Mãe que é mãe não tem o direito de ficar parada, com Dia das Crianças chegando nem pensar! Não importa se você bebeu além da conta no dia anterior, se foi pra night e se acabou na pista, se simplesmente trabalhou até tarde ou se passou a noite fazendo viradão sexual com namorado/ marido/ peguete. Filhos não dão tempo pra gente se recuperar da noitada. Por isso, é importante papais e mamães se comportarem direitinho e investirem pesado em atividade física.
Eu, a pessoa mais sedentária que conheço, vivo brigando com a minha preguiça, com a falta de grana e consequente, falta de tempo ($) para malhar. Nessas horas, o bom mesmo é contar com a criatividade, malhar onde der, fazer os quinze minutinhos do preguiçoso (15 agachamentos, 15 abdominais, 15 polichinelos e 15 palavrões durante o exercício), porque isso vai te dar uma despertada, um gás para acompanhar a pilha alcalina atochada no rabinho deles loucura que é pique de criança.
Hoje eu tinha tudo pra passar o dia na preguiça, prostrada no sofá ou descansando no computador. Só que o dia estava lindo demais pra ficar num apartamento com dois meninos saudáveis (graças à Deus!) e cheios de energia. Então aproveitei o Skate novo de Pacotinho (presente da Advi) para estreá-lo na pista. Para ficar mais legal ainda, roubei o ex-room mate da minha irmã, o Aruã Vieira, que também anda e nos faria companhia. Foi mole, só comprá-lo com almoço que ele veio correndo! Sim, sou escrota. =)
Vamos à foto-legenda.
Desembarcamos na lateral do Estádio do Maracanã e fomos caminhando até a pista. Foi minha primeira vez lá, então estava crente que Pacotinho saberia me levar.
Claro que ele levou, só que deu uma volta do caralho andando em sentido horário, sendo que o caminho mais curto, seria no sentido anti-horário.
Ah, filhos...
Aí finalmente você se dá conta de que é a única que não possui rodinhas embaixo dos pés. Tendo optado pela câmera, em qual dia e a que horas ia chegar na pista? Boa pergunta.
Ignorando xingamentos, cansaço e calor, quando a gente chega na passarela que dá acesso à pista, somos abençoados com o pôr do sol na Radial Oeste, bem como a vista da pista. Muito bom. Nessa hora dá pra esquecer de tudo mesmo.
Chegando lá, os meninos fizeram logo amizade.
Dessa vez, os garotos que já estavam na pista (Gabriel e Luíz Augusto) é que abordaram os meus, já oferecendo biscoito e apertando as mãos em sinal de cumprimento. Rola isso na pista de Skate. Ninguém se conhece e todo mundo é amigo. O máximo!
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Se tem uma coisa que meus filhos nunca rejeitam, o nome disso é biscoito. NUNCA! | |
Até o Sr. Cabeça de Bolinha se aventurou na pista com sua bicicleta de rodinhas.
Fofo toda vida.
Gabriel é uma figura. Falante, pediu água e se propôs a encher a garrafa no quartel do Corpo de Bombeiros ali perto. Ele não sabia andar de skate, então se aventurava de bicicleta mesmo. Foi muito bacana conhecê-lo. Eu senti que ele tinha vergonha de dizer onde morava de verdade e não me cabe aqui ficar especulando, mas independente da localidade, gostei da forma generosa como ele se comportou com meus filhos, dividindo o pouco que tinha: Biscoito e até a bicicleta sem freio.
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"Tia, filma eu sem as mãos!" |
Já o Luiz Augusto é um achado.
Chegamos na pista e ele já estava lá doidinho pra chegar alguém que pudesse emprestar um skate pra ele. Sabe como é criança, né? O importante pra eles é a viagem e não o resultado. Moral da história, ele revezava entre o de Pacotinho e de Aruã. O moleque anda muito. Segundo o que diz, só há duas semanas. Se isso for sério, então ele é um prodígio da tábua, tamanha segurança e desenvoltura.
Pacotinho entre acertos e erros, conseguiu corrigir a postura em cima do skate, pegou mais segurança e acertou os pés ao remar. Já tá tirando ondinha, se arriscando em algumas manobras. Dá-lhe moleque!
Aruã Vieira, paulista, amigo da mermã, um cara bacana e que gosta de crianças. Aruã escuta piada de cariocas envolvendo praia e leva na esportiva.
Demos boas risadas sobre o tema.
Por fim a pista foi enchendo, outros caras foram chegando, todos se cumprimentando, apertando as mãos sem se conhecer e fazendo a famosa fila pra entrar na pista. Tudo na paz e na camaradagem, coisa rara hoje em dia.
Chegou então o Ítalo, carinha bacana, simpático, falante, que dividiu com prazer suas manobras com Pacotinho. Acabamos trocando whatsapp, Facebook pra enviar as fotos.
Algo me diz que a amizade vai ficar.
Se depois desse relato ainda existe algum pai ou mãe reticentes em deixar seu filho andar de skate, eu super recomendo. Vá a uma pista da sua cidade e veja com os próprios olhos como funciona esse grupo. Como eles se comportam, se estabelecem essa parceria e relação de amizade imediata, ainda que por um dia.
Houve um tempo aqui no Rio, num certo bairro da Zona Oeste, moradores que se recusaram a aceitar que fosse construída uma pista de skate em uma de suas pracinhas, alegando que ia juntar maconheiro ao redor.
Independente se essa tribo usa ou não maconha, na pista o que eu vi foram manobras bacanas, uma generosidade que independia de idade, uma troca bacana entre águas e biscoitos, além do velho e saudável cai, levanta de novo. Ou seja, estão embutidos valores como amizade, parceria, respeito e persistência. Valores esses pra deixar qualquer pai ou mãe babando de orgulho. Na próxima vou descolar uns patins pra mim.
Esse link mostra o monstro do skate, Bob Burnquist estreando a pista há pouco menos de um ano atrás, quando ainda nem era grafitada.