Não vou mentir procês. Ando xoxadíssima.
Aquela pessoa animada, espoleta e cheia de gás não mora mais aqui. Aqui mora uma histérica, com pouca paciência, desorientada às vezes e louca pra sumir.
Calma gente, eu não sou bipolar e pode ser que a TPM que se aproxima (pré-TPM?) esteja maximizando os sentimentos.
Fato é, preciso me preparar para conviver com outra perereca além da minha. De modo não pacífico, quero dizer.
Quando vc é só mãe de menino, parece q vc é a novidade. Eles te respeitam até certo ponto, ou sob ameaça acabam fazendo o que vc manda. Já no caso da dualidade xerecal, ambas querem ser abelhas rainhas e tal qual como em Highlander, só pode haver UMA. Sei que Engraçadão ainda vai passar por isso, quando na adolescência terá de mostrar quem é o macho alfa.
Semana passada as coisas foram mais difíceis. Deixei de me exercitar desde novembro passado e me tornei novamente naquela pessoa exausta que odeio. Por outro lado, esse deveria ser o momento em que deveria estar lá na pracinha caminhando ao invés de postando. Acontece que entre as duas coisas, o que me motiva mais é escrever. Por outro lado, um futuro jornalista que não escreve é exatamente o que?
Por certo eu deveria estar escrevendo no mínimo dia sim, dia não. Mas assuntos burocráticos quase que diariamente têm me tirado o foco. Desde o reinício das aulas, eu tenho tido apenas 1 dia por semana pela manhã para estudar e sentar calmamente, ou me dar o luxo de ter inspirações.
Com toda essa pressão, a convivência com as crianças não está sendo das melhores. Vc precisa impôr uma rígida rotina, precisa que eles durmam (ao menos a galega), precisa descansar também, precisa estudar, procurar estágio, ajudar o mais velho com as lições e conter o do meio, que anda numa fase de rebeldia pedindo coça diariamente. Todavia eu me seguro forte para não arrebentar a carinha linda dele de anjo.
Sábado que passou tive uma crise histérica porque não pude dormir vários dias à tarde sem ser interrompida pelo Sr. Cabeça de Bolinha, que não respeita sono alheio. Então eram muitas brigas intermináveis entre nós dois.
Ele esquece e perdoa fácil, o que só faz aumentar minha culpa. Ainda sim, está de castigo de vídeogame. Também vinha de uma rotina sem marido nos finais de semana, que só fez contribuir para esse nível de stress. Não, não taquem pedras ainda, ele estava trabalhando. De qualquer forma, é estafante.
Ontem, depois de matar meu leão do dia, botando o Sr. Cabeça de Bolinha pra cama mais cedo debaixo de berro (dele e meu), porque ele estava impossível acertando o irmão a todo momento, foi a vez da Dona Miúda.
Dona Miúda, com sua beleza, inteligência e desenvoltura, tem um gênio do cão. É a personificação da teimosia quando quer. Fora esses rompantes, ela é sensível, companheira e linda. Só que por ter consciência de tudo isso, pensa que pode fazer o que quer.
Quando o fazer o que quer não implica em algo sério, eu até deixo ela ter suas vontades, porque representam a maioria. No entanto, ultimamente, ela deu pra implicar com o prendedor de chupeta. E volta e meia, a chupeta some. A chupeta rosa. A danada da chupeta rosa, que tira nosso sossego, porque ela só quer aquela! Então, tirando do prendedor, fica muito mais difícil encontrá-la.
Cheguei ao meu limite então. Posso afirmar que fui muito acima da média, em termos de tolerância. Geralmente corto o mal pela raíz, mas nesse caso fui deixando. Errei?
Devo ter errado sim. Como há muito não se via, Miúda ontem ficou com o capeta no corpo e eu também. Costumo ser boa disciplinadora. Não é qualquer grito, escândalo ou demonstração de raiva que me assusta. Posso conviver pacificamente com choros intermináveis por horas, mesmo na minha idade. Mas o que se viu, foram explosões de ira. Primeiro não tinha a chupeta, então dei de outra cor, o que fomentou a ira. Depois ela não queria pegar de jeito nenhum. Como estava muito atacada, eu a coloquei debaixo do chuveiro para acalmá-la, o que funcionou por alguns minutos.
Pacotinho foi até o play procurar pelo rosa, pois tinham descido há pouco tempo para brincar e lá estava a bendita. Pronto, foi aí que o inferno recomeçou. Troquei o prendedor para a chupeta rosa e eu realmente não sei o motivo da rejeição da Miúda, se ela acha anti-fashion, anti-prático, anti-pático, o fato é que ela fez aloka hurrando de raiva, querendo de todo modo tirar o prendedor. Mas eu já a havia prevenido que dali por diante, só com prendedor. Eu não voltaria atrás.
Então a coloquei no castigo, porque berrava, pedia papai, tentava se arranhar de tanto ódio e ganhava um tapinha na mão para que não fizesse isso. Não dos tapinhas q dóem, mas do que tiram a mão de cima da perna.
Quando o pai chegou, eu não deixei que ele a tirasse do castigo. Contudo, a lenga-lenga se esticou, pois ela começou a sair antes do término. Pedi q ele entrasse no chuveiro que eu a entregaria em seguida. Ela aos berros, pirraça no chão, tentativas de se arranhar toda, rosto vermelho, se cospindo, cospindo no chão e esfregando a mão (a bicha joga sujo, literalmente) e aquela garganta potente que sacode os pilares do prédio, se debatendo toda. Eu deixei que ela soubesse que sairia assim que se acalmasse e lógico, isso durou muito mais que 2 minutos. Ela custou a baixar o tom do escândalo e foi nessa brecha que eu a peguei, fiz com que pedisse desculpas e fosse até o pai tomar banho.
No entanto, ao dizer porquê a estava tirando do castigo, já não era a mesma fortaleza. A voz já me ia embargada, as lágrimas já não me obedeciam e ela ao me ver assim, chorava, mas foi serenando. Nos abraçamos, peguei-a no colo e levei pro papai, que concordou que ela não tomasse outro banho, porém passou-lhe outro sermão sobre a chupeta e o prendedor. E adivinha? Ela acatou ainda choramingando, mas acatou. BITCH!
Em seguida, ele a colocou pra dormir.
Para quem está no fim da fila perguntando porqueraios eu não tiro a porra da chupeta, eu peço calma. A chupeta irá embora aos 3 anos. Mais precisamente em maio e eu não faço a menor ideia de como isso vai acontecer.
Não adianta ter três filhos e já ter vivido essa experiência duas vezes! São 3 indivíduos completamente diferentes. Cada um com sua porção e história pessoais. Então eu sempre tranco o cu quando o assunto é tirar chupeta, mesmo que na prática, a coisa se resolva tranquilamente (eu espero). Tô com mais medo do que ela... sempre fico.
O superpediatra recomenda que se troque por uma besteirinha. Que vc a pegue pela mão, faça com que ela jogue a chupeta fora e depois lhe compre um presente qualquer. Pensei num vestido, já que ela se tornou aloka do cu do vestido, assim como a mãe é aloka do cu do Foursquare! O que talvez ele não se dê conta, é que o presente qualquer não substitui o conforto da chupeta à noite. Infelizmente, chupeta também é muleta paterna. Já disse isso anos atrás e a galega, pior que os meninos, não entrou ainda no esquema de usar somente à noite.
Eu estou muito cansada para debater hoje de novo, a fim de implementar essa nova regra, já que ela também dorme de dia.
Portanto, ainda não sei dizer qual será a cena do próximo capítulo.
Improvisemos então.