Ainda de cabelo amorfo (c/ fim de alisamento), aprontei uma super engraçada na escola municipal em q estudei uma temporada.
Sempre fui uma criança inventiva, criativa e ao longo dos anos, de anjo c/ auréola e tudo, fui me transformando num capeta (fora de casa, lógico).
Acho q como o casamento dos meus pais já tinha afundado a olhos vistos, passei a extravasar minha revolta junto dos amigos da escola e na rua também.
Minha irmã tinha acabado de nascer e eu não andava c/ muita paciência p/ cuidar do cabelo, por isso resolvi cortar.
Numa aula de história da vida, cuja professora era daquelas lindas de se ver, mas um saco de acompanhar, eu tive a brilhante idéia de contar às amigas q tinha uma irmã gêmea.
A Rede Bobo me perdeu mesmo!
As meninas, óbvio não acreditaram, mais ainda, por além de eu nunca ter falado na tal irmã, pelo fato de ela não estudar conosco.
Eu saí c/ a brilhante tirada de q nós não nos dávamos muito e q eu a considerava uma mosca morta. Além do mais, ela estudava em outra escola, porque meus pais acreditavam q a gente junto, não tínhamos um bom rendimento escolar.
As meninas não acreditaram, mas eu insisti na idéia. Disse q tentaria convencê-la de ir no meu lugar e q tínhamos até uma foto juntas p/ provar.
Mal sabiam elas, q meu pai fotógrafo, quando eu tinha meses, fez uma foto me duplicando, porém em posições diferentes. Os bracinhos, não apareciam colados nem transpostos, de maneira q pareciam de fato dois bebês.
Claro, isso não é o suficiente p/ fazer c/ q elas acreditassem, mas do jeito q eu era uma peste, passei o dia dando de ombros e dizendo Tudo bem! Não querem acreditar, não acreditem!.
Sabe como é a curiosidade humana, né?! No final do dia, elas já estavam me perguntando como a reconheceriam.
Tacada de mestre.
Eu disse q além de ela ser muito mais contida q eu, tinha cabelo liso. Eu era uma espoleta!
As meninas não faltariam a aula no dia seguinte nem por morte na família!!
Cheguei em casa, fiz aquela massagem no cabelo, uma touca umas quatro vezes p/ o cabelo ficar bem escorrido (não tínhamos secador!) e no dia seguinte lá fui eu.
Cheguei no colégio c/ a foto debaixo do braço, andando pelos cantos quieta e c/ olhar baixo. Quando a professora fez a chamada e disse meu nome, só respondi após ser cutucada pela amiga. Hilário. Segurando a onda legal, como uma perfeita candidata ao Óscar. Uma das amigas só me chamava pelo nome verdadeiro. Não caiu de jeito nenhum, mas a outra acreditou tanto, q no dia seguinte quando voltei ao normal e ela soube da verdade, não sei por quê, ao invés de admirar meu talento e me dar os parabéns pela brilhante atuação, parou de falar comigo. Mesmo após os 1.245 pedidos de desculpa.
O tempo fez curar aquela raiva.
Depois desse episódio, cortei joãozinho.
O cabelo ainda c/ resto de alisamento, só ficava bonito mesmo de escova ou de touca e eu era criança, não era escrava da beleza!
O tempo foi passando e o cabelo crescendo. Pros lados, lógico!
Algum ser iluminado teve uma brilhante idéia, automáticamente adotada pela minha pessoa.
Ela seria conhecida como a neta da escova progressiva!
Chamava-se Touca de gesso.
Não alisava, mas dava um aspecto mais sossegado ao cabelo.
Era 1987 e a moda punk-sertanejo invadia o Rio de Janeiro.
Quem não lembra dos moicanos, ou dos cabelos longos cortados c/ franja arrepiada?
Chitãosinho e Xororó só se livraram da moda, há pouco tempo.
Tá bom, eu sei! É q no interior as coisas chegam a milênios depois...
Eu não era diferente, queria ter cabelo arrepiado.
Haaaaallooooouuuuu!!! E desde quando crioulo tem cabelo arrepiado???
Mas c/ a touca de gesso, enquanto molhado, ficava ligeiramente.
Putz! A moda também nunca pensava em mim...
Fiz umas 425 toucas de gesso, o q contribuiu p/ o crescimento rápido do cabelo. Ficava ondulado ao invés de cacheado-cheio. Aquele efeito samambaia, sabe, pelo menos desaparecia?!
Continua...
E e meu ideal de cabelo perfeito. Snif!
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