Cadê meu sangue??
Eu perguntei.
Desde que parí, a cena se repete do mesmo jeito.
A maternidade parece q veio p/ limpar todas as impurezas do meu organismo. Até aquelas que eu jurava que não estavam lá.
Mas Sr. Pacotinho, foi o grande responsável pela verdadeira limpeza.
Ele limpou coisas feias do meu coração...
Ele impediu que eu fizesse escolhas erradas...
Ele cuidou do meu interior e me fez enxergar o amor aonde eu nem sabia que existia...
... e desde então, nada de cólicas como as que eu tinha desde os doze anos, onde eu me contorcia de dor na cama.
Isso nunca mais!
Dá aquela colica em q dói e só de deitar de bruços já dá uma sensação de alívio, sem contorcionismos.
Tem aquela sangüera que desce todo mês, abundante, que me faz desinchar como um balão de gás c/ furinho minúsculo, mas e esse mês??
Esse mês eu estava aguardando meio que ansiosamente por esse sangue.
Desde o grande salto em direção ao abismo que há dentro de mim (de qualquer pessoa, né?!), eu vinha esperando por esse momento renovador.
Nesse período, antes de acontecer, a gente incha q nem balão (pelo menos eu, né?!), sente raiva do mundo, sente pena do mundo, sente nojo de homem, sente tesão demais em homem, não quer ser tocada, quer ser loucamente amada, sente raiva porque um pedacinho de papel está no chão, não quer nem saber de papo c/ a vassoura... Nesse período que antecede a sangüera, a gente sente falta das amigas, sente falta de mais falar do que fazer, a gente fica se buscando, mesmo sem querer se encontrar...
Então imagina que loucura!
Eu não inchei.
Eu estava estranhamente calma e com um corpão... em muito tempo um corpão...
Eu continuava sem querer ser tocada e tinha horas durante o expediente, que eu ansiava por sexo desesperadamente e quando chegava em casa, sonhava q Engraçadão estaria à porta pelado me esperando.
Sonhava q teriam velas no apartamento e incenso c/ cheiro de lavanda misturado c/ alfazema e que ele me daria aquela famosa voadora, me pegaria c/ candura e me penetraria c/ propriedade.
Mas aí... eu chegava em casa e aquele carinha c/ menos de 1,50m vinha me receber de braços abertos e a leoa ia dormir c/ ele.
Ele me fazia carinho e cosquinha. E quando meu grande herói machudo adentrava o recinto, nós dois (eu e o outro) já estávamos dormindo.
A semana q passou foi repleta dessas cenas e nada de sangue descer.
Nada do corpo e dos olhos incharem, a não ser por algumas lágrimas.
Então na sexta-feira, algo borrifou.
No sábado também... o início do fim da espera e no domingo nada, absolutamente nada acontecia... só a cólica.
Houveram brigas, gritaria, chororô... o domingo foi assim.
Longos papos e discordância em quase tudo, mas a certeza do amor.
A única certeza que me move.
Amor pela minha vida, amor pelo meu filho e amor pelo meu marido.
Tive a certeza que os amo e que não quero me separar de ninguém. Mesmo sendo diferente.
É... achava que fôssemos iguais, achava que me conhecia, mas neste fim de semana de espera, descobri que nem me conheço.
Descobri que me perdi de mim, numa esquina qualquer de Piedade lá em 1991. Em Janeiro mais precisamente.
E a dúvida. Não sei se quero encontrar c/ quem eu fui.
E pior! Se me encontrar, será q volto a ser quem era ou sigo c/ este novo eu.
O q irá me acontecer? Lá, laiá, laiá, laiá, laiá, laiá, laiá.
Talvez Marisa Monte e o Universo ao seu redor saiba.
O domingo acabou tranqüilo.
Fui visitar a Sapinha em seu habitat natural, cantamos, conversamos na internet... nada sério.
Pacotinho cantando Faint nos mínimos detalhes.
E dormida revigorante depois do almoço...
Houveram duas coisas engraçadas nesses contatos c/ meu filho.
Ele é um homem neste corpo de criança e um grande sábio do alto de seus 3 anos.
A seguir, vou colocar umas coisas q ele me disse:
EU - O que vc mais gosta na Carol (Carol tem 5 anos e estão juntos há mais de 1 ano)?
PACOTINHO - Q ela é minha namorada!
EU - Vc gosta de ter só uma namorada?
PACOTINHO - Não, eu queria ter duas.
EU - Duas?? E quem seria?
PACOTINHO - Duas Caróis. (Juro q ele falou no plural assim mesmo como está escrito!!)
De noite na cama eu fico pensanduuuuuuuu...
PACOTINHO - ...Mãe, eu queria dizer obrigado pro Papai do Céu, mas eu não sei. Me ajuda??
EU - Claro! É muito simples. É só vc dizer o que vc gostou de fazer ou o q aconteceu e agradecer. O que vc quer agradecer?
PACOTINHO - Eu quero dizer muito obrigado pelo meu papá (comida)...
...Eu quero dizer obrigado Papai do Céu porque hoje não teve creche...
EU - Hummmm... quê mais?
PACOTINHO - ... que a gente foi na casa da Flávia...
... que a gente fez chamego...
...que a gente cantou Linkin Park e que o meu pai vai chegar...
...e que meu coração tá batendo.
E nesta segunda feira... bem, o sangue finalmente desceu!
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