Tem acontecido um fenômeno aqui em casa, que eu gostaria de dividir com vocês. Chama-se TÉDIO.
Mas, péra! Essa palavrinha não deveria aparecer mais tarde? Pois é, concordo em gênero, número e grau. Devia aparecer mais tarde. Acontece que tem acontecido cada vez mais cedo, ao menos lá em casa e o último acometido foi meu filho do meio, de 7 anos, o Sr. Cabeça de Bolinha.
Essa semana, mais precisamente ontem, foi seu primeiro dia de férias. Imaginem vocês, o bichinho trancado num apartamento, cujos irmãos ainda cumpriam horário escolar e ele lá, à toa, de férias e pra piorar, de castigo por dois dias, cumprindo medida disciplinar longe do computador, seu maior objeto de desejo na casa.
O Sr. Cabeça de Bolinha é dos que aprecia um bom quebra-cabeças, também adora dar porrada nos bonecos que tem, fazendo altas lutas entre eles, adora dar bolada na parede do play e fazer meu cesto de roupas lavadas de cesta de basquete. Mesmo assim, ontem foi acometido de um tédio tão grande, que danou a atazanar o juízo da avó.
Dando um rolé pela internê, encontrei duas leituras interessantes que abordam esse assunto. Uma, foi a entrevista com a psicóloga e pedagoga Clarice Kunsch e a outra, foi no blog Escolha Sua Vida, no entanto, as duas fincam o pé no sentido de que os pais estão enchendo seus filhos de atividades e que esse tédio seria provocado por nós (resumindo o resumo) em decorrência desse excesso.
Sinto muito, eu discordo. Meus filhos não têm excesso de brinquedos, não têm excesso de atividades extracurriculares, meus filhos são retardatários em acesso à tecnologia se comparados com os filhos dos outros, porque somos adeptos do caminho do meio. Nem tanto, nem tampouco. Então de onde vem esse tédio todo?
Noto uma violenta diferença com o que ocorre entre meninos e meninas, isso sim. E como possuo os dois exemplares, fica mais fácil comparar, apesar de a pequena ser muito pequena ainda para entrar nessa ciranda. Mas não está imune, só não foi acometida pelo famigerado tédio.
Essa diferença tem mais a ver com o tamanho da criatividade de cada um. Pacotinho é um que possui imensa dificuldade em criar. É ótimo comunicador, ótimo mestre de cerimônias, desde que esteja em grupo. Sozinho, é o primeiro a se entediar. Precisa de um acessório nas mãos ou da atenção dos pais para se divertir, o que eu lamento muito, já que nem sempre que ele quer estamos disponíveis. Ontem foi outro que me perturbou a paciência, porque sendo seu último dia de aula, ele já queria se mandar de casa pra casa de algum amigo, a fim de gozar as férias.
Essa diferença tem mais a ver com o tamanho da criatividade de cada um. Pacotinho é um que possui imensa dificuldade em criar. É ótimo comunicador, ótimo mestre de cerimônias, desde que esteja em grupo. Sozinho, é o primeiro a se entediar. Precisa de um acessório nas mãos ou da atenção dos pais para se divertir, o que eu lamento muito, já que nem sempre que ele quer estamos disponíveis. Ontem foi outro que me perturbou a paciência, porque sendo seu último dia de aula, ele já queria se mandar de casa pra casa de algum amigo, a fim de gozar as férias.
EU QUERENDO APERTAR O PESCOÇO - Péralá, menino! Mas suas férias nem começaram direito e você já está sofrendo?
Já o Sr. Cabeça de Bolinha consegue usar a imaginação quando brinca com seus bonecos ou inventa jogos de futebol imaginários no play e chego mesmo a compreender seu tédio. Ele já havia feito algumas coisas e estava genuinamente sentindo a falta de alguém pra brincar.
Com Dona Miúda o babado é um pouco diferente, pois ainda não sofre tanto. Mentira. Domingo ela pediu pra ir brincar na casa de duas amigas, que infelizmente já tinham outro compromisso. Ainda assim, a galega brinca sozinha ou com os irmãos, fala sozinha e inventa historinhas do alto de seus 4 anos, pega os livros e mesmo sem saber ler, faz de conta que sabe e cria as próprias histórias. Ou seja, a imaginação faz com que ela se baste na maioria das vezes.
Com Dona Miúda o babado é um pouco diferente, pois ainda não sofre tanto. Mentira. Domingo ela pediu pra ir brincar na casa de duas amigas, que infelizmente já tinham outro compromisso. Ainda assim, a galega brinca sozinha ou com os irmãos, fala sozinha e inventa historinhas do alto de seus 4 anos, pega os livros e mesmo sem saber ler, faz de conta que sabe e cria as próprias histórias. Ou seja, a imaginação faz com que ela se baste na maioria das vezes.
Portanto, não chego a discordar dos exemplos citados pelos artigos que li, o que não concordo é que isso seja uma regra, mas o fato de que quanto menos imaginação, ou criatividade a criança tiver, mais cedo, infelizmente o tédio há de chegar. E que Deus nos ajude!
Fonte: Geração Tédio - Revista Educação
As crianças precisam de mais tédio - Site Escolha Sua Vida
2 comentários:
Oi Flavia, eu vi textos falando sobre o tédio e a falta de capacidade em criar, se distrair sendo colocados como culpa dos pais que lotam os horários dos filhos. Ócio criativo? Desde pequenos temos que aprender a lidar com tudo que você colocou...nem sempre temos tudo o que queremos e na hora que queremos...um brinquedo, a companhia dos pais, do amigo, do irmão e a questão é saber lidar com isso, vencer isso e sim, ficar entediado de vez em quando e ser orientado a lidar com isso...
Oi Flavia, eu vi textos falando sobre o tédio e a falta de capacidade em criar, se distrair sendo colocados como culpa dos pais que lotam os horários dos filhos. Ócio criativo? Desde pequenos temos que aprender a lidar com tudo que você colocou...nem sempre temos tudo o que queremos e na hora que queremos...um brinquedo, a companhia dos pais, do amigo, do irmão e a questão é saber lidar com isso, vencer isso e sim, ficar entediado de vez em quando e ser orientado a lidar com isso...
Postar um comentário