Fiquei praticamente 1 mês sem sentar no divã. Por conta da pneumonia principalmente, porque me dava tremedeira quando eu saía pra longe, pegava metrô, essas coisas. Então combinei que retomaríamos as sessões quando eu voltasse à labuta. Aaah! Não foi legal.
Não chorei, como tantas outras vezes, mas não foi legal.
A mensagem que fica, é que por mais que eu corra atrás do meu rabo peludo e bem cuidado, a sensação é mesmo de que eu estou correndo atrás do meu próprio rabo, sem sair do lugar. Ela falou isso de uma maneira... ou ao menos eu interpretei assim, ou ainda minha consciência, aquela danada - como se eu não estivesse fazendo o suficiente. "Algo me cheira mal!" Ela me disse. "Seu discurso é de agilidade, mas as coisas estão estagnadas." Então é isso né? A pessoa por trás das palavras... saquei. Acho q um dia vou ser analista. Mentira.
Mas aí é q tá! Estou fazendo o suficiente?
Eu ando cansadíssima de tanta luta. Tudo bem que sou relativamente nova, relativamente saudável e tenho tudo. Sim eu tenho tudo. Mas esse tudo, é muuuuito lutado, muito brigado, muito suado. Nada vem pra mim no mole. E esse esforço excessivo é que está me cansando. Deveras. Me sinto com o peso do mundo nas costas, ainda sim, parece que não estou fazendo direito a minha parte.
Depois que ela proferiu estas palavrinhas mágicas então... caráááter, me senti aquela mosca que fica rodeando o cocô do cavalo do bandido. Ou a ameba dela. Ontem mesmo.
Falei:
EU FALANDO - Quer saber? Vou desistir dessa porra toda! Não quero mais saber de nada. Talvez eu tenha vindo nessa vida pra parir 3 crias, viver contando dinheiro, burra e insatisfeita por não poder cursar uma faculdade porque meu orçamento simplesmente não dá e porque na época que daria, eu tinha preguiça para estudar e passar pra uma instituição pública. Foda-se!
Só que naquela mesma sessão, a dotôra analista disse que eu deveria praticar esportes. Graças ao bom Deus que ela não me perguntou de qual eu gostava, levantamento de copo; graças a Ele também, eu não entrei no mérito do não tenho dinheiro, porque né? Tudo são prioridades na vida, e eu acabo de adquirir um Iphone 4S ou seja... Ficou combinado assim, balancei minha cabecinha q nem vaquinha de presépio afirmativamente e fingi q não escutei num primeiro momento.
Mas ela começou a dizer q devia ser obrigado por lei as pessoas praticarem esportes porque a energia parada, gera estagnação. Olha meu ponto fraco aíííí geeeentee! Chora cavaaaco! Não sem antes eu ter entrado no mérito do E SE NÃO ESTIVER NO MEU DESTINO, MEU CARMA e o caralho A4, q óbvio, halloooou? Vc pensa q está falando com qual ignorante da fila mesmo? Não cola né? Mas achei legal q até nesse mérito ela entrou e deu diversos exemplos, q claro, não se encaixam no meu.
E aí, é claro q saí de lá aflita. Mais essa agora. Tento entrar pra facool depois de ter a brilhante ideia do FIES, porque dinheiro não tinha; empaco por semanas no cadastro por causa da instituição, depois faço 2 vestibulares, depois passo, depois vem a pneumonia e meu afastamento de um computador de verdade (não vale smartphone); daí que finalmente eu consigo me cadastrar no FIES e aí eu perco o prazo e por conseguinte, o primeiro semestre empacada numa documentação (meu histórico escolar original ou diploma de 2º grau q sei lá, desintegrou ou eu nunca peguei).
Aí eu me frustro e minha analista sugere esportes. Então eu volto no tempo e me lembro das academias, da natação, da bicileta ergométrica, da bicicleta q anda na rua e todas as desistências e desculpas passadas. Ouch! Fora q entrar num parcelamento de tênis nesse exato momento é uma péssima ideia!
Então antes de me lamuriar, descendo a escada do metrô, tive outra ideia brilhante! Liguei pra minha irmã q tem tênis, mas vive adiando academia, assim como eu (a sem tênis). Expliquei resumidamente e ela concordou em emprestá-lo até março. Quando eu espero já ter condições de poder parcelar o meu.
Daí que ontem, eu resolvi começar a caminhada. Pacotinho foi meu coach e escolhemos a pracinha mesmo. Ele todo empolgado, cheio de planos ambiciosos de que eu me tornarei uma corredora voraz e eu com cara de quem ia pro abatedouro. Comi uma banana, tomei água, enchi a squeeze e lá fomos nós. 40 minutos iniciais de acordo com as instruções de Engraçadão, partindo de casa. Comecei me alongando na garagem do prédio e iniciei a caminhada balançando os braços, na pisada forte, quase uma marcha, lá fui eu.
Já na pracinha, fone no ouvido, bando de gente andando, marchando, correndo, saltitando - sim, cada um tem seu estilo - começou a pinicar e coçar a minha pele. Pacotinho ficou rondando a pracinha, apreciando os cachorros dos outros, vinha andar comigo de vez em quando e entre uma twittada, um Milton Nascimento, Radiohead e Elis, os 40 minutos passaram. Eu alonguei e voltamos andando pra casa. Não foi tão difícil.
Hoje eu acordei a mesma pessoa e meus obstáculos já não pareciam tão grandes. Já que me comprometi a não desistir, saí pro trabalho e de lá parti pro Poupa Tempo, que é onde devo resgatar meu diploma. Ontem, eles encerraram o atendimento às 12h porque tinha cerca de 70 pessoas aguardando na fila. Hoje, só haviam 10 na minha frente, às 09.15h. A atendente me informou que tal e qual ocorre na justiça, meu processo de resgate pode levar aaaanos. O que mais uma vez, pode me afastar da facool e de melhores oportunidades de trabalho. Inacreditavelmente, não senti absolutamente nada ao receber essa informação. Abri meu processo e me ocorreu de dar um pulo na Estácio para tentar reaver meu histórico por lá. Assim o fiz. Para resumir, consegui o histórico da faculdade com minhas notas e não sei se isso serve, mas ali mostra também aonde eu concluí o Ensino Médio.
Abri outro pedido de recuperação do histórico escolar e diploma original se houver, porque sim, na época ninguém me disse q eu poderia tirar uma cópia autenticada e isso me fez dar o original na faculdade, o q está me causando todo esse transtorno agora. Ou seja..., hoje, eu já tenho um histórico e a promessa de recuperar o outro já no início do próximo mês, com uma caminhadinha. Uma simples caminhadinha de 40 minutos em volta da Praça Xavier de Brito. Não tem como eu não associar, queiram me desculpar.
Então a mensagem que fica é aquela do wiskhy - Keep Walking. Não desista. Se vc não tem dinheiro, nem academia, nem saco, use as pernas que Deus te deu e ande.
Andar, é o mínimo que eu posso fazer hoje. E é com esse pensamento bem AA, que só por hoje, eu vou caminhar de novo.
Só que dessa vez, levarei 2 filhos.