Depois de mais de um ano agarrada ao Sr. Cabeça de Bolinha, eis q chega o dia da separação.
Eu não sei não, mas eu acho q tenho algo de italiana, porque... por q raios eu tenho de dramatizar tanto?
Falei muito por alto com as pessoas, sobre a ida dele prá creche, sem querer saber de fazer uma avaliação dos meus sentimentos sobre o assunto.
Com Pacotinho, primeiro filho, tudo foi inesperado. Eu não sabia q ia ficar lá chorando após entregá-lo e as lágrimas me pegaram de surpresa.
Agora, com Cabeça de Bolinha não. Eu já sei o q acontece e é inevitável prá qualquer mãe. É o primeiro corte no cordão umbilical.
E logo agora q ele tanto sorri ao ouvir minha voz; logo agora, q mostra aquela boca banguela ao cruzar meu olhar, no primeiro despertar de bom dia; logo agora, q eu estou vendo as carninhas cheia de dobrinhas e as bochechas gorduchas dele... não é mole não.
A porra do filminho fica passando na cabeça da gente, desde a notícia da gravidez até esse momento de separação, q nem é bem uma separação de imediato, ele vai adaptar ainda na creche, mas só de pensar... vai subindo um nó na garganta e os olhos vão marejando.
Seria eu uma crioula italiana??
O menino vai ali, ficar duas horinhas fora, duas horas essas das quais, 15 minutos serão meus, prá depois eu deixá-lo lá. Só q logo, estaremos juntos novamente. Então, por q é tão difícil?
Existe mesmo esse cordão invisível?
Prá ele nada.
Tenho absoluta certeza de q ficará bem, alegrando a tarde das berçaristas, ganhando muito cheirinho, muito denguinho, muito abraço e carinho.
Prá mim, só o vazio dessa primeira hora, q já se forma hj. Agora.
Esse vazio, essas idéias me vem, porque afinal, sou mulher adulta e é chegada a hora de me confrontar com a minha dor. Adiei o mais q pude, mas agora não dá mais.
É amanhã, depois do almoço q ele vai.
E ambos, re-aprenderemos a viver na lembrança, no coração, com o amor de cada um, porém, cada um sobre suas próprias pernas.
Por favor me amarrem e me encham de porrada, se eu inventar de querer ter mais algum filho, Ok?!
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