BORA PLAYAR?
Poxa... eu não tenho fotos de São Paulo e eu queria poder falar mais de São Paulo. Tipo... da deselegância discreta de suas meninas, do que acontece no meu coração entre a Ipiranga e a Av. São João, mas não. Só consigo falar de amor e só disso.
Sabe, eu comecei a ir pra lá por conta da família postiça do Engraçadão. Postiça porque foi a família eleita que veio praticamente junta do nordeste e se separou entre Rio e São Paulo. Amigas q se criaram juntas e se separaram por estados, mas q o amor ficou guardadinho ali. Então entra ano e sai ano, aniversários, formaturas, ou só saudade mesmo, tudo isso é motivo pra se visitar.
E já são 17 anos de convivência espaçada entre as famílias, a Lan Sogra se foi, mas mesmo assim, os laços ficaram. Daí que a Vana veio no aniversário de Engraçadão com Dona Miúda (eu pari, mas ele teve o privilégio de aniversariar junto com ela) e nós fizemos a promessa de passar o aniversário do Sr. Cabeça de Bolinha lá. Assim foi.
Resolvemos fugir do compromisso de uma grande festa pra ele - que fez 4 aninhos dia 27 último - e nada melhor q ir pra lá, onde estaríamos acolhidos e aconchegados para a organização do bolinho. Mais que isso, abraçaria a Lulu, o Rafa e a Tati. Sim, porque o Sr. Danilo, aquele q fez a resenha do livro na contra -capa, correu do pau por conta de uma garoa incompatível com a moto, mas típica de Sampa.
Tudo divino e maravilhoso. Assim foi. Fico sem palavras para descrever Sampa. Sampa, é sempre ali na Freguesia, q nem Freguesia é. Eu não lembro o nome do bairro de verdade, eu não sei andar ali, só subir e descer a rua, ir no salão da Dri, ir na casa da vó, voltar pra casa da Vana.
E quando eu olho a casa da Vana, que é uma dona de casa com gosto, daquele tipo, mãe carinhosa, esposa paciente, com a casinha do tipo q tem tudo aconchegante, sempre me sinto um pouco menos. Porque ainda estou naquela fase de gritar, de não ter algo florido me cercando, de não ter utensílios suficientes, nem travesseiros ou toalhas sobrando... eu me sinto tão pequena e tão menos... não é inveja da Vana, nem comparação, porque nossos caminhos são outros. Mas me refiro a um outro patamar. A um tipo de sabedoria de vida, q eu ainda não tenho. Eu tenho pressa demais, a Vana não tem, a Vana tem generosidade. Poucas vezes na vida vi pessoas com qualidades tão marcantes. Minha vó por exemplo, era humilde ao extremo e generosa também. A Vana é generosa e ouso dizer, sábia também. Sei lá, de repetne precisaria conversar mais, mas penso q ela é uma pessoa sábia. E eu preciso melhorar muito como ser humano para guardar qualquer dessas características. Então me enternece o coração ver como ela nos recebe.
E foi muito legal matar a saudade de geral, sabe? Fomos ao shopping com aquela galera toda, para ver um filme todos juntos - e - Dona Miúda inclusive e exclusive também! Almoçamos juntos, administramos o caos dentro de uma livraria juntos e depois fui com a família ver Carros 3D, q bicho, Dona Miúda apagou no meu colo - Amém senhor!
A bicha tá danada demais! Tem uns dentões nascendo e ela está elétrica, só quer saber de andar e se impõe do alto dos seus nem meio metro, enfia o dedo na nossa cara e manda calar a boca. Tão doce essa menina... Na hora dá medo e vontade de chorar, sair gritando, correndo chamando pela mãe, mas aí vc lembra q é maior q ela e q se ela te encarar, o bicho vai pegar!
A paz! Sentimento sublime.
E Pacotinho todo homem? Esse virou moleque de rua, sem dar trabalho, soltando pipa, jogando videogame, batendo papo com o primo, andando de cima pra baixo, conhecendo lugares, pessoas e se comportando. Quando vinha pra casa, brincava com os irmãos, fazia carinho na Miúda e ainda encontrava tempo para encher o saco de vez em quando. Sim, porque estamos nessa fase né? A do enfrentamento, mas a lucidez dele, sempre quebra o clima de briga. Meu filósofo.
Daí q tinha cachorro também e ele... aliás dois cachorros, q roubavam a cena e atraía a atenção dos moleques de dia, de tarde e à noite. Aaaaaiiii, maravilha.
E a semana voou e quando eu vi, já estava twittando da estrada, tendo uma caganeira homérica dentro do carro - não macacada, não sujei nada! - o que me fez soltar um carburoso
digno de denúncia no juizado de pequenas causas! Eles não me denunciaram, graças, ao contrário, me levaram ao posto de um dos pedágios (1569 deles) onde tive atendimento de primeira! Bárbaro. Tudo limpinho, contei?
Enfim, São Paulo ainda tem muuuuito a ser descoberto e cantado.
Basta a gente querer!