Mesmo moribunda e me sentindo um cadáver que anda e fala, estou tentando abrir caminhos na base do pensamento positivo e na minha fé, que eu julgava fraca, mas que anda movendo montanhas.
A bicha pheena que há em mim, todos os dias sai um pouquinho. Ela vai às compras no Saara, ela inova nas unhas, mexe no cabelo e vai dando um passinho de formiguinha por vez, que é pra não quebrar a banca. E pra Engraçadão não quebrar meus dentes, claro.
Na próxima quinta, dia 21, volto ao trabalho. Voou né? Voou.
Adoro a sensação de poder olhar pra trás e ver que o tempo já passou. Até porquê, por algum motivo, Deus me pôs deitada duas vezes gestando, só pra eu ver o tempo passar e exercitar paciência. Então quando sinto a autonomia voltando pras minhas mãos, fico feliz.
Posso até ter reclamado por aqui, q é minha válvula de escape, mas na vida real, vou vivendo um dia de cada vez e procuro não me lamentar tanto, porque não resolve, desgasta e perturba quem está em volta.
Estou tentando respeitar esse tempo de mudanças, a velha nova fase do estar de volta ao trabalho e me conectar mais com a minha feminilidade. Mas tá foda. Olhar pro espelho e me ver maior q o normal é chato pracaralho! Além do quê, não me estimula sexualmente. Eu tenho q estar com tesão por mim, pra me sentir segura a sentir tesão pelos outros.
Mesmo depois de 16 anos de união?
Mesmo depois de 16 anos de união.
Então cortei o cabelo, hoje vou às mechas, mais tarde, às unhas com um certo tom noir, a carteira, que ganhei de uma colega de trabalho (q hoje desconfio se foi um gesto de carinho ou gesto de vingança), também troquei. A velha foi direto e reto pro lixo, porque né...?! Porque acredito na força dos pequenos gestos. São eles que movem o mundo.
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Abstraiam o Vale Transporte |
Voltar pro mesmo lugar, depois de 6 anos, é algo que está me deixando pensativa. Qual é a mensagem subliminar? O que ainda tenho q fazer lá? Meu chefe megafoda saiu. Era o cara que me motivava estar na mesma função depois de tanto tempo. Ele era meio q a minha porção masculina: Sacana, descolado, brincalhão, comunicativo... ele era amigo e fez tanto por mim, q uma outra parte de mim morreu com a saída dele. Mas como a boa fênix q sou, passei a fase de licença maternidade juntando minhas cinzas e me reinventando.
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By Elite Fashion Models |
Meu livro não virou best seller e pouco vendeu no clube dos autores, mas outro dia recebi um convite super especial da Editora Litteris me convidando pra fazer parte de seu casting e figurar na bienal do livro de 2011. Caaalma gente! Não soltem fogos ainda! Aquela velha uno está precisando de um novo dono e esse já é o projeto pra 2011 (lembrem-se q Pacotinho está com duas cadeirinhas nas costelas!). Além disso, precisamos sustentar a família q aumentou, então eu pedi um tempo pra eles e vou tentar me dedicar ao meu sonho em 2012. Sim, quando o mundo acabar. Notem, q todos terão um exemplar meu embaixo do braço dentro dos caixões. Fuén!
Com as crianças, resolvemos arriscar. Aliás, 2011 será o ano do foda-se! Colocamos os 2 meninos na mesma escola, cujo integral é mais salgadito, mas eles precisam de um lugar onde sejam felizes, possam praticar esportes, explorar seus potenciais, sem q nós, os pais tenhamos que vender o corpo nos pontos de prostituição da cidade. Finalmente farão natação, futebol, judo, capoeira e o caralho A4 sem q paguemos mais por isso. Estou muito feliz e talvez fique muuito dura também, mas não estou pensando nisso agora e tenho fé na prosperidade!
Dona Miúda está firme e forte na escolinha lá do Borel. Aliás, estou apaixonada pelo desafio que é dirigir lá em cima. Qualquer dia tomo coragem e fotografo pra mostrar. São pessoas subindo e descendo da rua principal, andando no meio da rua, caminhões de obras estacionando, motos passando transportando pessoas, kombis fazendo o mesmo, o caminhão de lixo... mas mesmo assim, existe uma ordem nesse caos todo.
A rua é estreita e pro outro subir, vc tem q encostar. A nossa ratoeira coitada, agora tem q dar ré na ladeira. Vcs não fazem idéia do q é dar ré na ladeira. Eu sempre deixo a traseira do carro torta, então essa parte é doída. Mas sempre tem algum morador pronto pra ajudar e até empurrar quando o carro morre.
Enquanto aqui no asfalto as pessoas ignoram o outro, lá em cima, todos se ajudam. Isso é um agente transformador, pra quem busca crescer como indivíduo.
Outro dia, uma senhorinha que mora em frente à escolinha, deu uma presilha de cabelo, creio q feito por ela mesma, assim do nada pra Dona Miúda. Infelizmente, ela ainda não tem cabelo pra usar, mas quando tiver, farei questão de exibir.
E assim eu vou levando. Cheia de esperança, cheia de fé e certa de que o milagre já começou!
Bj na bunda.