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segunda-feira, agosto 22, 2011

E LÁ SE VAI UMA LENDA

E mais uma vez eu estive no Empório de Ipanema.
Fomos eu, Engraçadão e Dani Antunes chaveirinho. É bem verdade que eu tinha convidado um grupo legal, mas final do mês e assim, em cima da hora, todo mundo furou e só chaveirinho foi, porque conhece a casa e é capaz de quase tudo para estar lá novamente. Inclusive se endividar!

O Empório é uma das poucas casas rock 'n roll que ainda persistem nesse Rio de Janeiro de meu Deus! Se vc quer começar a sua night lá, eu não te aconselho muito. Ali é bom pra emendar a night. Porque aí sim, vc chega numa vibe legal, já chega dançando e acaba agitando por tabela o que está ao redor. Chegar no Empório careta não é bom negócio. Corre o risco de vc achar tudo muito cheio, ou muito vazio, muito barulhento ou muito estranho.

Quando se chega lá embalado por uma pré-night, fica tudo lindo, fica tudo rock 'n roll.
O espírito é esse. Ou fica sendo!

Eu frequento aquilo lá há mais de 10 anos. Volta e meia esbarrava no Dom Vicente, o dono. O falecido dono. E é estranho saber disso, ter sido avisada sobre a morte do Vicente sem ter me dado conta disso sozinha. Não houve uma única vez que eu tenha ido lá, que ele não tivesse. Não trocamos palavra, sabe? Mas é como se nos conhecêssemos uma vida inteira só de olhar.

O Vicente era o típico esquisito. Já coroa, cabeludo, barbudão, sempre de preto e quase sempre mal-humorado. Claro! Aquilo lá era a casa dele q ele gentilmente aumentava o som e deixava o povo entrar. Por ser em Ipanema, dá muito gringo, gente descolada, gente bonita, gente velha, gente nova, gente maravilhosa, gente do teatro, músicos, gente como eu ou vc. O som é alto, o lugar apertado, o banheiro entulhado de papel higiênico, mas a magia do lugar, é justamente as pessoas.


Lembro que todas as garçonetes eram tatuadas e que eram tão "metidas" quanto o Vicente e sua trancinha num rabo de cavalo ou vice-versa. Vez ou outra se extraía um sorriso ou olhar de cumplicidade, mas no final da noite, o que menos se notava era qualquer um deles, só a música fazia sentido e o beijo na boca do meu namorado (Engraçadão).

Estive lá entre maio e junho desse ano, num pós-night com a galera do trabalho. Fomos a um barzinho que tocava MPB pra dançar em Botafogo e eu já não aguentava mais MPB. Todos muito bêbados, menos eu, minha chefe e chaveirinho. Então alguém gritou "Partiu Empório!". E eu me recordo que um estado de euforia tomou conta de mim. Notei que o Vicente não estava lá, mas nem dei importância. Já cheguei no clima, dançando, batendo cabeça, tomando tequila, sendo absurdamente feliz lá dentro. Como se todos tivessem o sorriso brilhante, como se todos brilhassem e como se todos fossem lindos. Gente, eu tava sóbria. Dancei até quase 5h e entrei num taxi depois que um rapaz resolveu largar a matadora Dani Antunes (pois é, eu fiquei de vela!).

E agora, as garçonetes não têm o mesmo charme. Elas sabem sorrir para qualquer um. A bebida é muito cara, ou será que sempre foi? Eles não aceitam crédito e mais vale comprar cerveja na kombi discretamente estacionada perto da esquina.

Eu não sei se o Empório vai sobreviver muito tempo sem o Vicente. Não sei se o povo bonito e a boa música serão suficientes para manter o bar. Eu não sei quem são aquelas pessoas que estão governando o Empório. Fato é, que se morrer, Deus permita que alguém tenha uma ideia tão lúcida e parecida quanto a q o gênio Dom Vicente teve um dia.

7 comentários:

Danilo B. disse...

No estilo desse Empório tem uma balada aqui em Sampa, na Vila Madalena, chamada Matrix. Era o tipo de lugar escuro, com paredes vermelhas, gente estranha, gays e héteros tudo junto e misturado, quadros e posteres e retrô... enfim, bem parecido com o que esse Empório na minha mente. E claro, assim como vc, não tinha graça pra gente ir sem fazer um "esquenta" antes. Era o ritual parar num bar ali perto, encher a cara de cerveja e sodkas (soda com vokda) e entrar no Matrix bebasso!

Faz tempo que não vou lá. Já fui muito com a Vanessa, mas depois de um tempo percebi que algumas baladas só tem graça com a galera de solteiros, sem uma esposa te botando rédeas psicológicas. rs

Dani Antunes disse...

"E lá vai ela me chamar de matadora de novo." kkkkkk

O Empório vale catar o cartão de crédito do meu pai, vale estar bêbada, vale estar sóbria, vale beijar um estranho e (nossa! lembrei de tudo, inclusive que o cara era gatinho!) falar pro tal cara das 05am "tu não tá pensando que tu vai me comer hoje não, tá?!" (kkkk), vale até ir pra Marte altas horas, pro caso de eu não ir contigo ou não poder ficar na tua casa por qualquer motivo. =D

O Empório tem sua vibe (perfeita!). Pra mim, emparelha com o Baco. Só que ainda tô em dúvida... Não, tô não! Sou mais o Empório! rsrsrs
São definitivamente os meus dois lugares preferidos no Rio de Janeiro. E olha que eu tenho rodado bastante, tu sabe!

Ouvir boa música, ver gente de todos os tipos, não ouvir funk... Me faz bem (pra caralho), me faz respirar aliviada, porque ainda existe gente como eu no mundo. Gente como eu; leia-se: os que não gostam de funk. Aliás, como nós, né. =)

E sem contar que sair com vocês é sempre muito bom. A gente dança, ri, bebe... É sempre muuuuuito bom, né? Adoro!
E, né, ainda tem o plus de não estar bêbada e acordar rodeada de crianças lindas. Melhor? Impossível.

Só tenho uma ressalva: queria um show da NV no Empório!!!!! Aí, sim, ia beirar a perfeição.
Porque, né, se a gente já dança todas, bebe todas e se empolga todas com aquele DJ "fuleiro" (ok, só na sexta), imagina com o Duda cantando!!! hahahaaha

Todas piriguete morre.
:P

Anônimo disse...

Gataann o Vicente nao era dono. Recebeu proposta de sociedade mas nao quis aceitar. Dizia q gostava de ser livre. Ele era bArman ha mais de 20 anos no emporio. Comecou depois de voltar de Londres, onde morou algum tempo e comecou a trabalhar no emporio desde entao.
Vicente era um fofo, apesar da aparencia de casca grossa. Vou sentir saudades.
Pena nao ter dado nem um abraco nele.
Infelismente o cancer levou mais um.

Triste!

Magui disse...

Tomara que não acabe porque vai dar a sensação de que vc está se acabando? Lembrei-me do fim da locadora que vc frequentava....

Lulu on the sky disse...

Ah é triste qdo a gente simpatiza com o dono do lugar e ele morre, dá uma sensação de vazio. Fiquei curiosa em conhecer o lugar.
Big Beijos

Unknown disse...

Lulu, inacreditável q vc tenha vindo ao Rio e não tenha conhecido o Emporio.Lulu, inacreditável q vc tenha vindo ao Rio e não tenha conhecido o Emporio.

Dani Antunes disse...

Levaremos dona Lulu ao Empório na próxima, então! ;)

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