Eu bem que poderia postar no Busão hoje, mas quem disse que eu estou
disposta?
Isto aconteceu ontem e como aqui no tronco minha manhã me pegou pelo pé, só hoje estou tendo tempo de contar.
Sabe aquele dia em que tudo se encaixa?
Você acorda logo depois que o celular desperta, o que no meu caso pode ser considerado uma raridade!
Deixa tudo pronto de véspera para que seu marido leve com tranquilidade os filhos na escola, pois buscar será tarefa sua.
Sim! Hoje você vai sair no horário do trabalho e melhor: Sairá cedo.
Sim, tem um sol no horizonte. E ele brilha. E enquanto o vento bate nos seus cabelos, você sente o cheiro do seu próprio Armani perfumando o caminho por onde passa. Você é capaz de já sentir os olhares.
No caminho enquanto espera o ônibus que te levará ao metrô, escolhe as músicas que ouvirá naquele seu aparelho de mp3 recém-ganhado no concurso ambiental da empresa.
Eu escolhi o álbum The E.N.D do Black Eyed Peas porque o aparelho tem um som muito potente e mais alto que o meu celular. Então eu já queria sair de casa bombando mesmo. Dançando pela rua e cantando as letras de olhos fechados, como se estivesse no meio da pista de dança.
Isso me prepara e me desperta para o dia que está por vir. Sei lá... é como se atraísse boas energias.
Acontece que nem tudo é perfeito e vc vai pegar o Metrô Rio. Preciso falar mais alguma coisa?
Siiiim, preciso. Ne-ces-si-to!
Já descendo as escadas na estação Saens Peña - estação terminal, o desembarque é OBRIGATÓRIO! - vi que o trem que deixava o terminal saía vazio e a estação apinhada de gente.
Ok, Ok, nada será capaz de desfazer essa batida dos meus ouvidos e tirar meu bom humor! - I Wanna, I wanna rock right now! I Wanna, I wanna rock right now! I Wanna, I wanna rock riiiight noooooow! -
Chegou outro trem logo depois e aquele mar de gente tentou entrar no que já estava praticamente cheio.
Hallooouuu? O desembarque não é obrigatório? Obrigatório meu cu! Isso sim.
Mas como eu disse antes: I Wanna, I wanna rock right now...!
Estava adiantada, então não tinha necessidade de correr esbaforida atrás do carro cheio. Eu poderia tranquilamente esperar por outro. Só que nas marcas de parada do trem que ficam no chão, já tinham várias cabeças reunidas esperando pelo próximo. Liguei o foda-se e fui lá pra baixo e estacionei em uma que não tinha mais de 4 cabeças. Tudo bem q ao saltar na Glória, eu
andaria mais um pouco, no entanto, andar faz um puuta bem! I Wanna, I wanna rock right now!
Chegou o segundo carro e adivinha? Cheio outra vez.
Aquela cambada de gente ignorante que habita a linha dois, ainda sisma em voltar até a "estação terminal o desembarque é obrigatório, PORRA!" só para poder ir sentado até sua senzala diária.
Eu estava tranquilíssima, não me abalei e me preparara psicológicamente para ir em pé.
Escolhi um cantinho perto da porta, fechei meus zóinho e fui cantarolando as músicas e por que não, me sacudindo também ao som da batida.
Apesar de hoje em dia, quase 100% dos usuários de Metrô portarem um fone de ouvido, ainda vejo olhares curiosos na minha direção quando eu canto (sem fazer som) e bato cabeça, ou ainda quando bato o pézinho no chão, ou ainda o dedo no ferro de segurar, acompanhando a música.
Não entendo as pessoas que conseguem ficar imóveis ouvindo música. Eu não consigo ficar indiferente ao som. Nunca. Só quando estou lendo, mesmo assim às vezes dou uma paradinha na leitura para cantar o refrão, quando a música é muuito maneira!
Estava indo bem até a entrada do povão do Estácio.
Parecia o estouro da boiada desenfreada. É um enfrentamento quando abrem as duas portas juntas! Aquele bandibúfalo lutando pra ver quem vai cobrir a fêmea primeiro. É o q parece.
Soa até ridículo eu continuar cantando de zóinho fechado batendo cabeça né?
Se eu estivesse sentada assistindo à cena, certamente estaria me achando uma lunática metida a besta.
Só que entrar naquela energia, ficar séria reclamando do q está a minha volta também não resolve o problema e pior: É a visão do inferno! Então o q q eu fiz? Continuei exatamente onde estava, de zóinho fechado, um pouco mais contida claro, só cantarolando e batendo o pézinho discretamente.
ESTÁ NO INFERNO - METE A PORRADA NO CAPETA!
Aí chegamos ao segundo tempo deste post infeliz.
Abre a porta na Central.
Ali, o povo que vem de trem de tudo q é canto do Rio (canto, canto mesmo - menos da Zona Sul, claro!) é de uma pontualidade britânica. Eles vêem q o vagão está cheio, q não cabe mais uma viva alma, e teimam em desafiar a lei da física que já definiu muito antes de eu nascer, q é impossível dois corpos ocuparem o mesmo lugar no espaço. Quem foi o féla q disse isso?
Tudo para chegar pontualmente no trabalho!
E é nessa hora, q o povo do Estácio decide ser generoso e altruísta, tentando ceder espaço aonde não há! Cambada de imbecis.
Porra. Como vc vai educar todo um povo ignorante? Como vc faz pra mostrar pro outro q não cabe mais ninguém? Hein, hein, hein?
NÃO DEIXANDO O POVO ENTRAR ORAS!
Só q não. É muito mais fácil emprensar a minha perna até quebrá-la para o outro entrar, do que tentar impedir a outra mandada de búfalos!
Eu deixei a educação, generosidade, humildade (por que não?) de lado, gentileza então foi pro caralho! E simplesmente comecei a fazer força contra. Deixei um espaço ao lado do banco onde estava e empurrei com o quadril e a perna e a bolsa o povo que fazia força contrária. Lembrei
novamente das aulas de física, naquele ítem tração recordam?! Pois então!
Alguém tem q fazer o trabalho escroto e eu sou muito boa nisso, modéstia a parte!
Esse povo é burro demais. Coitado dos burros.
Pior ou não, eu continuava a cantar, no meio do vagão feminino que virou casa de tolerância. Uma sarrando a outra. Bandimuléfeia se esfregando em mim.
Nessa hora o DO estaria berrando SÃO VITO! SÃO VITO! SÃO VITO!
Mas eu não berro, eu twitto.
Se vcs meus 5's queridos leitores olharem prá barra à sua direita chamada TWITTADAS verá o q eu disse no meio do sarro!
Primeiro: Metrô Rio meu cu!
Uma menina com o pescoço trepado no meu braço, espichou os olhos pra ver o q eu escrevia e com cara de Aaah! Esse q é o Twitter!! Vamos ver pra quê serve!
A outra parada na minha frente vinda diretamente da Central do Brasil, me aparece com um creme de cabelo fedorento, não reconhecido pelo meu sensível nariz canino.
Aquilo não era Biorene, aquilo não era Wella, não era Kolene, quiçá L'Óreal!!
Eu não estou insinuando que as moças devem obrigatóriamente usar um creme chique nos cabelos - longe de mim! - mas aqueles q tem cheiro de cu, ou de peido, não deveriam ser vendidos, muito menos adquiridos.
Ah vc é pobre e fodida? Isso não é desculpa, querida.
Eu é que não sou obrigada a reconhecer que a sua cabeça fede a merda antes das 9h da manhã! Depois reclama q homem tá difícil no mercado!
Francamente...
Outra twittada indignada, xingando Sérgio Cabral e aquela corja de demagogos q são capazes de falar q o Metrô Rio tem lá suas deficiências, mas q estão trabalhando por melhoras.
Vão todos tomar no olho do CU e por trás mesmo!
Esses filhos da puta não andam de metrô todo dia.
Esses filhos da puta não são emprensados, nem sarrados diariamente e quando tem problema então, quase rola metástase de mim. Deles não!
Eu admito que estão sendo feitas benfeitorias, mas não vai lá na TV, na Rede Brasil como fizeram, querer minimizar um problema diante de toda uma população, que quem vê, acha q os lunáticos somos nós.
Eles deviam dar o exemplo!
Deviam pegar transporte público. Deviam sentir o cheiro da massa.
E eu te digo: A MASSA FEDE.
Fede a bafão, cecê e a creme de cabelo cabelo vagabundo.
A massa, tem cheiro de truculência e ignorância.
Infelizmente!
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