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quarta-feira, outubro 29, 2014

BC (Blogagem Coletiva) DO SOU MÃE.ORG COM PARTICIPAÇÃO DO AH MANHÊ!!!




Fui convidada pela Gisele Cirolini do site Sou Mãe.org junto com outras mães blogueiras a participar de uma blogagem coletiva falando sobre o impacto da maternidade na minha vida.

Para quem não é íntimo dos termos, é normal encontrar nos blogs da vida o termo BC que quer dizer exatamente a mesma coisa ~expliquei ali no título ~ e todas as mães que participaram tinham de contar suas experiências  sobre o que mudou na sua vida após a chegada dos filhos?.

A experiência é bacana, enriquecedora e propicia além da troca de informação entre as mães, a descoberta de mais talentos na arte de falar de filhos e universo materno, que claro, foram elencados aqui na galeria de links (na coluna à direita) que eu coleciono e visito. 

Toda essa galera tem muito a ensinar, além de dar ideias de temas para escrever aqui no blog. Vocês sabem que eu sou lentinha, né?

Então não percam tempo! Entre nesse link e boa leitura!


quinta-feira, outubro 23, 2014

PRIVACIDADE EM TEMPOS DE LIBERDADE VIGIADA


Posso ter tido sim alguns defeitos na minha criação. Não sou fruto de uma união perfeita, muito menos de uma educação modelo. Mas uma coisa que meus pais sempre fizeram questão de preservar e isso me foi ensinado, foi a respeitar a privacidade alheia.

Por que estou tocando nesse assunto? Porque aconteceu uma coisa desagradável com uma amiga minha essa semana, o que me deixou super indignada, desencadeou um desabafo no facebook sobre o assunto e me fez pensar em como não invadir a privacidade dos filhos em tempos de liberdade vigiada.

Sim, porque nem pensar em descuidar deles, ou do que acessam, ou com quem conversam online em tempos de maldades virtuais, pedofilia e drogas. Por outro lado, é horrível esse monitoramento, afinal, pra quê que a gente educa? Chega uma hora em que devemos confiar na educação dada, certo?

Segundo a Coumunicadora Bruna Brasil, que escreveu um artigo para o site Piccolo Universe, de Ricky Martin (você não leu errado!):

"O ideal seria que você participasse da navegação, dialogando, orientado e alertando quando perceber determinadas situações. Outra questão seria o limite de tempo, para que a criança não viva somente no mundo virtual"

Aqui em casa, a internet é dividida com e entre todos. Temos apenas 1 laptop como computador da casa e Pacotinho ganhou seu primeiro smartphone por ocasião de seu aniversário há pouco tempo, portanto, ainda está se ambientando e buscando equilíbrio entre nos ouvir, ou se desligar dentro do equipamento. Mesmo assim, a gente põe limite sem invadir.

Abaixo dou sugestões para os que procuram um meio termo entre a liberdade do filho diante desse mundo conectado e o respeito à privacidade:

  • Ensinamos e vivenciamos a liberdade de expressão, de pensamento e de estar sozinho na frente do computador. Como tudo é conversado, não existe a necessidade de as crianças buscarem fora de casa pelos assuntos espinhosos, já que nunca ficam sem respostas em casa;
  • Criamos uma conta no Facebook para Pacotinho quando houve pressão social na escola. Ele tinha 10 anos e todos os seus amigos tinham, menos ele e outro amigo. Fizemos de nosso filho nosso melhor amigo na rede, então para tudo o que ele posta recebemos notificação;
  • Pacotinho só ganhou um Smartphone aos 12 anos e porque já andava sozinho, inclusive de ônibus; também porque passou de ano no 3º bimestre, então foi também por mérito, além da necessidade;
  • Apesar de ter certa liberdade com o próprio celular, limitamos a inclusão de crédito, portanto, ele usa mais os aplicativos quando está em casa por meio do wifi do que 3G na rua. Quando está sozinho, não tem tanto controle sobre o próprio celular;
  • Todos os dias eu olho os acessos dele. Felizmente, tenho um filho muito bacana que não entra em páginas de conteúdo inapropriado, ou chats com toda a sorte de malucos. Atribuo a isso a liberdade que tem para nos falar sobre tudo;
  • Já o Sr. Cabeça de Bolinha (7 anos) já em fase de alfabetização, está experimentando os joguinhos online desde o fim dos 5 anos. A gente limita o tempo que ele fica online. São no máximo 2 horas por dia, divididos em blocos de 30min cada, porque ele nunca pode ficar direto todo esse tempo. A gente faz com que ele tenha outras atividades offline e raro são os dias em que completa as 2h. Nas férias somos mais flexíveis.
Infelizmente, para criar pessoas de bem, há que se lançar mão de certa caretice. Aqui damos liberdade, mas não damos dinheiro. Então essa pseudo-liberdade não nos foge ao controle. Não adianta, enquanto eles não forem maiores de idade e estiverem vivendo debaixo do nosso teto, estaremos engajados em formar bons cidadãos, por isso eles têm regras e rédeas curtas, usar internet com certa liberdade e respeitar os outros inclusive virtualmente.

O respeito é algo bastante martelado por aqui. Não raro fiz Pacotinho apagar ou editar certos posts por considerá-los de mau gosto, ou com posicionamentos radicais. Outro tipo de piada que eu peço para que ele evite são as de cunho machista. E felizmente, ele não é de brincar com esse assunto.  

Parece suspeito vindo de uma pessoa que perde o amigo, mas não perde a piada não é mesmo? Contudo, tento sempre lembrá-los que do outro lado da telinha de um computador, bate outro coração. Em tempos onde o humor vem sendo colocado contra a parede, penso que quando são poucos os que riem, é porque a piada deixou de ser piada.

quinta-feira, outubro 16, 2014

MEU FILHO NÃO ME DEIXA CONVERSAR


Ontem pela manhã fuçando o Facebook de uma amiga, ela desabafava que sua filha não a deixava mais conversar com o marido. Uma enxurrada de comentários corroborava com os queixumes da minha amiga. Gente criativa até citando Chaves e a célebre frase do Kiko, VOCÊ ME DEIXA LOOOOOUUUUCOOOO! Então eu não podia perder tempo. Tinha que dividir aqui com vocês essa fase angustiante que nós pais passamos, que é essa da interrupção.

Como mãe de três filhos já passei por isso várias vezes e ainda passo. Bebendo da fonte, eu mesma fiz minha mãe passar por certas vergonhas, quando não só a interrompia, como a corrigia quando era testemunha dos acontecimentos. Queria que ela contasse os fatos sem florear a versão. Tinha que ser exatamente igual, palavra por palavra, sem errar, realiza?! Quando isso acontecia, minha mãe me crivava seu olhar de demônia e eu serelepe, nem me abalava. Na verdade, me sentia a mais inteligente das pessoas. É certo que sempre tive talento pra cara de pau. Isso já estava latente desde a mais tenra infância.

Dando um salto quântico agora, Pacotinho teve essa fase e dos três, nem sei dizer se foi o mais chato. Ele é um fofo nato e eu ponho a culpa no amor imenso e novo que a gente sentia. Éramos aquela espécie de pais babacas que se viam refém do excesso de gostosura do pequeno. Isso é um saco. Outro dia fui à casa de uma amiga que tem filho pequeno e o papo era interrompido a cada dois minutos, porque a mãe derretida, dava atenção a cada mãããe, que o menino falava. Porra! Tipo, a conversa não foi adiante né? A criança interrompeu o tempo inteiro e ela lá de quatro, nem se dava conta que está criando um mini-monstro. Essa atitude é meio típica de pais de primeira viagem. Sem querer julgar, também fomos assim e foi quando o caldo começou a entornar, ou seja, quando recebemos um feedback sutil de um ser mais sábio, que já havia criado 4 filhos, mas daqueles que nenhum pai gostaria de ouvir, tratamos de pôr ordem na casa. Foi nesse dia que Pacotinho deixou de ser o rei absoluto, foi devidamente enquadrado e com papai e mamãe falando exatamente a mesma língua, ele tomou jeito. COERÊNCIA SEMPRE!

Nada melhor e mais suculento que um irmão mais novo para ajudar a educar o mais velho. Essa receita é tiro e queda. Desfoca o ego, põe o sujeito em seu devido lugar. E aí, mermão, se faltava algo para seu filho se enquadrar, a chegada do caçula termina por fazer a mágica.

O Sr. Cabeça de Bolinha se sentiu muito confortável com o título de caçula. Perspicaz desde sempre, quase um mini-ditador, seu esporte favorito era dar esporro no irmão mais velho, ainda com dois anos. Vocês não acreditariam nas coisas que ele falava. Como perfeccionista louco de guerra, teve seus momentos de interromper conversas, telefonemas e conferências, só que a gente não era mais bobo e não cedeu à sua sedução. Ele quando percebeu que era feio esse tipo de conduta, tratou de segurar a onda e eu realmente não lembro de ter tido problemas com isso. Lembro sim, de ele e o irmão disputando pra contar seus respectivos dias na escola, mas não mais as interrupções. Então Deus mandou a Dona Miúda nas nossas vidas para que o Sr. Cabeça de Bolinha não se tornasse um egocêntrico sem educação. Ele certamente dominaria o mundo, já que é um líder nato e possuidor de uma inteligência diferenciada. Agora já tenho algumas dúvidas sobre isso.

Dona Miúda está bem no meio dessa fase chata que é interromper pais e telefones, ou conversas cazamigue. E acredite, da pior forma possível. Tá chato, tá cansativo, tá escroto. Mas fazer o quê numa situação dessas? Educar, não ceder, repetir incansavelmente até do túmulo, não se esqueçam. 

A Miúda faz pior que os irmãos. Ela berra. Bem assim:

DONA MIÚDA INTERROMPENDO - Mãe!  Mãe! Mãe! Mãe! Mãe! Mãe! Mãe!  Pai! Pai! Pai! Pai! Pai! Pai! Pai! Pai! Pai! Pai! Pai! 

Aposto que vocês dariam um tiro de doze na testa, não é? Não, não dá. Muito embora eu imagine essa cena algumas vezes. Nunca com sangue, claro. Afinal é minha amada filha e linda. Mas dá um revertério no cérebro e a gente pira. E não importa se o assunto é importante ou trivial. Ela começa com isso e só para quando a gente já está possuído.

Os psicólogos advertem que essa é a pior maneira de fazê-los entender que tal atitude é errada. Há que se respeitar  o desenvolvimento cognitivo da criança e a melhor maneira, é não constrangê-la na frente de estranhos e fazer o possível para não se alterar. O jeito mais eficaz ainda é a conversa e a repetição. Chamar de canto e explicar que não é legal, que você está conversando e que logo dará atenção quando acabar sua fala, explicar que todos têm sua vez de falar é o caminho. Esse imediatismo que a gente por vezes acaba cedendo, corrobora para que a criança aprenda a não esperar. Com isso, a gente incentiva a ansiedade, algo tão presente hoje em dia. 

Com a Dona Miúda, a gente deu uma emburrecida mesmo. Às vezes eu tenho medo de estar criando um monstro, já que ela tem plena consciência aos 4 anos, de sua inteligência e beleza. Então, quando ela está em grupo, seja de adultos ou crianças, muda a personalidade e veste a chata, mimada, amostrada, o que me deixa apreensiva. Acende meu alerta. 

Eu e Engraçadão partimos pra conversa. Aconteceu há dois dias atrás. Sempre quando o pai chega em casa, rola aquela histeria coletiva nas crianças. Os meninos até seguram a onda, mas a Miúda quer todas as atenções. Então papai virou-se para ela e pediu calmamente que esperasse sua vez de falar. Pediu que parasse de berrar do jeito que ela chama, irritantemente, ao que ela foi baixando o tom de voz e obedecendo. Outra tática que passei a usar, é avisar quando vou falar ao telefone que não quero ser interrompida e eles já obedecem, inclusive ela, ao ponto de uns falarem pros outros "Sshh! Mamãe tá no telefone!

Então é isso amigos. Se está acontecendo com você, não se desespere. Reúna forças, converse, eduque sempre, converse, explique... vale até um castiguinho se a coisa ficar mais crítica. E lembrem-se, os reis e rainhas da casa são vocês. Eles são apenas os pequenos príncipes.

terça-feira, outubro 14, 2014

A IMPORTÂNCIA DOS PAIS NA CONSTRUÇÃO DA AUTO-ESTIMA DAS FILHAS


Os anos 2000 vieram para quebrar tabus mesmo. Quem diria que eu veria tantas transformações nas relações entre pais e filhos como estou vendo agora? Felizmente, o macho, o provedor se deu conta que tem uma papel decisivo a desempenhar na construção emocional de filhos e filhas.

Relegado às mães e negligenciado pelos pais desde muito tempo, era bem normal a gente ver mãe se envolvendo em todos os setores da criação. A gente via mãe preocupada com vestuário, com o dever de casa, com a alimentação, com a educação emocional das filhas e filhos, às vezes batendo uma bolinha com a molecada, no caso das mais modernas e inúmeras vezes fazendo papel de pai e mãe. Aliás, isso é tão comum ainda hoje ver mãe fazendo os dois papeis. Então não vou lançar mão de pergunta alguma, vou afirmar que crianças precisam de pais e mães, ainda que a gente escute histórias de gente sã que foi criado por apenas um dos dois e que isso não influenciou negativamente na sua maneira de ser. Parabéns é a minha resposta. Infelizmente não representa a maioria.

Nesse post especialmente, quero me ater a relação pai e filha. A presença dos pais é muito mais importante na criação das meninas do que se pode supor. Quando papais estabelecem um laço forte com suas filhas, não faz ideia do bem que está fazendo. Meninas têm a necessidade de um espelho masculino, que reflita que são belas, inteligentes, capazes, amorosas, leais, seguras e mais um monte de outras coisas boas que as meninas são. Os pais e essa proximidade vai determinar o relacionamento que as filhas terão com os futuros parceiros, em outras palavras, o contato com o pai, fará a menina experimentar pela primeira vez a relação com os homens.

E pode ser desastroso se esses pais lhes virarem as costas. 
Crianças tendem a achar que são culpadas de tudo, portanto se um pai não dá a devida atenção que a filha merece, ele estará automaticamente minando sua autoestima. A mensagem que ele pode passar é que ela não é tão bela assim, não é boa o suficiente pra ele, não é importante, não merece sua atenção, pior, pode ensinar que sua menina deverá mendigar sua atenção.

Eu mesma tenho uma experiência pra contar nesse sentido. Tenho um papai que quando estava perto, era o melhor e mais amoroso pai do mundo. Ele costumava assobiar lá do portão quando chegava e eu, com aquela minha fidelidade canina saía correndo de onde estivesse, para me jogar em seus braços. A felicidade era imensa, a euforia gigantesca. Não havia nada mais bacana do que estarmos juntos, ainda que a tagarelice feminina o atirasse num monólogo. No entanto, conforme o casamento dos meus pais foi afundando e apesar de ele manter constante sua tarefa de me levar para a escola todos os dias (único momento em que nos víamos), aquele momento era deveras efêmero. 

Mais tarde, comigo adolescente, o afastamento se fez presente, apesar de não ser de corpo. Eu fazia de tudo para ter a atenção dele. Eu queria conversar, passear, estar junto, mas sempre parecia tudo muito rápido. Sem contar que ele conseguiu arruinar meus Natais, porque houve um tempo em que ele já não ficava a noite toda conosco. O resultado disso, é que estabeleci uma relação com os homens de mendicância. 

Meu pai não dizia que eu era linda (não que não achasse), a menos que eu perguntasse; meu pai só dizia que me amava se eu enchesse o saco (provavelmente ele tinha alguma trava, pois não era espontâneo). Então quando eu cresci, me tornei aquela pessoa carente e grudenta do tipo que não deixa o namorado respirar, a menos que estivesse sem tempo algum para respirar. O tipo de garota que hoje em dia abomino, já que hoje encontrei equilíbrio. 

E o equilíbrio veio no dia que consegui me afastar do meu pai. Foi impressionante a mudança. Nunca havia conseguido algo dessa magnitude. Era como se precisasse do meu pai para respirar, mas houve uma época que ele fez algo que me chateou e eu não tinha tempo para ficar explicando muito, pois já tinha filho e resolvi ficar quietinha na minha. Essa simples atitude, fez com que eu aprendesse a me valorizar mais e me posicionasse de outra maneira em relação aos homens. Antes, existia o medo de eu ficar eternamente só. Depois, ficar sozinha já não me parecia algo tão assustador. Mudou minha perspectiva.

Observando atentamente o pai maravilhoso que Engraçadão é para nossos filhos e em especial a forma como ele trata a Dona Miúda, vale destacar:

  • Ele sempre a elogia e é genuíno. Diz o quanto está linda, cheirosa e quanto a ama e melhor, é espontâneo (todo dia);
  • Quando ela fala, ele para para prestar atenção e quando não pode, pede a ela que espere;
  • Ele nunca a priva de comer nada que queira. Aliás, nem eu nem ele fazemos qualquer objeção quanto a alimentos. Não queremos uma filha neurótica com o peso. E acreditem, tem mães que fazem isso com as filhas desde cedo;
  • Ele nunca diz que estou gorda, ou que engordei (até porque, ele tem amor à vida) e principalmente, nunca faz esse tipo de comentário na frente dela;
  • Nós dois evitamos as discussões na frente de todos eles, mas ainda que aconteça alguma divergência, a gente não envolve as crianças e a Miúda com sua presença marcante, nos coloca de volta aos nossos lugares só com o olhar;
  • Engraçadão anda orgulhoso e com peito estufado quando está com ela, além de fazê-la sua companheira nas manhãs em que sai pra comprar pão;
  • Ele cuida dela com ternura e a faz se sentir especial todos os dias e melhor, ele verbaliza isso.
As meninas sabem com um olhar da intenção do outro. Portanto, sabem quando são amadas por seus pais e sabem que o amor é sincero. Meninas que têm pais assim, serão mulheres fortes, seguras e bem resolvidas, propensas a trilhar o caminho para a felicidade. 
E que outra coisa nós mulheres queremos, senão sermos felizes?

sábado, outubro 11, 2014

DIA DAS CRIANÇAS: EU TESTEI A PISTA DE SKATE DO MARACANÃ


Mãe que é mãe não tem o direito de ficar parada, com Dia das Crianças chegando nem pensar! Não importa se você bebeu além da conta no dia anterior, se foi pra night e se acabou na pista, se simplesmente trabalhou até tarde ou se passou a noite fazendo viradão sexual com namorado/ marido/ peguete. Filhos não dão tempo pra gente se  recuperar da noitada. Por isso, é importante papais e mamães se comportarem direitinho e investirem pesado em atividade física.

Eu, a pessoa mais sedentária que conheço, vivo brigando com a minha preguiça, com a falta de grana e consequente, falta de  tempo ($) para malhar. Nessas horas, o bom mesmo é contar com a criatividade, malhar onde der, fazer os quinze minutinhos do preguiçoso (15 agachamentos, 15 abdominais, 15 polichinelos e 15 palavrões durante o exercício), porque isso vai te dar uma despertada, um gás para acompanhar a pilha alcalina atochada no rabinho deles loucura que é pique de criança.

Hoje eu tinha tudo pra passar o dia na preguiça, prostrada no sofá ou descansando no computador. Só que o dia estava lindo demais pra ficar num apartamento com dois meninos saudáveis (graças à Deus!) e cheios de energia. Então aproveitei o Skate novo de Pacotinho (presente da Advi) para estreá-lo na pista. Para ficar mais legal ainda, roubei o ex-room mate da minha irmã, o Aruã Vieira, que também anda e nos faria companhia. Foi mole, só comprá-lo com almoço que ele veio correndo! Sim, sou escrota. =)

Vamos à foto-legenda.

Desembarcamos na lateral do Estádio do Maracanã e fomos caminhando até a pista. Foi minha primeira vez lá, então estava crente que Pacotinho saberia me levar. 
Claro que ele levou, só que deu uma volta do caralho andando em sentido horário, sendo que o caminho mais curto, seria no sentido anti-horário. 
Ah, filhos...











Aí finalmente você se dá conta de que é a única que não possui rodinhas embaixo dos pés. Tendo optado pela câmera, em qual dia e a que horas ia chegar na pista? Boa pergunta.


Ignorando xingamentos, cansaço e calor, quando a gente chega na passarela que dá acesso à pista, somos abençoados com o pôr do sol na Radial Oeste, bem como a vista da pista. Muito bom. Nessa hora dá pra esquecer de tudo mesmo.



 Chegando lá, os meninos fizeram logo amizade. 
Dessa vez, os garotos que já estavam na pista (Gabriel e Luíz Augusto) é que abordaram os meus, já oferecendo biscoito e apertando as mãos em sinal de cumprimento. Rola isso na pista de Skate. Ninguém se conhece e todo mundo é amigo. O máximo!

Se tem uma coisa que meus filhos nunca rejeitam, o nome disso é biscoito. NUNCA!
 Até o Sr. Cabeça de Bolinha se aventurou na pista com sua bicicleta de rodinhas. 
Fofo toda vida.


Gabriel é uma figura. Falante, pediu água e se propôs a encher a garrafa no quartel do Corpo de Bombeiros ali perto. Ele não sabia andar de skate, então se aventurava de bicicleta mesmo. Foi muito bacana conhecê-lo. Eu senti que ele tinha vergonha de dizer onde morava de verdade e não me cabe aqui ficar especulando, mas independente da localidade, gostei da forma generosa como ele se comportou com meus filhos, dividindo o pouco que tinha: Biscoito e até a bicicleta sem freio.


"Tia, filma eu sem as mãos!"

Já o Luiz Augusto é um achado. 
Chegamos na pista e ele já estava lá doidinho pra chegar alguém que pudesse emprestar um skate pra ele.  Sabe como é criança, né? O importante pra eles é a viagem e não o resultado. Moral da história, ele revezava entre o de Pacotinho e de Aruã. O moleque anda muito. Segundo o que diz, só há duas semanas. Se isso for sério, então ele é um prodígio da tábua, tamanha segurança e desenvoltura.



Pacotinho entre acertos e erros, conseguiu corrigir a postura em cima do skate, pegou mais segurança e acertou os pés ao remar. Já tá tirando ondinha, se arriscando em algumas manobras. Dá-lhe moleque!



 Aruã Vieira, paulista, amigo da mermã, um cara bacana e que gosta de crianças. Aruã escuta piada de cariocas envolvendo praia e leva na esportiva. 
Demos boas risadas sobre o tema. 


 Por fim a pista foi enchendo, outros caras foram chegando, todos se cumprimentando, apertando as mãos sem se conhecer e fazendo a famosa fila pra entrar na pista. Tudo na paz e na camaradagem, coisa rara hoje em dia. 
Chegou então o Ítalo, carinha bacana, simpático, falante, que dividiu com prazer suas manobras com Pacotinho. Acabamos trocando whatsapp, Facebook pra enviar as fotos.
Algo me diz que a amizade vai ficar.


Se depois desse relato ainda existe algum pai ou mãe reticentes em deixar seu filho andar de skate, eu super recomendo. Vá a uma pista da sua cidade e veja com os próprios olhos como funciona esse grupo. Como eles se comportam, se estabelecem essa parceria e relação de amizade imediata, ainda que por um dia. 

Houve um tempo aqui no Rio, num certo bairro da Zona Oeste, moradores que se recusaram a aceitar que fosse construída uma pista de skate em uma de suas pracinhas, alegando que ia juntar maconheiro ao redor. 

Independente se essa tribo usa ou não maconha, na pista o que eu vi foram manobras bacanas, uma generosidade que independia de idade, uma troca bacana entre águas e biscoitos, além do velho e saudável cai, levanta de novo. Ou seja, estão embutidos valores como amizade, parceria, respeito e persistência. Valores esses pra deixar qualquer pai ou mãe babando de orgulho. Na próxima vou descolar uns patins pra mim.

Esse link mostra o monstro do skate, Bob Burnquist estreando a pista há pouco menos de um ano atrás, quando ainda nem era grafitada. 

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