Virtualmente, conheço Yvonne Dimanche há uns 10 anos, ou pouco menos que isso. Se for menos, é só um tiquinho menos. Essa carioca teve um blog muito bacana, onde partilhava histórias gostosas de um Rio que eu não conheci, além de histórias de sua infância, sua criação e dos costumes da década de 1960, época essa, que sempre tive curiosidade e muito respeito, já que os movimentos estudantis, o enfrentamento de uma parte da sociedade ao Regime Militar Brasileiro, bem como a postura dos jovens, era de encher de orgulho.
Então, através de seu olhar, eu podia viajar no tempo, como se estivéssemos frente a frente, batendo um bom papo. E Yvonne fazia um puta sucesso como blogueira. Era papo de mais de uns 50 comentários por post. Quando estava fraco, dava uns 20.
Outros tempos? Pode ser que sim. Só que eu tive a sorte de conhecê-la em Guarapari, sua nova cidade, em frente à Praia das Virtudes, com direito a muito papo, crianças, mar calmo e quentinho, abraços, fotos e muuuuita cerveja. Nem conto pra vocês como eu saí de lá e isso é irrelevante agora.
Fato, é que eu tenho a felicidade de recebê-la nesse post e dividir um pouco dessa amiga com vocês, meus queridos leitores.
Com vocês, Yvonne Dimanche, salve, salve!
Minha
filha nasceu em 1985, então no ano de 2000 tivemos uma proliferação de
festas de 15 anos das amiguinhas de escola. Foram algumas maravilhosas,
outras nem tanto. A amiga mais abastada fez uma festa para ninguém botar
defeito (será?). Ela simplesmente comemorou em um dos espaços mais
caros do Rio de Janeiro, com direito à cerimonialista e tudo. Foram
alguns rituais do tipo ela dançar em um palco apagando 15 velas imensas.
A cerimonialista, com voz de Iris Letieri, tinha um discurso super
pomposo do tipo “agora fulana vai beijar o seu padrinho” e lá entrava o
pobre coitado com a cara mais sem graça do mundo. O vídeo então foi de
lascar, ela mergulhando no mar, trepada no galho de uma árvore, com
caras e bocas.
Bom, um monte de cafonices sem fim e na nossa mesa
estávamos eu, meu marido e mais dois casais amigos morrendo de rir. Isso
foi no mês de junho e a minha filhota iria fazer a sua festa em
setembro do mesmo ano.
Como
eu não tinha grana para fazer algo do tipo e muito menos vontade,
pesquisei alguns lugares e optei por festejar a nossa festa no Clube
Federal no Alto Leblon. Pois é, acreditem se quiserem, foi o local mais
em conta naquele ano. Visual lindo, tudo maravilhoso e sem contar que,
como a grande maioria dos convidados eram menores, ficamos com o bufê
mais caro com relação aos petiscos, só que, como a única bebida
alcoólica foi cerveja, ficou uma coisa pela outra, pagamos o menor preço
e de brinde uma garrafa de champanhe para nós pais.
Bom,
agora vão os detalhes pitorescos. Fotógrafo profissional? Nem pensar,
não sobrou dinheiro para tal. Cinegrafista? Muito menos, pelo mesmo
motivo. Os parentes e amigos filmaram e fotografaram. A única coisa
relativamente pomposa foi a mesa de bolo e doces, como também as
diversas flores espalhadas no espaço e nas mesas dos convidados. E a
valsa? Minha filha e meu marido se recusaram a dançar qualquer coisa
composta por Richard Strauss. Maridão despejou antes no chão da sala
vários CDs para que ela optasse qual música que ela queria. Ela ouviu
várias músicas em uns dois ou três dias e optou por Do you wanna dance?
Com Johnny Rivers para dançar com o pai. Eu quase morri de tanta emoção,
exatamente por ter dançado com o meu avô essa mesma música em 1969, por
ocasião dos meus 15 anos. E com o irmão, ela escolheu Great Pretender
com The Platters. Foi lindo ver o meu filhote super tímido e
desengonçado “mandou lembranças” dançar com a irmã, rs.
E
a roupa da filhota foi um vestido preto tubinho comprado em uma loja no
Shopping Tijuca por R$ 19,90 com uma blusa cinza linda mesmo e super
carésima por cima. Ficou lindinha com uma roupa não condizente com o
evento. Enfim, um monte de pequenos detalhes do tipo nada a ver.
Maridão
e eu deixamos os amigos dela a vontade, mas, de longe, víamos as
cervejas. Não dava para controlar adolescentes enchendo a cara, então a
saída era os garçons “se esquecerem” dos meninos, minha filha inclusive.
Agora
vem a segunda melhor parte. Passadas as músicas jovens que praticamente
ninguém deu bola, chegou a vez dos coroas. E tome de músicas da nossa
época. Os pais amigos descalços, bêbados, dançando freneticamente Havaí
5.0 e tantas outras músicas. Os “nenéns” acabaram caindo na gandaia com
os velhotes. Uma delícia. E essa farra foi até não sei que hora.
Terminada a festa, todo mundo se beijando e indo embora.
A melhor
declaração de amor que recebi dessa garotada foi “Obrigado(a) tia”. Essa
foi a primeira melhor parte. A festa não foi pobretona, uma vez que
foi comemorada em um dos espaços VIPs do Rio, mas o clube não era caro,
ao contrário. Não teve ninguém dando o bedelho ou decidindo o que era
melhor para a nossa família e amigos. Em compensação, todos estavam à
vontade, inclusive para serem ridículos.
Resumindo
a ópera, foi saber que, apesar do mundo em que vivemos em que cada um quer
ser melhor do que cada um, a simplicidade sempre fala mais alto. Os
adolescentes amaram porque não tiveram de participar de nenhuma chatice e
muito menos obrigados a colocar roupas pomposas para dançar a valsa.
Enfim, uma festa deliciosa para todo mundo.
6 comentários:
Yvonne, eu me lembro da minha festa de 15 anos que nem foi das mais rycas, ouso dizer que foi das mais pobrinhas, mas teve de tudo.
Comida, DJ, bebida à rodo, um bolo e valsa com família e amigos.
Foi muito divertido, embora eu não tenha optado por uma festa e tenha sido ideia da minha mãe.
Adorei o post e me senti dançando com a sua família.
É uma data muito especial mesmo, né amiga?
Beijocas
Yvonne
Sou dos que acham que o melhor é o que toca o coração . E,certamente,esta festa foi feita com muito carinho.
Vc tem razão,Flavia,a Yvonne faz falta no mundo blogueiro,ainda que sejamos considerados jurássicos,rsss
Se tem algo que eu não me arrependo na minha vida foi ter feito a festa de 15 anos. É um sonhooo! Tudo de bom....
Adorei o post :D
beijocas
rendasepaetes.com
Que saudades da Yvonne blogando. Eu era leitora do blog dela e ela escreve com tanta naturalidade. Amo.
big beijos
Adorei o relato da festa de 15 anos. Passei e estou passando por essa fase. MAs a minha filha optou por viagem.
beijos
Chris
Inventando com a Mamãe
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