preparassem aquela recepção pro homem. E vocês não imaginam como é isso! Na recepção, do lado de fora, elas colocaram um porta retrato virtual com uma foto do cara desejando boas vindas, depois, em todas as TVs espalhadas pelo andar, aparecia uma apresentação sobre a vida profissional do cara e sua história de parceria junto a empresa, fora uma mensagem calorosa de boas vindas. 

Cara, eu nunca vi isso em nenhuma empresa que já trabalhei. E olha que muitas delas eram empresas de comunicação! Sensacional. Foi nessa hora que Le Presidènt subiu no meu conceito. Ele com aquele jeitão de vendedor varejista, não dá ponto sem nó. Sabe encantar e receber como ninguém e consegue contagiar quem ali convive. Por isso tanta motivação, tanto empenho da equipe. O povo realmente dá o sangue.

A parte chata, estou feia que nem o cão, o cabelo parece um capacete, as roupas defasadas, as unhas do dragão de São Jorge. Está realmente sinistro. Nunca me senti tão mal cuidada! Posso afirmar seguramente que sou a mais desleixada do departamento. As roupas já não caem bem, dos cachos desisti e vou voltar a alisar e ainda cega de uma vista. 
Mas sou guerreira, não sou? Oh wait...

terça-feira, junho 05, 2012

EXAME DEMISSIONAL

 
Ontem foi dia de exame demissional.
Não contei como eu chegay até aqui não é? Pois bem, estou há 8 anos na empresa. Empresa essa quem além de desconhecer a existência, me deparei com um maravilhoso mundo novo e corporativo dos egos reluzentes.

Fui contratada para fazer parte do projeto da Plataforma P-52. Era a menina dos olhos na época. Um grande contrato mesmo e eu seria secretina da gerência de engenharia. Isso, em 2004.
Eu sempre fui safo, mas me aventurar no segmento de secretárias sem formação, era quase dar um passo maior que as pernas. Só que eu sempre faço isso.
Sou de uma família de trabalhadores, então quando vc dá um trabalho pra gente, a gente faz e pronto. E sou do tipo que quando percebo que tenho capacidade para fazer algo, vou lá e me candidato. Sou daquelas que se candidata também.
Nunca fui de ficar reclamando, nem questionando (isso veio com o tempo). Sou das que fazem. E assim, eu consegui arrumar confusão com muita gente.
Gente que vinha pra empresa e queria escolher lugar pra sentar e vista (em época de mudanças); gente que questionava de quem era aquele trabalho ao invés de resolver; gente que só queria se encostar; gente que achava que a sua chefia era mais importante que a minha; gente que se achava gente demais.

Eu trato todo mundo igual. Quer dizer, gente humilde, gente numa posição hierárquica muito além da imaginação, gente boa, mas os babacas não.
Estrategicamente tenho que aturar os babacas, que me incomodaram um certo tempo, depois deixaram de.
Os babacas só querem mais atenção, se acham prioridade, então vc resolve o problema deles e faz a fila andar. Hoje eu penso assim.

Aqueles elefantes brancos que as secretárias empurravam com a barriga, bem... também peguei e fui me destacando das demais.
Faltou a porcaria da maturidade para um bando de coisas.
Aprendi a ser menos impulsiva também, a ouvir mais, a falar menos, a não pegar pra mim a dor alheia; aprendi a dar até breve a um bando de gente boa, chorei por tantas outras que não deveriam ter me deixado aqui sozinha. Costumo brincar, que nessa empresa quem é bom, ou morre ou vai embora.

Levei uns tombos homéricos porque chegou uma época que eu pensava que todo o poder estava nas minhas mãos. Não que fosse egocêntrica, escrota ou com mania de grandeza, mas é que eu fazia tanto por tanta gente, que eu acreditava mesmo que conseguiria resolver tudo que caísse no meu colo. Tudo, desde que não fosse coisa minha. Aí o destino incidia!
E assim tomei meu primeiro tombo. Prestes a ser promovida, diz-se que fui vítima de um complô e a promoção foi revogada sem nenhuma justificativa.
Foi o temor pelo sustento de Pacotinho que me paralizou e impediu que eu saísse. A vontade era essa. Sair.
Tinham-se passado aí quase 2 anos de um sucesso meteórico.

Mas eu fiquei e caí no setor do Português da Padaria, o que representou descer ladeira abaixo.
Então os anos se passaram, chegou Hugo Boss, aquele que me ajudou pracaramba no resgate da minha auto-estima profissional. Durante sua estada, tive mais 2 filhos...
Esse também foi embora. Era bom demais para ficar preso a uma empresa só no currículo, mesmo depois de uns 15 anos aqui.

Várias mudanças aconteceram, mas uma coisa não mudou, minha função.
Foram 8 anos com na mesma função, apesar de eu já exercer outra atividade.

Foi bom ser secretária aqui e sou imensamente grata, porque aprendi tanto, mas tanto, mas tanto! Dava outro livro.
Mas meu corpo rejeitou a ideia da estagnação. Não deu pra controlar, nem dá pra continuar.
Saio numa boa sabe? Felizmente, estou saindo numa ótima.
Sem brigas, sem ódios, sem processo. Tudo ficou no quase e deu certo no final.
Deus é o grande responsável!

12 de junho, é meu último dia na empresa.
Tenho muita gente para abraçar e nesse demissional de ontem, eu estava sorrindo.
Para todos os setores que se ocupam da tarefa de demitir um funcionário, apesar da sobriedade deles, levei meu sorriso.
Porque é assim que eu devo sair, com a mesma felicidade que entrei.

E estou muito feliz.
Tenho uma bagagem muito legal na bolsa: tenho histórias de gargalhadas pombagirísticas; amigos aos montes que fiz; tantos outros queridos; coisas que ouvi e soube antes de tanta gente e outras tantas que fui a última a saber; lágrimas na cozinha, no banheiro, cazamiga; colegas que deveriam ser de circo, gente querida em cada setor; tanta coisa me ensinaram... eu sou tão grata por ter aprendido tanto nesse lugar, que quando eu for sentar no banquinho da faculdade, meu aprendizado será muito mais enriquecido.
E quando eu me aventurar outra vez, numa outra empresa, fazendo algo totalmente diferente, continuarei levando o lado positivo das coisas, porque essa é minha essência e porque essa empresa aqui, me foi uma escola cara em diversos sentidos. Preciso valorizar.
Sou alguém melhor e mais forte agora, sem a menor dúvida.
Agora estou pronta.

quinta-feira, maio 31, 2012

E NA ENTREVISTA DE EMPREGO...

 
Chego 15min depois porque não estou mais acostumada a andar de ônibus e o tal BRS que não reparei direito no Google Maps, acabou me confundindo.
Na sala de espera, uma menina com duas bilhas azulonas, cabelo da Gisele Bündchen, ao menos 10 anos mais nova e com umas tatoos espalhados pelo corpo, so fucking cute, que o primeiro pensamento que me veio à cabeça foi: PIRANHA!
 
Não fazia ideia da empresa que estava indo porque a ligação do dia anterior estava péssima, a interlocutora tinha sotaque nordestino, então perguntei:
 
EU - Que empresa é essa?
DIMENOR (com aquela cara de: quem é essa loka) - É a empresa blá-blá-blá 1,2,3,4. (Só faltou falar óbvio!)
 
Não gostei de ver uma concorrente na sala de espera.
Tratei de entrar no google pelo Iphone e tudo o q consegui foi o resultado das buscas com aquele nome e informações básicas tipo o ramo de atuação, quantos anos estão no mercado e avalie esta empresa. Ou seja...
 
A porta se abre e chega mais uma candidata.
Essa, uns dez anos mais velha que eu, dez minutos mais atrasada, hair style não tenho tempo de cuidar porque estava no trânsito e moro longe, não falemos do shape porque não tem nada haver e eu não sou exemplo de porra nenhuma... ambas simpáticas.
 
EU - Será que eles vão entrevistar todas juntas?
ELAS - Parece que sim!
EU - Nunca vi isso, a não ser pra vaga de operador de telemarketing, não pra secretária! (já me sentindo uma operadora de telemarketing).
 
Entra a entrevistadora.
Leeeeenda, deslumbrante, loura e inteligente (ou seja, absurdo) e nos chama todas juntas para entrar!
Ela se apresenta, diz que será um bate-papo, que quer ouvir um pouco da experiência de cada uma e que poderemos trocar ideias.
Quase peço pra tirar foto da vista da sala de reunião, mas meu Iphone estava com apenas 5% da bateria. Me contenho.
Ela perguntou a todas se entramos no site da empresa e a Dimenor e eu assentimos.
A Dimenor deu um olhadão pra minha cara-de-pau quase que boquiaberta.
Eu entrei ué?! Só não abriu!
 
Então ela começa pela dimenor:

DIMENOR - Tenho 23 anos, estudando psicologia, me formo em 3 anos, quero fazer criminal, quero ser secretária, trabalhei pra Petrobras (foda-se), minha família tem advogados criminalistas (outro foda-se, tô cagando, o cargo é para se-cre-tá-ria!), o Inglês é quase minha segunda língua, acabei de voltar da França e lá conheci muita gente que falava espanhol então pude treinar as duas línguas (PIRANHAAAAA!!!), moro aqui no Leblon (EU TE ODEIO, TCHAU!).

Eu tinha razão de odiar essa garota. Apesar de ter um cabeção que denotava sua origem nordestina, aquele cabelo, aqueles olhos azuis e aquelas tatoos nunca me enganaram. Ela ia me foder!
A entrevistadora perguntou por q ela morava com o irmão, por q ela queria ser secretária, falou com ela sobre o livro Mentes Criminosas e a PIRANHA disse que não tinha lido ainda, mas arrotou o nome da autora.
Nessa hora tive ímpetos de me atirar pela janela.
 
Então ela se voltou pra mim.
Eu lá pheena.
Não tenho curso de Inglês, não tenho cabelo bonito, não tenho olho azul, não moro no Leblon, nunca saí do Brasil caralho e ganho mal pra cacete!
Ela foi no ponto nevrálgico!
 
A MOÇA DO RH - Mas Engraçadinha, vc está saindo da empresa depois de 8 aaaanos?
EU - Pois é, não estava feliz. Apesar de geral uma imensa satisfação na equipe com que trabalho, com minha chefia direta, o reconhecimento não veio ao longo desses anos e eu comecei a não lidar bem com o fator estagnação.
A MOÇA DO RH - E como assiiiiiiiim, vc trancou a faculdadeeeee?
EU - Pois é, eu tranquei por um bom motivo. Troquei a faculdade por um apartamento. Meus pais se mudavam muito quando eu era pequena e era triste desfazer os laços de amizade, então eu cresci sonhando em ter meu próprio apartamento e a oportunidade apareceu justo quando eu estava voltando pra faculdade. Depois vieram os filhos, o tempo passou e só agora terei oportunidade de voltar.
 
Então discorremos pelos motivos que me fizeram querer sair da empresa, sobre minhas responsabilidades do cargo, minhas motivações e eu sempre muito pheena e convincente, usando aquela linguagem bonita que eu reservo só para as entrevistas e tals... me senti bem, me senti pheena e importante, apesar de fodida.
Ela me perguntou se eu sinto medo pelo fato de meu currículo não ter uma facool e como está a resposta do mercado em relação a isso.
 
EU - Não, estou me sentindo tranquila, apesar de não estar participando de muitas entrevistas. Mas estou muito confiante, porque agora que eu decidi o que eu quero, com apoio da minha família e voltando aos estudos, basta que as coisas aconteçam. Claro, não está fácil, meu telefone não toca muito, mas eu vou estudar e continuar procurando por trabalho. Mesmo que não seja da maneira convencional.
 
Então ela foi pra outra candidata. A que fala pra caramba.
 
THE OLDEST - Formada em Comunicação, tenho curso técnico em RH, técnico em secretariado, trabalhei na embratel por 23 anos, pedi pra sair porque também não estava feliz e comecei a adoecer (VAGABUNDA, ME IMITOU NA FRENTE DE GERAL!), trabalhei no governo do estado, depois assim, assado, adoro estudar, tenho 2 filhos, blá, blá, blá, sou phoda!
 
Nesse ínterim, a moça do RH pergunta se ela sentia o preconceito de outros empregadores pelo fato de ela ser mais velha e não se encaixar nos padrões de estética (CHAMOU DE VELHA E FEIA). Ela respondeu e contando sobre sua vivência deu uma derrapada que eu a-mei!
Primeiro ela disse que não sabe só fazer o que lhe pedem. Que ela vai além. Uma palhaça, só porque eu disse que eu costumo não errar e foi isso que me destacou nessa empresa.
E é verdade. Eu erro sim mas geralmente descubro antes e conserto rapidamente; além disso, fui tão acostumada a trabalhar com qualidade, que eu visto a política do erro zero. Deixei isso claro. Daí a outra me vira e manda essa. Que vai além, que ajuda geral e tals, que não sabe negar pedido alheio.
Até aí tudo bem, mas o jeito que ela falou, ficou parecendo que ela é dessas que interfere no trabalho dos outros. Ao menos eu tive essa impressão. Até que ponto isso é bom? Mas a mulher é suuuper qualificada, não posso dizer q não seja.

Outro lance que ela disse, foi que quando trabalhou em RH, não se conformava com as disparidades salariais e isso lhe abateu emocionalmente e assim foi desmotivando. Nessa hora eu ri alto por dentro. Até a moça do RH soltou que desde q mundo é mundo complete a frase!
Ela foi infeliz ao soltar que os departamentos menina-dos-olhos ganhavam mais, em detrimento de outros que ralavam mais.
Ah fala sério! Com 50 anos e um currículo de dar inveja ela ainda não sacou que isso tem em todo lugar? Pelamor... até meu filho mais velho sabe disso.
 
O papo foi agradável, disseram que o processo vai até 15 de junho porque querem estar contratando para Julho. É para atender a 3 diretores e o salário é razoável. Acho que daria pra manter a galega além dos garotos no integral, além da faculdade. Mas não sei se eles vão me chamar.
Sinceramente não acredito irão. Não que eu não acredite no meu potencial. Foi o que eu disse, a dificuldade hoje está em as empresas apostarem a ouvir aquele que não tem graduação. Eu estou concorrendo com um monte de gente mais nova e mais qualificada. Como provar que sou boa, sabe?!
 
Se ela gostou de mim e resolver passar meu currículo adiante, ainda sim, terei de conquistar outras 3 pessoas. Um pai e dois filhos. Então vamos deixar rolar.
Eu não estou ansiosa. Enquanto isso vou sonhando com as aulas de Produção em Marketing, com dinheiro jorrando na minha cabeça pelos trabalhos que farei, com meu nome sendo reconhecido...
Que vença a melhor.

sexta-feira, maio 25, 2012

AS QUATRO FANTÁSTICAS

 
Das coisas que eu vou sentir falta, inclua aí aqueles almoços com quentinha e o grupo das 4.
São as 4 fantárdigas totalmente diferentes de mim. Aliás, muito que por acaso comecei a frequentar esse grupo.
A Tutty, pelo tempo de casa conhece todo mundo. Ou praticamente.
E foi através dela que conheci a Silvinha e a Fernanda (ex-grávida) por tabela.
Já a Marcele, nos conhecemos num treinamento que a empresa deu há 3 anos atrás mas só foi bater a amizade ano retrasado.
 
É um grupo meio impenetrável.
Se vc olhar de fora, muito praticamente vai sentir inveja. Porque todas falam, todas dão gargalhadas homéricas e têm muita afinidade umas com as outras... Nem sempre dá pra comentar, porque mulher né... falam todas juntas ou calam-se naquele silêncio cúmplice e sepulcral que só elas entendem.
 
Antes da mudança de andar, ficávamos todas juntas e ao invadir a cozinha na hora do breakfast, eu sempre chegava por último e pegava as conversas no meio. Portanto boiava e não dava pitaco. Muitas vezes eu metia outro assunto no meio, só de sacanagem para perturbar a ordem, então a Silvinha me dava seu famoso corte-solavanco e iniciávamos ali uma discussão fake, q quem entrava na cozinha pensava que era briga séria. Mas não. Era tudo fingimento.
 
A Tutty, já falei aqui, conheci por troca de emails e a gente se chegou por conta da afinidade pela escrita. Eu a incentivei a ter um blog e ela me incentivou a escrever um livro. Ela quando começa as história de seus antepassados e mesmo dos vivos de sua família, é um perigo, porque tem o dom e não raro arranca lágrimas.
 
Silvinha é linda. Daquelas mulheres gostosas mesmo depois de uma certa idade. Mas é braba. Tem uma cara de séria e um esporro na ponta da língua. É só mexer com quem tá quieto. Mas é um doce de pessoa, tem um coração enorme, é aquela pessoa leal, que sabe valorizar uma boa amizade e está trilhando uma estrada bonita sabe, de muito amor e muita luz.
Tem uma inocência dentro de si que eu talvez já tenha perdido. E se preocupa com o outro como poucos. Eu também não sou assim, mas admiro, porque isso é um dom dos puros de coração né?!
 
A Fernanda é uma boneca. Mais do que os papos de cozinha, o que mais nos aproximou foi o meu livro. Ela teve muito dos sintomas que eu relatei ali e toda vez que a via com aquela cara de azeda enjoando, eu dizia:
 
EU DIZENDO - Não vou te perguntar como vc está Ok? Nem ousarei dizer q isso vai passar. É uma merda mesmo.
 
E a gente ria e seguia adiante. Não tinha mesmo o q ser feito. Então eu falava umas merdas (quando não?) para ela se distrair e esquecer do enjôo.
Foi ali que a gente pegou carinho. Até que rolou mudança de andar e nos afastamos. É uma empresa cigana antes de tudo.
Agora, não calhamos muito de nos encontrar nos almoços, porque as agendas não estão batendo, mas eu gostaria que ela soubesse que a admiro, que a acho linda e que eu sei que ela tem uma vida abençoada. Que nunca se esqueça disso, porque Deus não aponta o dedo assim pra qualquer um. Só pros que merecem.
 
Já a Dona Marcele foi engraçado.
Depois daquele treinamento, perdemos mesmo o contato. Não fazíamos interface, então pouco nos falávamos.
Ela casou, fez altas viagens e eu sempre e pra variar, pegava as histórias no meio. Aliás, esse grupo tem isso em comum. São mulheres que não esquentam cadeira. Elas economizam e viajam. Mas eu, com 3 filhos, infelizmente não tinha condições nem de invejá-las. Ficava ali em Búzios e pronto. Feliz.
No entanto sou boa ouvinte. Adoro uma boa história, então ouvia ávida por saber mais, mesmo que me calasse.
Marcele um dia sorriu pra mim, aquele sorriso que ilumina tudo, dizendo que adorou as fotos que eu punha no instagram. Dali por diante ela me ganhou. Trocamos figurinhas e sempre damos boas gargalhadas na cozinha com as minhas hitórias. Ela tem um filho mais velho que Pacotinho, então de vez em quando saem umas histórias curiosas e mesmo sem q ela perceba, eu vou guardando tudo no arquivo morto do meu cérebro!
Marcele é uma linda também. Do jeito dela, não é todo mundo que sabe disso, mas fico feliz, porque EU SEI!
 
Foi pra elas que ensinei certas expressões popularescas como:

Cardiquê - Shoppi - Deita na BR - Loka do cu - cerumano, dentre outras.

Algumas delas me acham louca, por causa do meu jeito (magina!).
Bem, eu sempre fui tachada assim desde muito nova, porque eu nunca fui de segurar a língua.
Entendo que somos todos seres humanos e iguais, por mais que queiramos nos diferenciar, então eu solto o verbo mesmo, sem reservas.
Marcele adora, Fernanda ri discretamente (porque ela é pheena), Silvinha me zoa e a Tutty dá aquela gargalhada de pomba-gira que incomoda o andar.
 
Não adianta, a gente incomoda muita gente. Geralmente os que não estão rindo com a gente.
E é desses momentos de café da manhã, de quentinha do china que eu partilho com elas, que vou sentir mais falta quando sair desse tronco.
Elas sem sombra de dúvida, são a parte boa desse lugar.

quarta-feira, maio 09, 2012

LIÇÕES APRENDIDAS

Uma das coisas que muito me perguntei durante esses oito anos inserida fortemente nesse mundo corporativo, era "o que eu ainda tinha que aprender?".
Claro, cerumano que sou, estou em constante aprendizado e as quedas ensinam muito mais que as alisadas de mão.
E a gente, cerumano topetudo que é, tem infelizmente q levar muito na face para guardar os ensinamentos, mesmo que na hora a gente grite, ajoelhe e se descabele (não necessariamente nessa ordem) gritando lágrimas de sangue: Poooor queeeeeeee?

Porque minha alegria incomoda muita gente, obrigada.
Eu sou o tipo de alegre chata.
Minha gargalhada é de pomba-gira e quando eu rio (não sei rir baixo), ela vem lá de dentro da alma. Mentira, vem ali do fundo do estômago mesmo.
De maneira que o cara que está ali puto com a medíocre vida dele, não entende esse solzinho saltitante bendizendo tudo que é vivo.

Vcs meus queridos... quantos leitores mesmo? Acho q os perdi... whatever, vcs aí do fundo que vêm aqui e ficam em silêncio! O q q eu tava falando mesmo?
Cara, tenho esquecido frequentemente as frases no meio. Pior, meus filhos tão pegando essa minha mania. Mas eles não usam drogas. Tadinhos...

Bem, a verdade é que eu amo viver.
Eu acordo puta, claro, porque acordo cedo e detesto. Mas depois que eu escovo os dentes e consigo deixar Pacotinho na escola, eu me sinto imensamente feliz, porque estou viva. Mentira. Eu me sentia assim há oito anos atrás, não mais. Pois é.
Quem me acompanha q nem novela já deve ter visto que eu ando chata pra caralho, só falando coisa chata, reflexiva até dizer chega e putz, um porre!
Cara, verdade q eu sabia todo o tempo q estava insuportável, mas fazer o q, se não dava pra evitar?!
Minha vida tinha um dilema, q lenta como sou, demorei uns 4 anos pra entender e tomar coragem e querer mudar.
Enquanto esse dia não chegava, eu ia falando mal dos outros, reclamava dos maus costumes, postava fotos dos filhos, q era a única coisa boa e q importava. Nada de ser positiva.
Com isso, acredito q espantei muita gente daqui.

Então, voltemos ao topo da pergunta. O q eu ainda tinha q aprender inserida nesse mundo corporativo de MeoDeos? Talvez a palavra seja RESIGNAÇÃO.
Sim, porque em 2005, 1 ano após ingressar numa multinacional francesa, eu estava verdadeiramente bombando.
Apesar de se tratar de uma empresa de grande porte mundialmente conhecida, a estrutura não era compatível com seu porte aqui no Brasil e eu, que viera de outras grandes empresas, apareci meteoricamente com meu jeitinho.

Não nego fogo, sou dessas. Tudo que estiver ao meu alcance eu faço e ajudar os outros é a minha especialidade.
Acho q não tinha muita gente assim nesse lugar, então sobressaí.
Daí que chamei atenção, principalmente porque coisas que ninguém queria fazer tomei pra mim. Sempre zoando todas, rindo muito, falando merda (minha outra especialidade), debaixo de muito humor... Me senti verdadeiramente invencível!
É... houve uma época que me senti invencível e infelizmente, as trevas estão em toda parte, assim como a luz. Tomei a primeira rasteira. Veio a queda.
Ninguém entendia porquê. Não mesmo, muito menos eu.

Claro que tive vontade de sair, mas já tinha Pacotinho e meu corpo gritava por outro rebento.
Foi bem nessa época que eu fui trabalhar com o Português da Padaria. Talvez para atribuir excelência no meu trabalho. Sim porque eu era boa, mas não era excelente. Não daquelas q se antecipa, q vai além. Eu era boa e só.
Infelizmente eu não fui inteligente o suficiente. Não estava na vibe, estava com minha auto-estima destruída e foi assim que fui parar nas mãos dele. Aos pedaços! Hoje eu sei que perdi uma ótima oportunidade de me tornar melhor ainda, mas naquela época estava ansiosa, não tinha essa maturidade e as coisas se perderam.

Mesmo debaixo de toda essa tempestade, o Sr. Cabeça de Bolinha veio né? E com as complicações pré-parto, fiquei afastada por uns 9 meses.
Foi gestando que exercitei paciência pela primeira vez e desse afastamento, mãe de dois, pude ver as coisas sob outra ótica. Foi aí, que Hugo Boss fez aquele bonito trabalho de resgate da minha auto-estima profissional. Então todos os desafetos que em 4 anos eu acabei cultivando (os verdadeiramente importantes, veja bem), consegui reverter pelas mãos dele e pelas minhas próprias.
Pude respirar.

Então com mais 2 anos trabalhando ao lado dele, eu voltei a irradiar alegria. Essa alegria irritante que tanto incomoda as pessoas.
Ele me dava muita moral né? Então eu muito provavelmente mostrava o meu pior. Não que fosse uma pessoa ruim, ou quisesse mandar nos outros. Muito pelo contrário, eu não mandava, só obedecia. É que eu conhecia tanto o jeito dele, as prioridades na cabeça dele, q os meus nãos deviam representar uma afronta para muita gente e eu era amparada por ele, que concordava com as minhas atitudes.
Na verdade, nem era isso. Eu obedecia ordens, mas pras pessoas, parecia que era eu quem as dava.
As pessoas confundem muito quando se está no papel de secretária. E eu, q não sou nada política, q tenho dificuldade de camuflar meus sentimentos... completem a frase vcs.

Depois que Hugo Boss deu àdeus, o que era motivação se foi. A equipe perdeu o controle, tudo se tornou guerra e teve uma época q pareceu que eu era o alvo. Aliás, era.
Foi então q eu fui sufocando, me calando, desaparecendo. Passei dois anos sem alegria, sem voz, sem nada.

Se vc leitor lá do fundo observar, não tem muito como uma pessoa que passa por isso transmitir alegria no blog, a não ser pelos filhos.
Foi outro aprendizado.
Muitas vezes a gente acha q porque têm um emprego, não pode viver sem ele. Eu confiava nisso piamente. No meu ganha-pão.
Mas antes de confiar nessa máxima, a gente tem q se perguntar se existe um relacionamento.
O q é um relacionamento? Acaso não é uma via de mão dupla? Dar e receber? Pois então?! Eu só estava dando.
Dando minha saúde, dando meu tempo, dando meu psicológico e não estava recebendo nada em troca.
Não tinha chance de ter mais conhecimento, não tinha roupas, não tinha saída, não tinha quase nada. Devia, devia e devo ainda. Todo mês.
Tudo que eu queira fazer, infelizmente respinga no meu parceiro.
Eu não posso, essa é a realidade. E quero muito poder, ô se quero!
E conhecendo todo o meu potencial, não poder estava me adoecendo. Descobri isso fazendo análise. A diarréia bimestral foi um sinal. Foi à partir dela que eu comecei a perceber que estava adoecendo por algum motivo que não conseguia entender. Já é sabido que a gente adoece primeiro no espírito para bem depois o corpo dar sinais. E essa estagnação já tinha muito tempo pra mim, apesar de vir camuflada por certas mudanças. O choro constante a cada saída de alguém legal do departamento foi outro indício. O abalo pelas mínimas coisas...

Foi então que comecei a questionar o porquê tinha q viver assim. Será q Deus ainda quer q eu aprenda alguma coisa?
Aprendi paciência, aprendi humildade, aprendi a ouvir mais do q falar... o q mais faltava? Resignação? Essa é a maior lição não é mesmo? E eu confesso q até agora nada!
Essa pra mim é a mais difícil. Talvez até eu tenha estado resignada por um tempo, mas SER resignada mesmo não sou.
Eu sou mais daquelas brasileiras que não desistem nunca, mesmo q isso signifique virar a mesa e quebrar a louça.

Daí q tomei coragem para fazê-lo.
Claro, não trouxe meu bom humor de volta, não totalmente, mas tirou um imenso peso das minhas costas e desde que pude descobrir esses sinais, a diarreia bimestral se foi.
Ainda tem luta pela frente, claro! Deus quando me fez apontou aquele dedão Dele e disse: Essa aí tem q ralar!
Portanto tudo meu é com luta.
Por enquanto eu decidi, porém nada aconteceu. Então eu só vou poder vibrar, comemorar de verdade, quando as coisas acontecerem.
Daí eu conto tudo e dou nome aos bois.
Por enquanto, oração e resignação.

sexta-feira, março 16, 2012

MINHA PRIMEIRA DECISÃO - Parte I

Não sei se é a terapia, não sei se sou eu mesma chegando a alguma conclusão de tanto me analisar, fazeendo um comparativo da minha vida de 20 anos atrás (posso dizer assim) com a de agora... fato é que preciso pegar as rédeas sem medo.
 
Vejo que apesar de ser uma pessoa bastante determinada (quando quero), para certos assuntos sou deveras cagona, indecisa (?).

Uma pergunta simples bate à minha porta desde que me entendo por gente.
O que você quer ser quando crescer?
Não riam.
Não é tão fácil quanto parece. E morro de medo de algum dos meus filhos terem esse mesmo problema. O da dúvida.

Esse problema me atormenta não é de hoje. Digno daquelas pessoas cheias de qualificação, cheia de opções, mas totalmente sem saber pra onde vai! Perdidinha.
 
Dona Engraçada contava que muito antes eu queria ser enfermeira. Duvido. Ela me serviu de espellho em tão tenra infância, que já aos 5 anos tinha esquecido que era isso o que queria.
Aí depois encasquetei que seria professora. Demorei muito a decidir. Porém aos 12 anos plenamente convicta de que seria professora, mãe e vó me desmotivaram.
A mãe principalmente, dizia que se eu continuasse a dizer isso diante da família, que eu a estava envergonhando. Professora ganhava mal demais e a reprovação era de geral. E olha que eu daria uma excelente professora! Seria daquelas que explicam com paciência, até o aluno renitente perguntar 2 vezes a mesma coisa e ganhar um apagador no quengo como resposta. Ah...
 
Passei por cantora, atriz e modelo aos 14 anos. Nada disso veio à baila. Nem de perto!
Cantar, cantava bem. Meus amigos que me conhecem sabem q era verdade. Teve coral, 3 bandas, concurso, bar com voz e violão; botando voz em fita para novos compositores...
A merda foi a mania de querer emprego fixo, repetindo o exemplo dos meus pais. Sempre eles. Isso realmente boicotou meus dons artísticos!
 
E modelo... bem... não tive apoio, nem altura, nem cabelo. 
Só magreza. Não dava né?

Mas atriz, fiz alguns sacrifícios. 1 ano de Comedia Dell'Arte, vendendo rifa, aprendendo, me apresentando e nada. Naufraguei no nervosismo e no tom da pele do casting selecionado. Pena.
 
Aí entrei em crise aos 26 anos.
Morando sozinha, ganhando mal, sendo tratada como mero número, com um pé na dívida, sem condições de bancar aquele sonho todo.
Queria sair do país, queria trocar de homem, de casa, de responsabilidades... me sentia sufocada e doente.
E de fato, adoeci. Aprendi a comer, porque nem isso eu conseguia fazer direito.
Depressão.
 
Então tudo o que eu tinha para decidir, a vida foi seguindo o seu curso e decidindo por mim. Era tempo de me curar. A faculdade foi ficando, porque comprar um apartamento era muito melhor aos 28 anos.
E a pergunta também deixou de ser respondida naquele tempo. Ainda não sabia o que queria ser quando crescesse.

Não houve crise dos 30, claro que não. Eu estava ocupada demais sendo mãe.
Só que a vida sempre volta pros pontos mal resolvidos. Aliás, a gente vem aqui pra resolver. Se não resolve, mais cedo ou mais tarde é chamado à responsabilidade! E de novo isso está acontecendo.
Eu estou naquela velha encruzilhada amiga minha. Mais uma vez estava inclinada a escolher o que queriam que eu fizesse, ao invés do meu dom, da minha paixão.

Ah não contei?
Pois é... no meio do caminho, mais precisamente eu me recordei de qual era a coisa que eu mais sabia, mais fazia, mais inventava quando pequena. Adivinha?
Era escrever. Siiim, eu escrevia e ficava horas fazendo isso. Novelas, peças de teatro, poesias, pensamentos... as palavras saíam no xixi e eu pude ir aprimorando.

Com o advento do blog, eu finalmente encontrei o meu clube e isso me ajudou a decidir. Só que a vida sempre me botou na encruza da paixão versus razão. Eu nunca, jamais em tempo algum tive a coragem de pegar as rédeas do meu sonho.
Era sempre privilegiando fazer o que a vida me empurrava pra fazer e não aprender a lidar com meu sonho. A Comunicação.
 
Pense estratégico, se forme rápido, faça o que tem haver com o seu trabalho! - Ela berrava.

Não é nada disso. A Xuxa já dizia! Os sonhos são possíveis... lua de cristal, que me faz sonhar, traga meu amado em 7 dias e blá-blá-blá!

É isso. A gente vem aqui pra ser feliz, mesmo que essa felicidade dure só 3 horas, mas é nossa obrigação reconhecê-la e vivê-la em sua plenitude. Simples assim. E a simplicidade deprime não é? Quando se sabe q a felicidade está logo ali, o quão simples ela é, muitas vezes a gente fica complicando o bagulho, colocando uma série de e ses? na frente.

E se? nada. Vai e faz!
Bem, eu cansei de e ses?! Cansei mesmo com todas as minhas forças.
Acabei de romper com aquilo que não me faz bem. Defini o que não quero mais. Vomitei metade porque a outra metade, vomitarei daqui há 1 mês aproximadamente.
Mas fato é, expelindo aquilo que não me faz bem, deixando de me sujeitar àquilo que me envenena, o bom virá.
E não me venha com lamentações estéreis sabe? Isso não cola mais.

Eu sou uma mulher que rala desde a mais tenra idade, carreguei e tentei consertar o casamento falido dos meus pais nas costas; saí pra batalha aos 18 porque não me deixaram antes; construí uma numerosa família quando achava q ainda não estava pronta e agora, vou romper com tudo para ir em busca de myself.
É simples. Mas claro, poderia ter pego vários atalhos, só que eu sou lentinha. Preciso entender, aprender, vivenciar, respirar aquilo que aprendo. Senão não vale de nada.

E está decidido.
Ponto.

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