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quarta-feira, junho 30, 2004

A CULPA Á DO AMOR!

Aquela frase q diz "Pimenta nos olhos dos outros é refresco", faz todo o sentido agora.
Quando eu era filha, só filha, lembro q vivia dizendo p/ a minha mãe:
- Mãe, diz não!
Minha mãe coração mole, tinha problemas em dizer não a minha irmã.
Eu? Dizia com uma facilidade de dar inveja e nem me comovia c/ as lágrimas de crocodilo dela, querendo me convencer do contrário.
Por fim, Miss Moura desistiu de chorar comigo e simplesmente ficava só puta! (Ela tinha menos de 10 anos de idade na época).
Hoje tenho certeza q ela sabe q quando digo não é não e nem esquenta.
O problema é q tive q colocar minha fimeza em prova, diante do meu Pacotinho hoje:

PACOTINHO indo p/ a creche essa manhã (atrasados!) - Mamanhê, a bola. (apontando p/ a bola de basquete) ENGRAÇADINHA vestida de mãe - Não. Essa não pode. Mamãe dá a outra (apontando p/ a de futebol q é mais leve e menor)
PACOTINHO - Nãããããoooo, mamanhê, a bola (apontando p/ a de basquete e batendo c/ os pézinhos no carrinho, entortando o chinelo de dedo p/ os dedos do meio do pé)
EU - Essa não pode meu amor! (consertando a sandália, q imediatamente foi parar nos dedos do meio de novo) PACOTINHO - Buuááááááá, a bola, a bola (gritando e acordando o prédio todo, batendo os pézinhos c/ mais força de pirraça e quase tirando a sandália).
A essa altura, estávamos já dentro do elevador rumo ao térreo e normalmente, ao chegar no elevador ele já parou de chorar, porque sabe q vai prá rua. E particularmente, como ele puxou pai e mãe, o Pacotinho ADORA rua.
Mas dessa vez foi diferente, passei c/ ele berrando pelo hall, porteiro e zelador tentam consolar em vão, saímos pelo portão afora, berreiro no mesmo volume, dobramos a esquina e continua a gritaria. Já estava caminhando uns 2 minutos, desde q saíra de casa, quando ele pegou a chupeta e enfiou na boca.

Meu coração, mole como todo coração de mãe, já doía.
Eu começava a me questionar, se não estava sendo muito dura c/ ele, afinal, ficamos distante diariamente 12 horas do nosso dia, e por q, quando ele me pede uma coisa, eu ainda nego, blá, blá, blá.
Eu já estava me vendo voltando p/ casa e pegando a bendita bola de basquete, para piorar, ele deu p/ chamar o pai, quando eu faço algo que lhe contraria (como se o pai fosse concordar c/ ele)...
Surpreendentemente, ele me chama:

PACOTINHO - Mamanhê, mamanhê (ele sempre me chama várias vezes de uma vez só!)
EU - Oooi meu amor!
PACOTINHO - Apaatu (sapato - mais uma p/ o dicionário q eu esqueci!)

Eu olhei e a sandália, que estava entre os dedos do meio.
Parei o carrinho e mais uma vez ajeitei.
Para minha surpresa, ao olhar p/ o rostinho dele, vi q não haviam lágrimas. Esse escândalo todo, não surtiu uma lágrima! E ele lânguido. Ou seja, meu Pacotinho berrou, esperneou por pura manha. Ele estava me manipulando, só q instintivamente, eu não caí. Só meu queixo q caiu e quase quebrou!

Bem, agora eu sei que estava certa. O NÃO dói muito. Mas deve ser dito, sempre q necessário.
Ninguém morreu, ninguém matou. Crescemos os dois.

Bj na bundaaa!!

1 comentários:

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