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quinta-feira, julho 10, 2014

SELEÇÃO BRASILEIRA - ACABOU O MEL


Outra Copa do Mundo, dessa vez dentro de casa, brasileiros tímidos, com medo de admitir que se jogariam de cabeça tão logo a chama das manifestações arrefecesse.

Mais uma vez, nós brasileiros ignoramos a roubalheira do planalto, a falta de hospitais em qualquer dos 26 estados, escolas caindo aos pedaços, transporte público de massa elevado à potência de transporte público de burros de carga, de boiada adormecida; tudo isso é perdoado em tempos de Copa do Mundo afinal, assim como o é no Carnaval. 

É assim mesmo, brasileiro passando fome é festeiro, brasileiro é técnico de futebol desde que mundo é mundo, afinal, na falta de comida na mesa, ainda temos a bola e ela é o símbolo do país, aparecendo inclusive na nossa bandeira. Aqui é assim. Sempre houve o sonho.
 
Não é de hoje, houve o sonho do tetra, arduamente buscado, pintado nos muros, no chão, reverenciado nas bandeirinhas. Até que foi alcançado em 1994, sem a presença da seleção perfeita, do time dos sonhos.

Oito anos depois, mesmo sem acreditar no técnico marrento, gaúcho, de fala ríspida e olhar de desdém, Felipão, levamos o penta. 

Era uma das seleções mais criticadas nos amistosos, cujo técnico xingado e desacreditado, foi responsável por todas as glórias com a taça na mão.

Ainda que cuspindo marimbondos, o brasileiro foi lá, pintou rua, pintou muro, esqueceu governo, miséria, fome e toda a sorte de carência; acordando inclusive de madrugada para assistir aos jogos, já que dessa vez, a festa era na Coreia do Sul e Japão, cujo fuso horário foi inimigo com sua distância de quase doze horas para o Brasil. 

Não há obstáculo para o futebol em terras brasileiras. Futebol nunca foi, nem será o vilão. Aqui se leva amor na chuteira, nos cadarços, nas meias e principalmente na camisa. Amamos muito mais aqueles 11 jogadores que carregam a bola nos pés, do que à própria pátria. 

Brasileiro é crítico. E costuma confundir pátria com política. Fala mal de ambas só pra constar, mas não descruza os braços para resolver.

Dessa forma, diante de um 7x0 perdido para uma seleção técnica, altamente esforçada, que se preparou por seis anos para enfrentar qualquer tipo de time e chegar à final, não damos importância para o fato de que nosso técnico privilegiou nomes do esporte internacional, ao invés de privilegiar a técnica. Como se o nome do novinho que joga lá fora, fosse mais importante que aquela prata da casa que rala e possui a técnica dentro do país. Aliás, em se tratando de Brasil, não se usa a técnica, se usa coração. Somos quase especialistas em coração e emoção.

Dando um desconto, temos lá nossas qualidades. Não adianta pressionar agora o Felipão. Com esse mesmo coração, ele poderia ter trazido o Hexa e nesse momento estaríamos todos enaltecendo seu talento para trazer troféus.

Então é preciso antes de mais nada, que o brasileiro cresça e aprenda a deixar de culpar o outro por suas expectativas ilusórias. Perdemos porque perdemos. O pobre do Felipão pode não ter dado as respostas mais educadas, por certo. Estão enchendo seu saco não é de hoje. Sua própria consciência o está punindo com todos aqueles e ses (?) das consciências que se punem quando algo sai errado.

O que o Brasil tem de aprender é algo muito mais simples, bastante semelhante a uma frase que minha falecida avó dizia e que só agora faz todo sentido:

"Primeiro a obrigação, depois a diversão!"

1 comentários:

DO disse...

Pois é,Engraça,achamos que,mais uma vez, ganharíamos mesmo não fazendo a lição de casa.
Desta vez,a reprovação foi direta. Sem recuperação,rss
Bj

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