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domingo, dezembro 29, 2013

ANDERSON SILVA É DERROTADO PELA PRÓPRIA CANELA


Não se fala de outro assunto na mídia. 
O adversário mais poderoso de Anderson Silva na revanche contra Chris Wideman, foi a tíbia e a fíbula, que compõem os ossos da canela.
Por essa ninguém esperava.

Não compramos o PPV da luta por aqui e veríamos a reprise, portanto, diante de tanto silêncio, já imaginava que algo de ruim pairava no ar. No entanto, como sou a rainha do otimismo, cheguei a crer que teria havido algum tipo de mega atraso no evento, que justificaria tamanho silêncio.
Ah, o celular? Fiz questão de não pegá-lo. Queria ver com meus próprios olhos o que teria sido dessa luta.

Gente, em Julho último, quando Anderson fez aquela presepada na luta pelo mesmo cinturão de peso-médio, que significou sua perda, assim, analisando friamente, ele já era tão consagrado, mas tão consagrado, que pouco se falou de Chris Wideman. Se falava mais da derrota do ídolo, que da vitória do novo campeão. 

O Esporte Espetacular, fez aquela cobertura en passant pela vida do jovem vitorioso, o que me deixou de queixo caído, tamanha humildade e determinação do lutador. Com apenas 10 lutas e 10 vitórias, ele foi capaz de tirar o cinturão de um Anderson tão acostumado à fama e aos holofotes, que a postura de respeito e humildade batida dentro das artes marciais foi posta de lado e claro, isso sempre tem um preço. Afinal, a humildade deve vir em primeiro lugar, sobretudo em situação de confronto, não é?

Wideman, um novaiorquino de 29 anos, de classe média, temente à Deus, soube usar isso muito bem a seu favor e ficou muito bem na fita. Já Anderson Silva, diante da derrota, me pareceu que viu a ficha caindo em câmera lenta, juntamente com sua queda. 

Ontem, 6 meses depois, o que percebemos foi um atleta extremamente focado, sério e respeitoso. Pois é, as quedas sempre ensinam, no entanto, a lição latente, talvez seja algo que a maioria dos brasileiros não esteja pronta para enfrentar. 
Creio verdadeiramente que esteja na hora de parar.

Eu, a eterna otimista, li isso nas entrelinhas. 
São quase 10 anos de diferença entre os competidores; o brasileiro, consagrado e favorito por 7 anos consecutivos, um dia vai ter de parar; a forma como aconteceu, foi a pior e mais dolorosa possível, tanto, que a grande maioria dos presentes não tinha coragem de olhar para o telão e assistir novamente o golpe que fraturou a tíbia de Anderson, deixando a perna pendurada como um saco de pano.

Chris sem se dar conta da gravidade do acidente, chegou a dar uns pulinhos no octógono e mentalmente, foi acusado de babaca por uma expectadora que da cama, também não tinha entendido ainda o que ocorria. Na hora a gente pensa que o cara está fazendo corpo mole, dá vontade de berrar "LEVANTA DAÍ, PORRA!", mas o replay foi categórico. A imagem daquela perna pendurada dispensa dúvida.

Talvez seja hora de pensar em parar mesmo. 
Pode ser que seja hora de se dedicar aos 5 filhos, virar técnico, viajar mundo afora pra esquecer, se refazer física e intimamente,  deixar o circo de lado. 
Essa pode ser a mensagem e isso não será reconhecido como sinal de fraqueza, pelo contrário, há que se ter bastante nobreza para aceitar que não somos constituídos de aço, que os ossos quebram e que a família precisa de nós vivos e sãos.

Anderson Silva tem 5 filhos e a imagem que ficou, do pé pendurado, tem que significar alguma coisa. Além do mais, oponentes não são feitos apenas de carne e osso. Existe o tempo, a mágoa, a dúvida, o medo e o público. 

Esse papo de revanche é lindo pra quem está do outro lado da tela, do outro lado do mundo, com a família reunida, assistindo tudo pela TV, no conforto de seu lar. Mas para o atleta, a dor é de verdade e dinheiro algum compra a integridade física de alguém. Ainda mais em se tratando de Anderson Silva, que já provou tudo o que tinha de provar.
Não tem necessidade. A gente sabe que ele é bom e isso deveria bastar.
Os sinais estão aí, basta lê-los.

O ex-campeão já foi operado em Las Vegas e passa "bem". Os ossos da tíbia ganharam um pino intramedular e não será necessária nova cirurgia para recompor a fíbula, que foi estabilizada. O tempo de recuperação será de 3 a 6 meses.

sábado, dezembro 28, 2013

2013/ 2014 - JORNALISMO, ROCK IN RIO, PSORÍASE INFANTIL, DESEMPREGO, ANÁLISE E UNIÃO


Esse ano que passou foi tão intenso e tão parado, que mais parecem dois anos. 
Quando eu lembro do Rock in Rio, da oficina de capacitação de todos os sábados, dos barracos e chororôs intensos em cada edição, não parece que estou falando do mesmo ano, mas de um tempo muito distante.

Passei o ano inteirinho acreditando que seria selecionada para o Rock in Rio e que milagrosamente, ainda na Cidade do Rock seria contatada por uma emissora estrelada e me tornaria uma VJ rica e famosa, instantaneamente, antes mesmo de me formar. Bem, as coisas não aconteceram desse jeito. O máximo que rolou ali, foi os próprios alunos, cada um com uma especialidade se juntar e criar um canal de Web TV chamado Farofa Web Tv

Eu jurava que o farofa iria bombar instantaneamente, assim como todos os outros membros da equipe, mas o que se viu ali, foi uma mãe de 3 filhos sobrecarregada, assobiando e chupando manga pra variar, mais um cinegrafista dando o sangue e acreditando no sonho, que ao se deparar com a realidade, murchou que nem plantinha sem água. 
Acho que a mensagem de 2013 foi a de que instantânea mesmo, só a web, ainda sim, depende do navegador e da velocidade do seu modem.

Paralelo, teve todo um terceiro período pauleira do curso de Jornalismo. Foi ali que eu descobri que não sei escrever notícia, só sei escrever crônica, mesmo não tendo tido ainda a disciplina Redação Jornalística. Tá bom, eu me exijo muito. Mas talvez essa constatação tenha sido responsável pra me afastar do blog. Sim, eu tentei, juro que tentei continuar escrevendo, mas toda vez que pensava em postar alguma coisa, pensava que ninguém se interessaria em saber um pouco mais da minha vida. 
Aliás, o que a minha vida tem de interessante? Comecei a me achar egoísta, umbiguista, fiquei com vergonha alheia de mim mesma e parei de escrever, até ver um comentário da Magui no Facebook, reclamando que não tenho aparecido. 
Verdade. Não tenho aparecido em lugar nenhum e comecei a me lembrar o que tornava esse blog interessante.
As histórias, o jeito de contá-las, o bom humor e tudo o mais. Já vai pra 10 anos que sou blogueira de raiz, por que não falar de mim não é?! Aaah humanos, tsc, tsc, tsc.

Ainda teve o fator Psoríase do Sr. Cabeça de Bolinha e a Ludoterapia que ele vem fazendo. 
Aquele desespero que bateu em nós, achando que estávamos fazendo algo errado... bem, isso foi resolvido. Descobrimos que o irmão do meio, sofre com a cobrança interna. No nosso caso, meu filho do meio se impõe uma grande cobrança, tem uma necessidade própria de perfeição em tudo o que faz e isso é uma merda! 
Queria dizer tanta coisa pra ele, de forma que entendesse, que não precisa provar nada pra ninguém, mas ele ainda não entende essa linguagem, porque tem uma alma bastante de acordo com sua idade, apesar de ser inteligentíssimo. Cada coisa a seu tempo, é a mensagem. E juro, estou tentando fazer com que ele entenda o quanto é amado, sem precisar provar seu valor a ninguém, já que esse valor é explícito pra qualquer um que conviva com ele.

Enquanto nossa vida fervia, o desespero tomava conta de Engraçadão que via nossas reservas se esvaindo na velocidade 5 do créu! Consegui um freela no finzinho do ano, mas nem de longe isso aplacava o rombo de nossa conta corrente. Ainda nesse turbilhão, levantei dinheiro entre amigos e familiares para fazer um book pra Dona Miúda conseguir entrar pro casting da Mega Models. Claro, a gente ainda tem esperança no instantâneo não é mesmo? Apesar de saber que o tempo de Deus é outro. Claro, mesmo antes de o material ficar pronto, a Miúda já figura no casting da agência, no entanto, ninguém se apaixonou por ela ainda. Quando chegarem as fotos, todos ficaremos encantados e seduzidos pela ideia de nossa gostosa desfilando e fotografando, só que essas coisas contam com o fator sorte e eu só posso rezar. O contrato é de 2 anos, vamos ver no que isso vai dar. Não é instantâneo, infelizmente.

O ano inteirinho passou frenético e uma coisa eu tive certeza, eu não nasci pra ser mãe e dona de casa ao mesmo tempo. Essa é a minha pior faceta. Não que eu maltrate as crianças, ou não queira ser mãe delas, mas é que minha criatividade, minha melhor parte, está sempre ligada a dinheiro. Uma coisa é você ficar um ou outro dia brincando em casa com eles. Outra coisa bem diferente, é todos os dias você ter três crianças em casa, entediadas, sem ter o que fazer, achando que mãe tem de atendê-los em 100% dos apelos, enquanto todos os afazeres domésticos requerem igualmente a sua atenção. Aí entra o conflito, a falta de criatividade, a frustração e o não ter grita mais que a garganta da Dona Miúda. 
Quando estão em aula, é mais fácil administrar a rotina, mas em se tratando de férias, se não tiver sol, ou um amiguinho pra brincar, os três, que estão em fases diferentes de vida e se entediam com a companhia um do outro, tornam a minha vida um enredo dramático e entediante de Lars Von Trier. 

Aliás, essa nova geração de crianças são muito esquisitas. Elas já nascem entediadas, impressionante! Precisam de estímulo eletrônico para se sentirem felizes. Não sabem sequer passar a mão num telefone ou interfone pra chamar o amiguinho pra brincar. Tem esse negócio de ficar ilhados em seus apartamentos, fazendo contato virtual com o mundo. 
Aqui, tivemos o privilégio de conviver com uma boa vizinha, a Mariana, que já em Novembro, tinha passado de ano no colégio e se dispôs a brincar com o Sr. Cabeça de Bolinha e depois Pacotinho. Na verdade, ela é mais velha que Pacotinho, no entanto, este vinha estudando para a prova do Pedro II, o que retardou suas idas ao playground e por conseguinte, retardou o início de suas férias. Ainda sim, brincavam. 
O único problema, é que Mariana tem vida social e às vezes se ausenta. Nesses dias, as crianças ficam desmotivadas, desanimadas e sem a menor criatividade. 
São Pedro resolveu boicotar esse início de férias mandando tempo ruim sobre o Rio de Janeiro, o que inviabilizou nossa praia, ou piscina. 
Eu contei que todos nós passamos de ano, inclusive a Dona Miúda? Graças à Deus!

No meio desse bololô doido, ainda fui indicada pela Chris Mendes, querida amiga blogueira (e linda nas horas vagas), para uma vaga de estágio. Coisa que vinha perdendo as esperanças de conseguir; apesar do meu currículo de peso, apesar de tê-lo distribuído mundo afora, apesar dos pesares... Pois é, ninguém chamava. Resolvi inclusive tirar a idade de lá, porque ajudar não ajuda. Mesmo assim, a oportunidade surgiu e sabe como é, eu competi com gente muito mais nova e disponível que eu.

Aliás, por falar em gente nova, percebi uma coisa muito legal! Descobri que sou muito melhor que eles em diversos aspectos. Claro, em outros talvez tenha uma chance de estragar as coisas. Mas meu grande diferencial, é que a necessidade e meus filhos, me torna uma pessoa extremamente motivada e comprometida, enquanto grande parte deles, nem saiu da casa dos pais ainda. São preguiçosos e eu não tenho esse direito. 
Minha história de vida, também encanta as pessoas que me entrevistam (elas sempre esquecem a parte das contas que não param de chegar), que ao invés de me chamar de maluca, passaram a me chamar de CORAJOSA. Olha que legal! 
Talvez corajosa, seja uma forma de me chamar de maluca em outras palavras, vai saber! Contudo, muito mais agradável de se ouvir.

Foi sob esse clima de expectativa, que meu ano terminava. Pouco antes do Natal, meu telefone tocou e eu ouvi que fora aprovada no processo. O primeiro impulso foi abraçar Dona Miúda que estava ao meu lado e soltar aquele grito de gol, bem alto, que acabou despertando a atenção dos meninos que estavam na sala. Em seguida, parti pra cima deles contando a boa nova e nós quatro nos abraçamos sob os gritos de: "VAMOS COMER MANTEIGA! VAMOS COMER MANTEIGAA!" Sim, era quase hora do lanche e manteiga hoje em dia, só em ocasiões especiais. 

Enfim, meu ano foi realmente novelístico com direito a final feliz. Foi um ano de muito trabalho, dedicação e quase perda das esperanças, mas no fim, a gente não pode perdê-las, não é? Às vezes nos abatemos, é verdade, porque cansa tanta ralação, mas uma coisa o universo me ensinou. Não é parado que se consegue as coisas, é trabalhando, fazendo a sua parte. Não para, não para, não para não. 
Essa é a mensagem. 
Trabalhe sempre e trabalhe no bem, que o resultado positivo sempre vem.

Feliz 2014 galera. Estou de volta.

sábado, novembro 23, 2013

QUANDO A MEGA MODELS CHAMA


Muita gente pode desconhecer o nome Mega Models.
Trata-se de uma agência de modelos brasileira, de porte internacional. Já exportou Raica Oliveira (ex-Ronaldinho Fenômeno), Isabeli Fontana, lançou Ana Hickman e é parceira do quadro Menina Fantástica do Fantástico, evidente.

Aqui em casa a gente já rezava. Mas não aquelas rezas decoradas. A gente reza conversando. E se conversa muito, mas muito mesmo, principalmente ultimamente. Além de saúde e amor, o que mais pedimos é trabalho, estágio, milagre ou uma simples saída, pra ontem! E então, na semana anterior ao meu aniversário, eu disse que não aguentava mais, que estava começando a ficar cansada e fraca. Pedia forças, sobretudo.

Dias antes, Pacotinho disse que teve um sonho esquisito, onde todos os seus desejos em oração se realizavam. No dia seguinte, quando o levei à escola, disse que estava sentindo uma felicidade inexplicável... talvez pelo simples fato de estar vivo. Nós e nossos papos cabeça, como sempre.

Pois voltando ao dia da oração, enxuguei as lágrimas e fui, claro, atrasadita buscar as quionça. Peguei Pacotinho primeiro e partimos pra escola dos irmãos. Lá chegando, Sr. Cabeça de Bolinha foi o primeiro a ser posto no carro e quando eu já voltava com a Miúda pela mão, fui abordada por uma moça, que perguntou:

MOÇA PERGUNTANDO - Você é mãe da Lola?
EU - Sim, sou preta, não sou linda, mas sou mãe dela! claro.

Então, além de todo o blá blá blá-Whiskas Sachê sua filha é linda, ela falou a palavra mágica!

PALAVRA MÁGICA - Então, eu sou a fulana de tal, sou da agência Mega Models e... sua filha é liiiindaa! Toma meu cartão, me dá seu número, vai lá, yada yada yada...

Então eu peguei e fiquei com aquele troço na cabeça, juntando as pecinhas, lembrando da minha semana e da oração que acabara de fazer. É... liguei.
A produtora de casting que me atendeu, foi super simpática e disse que já estava gostando de mim. Repetiu isso três vezes. Eu quase ofereci música no Fantástico, mas achei que não seria apropriado naquele momento.

Naquele dia mesmo fui conhecer a agência e fiquei empolgada, porque parecia uma agência de verdade. Mesmo eu desconhecendo o fato de a Mega estar presente no Rio. Pois é, o escritório fica em São Paulo.
 
Levei os três e fiz severas recomendações. Preparei o espírito deles todos de não serem escolhidos. O que valeu. Apesar de ter ficado encantada e ter feito um verdadeiro scanner deles, ela disse que o mercado agora estava interessado em meninas, porém, que as coisas mudam.  E concentrou todas as atenções na Dona Miúda.

Dona Miúda não deixou barato, ficou toda trabalhada na sedução da moça, coisa que nem é do feitio dela. Ela não puxou a mãe, nesse caso.

Infelizmente, tudo tem um preço e Deus quando apontou pra mim, ordenou que nada viesse de graça! De maneira que teríamos de fazer um book, já que ela não tem um, no padrão deles.
Tipo, justo nesse momento de contas menstruadíssimas. No plural.

Daí que qual jeito, senão recorrer á família?
Todos os que levantaram o dedo e socaram o computador nesse momento, perguntando pela opinião de Engraçadão acertaram. Apesar de ele não ter me chamado de louca, balançou a cabeça negativamente e me chamou de sem noção, só com o olhar. Então eu vomitei as evidências.
Fora as que já descrevi, tem o fato de Dona Miúda amar ser clicada por uma câmera profissional desde 1 ano de idade, fazendo as poses por si própria, sem ser dirigida.
Taí a filha da tia Verinha pra provar, já que é fotógrafa.

Partindo desse bando de premissa, catei família e amigos e apelei merrmo!
Foi surpreendente como as pessoas que mais amo ajudaram, além de tantas outras que conheço e adoro de longa data, das quais não esperava ajuda, mas que ajudaram. Até o último minuto tive amigos queridos apoiando a causa e enviando doações.

Antes de soltar a vaquinha, aproveitei minha veia jornalística, liguei pra Sampa a fim de descobrir se aquilo tudo, era aquilo tudo mesmo. Lá no fundinho, eu queria que não fosse, porque seria mais trabalho, recorrer a ajuda de terceiros e quartos, etecéteras infindos. Só que uma a uma dúvida foi caindo por terra. Eu dei uma de migué e fiz que só queria informação. Contei uma historinha e eles deram o endereço que eu fui, falaram os nomes das pessoas que me atenderam, desde recepcionista, fotógrafo, produção, pessoal do casting...e a cada confirmação, meu estõmago dava voltas e eu pensava em Deus. Uma oportunidade dessas, é quase como tirar a sorte grande. Quem curte moda. sabe.
E a Miúda contando os dias para fotografar.

Finalmente o dia chegou. Confesso que eu estava com aqueles medinhos do tipo, ela amarelar, ela chorar, ela não gostar das roupas, ela dar pití... Partimos com Dona Engraçada à tiracolo, das primeiras incentivadoras, além da tia Verinha que ficou torcendo de casa, com 6 looks na bolsa, além de sapatos.
 
Quando enfim chegou o momento, teve pití sim. A Miúda não queria deixar NINGUÉM pentear seu cabelo e ainda estava dando pitaco na roupa, que aliás, não é função dela. Chorou com aquela garganta potente inclusive, mas não era porque não queria tirar foto, mas porque não admitia que a penteassem ou maquiassem -> Entendam por maquiagem, um blush pra ressaltar as bochechas e batom cor de boca e mais nada.
Não fosse a mãe gênea que tem, nada disso seria possível. Fui lá, metendo a mão e fazendo sem que ela se contrariasse, até o maquiador poder participar.

Quando a câmera apontou pra ela... a bicha esqueceu de tudo e se trabalhou toda na sedução da lente.
O mais impressionante e sim, eu ainda me impressiono, foi o fato de ela não ser dirigida, a exemplos de outras meninas mais velhas que estavam lá.
Gente, ela só tem 3 anos!
 
Ficamos cerca de uma hora trocando de roupa e fotografando e ela já dava mostras de cansaço. Percbemos, porque ela começou a repetir pose. Depois falou:
 
DONA MIÚDA - Chega né, mãe? Já tá bom!
 
Ainda bem que quando ela determinou, já tínhamos acabado mesmo.
Daqui três meses receberemos o book completo. São 70 fotos e 10 impressas.
Estamos tocendo por trabalho à partir daí e acreditem, eu tenho a plena certeza que ao menos ela, já está brilhando!
 
E claro, vou contar tudo tudo pros meus 5's queridos leitores, além daqueles que amo e participaram.
Obrigada.
 

quarta-feira, novembro 20, 2013

Thianny Spetaclar - EU FUI!

 
Eu ainda consigo me lembrar do Circo Tihanny quando veio a primeira vez ao Rio. Sei lá quantos anos eu tinha, penso que menos de 10 anos e que era inevitável ir. Era o must go da época. Como se eu fosse menina de must go...
 
No entanto fomos, minha vó e meu vô. Porque meu pai, quem conseguiu o convite e estava sempre trabalhando e mãe, nem sei por qual razão, não puderam ir. Realmente não lembro. Fato é, saímos de lá todos impressionados e boquiabertos.
 
O Thianny representava os grandes circos. Era luxuosíssimo e mesclava atrações circenses, com shows de dança daquelas grandes casas de espetáculos. Sempre belas mulheres, com lindos figurinhos. Quase figurino de destaque de escola de samba rica. É de encher os olhos.
 
Como que por encanto, fui contatada através do grupo EBRJ do FEICE, para assistir ao espetáculo com direito a um acompanhante, seria num domingo de manhã e apesar das três crianças, consegui chegar a um consenso facilmente.
 

Os três deram a sorte de visitar a nova versão do circo com o pai, agora chamado de Spetacular, na ocasião  em que eu trabalhava no Rock in Rio. Daí que a única mini-pessoa que insistia que queria ir de novo desde então, era dona Miúda. Claro, não pensei duas vezes. É ela.
 
Fomos domingo passado, culminando a última apresentação aqui no Rio. O circo vai vazar pra outro canto e não perderíamos essa oportunidade nem à pau, Juvenal.
Ao chegar lá, o tempo estava fechando. Claro, eu em programa dominical com um único filho à tira colo, só pode ser razão pro tempo mudar. Sabia!
 
E após uma espera de 1h com direito a choro pela pipoca, que infelizmente não saiu (só aceitavam dinheiro e eu não tinha isso, mas tinha muita comida na bolsa!), começou o espetáculo.
Cara, me deu um certo choque, porque quase 40 anos depois, se é que é o mesmo circo, ele ainda segue a mesma linha. Muito luxo, danças e números com palhaço, costurando as apresentações. Obviamente não lembro se era assim exatamente, contudo, garanto que essa fórmula não foge em nada aos circos tradicionais.
 
Isso não é uma crítica, mas questão de estilo. Acho válido em tempo de tanta tecnologial, que existam circos com um pé na tradição, sem cair na mesmice.
E como encanta!
 
Um número impressionante, foi o time de moços da corda bamba, se apresentarem sem o uso de rede de proteção. Só quando quiseram descer mesmo, o que claro, causou inúmeros aaaah's e ooooh's da plateia, sem contar a friaca na barriga, né? Imagina, se alguém cai daquela porra e... nem quero pensar. Tudo minuciosamente calculado e treinado e a gente ainda cai nessa né?
 
O palhaço sensacional. Fez rir até dona Miúda que é cética e pragmática, apesar de seus 3 anos. Interagiu com a plateia em quase todos os números, arrancando gargalhada do povo, claro. Fez aquele tipo cloun e não fala. Ou seja, fica muito mais engraçado. Esse, definitivamente é meu tipo de palhaço.
 
O mágico, entre outros truques, fez aparecer um helicóptero no palco e não me pergunte como ele fez isso tão rápido, porque eu olhei e não deu pra ver na-da. Ele até que não arrancou muitas palmas da audiência, mas eu vi um bando de gente cochichando. Eu acho que a galera estava meio cansada de bater palmas. Nada pessoal.
 
Os meninos do trapézio foram magníficos! Usavam uma roupa que lembravam asas e sob a luz negra, literalmente voavam do trapézio. Eram 5, que se cruzavam no ar, fazendo acrobacias de cair o queixo.
 
Foram duas horas de espetáculo, que fez com que eu esquecesse quem eu era, de onde vim e porquê estava ali. Limpou minha mente e trouxe à infância, inevitavelmente.
 
De novo essa palavra né?
Mas o Thianny é assim.
Mexe com a gente, nos transporta pra outro tempo.
Espetacular.
 
 

quinta-feira, novembro 14, 2013

A Filha Que Deus Me Deu

 
Não vamos chorar pitangas demais, até porquê não adianta! Fato é que minha filha é linda, todo mundo sabe. Não por ser minha filha, mas porque assim Deus quis. E talvez, ela tenha vindo ao mundo sem ser convidada, com o simples objetivo de me salvar.
 
Antes da Dona Miúda vir à baila, eu não estava feliz, não era realizada profissionalmente, muito menos tinha uma relação muito sadia com as mulheres. Pior, tinha pavor de meninas, já havia batido o martelo como mãe de meninos, não pensava mais em ser mãe e isso estava resolvido.
 
A grana com dois meninos estava curta. Pelo menos eu e meu companheiro de batalha enxergávamos dessa maneira. Nenhum dos meus sonhos pros moleques conseguia realizar. E foi dentro desse contexto histórico que Dona Miúda foi inserida.
Imagina que pavor! Que pressão!
 
3 anos depois de sua chegada, eu consigo entender uma pá de coisas. Sua beleza não é só externa. A Miúda tem uma alma proativa, adora ajudar, se sente feliz quando a gente dá tarefas, vive agarrada nas minhas pernas e nossa ligação é muito forte. Mas tão forte, tão forte, que igual só tive com a vó que morreu e sentia essa mesma devoção pela minha mãe, quando pequena.
Taí. As mulheres amam com devoção. Bonito isso...
 
Miúda é como um recomeço. Uma boa nova. Ela sem dúvida é um ET preso num corpo de criança. Sua inteligência emocional dá nó em pingo d'água. Ela saca as coisas longe. Ela já se finge de boba e tem certeza que consegue dobrar qualquer um. Por isso eu dou uns sacodes, pra ela descer da inteligência e se tocar que a rainha-mãe aqui sou eu.
Eu sou a inteligência suprema. Então ela desce das sandálias mansa e me abraça. Sempre me abraça humildemente.
Quem morre aí?
 
Dentro desse contexto cada vez mais apertado em que nos encontramos, eis que a beecha foi descoberta por uma super agência de modelos. E a notícia é tão boa, que chega a ser boa demais pra ser verdade.
Depois de confirmar tudo com a sede em São Paulo e passar um verdadeiro pente fino na agência do Rio, resolvemos fazer o book com o dinheiro alheio. Porque claro, se tivesse essa grana, eu daria prioridade pras compras do mês, pro condomínio atrasado, pras contas em aberto... mas ao invés disso, estou acreditando num dom que ela tem e que eu vivia fazendo vista grossa, porque né? Não sou dessas que tenta ganhar a vida nas costas dos filhos.
 
Mas e se?
E se a Miúda esse tempo todo, não estaria programada com o chip da boa nova? E se ela esse tempo todo não seria a resposta das nossas orações? E se por acaso, não seria ela que mesmo de maneira torta, nos tiraria do sufoco e viria ser a resposta para uma vida mais digna pros irmãos, tão lindos e cheios de potencial, além dela própria?
Sabe que Deus tem um senso de humor meio esquisito né?
 
Só que até isso se torna um grande desafio. Claro, tem gente ajudando, mas por que será que a gente acaba sentindo medo pelas frases que desencorajam, mesmo querendo seguir nosso coração?
Por que as palavras que desencorajam acabam sendo mais fortes que os sinais que nosso próprio coração manda?
 
Fato é, a Miúda desde bebê adora uma câmera. É das que vibram muito mais ganhando roupa, que brinquedos. Ama sapato, vestidos, bolsas, rosa, badulaques e penduricalhos. Se pudesse, trocaria de roupa três vezes ao dia e nossos poucos desentendimentos se resumem a esses momentos, em que eu nego a ousadia.
 
Não pode e pronto. Ainda sim, depois do escândalo (sim, ela continua com aquela garganta potente!), ela vem e me abraça com aquela humildade de quem contrariou a mãe. Pede DESPUPA (das poucas palavras que erra) e se aninha no meu colo.
 
Dispensa solenemente uma brincadeira no play pra me fazer companhia.
Se você perguntar se quer ser modelo, ela dá um sonoro sim, com a boca e com a cabeça.
 
Então, vou confiar no meu coração. Está decidido.
Na próxima quinta, não sei como, estou indo lá levar a Miúda pra fazer o book. Certeza que o caminho dessa pequena vai ser estrelado. Não tem como ser diferente, com esse coração lindo que ela tem.
E que Deus nos ajude.

sexta-feira, novembro 08, 2013

Parábola do Filho Pródigo


Respondendo à pergunta de uma das mais antigas e queridas leitoras dessa joça e ao que parece, das poucas que sentiu ou reclamou de saudade, não querida MAGUI, não enchiquei, muito menos abandonei.
Passava por um hiatus produtivo, motivado por uma deprê pós-Rock in Rio, doença que acomete a grande maioria dos viciados em música, que têm a oportunidade de trabalhar num evento dessa magnitude.

Aconteceu não só comigo. Tive notícia de outros que ficaram deprimidinhos.

Pois a farra acabou! À terra, Deus deu algumas voltas, mesmo que quase ninguém tenha percebido e uma série de eventos melodramáticos aconteceu:
  • Miley Cyrus pendurou sua língua em seu mais novo clipe, digo, a shoshannah em Wrecking Ball, ficando nua em osso, alegando que finalmente pode mostrar a putona que sempre foi -> Ai para! Essa menina está precisando de uma piroca de negão, tamanho extra large. Alguém faz favor? Brigada
  • São Paulo tenta provar que o ex-prefeito Kassab sabia do esquema de corrupção que desviou mais e mais verbas com dinheiro público -> até aí, qual a novidade?
  • Flamengo começou a se levantar de um mal desempenho do Brasileirão para as cabeças da Copa do Brasil -> Pena que não pontua pro Campeonato Brasileiro;
  • O Youtube recebe seu mais maravilhoso e bem suscedido canal, só que não. O Farofa WebTV, que lançou dois trabalhos e não se sabe quando, mandará os outros pro ar -> Adivinha quem é a repórter!
  • Na falta de trabalho, emprego, estágio, etc. Brasileiro investe pesado no trabalho infantil -> Se não acredita, clique aqui.
  • Justin Bieber veio ao Brasil e fez daqui o seu quintal, antes, durante e depois do show -> Verdade absoluta! Brincou no puteiro, foi filmado dormindo depois do coito, quase quebrou uma suíte do Copacabana Palace toda, pichou muro do antigo Hotel Nacional de São Conrado, escoltado pela PM carioca (isso é que é moral!)... O menino está em fase de crescimento, gente. Deixa o garoto zoar! Afinal, o menino pegaria o vôo no dia seguinte e a Polícia faria o quê? Acertou quem gritou aí de trás ARQUIVAR O CASO!
  • Enquanto seguíamos na pobreza cotidiana, eis que surge o Rei do Camarote, Alexander de Almeida, alvo da Vejinha de São Paulo (aliás, palhaçada descarada da Veja dar moral prum troço desses), responsável por um dos melhores memes do ano nas redes sociais -> Fez cagada e agora paga de arrependido. Querido, quem se arrepende de verdade não desabafa na imprensa. Toma vergonha nessa cara esticada! 
  • Enquanto isso no Rio, neguinho não deixa barato e lança o Rei do Camarote Carioca! -> Sem comentários
  • Nem a atriz Betty Faria é poupada, sendo assaltada num congestionamento em pleno túnel Zuzu Angel -> Na entrevista, ela afirma que foi tudo muito rápido e com o susto, virou o rosto. Agora tá explicado por quê ela foi assaltada! Se tivesse encarado os bandidos de frente, garanto que eles teriam fugido assutados, evitando o assalto, mas o povo dá motivo;
  • As pesquisas apontam Dilma nas cabeças nas próximas eleições para Presidente da República -> Também com Marina (versão Lula de saias em inicío de carreira) e Aécio Neves, o Tucanão que tem resposta pra consertar o país... sei não... melhor anular saporra;
  •  No próximo sábado, dia 09 de Novembro, nossa querida colega de trabalho, Flavia Moura, também conhecida como Engraçadinha, comemorará seus 41 anos ao lado de gente que agrega, num almoço em sua residência próximo ao morro do Borel, com uma buxada de bode pendurada das sobras da feira de sexta entre amigos VIP e familiares, brindado com cidra em copo de plástico -> Vida longa a blogueira!
Então meus queridos leitores, não pensem que esse blog morreu. Está mais vivo do que nunca, cheio de novidades não tão novas, cuja novidade é a blogueira, cada vez mais vintage!

quinta-feira, setembro 19, 2013

ROCK IN RIO - SEMANA 2


Pra você que comprou ingresso para a segunda semana de Rock in Rio e se viu em meio ao tempo nublado, em plena semana de rock pesado, não maldiga o tempo. 
Agradeça. Você será abençoado, porque o Senhor vai derramar o seu amor.

Cidade do Rock com aquele sol de racha côco, está mais para caldeirão do inferno que qualquer outra coisa. Se assim como eu, você detesta suar, amigo. Hoje é dia de comemorar.

Aqui em Jacarepaguá, pertinho do fim do mundo e da Cidade do Rock, o tempo está nublado, sem chuva, no máximo algo fininha e bem ocasionais. 
Deu no jornal que pro fim de semana, a temperatura máxima pode chegar aos 35°C, o que comprova a velha máxima de que alegria de pobre dura pouco. 

Leve sua camisinhha de algodão, além da de látex, vale bermuda rasgada, aquela cartucheira, que estava esquecida no canto do armário e você não encontrava utilidade, tá na hora de colocá-la pra fora. Ela super combina com Rock 'n Roll. 

Nessa hora todos ficariam felizes se eu sugerisse um coturno lindo, mas esqueça isso sem medo de parecer anti-fashion. Coturno é lindo pra quem tem a credencial azul, que te permite chegar de carro e estacionar ali na porta do Rock in Rio. 
Se você não tem todo esse poder, ponha o tênis e corra pro abraço!

Pode ser o velho tênis de corrida, com mola, modelo air, o que você tiver, de preferência que amorteça a passada. São kilômetros pra tudo. Pro banheiro, pra birita e pro ponto de ônibus mais próximo.

Sem contar, que a própria Cidade do Rock oferece brinquedos com filas kilométricas, que com chão molhado você não vai ousar sentar, vai aguentar nas pernas mesmo. Portanto, esqueça coturno.

Capa de chuva é o mais indicado, ou ainda, chuva na cabeça, caso você não se importe em ficar com cabelo encolhido.
O meu, por exemplo, tá pago e pode molhar a vontade. 

Guarda-chuvas, são terminantemente proibidos na Cidade do Rock, além de super difíceis de esconder na bolsa. A menos que você queira fazer caridade com o mendigo mais próximo doando o seu modelo, não leve em hipótese alguma guarda-chuvas! 

É impressionante, mas Murphy sempre pega a gente no erro. Pode não pegar os outros, mas os cagados de urubu, sempre se dão mal. De maneira que querer parecer esperto, achando que a segurança não vai pegar, é querer ter dor de cabeça à toa. A segurança pode não revistar mesmo, inclusive, eu nem posso discorrer sobre esse tema, já que entro pela ala de colaboradores e sou revistada todos os dias. 

A Cedae está distribuindo água para aqueles que ficam encostados nas grades. Não sei dizer se a mesma coisa acontece em outras localidades, mas é importante se hidratar tanto com sol, como com chuva. Entre uma cachaça e outra, abuse de água. Além de fazer bem, evita dor de cabeça para você e seus amigos. Ninguém quer ir pro Rock in Rio pra ficar ouvindo os shows da enfermaria. 
Vejo muita gente passando carregada e chorando por não ter aguentado ficar horas a fio em pé, próximo ao palco. Existem telões distribuídos por toda a Cidade do Rock transmitindo os principais shows. Não há o que temer. Beba muita água e curta o Rock 'n Roll. Nada de se matar.

Eu que estou em maratona cobrindo o evento, estou conseguindo me cuidar lá. Ainda que passe noites em claro, ou não durma o suficiente, a água é minha melhor amiga. Mais até que a Heineken, que está cobrando R$ 10,00 com os mochileiros e R$ 9,00 (santa diferença) nos stands.

Tenho visto muita gente portando máquinas fotográficas fodera, além de celulares sensacionais. Fica a dica. Escondam, maloquem ou evitem exibir. 
A segurança do evento encontrou uma ladra, com nada mais, nada menos que 40 celulares roubados na mochila. A assessoria do evento diz que será proibido entrar com equipamento de filmagem ou fotográfico, no entanto, tenho visto muitos. 
Evitem. Vocês poderão dançar e curtir muito mais, que ficando em estado de alerta permanente. E vamos combinar, ninguém fica em estado de alerta permanentemente. É justo nessa hora que os bandidos agem.
Todo o cuidado é pouco!

Estas são as dicas de ouro pra essa nova semana de Rock in Rio.
Brinquem na paz!

terça-feira, setembro 17, 2013

ROCK IN RIO 2013 - OS TRÊS PRIMEIROS DIAS


A grande aposta desse primeiro final de semana estava nos grandes do Line Up, Beyoncé, David Guetta, Muse, 30 Secons to Mars, Alicia Keys e Justin Timberlake, não necessariamente nesta ordem. Então, vamos nos ater a eles. 

Entre erros e acertos, como testemunha ocular do evento, vou descer a marreta que é minha especialidade. Esqueça tudo o que você viu pela TV. Ela, a telinha brilhante não representa a realidade. Lembre-se que é uma fábrica de gerar sonhos. O trabalho dela é esse, te hipnotizar e te deixar babando mesmo. E é exatamente assim que a gente fica.
Um aviso: Não procure ordem cronológica por aqui. Não é assim que a gente brinca!

BEYONCÉ KNOWLES

A abelha-rainha, Beyoncé deu as caras por aqui, mais precisamente em Fortaleza - CE antes mesmo do Rock in Rio começar, estragando nossa brincadeira. Desta feita, a gente já sabia que haveriam zilhões de trocas de roupa, gente dormindo no fundo da plateia, yada-yada-yada. Mas uma coisa é ler na imprensa, outra é testemunhar o ronco. E houveram vários ao longo do chão de grama sintética do evento. 

A DIVA bate-cabelo mais famosa do mundo, foi protocolar e não surpreendeu. Levou seu ventilador velho de guerra e abusou do carão, do vozeirão, abusou das músicas da nova turnê, The Mrs. Cartier World Tour e o que considero o próprio tiro no pé pra plateias brasileiras, fazer versões praticamente irreconhecíveis, onde o povo não consegue acompanhar. Porque brasileiro é assim. Adora cantar junto e se não estiver ensaiadinho, a gente cansa, a gente dorme. Eu particularmente não dormi, fiquei em pé em 80% do show, no entanto, nem todos têm a mesma paixão que eu num show e entregam os pontos muito antes. 

De maneira, que essa alteração gritante nas canções mais populares, além da troca excessiva de roupa, foi o modelo a não ser seguido dessa apresentação. Ela deixou a peteca cair diversas vezes, decepcionando do meio para trás da plateia. Muita gente sentada no gramado. E quando eu digo muita, é muita mesmo. Levou um piano, fez performance em cima dele trajando um belo macacão azul purpurinado, exibindo a exuberante forma de Barbie, mas isso não é o suficiente. 

Eu bem havia perdido a esperança depois de ter ouvido o álbum B'Day (Deluxe Edition - 2007). Tenho consciência que nós, brasileiros, somos muito fãs até a página dois. Existem os incorrigíveis que não se abalam, ficam uma semana sem banho, aturando sol e poeira pra assistir a DIVA. Beyoncé aliás, não é chamada assim de bobeira. Ela o é. Sabe usar seu magnetismo como ninguém, exatamente por isso, se redimiu diversas vezes durante o show.

Ponto alto Love on Top, quando sobe a escala vocal ao cantar, brincando de maneira magistral as notas musicais sem esgoelar; introdução em homenagem a Witney Huston com I'll Always Love You para música Halo, sem contar com o funk brasileiro LE-LEK-LEK, que acordou até os cadáveres dos pontos de desova das redondezas do evento. 
Por esse momento e poucos outros, ela merece os parabéns, mas sinto informar, a noite do primeiro dia foi do...

DAVID GUETTA

Antes de mais nada, é preciso destacar minha ingenuidade em termos desse artista. Apesar de acompanhar os hits, nunca comprei nada, nem baixei. Portanto, o que eu conheço do moço, é o que a grande maioria já ouviu. 

Inegável reconhecer, a noite foi dele. Ele jantou com farinha quem veio antes e depois de sua performance. 

Apesar de a noite do primeiro dia ter sido tomada pelos fãs da DIVA, David Guetta não deixou barato. De ponta a ponta, de lado a lado, o gramado completamente tomado pelos fãs, dançava e cantava nada mais, nada menos que todas as músicas do cara. Posso dizer de cadeira, porque coincidiu com a minha saída de turno. 

Um trajeto que normalmente levaria 5min a 10min cortando caminho, ainda que estivesse cheio e com pessoas sentadas (como ocorreu com Beyoncé), no show do moço, levamos 30min para chegar. Pessoas de todas as idades, cores, tamanhos, credo, sexo e famílias, cantavam, pulavam e dançavam de ponta a ponta, totalmente ensandecidas e felizes. 

O moço, uma simpatia. Baixava o som pra deixar a galera cantar, levando ao delírio uma multidão. Portanto, mesmo sem tentar comparar estilos, ele ganhou disparado como unanimidade da noite.

30 SECONDS TO MARS

Depois do fiasco que foi a apresentação de Jared Leto no Vivo Rio em 2010, que originou esse post ofendido, reconheço que tenho me esforçado para odiar esse homem. 

Claro, ele se redimiu nos vocais, mas cometeu uns errinhos para um festival dessa magnitude. Escolheu pra baixar o tom, levando músicas pro acústico, que naturalmente levaria os fãs ao delírio. Isso não se faz. Mas antes assim, que chegar afônico pra cantar. Aí não pode.

Parece que o moço aprendeu a lição, tomou melzinho com limão três vezes ao dia para caprichar na voz, mas esqueça as notas altas. Esse papo de notas altas fica para o público cantar e é exclusividade do estúdio. 

Echelon, que seria uma música para arrebatar a plateia ficou de fora do set list e cantar The Kill no acústico, mesmo que do alto da Tirolesa, não é estratégico, é fanfarronice. 
Ainda que ele tenha cativado ao descer no brinquedo, nesse momento (a única boa imagem captada nesse momento, foi do aluno da Estácio, o cinegrafista Paulo Prazeres, portanto se você ver em algum canal - a em close, é dele).

O 30 Seconds é uma banda para um público muito específico. Eu já fui tão fã, quanto sou hoje do Muse, mas a mágoa que ficou foi tão gigante, que esqueci até as letras das músicas, ainda que possamos considerar que eles tenham se redimido.

MUSE

Para tudo!
Mathew Bellamy e sua turma só se compara aos grandes não é à toa. 
Fez um show tecnicamente perfeito, arrancando lágrimas até de quem não conhecia a banda, caso de Cláudia Rocha, vocalista da banda Heavenside, que só conhecia alguns hits.

De formação clássica, o Muse, desconhecido de boa parte dos brasileiros, num primeiro momento podia não merecer o posto de banda da noite, no entanto, esse rótulo cheio de preconceitos caiu por terra por diversas vezes durante o show. 

Foi uma performance cheia de energia, vigor, simpatia, afinação e contato direto com o público, com direito a bandeira do Brasil cobrindo seu rosto inteiro enquanto cantava. Absolutamente todas as músicas que eu jurava que ele não cantaria num show desse porte, ele cantou, além dos hits de praxe, Madness (música usada em um dos meus trabalhos), Uprising, Hysteria (que me deixou literalmente histérica - Ok, fiquei em todas), entre outras.

Daquelas que jurávamos não ouvir e que surpreendeu todo mundo, inclua Feeling Good e Knights fechando o show. Apesar de Knights ser uma música bem executada em suas performances ao vivo, por não se tratar de uma faixa do último álbum, achei que ficaria de fora, contudo, foi executada e bem conduzida pela massa e encaixa como uma luva em grandes festivais. 
Ponto pra eles!

Não teve vacilo nesse show, não teve o que falar mal. Foi de chorar de emoção mesmo. A técnica e perfeição do Muse pode e deve ser comparada às bandas do porte de Radiohead em apresentações ao vivo e System of A Down (melhor show da edição de 2011, irreparável). 

Favor não confundir essa resenha com apelo de fã. O Muse tem 20 anos de estrada e merece todos os louvores pelo que é capaz de fazer em cima de um palco. Até o baterista pegou o microfone para agradecer a plateia. Simples assim.

ALICIA KEYS

Vamos combinar, Alicia Keys é uma super fofa de mamãe. Te ganha na simpatia, mas não é nem de longe amada pela plateia repleta de fãs de Justin Timberlake. 

Ela é maravilhosa e eu ouso dizer que concorre ao posto de Diva. Muito mais Diva do que muitas consideradas como tal, no entanto requer um ouvido mais apurado e sofisticado do que da maioria dos presentes.

Artista completa, ganhou pela simpatia, mas arrisco dizer que não levantou da metade pra trás do público que ali estava, já que se percebia a cara de desânimo dos que nas laterais se posicionavam. 

Mas ela tem passe livre e fica o convite pra tomar um cafezinho lá em casa. Só não vai caber o piano, uma vez que o apartamento é pequeno, mesmo assim, ela mora no meu coração, infelizmente, não da maioria. 

Rolou até a pegadinha da Alicia, quando brincou com Streets of New York e Empire States of Mind usando-as apenas como introdução. 
Ai dela que não cantasse! Ia levar uma surra de vara de capim da multidão que curte, se ousasse sair de lá sem levá-las na íntegra. O que, claro, ficou pro final, já que a moça é novinha, mas não é bobinha. 
Palmas pra Alicia Keys que ela merece só por ser quem é.

JUSTIN TIMBERLAKE

Chegamos ao todo, todo, que dispensa apresentações, Justin Timberlake. 
Não em vão, ele foi premiado no VMA com o prêmio Michael Jackson pelo conjunto da obra.

O mais aguardado, esgoelado e dançado da noite, foi capaz de sacudir o esqueleto de nomes como Didi Wagner (ex-VJ MTv), Simoninha, Alexia Dechamps (por favor, alguém a avisa que ela já morreu? E mais, apresentem a X-Tenso de L'Oréal Paris pra dar um jeito naquele cabelo?) e assistido discretamente por Andreas Kisser, líder do Sepultura.

Nem é preciso detalhar tanto o show de Justin, uma vez que quase todo o mundo viu o que aconteceu. Só preciso rechaçar que ele dominou a noite, esbanjou simpatia, homenageou com grandiosidade, INXS (I Need You Tonight) e Jackson 5 (Shake Your Body, devidamente reconhecido por mim e mais 5 cabeças apenas). 

Antes de mais nada, o artista merece respeito, por trazer de maneira respeitosa aos brasileiros, um show sofisticado, já que dizem as más línguas que por aqui, os grupos estrangeiros têm o hábito de trazer a raspa do tacho. Eu discordo dessa máxima até hoje e o moço-delícia mostrou que eu estou certa.

Ele dançou, interagiu lindamente, conduziu a plateia, fez dos brasileiros um gigante coral e foi o segundo do final de semana, depois do Muse a inaugurar os fogos de encerramento. Com a diferença, que o Muse usou os fogos como ponto alto pra finalizar seu show, ficando no palco e agradecendo nesse momento. Justin não teve essa sacada e quando os fogos pipocaram, ele já estava fazendo o xixizinho básico.

Portanto gente, guardadas as devidas categorias e proporções, o Muse ainda é o líder desse final de semana, seguido páreo a páreo por Justin Timberlake, coladinho com David Guetta. 
Vale lembrar, que como diz o coro popular, gosto é igual a c... mas essa máxima não está sendo considerada aqui. Única e exclusivamente, o conjunto da obra, perfomance, técnica e domínio do público/ palco.

Na próxima semana eu volto para comentar a segunda semana de Rock in Rio, não sei se num único post ou dividido em blocos. 
Mas fica a dica, leia o blog e saiba por quem entende de música.

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