Nunca plantei nada na vida.
Ao contrário de quem tem o dedo verde, tudo que eu toco morre. Mais cedo ou mais tarde! E é justamente por isso que meu sonho de consumo é ter um CACTUS.
Até hoje não coloquei o plano em prática, mas um dia vai! Já matei até COMIGO NINGUÉM PODE.
ESSA MOÇA, amiga minha de longa data, bicha, poeta e tão escorpiana quanto eu, lembrou e acompanhou essa época.
A época q eu revoltada c/ a posição do país em relação às drogas de alto escalão, resolvi não compactuar c/ a exploração, tráfico de drogas pesado-ilícitas-ilegais e seguindo à risca conselho dado por aqueles rapazes da banda que mais entende do assunto (PLANET HEMP'A) - conforme a música: NÃO COMPRE PLAAANTE! Foi o q eu tentei fazer. Lórrico.
Comprei vaso, terra adubada, peguei as sementinhas q sempre iam p/ o lixo e mandei ver.
No início, a gente acendia uma lâmpada forte durante a noite p/ aquecer a terra e ela morava em cima da pia.
Óbvio! Seqüelada do jeito q eu sou, não peguei nenhum manual, nem bula p/ ler antes de seguir em frente c/ essa idéia. Simplesmente mandei ver.
E o tempo foi passando e um trocinho verde foi aparecendo.
Nunca me dediquei tanto a uma plantinha como c/ a pescoçuda. Eu regava todo dia depois de enfiar o dedo na terra p/ ver se estava úmida, eu conversava c/ ela, eu colocava no sol de dia e na lâmpada de noite, eu... eu... eu...
Bem, ela foi crescendo e ficando pescoçuda. Daí o nome!
Meu aniversário chegou (2004) e ela já estava em tamanho bom p/ colheita.
Burra toda vida, peguei as prantinha e juntei cas coisinha devidamente desberlotada e mantive o respeito.
Enquanto eu tinha El Porro de verdade, usava a prantinha misturada. O efeito não mudava tanto as coisas... até o dia em q El Porro de verdade acabou!
Putz.
Aí butei a pescoçuda no forno p/ acelerar o processo de secagem e depois da bichinha ter ficado preta qui nem carvão, eu fiz que nem D2 mandou na música:
É só jogar na seda, no boing, no pipe...
E esperar:
Aperta aquela tora q tá tudo tranqüilo, mas sem essa conversa de perninha de grilo, certo?!
E esperar:
...acende, puxa, prende, passa. Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Nada.
O grande, velho, amigo e companheiro nada!
Repeti o processo de novo:
Aí butei a pescoçuda no forno p/ acelerar o processo de secagem e depois da bichinha ter ficado preta qui nem carvão, eu fiz que nem D2 mandou na música:
É só jogar na seda, no boing, no pipe...
E esperar:
Aperta aquela tora q tá tudo tranqüilo, mas sem essa conversa de perninha de grilo, certo?!
E esperar:
...acende, puxa, prende, passa. Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Sim. Vcs já leram isso, não estão doidões ainda...
A boca ficou seca mesmo e c/ aquele gostinho de El Porro. Não tardou e a larica apareceu, mas... e a onda??
Onda nenhuma.
Pescoçuda era uma fraude.
Ela conservava as propriedades de El Porro, todavia c/ as piores partes.
Aí, um dia eu fui à casa de um amigo querido, comer um churrasquinho de lei, regado a El Porro da melhor qualidade e um dos temas daquela tarde foi a pescoçuda.
Porra. Meu grande amigo entendido do assunto, estudioso e leitor, me explicou q as sementes deveriam ser fêmeas.
O puto tinha até uma revista descritiva de Como fazer p/ ter sua própria pescoçuda! Faça vc mesmo - Manual prático em 5 passos!. Eu fiquei arrasada!
Tava mandando macho há 2 meses, sem ao menos ter plantado uma fêmeasinha sequer.
De fato! O mundo é das mulheres. Somos férteis até no mundo das drogas ilícias pesadas e ilegais de baixo calão!
Eu me fodi mesmo e resolvi voltar ao submundo do shopping.
Deixei de dar água a Pescoçuda e ela se despediu do mundo assim como veio. De uma hora p/ outra.
Agora, por favor!
Façamos um minuto de silêncio em homenagem à falecida Pescoçuda.
Snif! Uma lágrima rola por minha face displicente...
sexta-feira, setembro 22, 2006
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