Pois é.
Eu sou uma mulher sem palavras e sem escrúpulos.
Eu faço promessas a mim mesma e eu mesma descumpro.
Uma delas, tem haver com a questão da lei que impede que num determinado horário, homens utilizem o vagão destinado às mulheres em trens e metrô.
No início, eu achei a maior palhaçada. Mas meu achismo não chegou ali na esquina.
Logo me lembrei da época em que morava na casa de Dona Engraçada, lá nos confins do Riocentro (q nem é bairro!) e tinha q pegar o 268 p/ ir trabalhar e quando sentava na ponta, às vezes tinha um imbecil sarrando meu braço.
Era constrangedor, porque a pessoa tava lá em pé, sendo amassada por outras 200, daí me espremia e sem querer, ou não, o pau encostava no meu ombro.
Às vezes eu estava até dormindo, mas sentia aquilo duro me encostando e acordava. Ficava pensando...
ENGRAÇADINHA PENSANDO - Será q o pau mole desse cara é desse tamanho todo mesmo, ou... ele tá de pau duro me roçando?
Pensava tanto, mas tanto, e me encolhia, que até tomar uma atitude o imbecil já tinha descido.
A gente se constrange, a gente sente vergonha, a gente fica mal, quando na verdade, ELES é que deveriam se envergonhar e ficar desse jeito só de pensar no assunto.
Por isso eu sou a favor que comam o brioco dos presos na cadeia q praticam estupro. Mas isso é outro papo.
Com essa lei, que tenta proteger as mulheres de bem, dos imbecis q se acham no direito de dar aquela sarradinha diária sem pagar pensão, eu me sentia no direito de ao freqüentar o tal vagão, abrir a minha boca e avisar aos "palhaços desentendidos", que aquele era um vagão feminino.
Essa lei já deve estar em vigor aqui há uns 2 meses ou pouco mais.
Qual não era minha surpresa, quando muitas vezes, os caras vinham acompanhados de suas respectivas senhoras. E os dois usavam aquela famosa joão-sem-bracisse de dizer que não viram.
Ora! Colocaram (pelo menos no metrô) um adesivo cor de rosa no chão e em cima das portas e os "espertos", continuam usando a mesma cara de pau de sempre!
Daí cansei. Até hoje de manhã.
Na segunda feira, teve aquele episódio no metrô. Eu fiquei quieta, só concordando.
Já hoje, uma mulher informou a um cidadão-cara-de-pau, que aquele vagão era de mulheres, quando este imbecil não satisfeito, começou a falar alto c/ ela.
Aí, meu amigo, o bicho pegou.
A mulherada começou a rosnar, falar alto, chamar o cara de mulherzinha, que só estava faltando o vestido p/ ele estar ali.
E me unindo ao coro presente, eu decidi soltar o verbo também.
Fiz uma verdadeira lavagem intestinal (quase e já q o assunto anterior foi esse).
Falei q eles eram ridículos, que sempre usam a mesma desculpa, q são pouco criativos e q se pintassem o vagão todo de rosa, ainda sim usariam a desculpa q não viram.
E é verdade mesmo...
E foi tão bom falar. Afinal, eu não estou errada. Nenhuma dessas mulheres estão.
Tal qual os estupradores e sarradores de lotação, esses caras q insistem em burlar a lei, se privilegiam é do nosso silêncio.
Enquanto a gente se cala, eles vão só aproveitando.
Pois eu decidi.
Mesmo temendo parecer ridícula, eu sei q não sou, então à partir de hoje, vou falar sempre q vir um homem no vagão feminino.
E ponto final!
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