Yeeeey! Venceeemoooos! |
Quem me acompanha que nem novela neste espaço emporcalhado desde 2006 ao menos, sabe muito bem que eu tive um ano de cão trabalhando com aquele que ficou famoso mundialmente pela alcunha de Português da Padaria - PDP!
Os que são meus leitores-masoquistas recentes, darei a oportunidade da elucidação. Este, foi um dos meus caciques no troco que trabalho já faz 6 anos. Eu diria que ele foi meu segundo cacique. Foi o cacique da água pro vinho. Foi aquele tipo de situação que quando vc pensa q não pode piorar, é porque a merda ainda nem começou a feder.
O Português da Padaria é aquele tipo de cara que tem um sotaque trinlíngue dentro do mesmo corpo. Uma mistura franco-lusitano-brasileiro numa só frase, muitas vezes depois de uma noite mal dormida, ou ainda, numa manhã de ressaca, que sempre, eu disse sem-pre me pegava pelo pé.
Qualquer questionamento, ou solicitação que ele me fizesse, automaticamente era seguido de um sonoro Hã? ou ainda Oi?, tinha também o famoso Quê? Pra em seguida rolar uma desistência de minha parte e brotar da minha testa um enorme ponto de interrogação!
PONTO DE INTERROGAÇÃO BROTANDO - Mas que porra será que ele queria? Que merda q ele disse dessa vez?
Isso acabava comigo. Porque lógico, eu ia me foder no final. Não tinha coragem de dizer pra ele que não entendia merda nenhuma q ele dizia. Fora isso, ele nunca sorria, nunca me elogiava e sempre q tinha porradaria entre as secretinas, ele nunca ficava do meu lado, mesmo se eu estivesse comprando o barulho dele.
E ainda tinha os pedidos esdrúxulos do tipo que a sala estava quente e eu tinha que chamar o técnico do ar condicionado pra consertar o ar da sala dele, quando se sabia que a varanda estava escancarada e por aí vai. Por isso o apelido.
Acontece que quando eu mudei de cacique - logo após aquela bolada nas costas que tomei dele, ainda quando estava grávida do Sr. Cabeça de Bolinha - as coisas começaram a mudar. Meu HugoBoss que era pheeno, me envolvia nos processos e se dava muito bem comigo, começou a fazer um trabalho de resgate da minha auto-estima profissional e eu voltei a crescer/ aparecer na empresa. Isso de alguma maneira chamou a atenção do Português da Padaria. O que culminou no nosso encontro bêbados na festa de final de ano da empresa. O ano era 2008, o mês, dezembro.
O povo daqui ainda me sacaneia. Falam que fizemos as pazes q desde então nos amamos. Mentira. Ainda rola aquela sobrancelha levantada um pro outro.
Eu duvido que ele seja gente boa e ele duvida que eu seja competente.
Aí teve uma reunião há 2 semanas atrás e eu cuidaria dos documentos de um novo projeto dele; ele teria de dizer tudo que queria nesse projeto em termos de arquivamento. Cara, me preparei toda, daquele meu jeitinho bagunçado, mas extremamente profissional. Cheguei lá descabelada, falando grosso e com firmeza. Falei, falei e passei segurança na voz.
Ele continua falando difícil, mas por algum milagre, eu consegui entendê-lo e propus soluções.
Daí que ontem fui até a sala dele pra mostrar os esboços do que eu já tinha feito e dentro da minha humildade, perguntei:
EU PERGUNTANDO - Vc está entendendo o que eu quero dizer ou eu estou enrolando demais pra explicar?
PDP - Não, não. Está ótimo. Muito bom!
E sorriu!
Ele sorriu gente!
E eu pude ver seus dentes amarelos de fumante, mas foi lindo, foi digno... bom, foi surreal, mas eu ganhei o dia e um elogio do PDP em 4 anos.
Garanto pra vcs, esse foi apenas o primeiro de uma série!
Quem viver, verá.