Eu me lembro que num desses feriados, fomos ao Jardim Botânico.
E esse lugar, me traz tantas recordações...
Eu lembro que com uns 5 ou 6 anos de idade, era acordada numa manhã fria de sábado ou domingo, onde o hipotireodismo já presente, me fazia acreditar que o frio vinha de fora.
E era despertada ainda sonolenta, sem saber p/ onde ia. Ia p/ o Jardim Botânico!
E lá, era a perfeita visão do paraíso, assim que passava por baixo daquela abóboda.
Saía correndo como se tivessem acabado de abrir a porteira do curral.
Era igual a uma cabrita pulando, correndo, dando pinote... e me cansando. Achando aquele calor insuportável, procurando incessantemente pelos bebedouros esculpidos em ferro fundido... e saboreava, me molhava toda e só queria saber de parquinho.
Tinha uma coisa sim, que me deixava estática.
Ver o ofício do meu pai. Ele parado durante muitos minutos, que para mim eram intermináveis, fitando aquela coisa na água.
Era a vitória-régia.
Ele na certa procurava pelo melhor ângulo e tentava aplicar à prática, o que aprendera na teoria.
Eu era muito pequetucha. Não compreendia porque tanta demora!
O tempo passou e eu fui parar lá de novo, dessa vez levando meu filho pela mão.
Ele se comportou totalmente diferente apesar dos seus 3 anos.
Parece um lorde se comparado comigo c/ o dobro da idade.
Foi no seu velotrol, realizando sem querer um desejo meu que a falta de carro e de dinheiro tornaram inviável.
Pedalou sem pressa por todo o Jardim, olhando cada planta, cada árvore, vendo o céu de feriado c/ tanta admiração...
O Cristo de costas c/ os braços abertos... tudo era lindo.
Achamos uma árvore albina...
Pontes...
Palmeiras...
Garças...
Achamos o parquinho...
Cheiro de verde...
Por fim, me deparei c/ elas.
Curioso como havia esquecido.
Não senti a menor falta, mas quando as vi, meu coração bateu mais apressado q o normal. E elas surgiram exatamente do nada. Não chamei por elas na minha mente, não as invoquei, não lembrava que elas estariam ali e no entando, as vi.
E meu coração se despediu daqueles momentos de infância.
Uma felicidade indescritível inundou meu ser. Fiquei muito grata por estar vivia e com os 33 anos bem realizados. Não me arrependo de nada. Sou simplesmente grata.
Duas estavam abertas, o que eu considero difícil e acho q consegui reproduzir, uma das fotos q foi vencedora de um concurso de fotografia, ganho pelo Sr. Engraçado. Talvez em 1976, sem câmera digital.
Tenho certeza q Papai do Céu me deu de presente aquela cena...
A Vitória-Régia
quarta-feira, junho 28, 2006
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