É pena que não fotografei, mas ontem lá em casa, rolou um peixe assado.
Nós somos adeptos do forno e fogão.
Adoramos cozinhar e receber! Como a gente não tem grana p/ ficar almoçando/ jantando nos lugares badalados do Rio de Janeiro, a gente transforma a nossa casa nesses lugares.
Ultimamente, convidar os amigos p/ tomar uma cervejinha lá em casa, não vinha funcionando muito.
Como só conheço pinguço, às vezes esses encontros acabam saindo mais caros, então sem querer, a gente descobriu uma maneira de reunir gente querida, sem sair muito da rotina de fim de semana.
Tem comidas e comidas.
Tem a comida que é pesada! Não necessáriamente ela é gostosa, mas é pesada. Aí depois do almoço, vc precisa necessariamente de cama. É o melhor a fazer! Não discuta em casos como este. A menos q queira ficar babando na frente das visitas.
Tem a famosa comida de rabo. Essa, não é de comer, mas quando acontece vc fica c/ a consciência latejando ou o cu piscando. Essa não é gastronômica, não sei porque coloquei na lista.
Tem aquela outra que passa por gostosa, porque a sua fome era maior q tudo. Mas não. Era fome mesmo.
E tem aquela q foi feita c/ tanto amor, que a leseira posterior é inevitável.
Claro que existem outras modalidades, mas não vou esticar tanto assim.
O fato é que ontem, o amor foi um dos principais ingredientes da mesa e como funcionou!! A gente gosta de cozinhar e isso já é meio caminho andado.
Aah! Primeiro teve a saga do brócolis!
A SAGA DO BRÓCOLIS
Eu faço uma salada, que aprendi num restaurante natureba aqui do Rio. Ela leva brócolis, couve, azeitonas pretas, champignon, alho e azeite (eu disse azeite, não confundir c/ aquele óleo sem-vergonha xexelento disfarçado!). Antigamente, quando resolvi testar em casa, usava aquele brócolis normal, depois Engraçadão me chamou atenção p/ o americano. Disperdiça menos e fica mais saboroso. Desde então... encontrar esse brócolis na muda, depois das 11h, é quase um ato heróico!
O dindo do Pacotinho ia lá em casa p/ passar a tarde e a gente resolveu fazer a salada, um peixinho assado, arroz e pirão. Só q a casa estava uma bagunça, daí, enquanto eu preparava a salada, Engraçadão partiu p/ a faxina pesada. Lerê, Lerê mesmo. Cada um prum lado.
Foi quando me dei conta que a couve era imensa diante do brócolis. Engraçadão deu ataque, porque a hora já avançava e eu mal tinha começado (marcamos 14h); já passava das 12h. O peixe já estava no forno, mas a salada q é bem trabalhosa... Eu teimei e fui atrás do brócolis.
Primeiro fui no mercadinho e nada, depois no sacolão e nada, por último num outro mercadinho q eu nunca entro e... bem, não foi surpresa. Voltamos eu e Pacotinho desolados. Ao olhar a quantidade de couve cortada, me convenci de que a salada estaria arruinada mesmo c/ apenas 1 brócolis. Ia ficar feio, ia ficar só o cheiro de brócolis.
Engraçadão ligou o foda-se e mandou eu ir.
ENGRAÇADÃO - Ah foda-se! Vai. Já está quase na hora do Dindo chegar e vc nem começou. Vai ué!
Eu peguei o carro e fui mesmo. Fui direto pro Extra Hipermercado.
Supper-dupper-hiper, mas não tinha o tal do brócolis americano. Em menos de 5 minutos eu tava de volta no carro, já me aproximando da grande dúvida de entrar à direita e voltar prá casa de mãos abanando, ou não desistir jamais e ir até o fim do mundo, dirigir p/ sempre em busca do brócolis americano perdido!
Caralho! Vai gostar de brócolis assim lá na puuulllllta queopa...
E foi assim que passei em frente a um hortifruti pouco notado, antes um pouco da Saens Peña.
Bicho! Eu já estava perto da Saens Peña!!! Deixei o carro no alerta e entrei. Suada, esbaforida, c/ os olhos esbugalhados! Tal e qual uma viciada em meio à crise de abstinência.
Vcs me perguntam: Mas vale o sacrifício??
O segurança da lojinha, mão na arma, olhos em mim: quê q essa doida vai aprontar???
Sentia todos os olhos em mim, quando me aproximei da banquinha de verduras mentalizando o mantra: Aqui tem! Aqui tem! Aqui tem brócolis americana.
E lá estava ele.
Verdinho, graúdo, com tantos tamanhos e formas, q antes de eu beijá-lo, me dei ao luxo de até ter dúvida quanto ao tamanho q levaria!
R$ 1,99 a unidade.
Paguei e saí voada em direção às panelas.
O PIRÃO
Salada na reta final, arroz pronto, peixe assado, o Dindo chega!
Entregamos logo uma cervejinha gelada p/ ele não se ligar na fome. Ele trouxe o sobrinho q por mais longe q fique do meu Pacotinho, quando se encontram é uma farra! Eles se adoram e dificilmente brigam.
Baguncinha na minha cama.
Olha só isso!
Cabia a Engraçadão aprontar o Pirão. Mas tinha um detalhe q fazia toda a diferença: ENGRAÇADÃO NÃO SABIA FAZER PIRÃO E EU MUITO MENOS!
Ele comprou de manhã, uma farinha de rosca, c/ receita atrás de um pirão de carne seca!
Simples: só substituir a carne seca pelo peixe.
Eu lavei minhas mãos. Não ia dar pitaco em algo que também desconhecia. E confio nele. Depois q ele descobriu minha paixão por cozinha, tomou gosto pelas panelas e as receitas dele nunca dão errado. Até mesmo aquelas q são fruto da mais pura larica. (Tipo: sopa c/ batata palha!!!)
Nessa altura, eu já saía do banho, quando na cozinha ele me pede p/ mexer a panela do pirão. Foi feito c/ cabeça de peixe. Nem vi como ele fez, mas bati o olho e vi q tinha farinha demais e a massaroca não estava c/ cor de pirão. Estava bonito, mas não estava c/ cor de pirão!
Aumentei o fogo e fui mexendo. Aos poucos, foi morenando e ficando parecido c/ pirão.
A grande prova, foi na hora do almoço.
Joguei o pirão em cima do arroz branquinho, coloquei a salada e deixei o peixe pro fim.
Manjar dos Deuses!
O pirão ficou simplesmente magnífico!
Inacreditável, estava delicioso.
O problema, é q quanto mais a gente comia, mais lento ia ficando.
Eu não conseguia levantar da mesa. Só as crianças. Mas elas não contam. Aquela duracell no corpo...
Engraçadão colado, Dindo e esposa falando devagar.
Da mesa, pro sofá. Ficamos ali. Engraçadão desceu pro play c/ os moleques e nós três q sobramos, ficamos vendo o fiasco do jogo do Fluminense.
Eu disfarcei e dormi.
O Dindo batendo cabeça e a Paty não sei.
Já a noite, a gente começou a se mexer. O dindo andava q nem um marreco, a Paty levantava da mesa, p/ o sofá, depois pro chão, eu pouco me mexia. E a lembrança do pirão do Engraçadão ficou na memória.
Ele não conseguia acreditar q todo mundo ficou fissurado no pirão. Achou q a gente tava zoando. Mas não tava! Ele fez realmente um pirão divino.
Mas foi difícil acreditar q esse pirão não foi à base de El Porro. Ele jura que não!
Aí já não é meu departamento, mas que só sobrou a lombra...
segunda-feira, outubro 16, 2006
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