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sexta-feira, maio 31, 2013

SAUDADE, QUEM NUNCA...



Ih, mas bateu uma saudade violenta!
Saudade de voar, 
saudade de subir em árvore, 
saudade de colher amora no pé,
saudade do jamelão puxado do galho,
saudade de me esconder no mato,
saudade de fazer trilha,
saudade de namorar dentro do carro,
saudade de ter segretos secretíssimos,
saudade de mim,
saudade da minha avó,
saudade de achar uma ilha,
saudade de ser filha,
saudade da estrada,
saudade de comer sem pressa,
saudade de comprar roupa sozinha,
saudade de não me importar com a hora,
saudade de dormir até tarde,
saudade de gostar de brincar de pique,
saudade de montanha-russa,
saudade de cachoeira,
saudade de Búzios, 
saudade do mar,
saudade de ir à Europa com a família,
saudade de Pipa,
saudade de sentir cheiro de bebê,
saudade de hidromassagem,
saudade de ler o espiritismo,
saudade de tomar espumante no café da manhã.
saudade de ser surpreendida,
saudade de toboágua,
saudade de cantar refrão até estourar os pulmões,
saudade de...

quarta-feira, maio 29, 2013

PRA FAZER TV DE QUALIDADE


1.
Pois é, quando eu resolvi mudar de curso da Publicidade para o Jornalismo, não tinha ideia de onde isso ia parar. Ainda sofrendo forte influência dos meus pais, me via trabalhando num jornal de grande circulação do Rio, de onde meu sonho de trabalhar escrevendo ficou enterradinho a sete palmos da terra  por muito tempo e que tão logo minha vida foi virando conforme a maré, mantive esquecido no santo sepulcro da minha mente.

Assim que reativei o sonho do Jornalismo, esse sonho pulou lá da sepultura tal qual uma janela de pop up pula na sua cara, sem mesmo você sequer pensar no assunto. Então eu fui convencional, até participar daquele processo seletivo de estágio, onde me vi segurando o microfone no início do ano. 
Claro, fui muito bem numa parte, fui péssima em outra, estava nervosa, mas não adianta. Meu bom jeitinho de falar está ali. E todo jornalista é róbert, salvo raras exceções. Mas o bichinho ficou lá... a espreita.

Então, um ex-colega de faculdade chamou uma galera de jornalismo pra fazer um programa pela faculdade. Ele tinha por objetivo nos capacitar e levar-nos pro Rock in Rio pela Estácio, que é uma das patrocinadoras. Porque já experimentou uma vez  participar do evento estando totalmente cru e tendo que se virar na hora, daí veio a ideia de formar-nos em tudo que fosse possível. 

2.
Oito adeptos comigo incluída. Esse foi o primeiro grupo. Mas nosso herói é um cara muito ocupado e promessas o vento leva. Envolvido em dois estágios, ele acabou deixando o grupo à deriva, que acabou desmotivado. 
Apenas eu e outra menina, putas da vida, resolvemos tocar o projeto mesmo sem ele. Criamos um grupo no facebook, mantivemos alguns da formação anterior, chamamos outras e tiramos todos os integrantes que representavam peso morto, inclusive nosso heroi, que claro ficou revoltado conosco e assim surgiu o programa Vai Vendo, de um dos nomes que eu sugeri, escolhido pela maioria por voto.

Péraí! Surgiu não. Está surgindo.
Aproveitando a pecha sugerida pelo nosso ex-colega em reunião de pauta, nosso programa atinge em cheio o aluno de faculdade. Ao invés de ficar empurrando coisas goela abaixo do telespectador, nossa ideia é colocá-lo em cena obviamente, junto com uma personalidade da grande mídia. E aí, pretendemos mostrar tudo de interessante da vida de universitário. 

Sim, objetivamos o UTV e pra isso, precisamos de pelo menos 4 programas gravados, mas pra fazer um programa de qualidade não basta ter um rostinho bonito, apresentado com um texto legal. É bem mais que isso. A gente precisa de uma abertura digna, com vinhetas descoladas e definir a marca do programa. Hoje, é justamente isso que nos impede de avançar. Porque não temos pessoal de Publicidade suficiente, interessado em nos ajudar. Só os de jornalismo se candidatam. 

E arrumar alguém verdadeiramente interessado é que é o X da questão. E digo mais, aqueles que já trabalham fora, com horários estabelecidos, com uma rotina, têm uma postura, os que ainda não, perdem o interesse tão logo esfrie a paixão e vire obrigação. Esses infelizmente, são o perfil do futuro publicitário que chega a nós.

3.

Claro, nós temos uma agência dentro do Campus que vai nos ajudar, no entanto, eles nunca, jamais, em tempo algum, tomarão a iniciativa de fazer por nós. Eles no máximo nos darão uma força, porque com 3 cabeças, atendem a uns 5 campus ao menos. Eles também recrutam jovens estudantes de publicidade para trabalhar voluntariamente lá, inclusive dão bolsa de estudos para quem for bem avaliado no quesito, produtividade, interesse, assiduidade, mas sofrem do mesmo mal que a nossa equipe do programa. A paixão se vai, junto com o candidato de PP.

Posso dizer que 70% do programa foi gravado. Eu e uma amiga de PP com veia jornalística roteirizamos, outros novos integrantes vindos do primeiro grande rodo, vieram com ideias primorosas e muito pique, então sou âncora, temos repórteres de rua, um fotógrafo na equipe e já concluímos as entrevistas.

4.

A fase final e mais difícil pré-edição, é concluir nossa abertura, trilha sonora e vinhetas. Sem falar da pós-produção que me leva a suspeitar que ainda estou nos 50% do programa.

Nos quadros de rua, é preciso mais que perguntas pautadas. Requer paciência, porque ao contrário do que se vê na televisão, brasileiro foge de câmera. Impensável até ontem, né? Mas é verdade!

Com essa experienciazinha na bagagem, vou preparar a malinha pro curso de férias que a própria faculdade vai oferecer, praqueles que almejam participar do Rock in Rio. 

Nem que eu tenha que morar 1 semana na minha mãe, nem que eu tenha que dividir as crianças, nem que... sei lá. Nessas horas, sempre aparece um jeito. Além do mais, Deus sabe que essa é a única ou última oportunidade que eu tenho. 

Legenda:
  1. No sentido horário: Eu, Taiga e Vanessa;
  2. Gravação dos âncoras: Eu e Igor Peres
  3. Entrevistando o músico e aluno de PP, Rafael Lobo, sob a atenta direção do Prof. Franklin
  4. Antônio, repórter nesta edição, entrevista Marília, gerente de uma das lojas de uma famosa cadeia de salões do Rio.

quarta-feira, maio 15, 2013

CABELOS BRANCOS


Não contei por aí, mas uma colônia de cabelos brancos se mudou pra minha cabeça há algum tempo. Eles resolveram que há era hora, pegaram suas malinhas minúsculas e vieram uma família. Um pai cabelo branco, uma mãe cabelo branco e um filhinho cabelinho branquinho.

A supermodel Kate Moss não foi poupada
A princípio não liguei, porque isso acontece com todo mundo. 
Em algumas pessoas acontece até muito cedo, tipo aos 18 anos e tals e pelo histórico da família, meu caso era fifty-fifty. Enquanto minha mãe começou sua colônia pouco depois dos 18, meu pai até hoje, com mais de 60 tem pouquíssimos fios. Então, o fato de os meus surgirem aos 40 representa uma boa média, né não?

Mais ou menos. 
Mais uma vez a natureza é cruel com as mulheres. Ser homem e ter cabelo branco é sinal de charme, ser mulher e ter cabelo branco é sinal de desleixo. Então a ditadua da moda nos obriga a pintá-los desesperadamente.

Enquanto os meus não davam sinal de vida, eu arrotava por aí que os assumiria numa boa. É fácil falar, difícil é viver na pele a experiência. Eu continuo com a ideia de assumir no rosto e no corpo a idade que tenho. Acho digno saber envelhecer. Vi o que aconteceu com os cabelos da minha mãe que eram absurdamente lindos e cheios e que não aguentaram o ritmo frenético de tintura de 15 em 15 dias. Costumo pensar que se minha mãe nova se encontrasse com minha mãe senhora talvez ficasse assombrada. O que ela tem hoje em cima da cabeça é só uma penugem se vc for comparar o jeito que era antes.

Pensei na mecha ao contrário, tipo, ao invés de pintar, fazer mexas escuras enquanto eles vão ficando brancos, mas vamos ver o que será tendência até lá.
Ok, não achei foto de gay. Bruno Gagliasso
define bem a moda
Hoje tem uma moda super descolada, q infelizmente não costuma ser vista em senhoras. São cabelos recadíssimos nas laterais, com um topete bacanérrimo no topo e a cor, adivinha! Platinados, ao melhor estilo cinza. É o novo branco. 
O que pega, é que até agora só os vi na cabeça das bichas hypsters e em nenhuma mulher. Chego a pensar que talvez aos 50 possa fazer isso, já alisar o tempo todo também não deve ser legal né?

E essa família de cabelos brancos que se mudou pra cá?
Infelizmente eles não tem nada melhor pra fazer do que se reproduzirem. Não tem TV na minha cabeça e o que eram 3 virou uns montinhos dependendo de qual lado vc vira o repartido.
Não, não vou fazer a loka do cu que não vive sem tintura. Essa escravidão não vai me pegar. Aliás, de escravidões vive a mulher. Não pode envelhecer, não pode engordar, não pode beber, não pode comer, não pode ter rugas, não pode ser mulher né? Não pode ser humana?

Espera. Mulherzinha, mulher de verdade mesmo, pode envelhecer com vaidade, se cuidando  e encontrando uma maneira criativa de ficar bela sempre.
É pelo menos o q eu acho. 

segunda-feira, maio 13, 2013

OS 3 ANOS DA D. MIÚDA


Dona Miúda sabedora do que quer e principalmente do que não quer, andou arrotando por aí nos últimos 6 meses que em sua festa de aniversário teria pula-pula, brinquedo, escorregar e o cacete! Não podia passar em frente a uma casa de festa que apontava o dedinho e dizia:

DONA MIÚDA FAZENDO ALOKA E DIZENDO - Olha mãe, minha festa vai ser ali!
EU - Quem sabe um dia, né meu amor?

Pacotinho já vai fazer 11 anos e nem sinal de ter aniversário em casa de festa, ela que chegou por último senta e chora né? É caro pra caralho e eu com tanta coisa pra fazer antes de pensar no assunto...
Não muito obrigada! Talvez, quem sabe um dia, se eu conseguir ver dinheiro do meu último empregador, que fosse uma bolada, depois de eu realizar tudo o q é necessário antes, desse festa pros três e de lambuja me casava.

Daí q eu disse a ela já próximo, que seria uma bolinho e q mamãe convidaria alguns amigos pra cantar parabéns pra ela. Ela torcia o nariz e teimava com o raio do pula-pula. Meu cu apertava solenemente.

Então chegou o sábado. Todos abraçam, beijam e ela felicíssima por finalmente estar fazendo 3 anos. Sim, porque passou parte do ano perguntando quando seria, afinal eis que ei-lo. 
Então acompanhem a foto legenda que fica mais fácil!

Podemos dizer que esse foi o vestido da discórdia. Claro, depois de tanta promessa de ganhar o vestido das princesas da Disney, quem se importa com o vestido normal de aniversário não é mesmo? Então toda e qualquer foto com o vestido oficial sairia com cara de cu, porque né? Quem não boicota não alcança!

Nem preciso dizer quem ficou c cara de tóba
Enquanto isso, os meninos nem aí, se abraçam e comemoram a passagem para a próxima fase no Nintendo DS. 


Minha querida amiga Advi, também conhecida como mulher pipoca, mulher gelatina de morango e mulher que me ajuda a esquecer os brigadeiros na geladeira, além de Supernanny nas horas vagas veio dar uma força, porque Sr. Cabeça de Bolinha estava que era ansiedade pura pela chegada dela. É muuuuito amor!



Minha querida amiga, dinda, suporte, apoio e tudo mais, Katinha compareceu com o delicioso Julio Henrique que ao chegar deu dois beijinhos na Miúda mais abraço caloroso, que infelizmente não tava com a câmera na mão pra captar. Shame on me!

Minha grande amiga Kátia ao centro



Os avós compareceram felizmente. Tanto meu pai, quanto minha mãe que apesar dos seus milhões de compromissos, conseguiu uma carona de última hora pra chegar, o que foi muito bom. As crianças ficaram felizes.

Dengo pra tirar foto com vô

Pacotinho, um dos gostosos da vó
Mas a grande alegria da aniversariante foi quando a Mãe 2 chegou. Tia Verinha é um grande referencial da Dona Miúda e o amor delas é muito lindo de se ver. Chega ser emocionante, porque Verinha não vem muito aqui em casa, então a alegria da galega foi em dobro. Ela resgatou inclusive o vestido oficial pra mostrar à Verinha que aquele era o vestido da foto. Não vale nada, né?

Muito amor gente!

As derretidas

Minha prima Ivia trouxe a prima Sarinhah também. Parelha da Miúda em termos de barriga. Sarah nasceu dois meses depois da Miúda e desde então não se desgrudam quando tem evento, viagem, etc. É uma querendo imitar a outra, são cúmplices, se divertem juntas. É muito lindo de vê-las. E essa história meio que se repetiu com eu e a mãe dela, com as nossas irmãs mais novas e também com as nossas mães. Acho que tem algo de muito espiritual ligando todas nós!

Galega e Sarah aprontando no quarto

Com aval da minha prima Ivia, claro!
Torta Flamingo da Lecadô foi responsável pelo acúmulo de calorias neste findi. Apesar de não ser muito doce, é que nem Elma Chips: Impossível comer um só. Absurdamente maravilhoso!

Foto de Pacotinho
No sofá, Minha irmã toda boa, Miss Moura, minha mãe, a prima Ivia e o maridão Vinícius. Tudo gente boa, ninguém nesse sofá nunca foi preso à toa!


Na hora do parabéns, puxamos as crianças tudo pra mesa. E a falta que fez o brigadeiro. Perdão pessoal! Tava na geladeira. 


Fim de festa em casa é assim, eu morta no sofá, porque é o que nos resta. Não foi tão difícil dessa vez. Encomendamos um Kit Festa da Lecadô, que vem com salgadinho, bolo e refri. Não é muito, mas também não chamei muita gente porque o apartamento é pequeno. Fiquei muito contente que minha cunhada e filhas estiveram aqui antes da festa só pra abraçar a Miúda e ficar um pouquinho com a gente, já que não poderiam aparecer na hora do bólo.

Nessas horas, vejo que nossa família é linda sim. Que somos amados sim e que eu tenho que aprender a lidar com a família que eu tenho, os aceitando como são e não como eu gostaria que fossem. Preciso ensinar aos meus filhos que erros são normais e ensinam muito mais que acertos. Preciso ensinar gratidão, porque eles são amados e isso é muita coisa.



Bj na bunda, Y'all!

terça-feira, maio 07, 2013

MEU LINDO FILHO MAIS VELHO


Vamos falar de coisas boas então!
Pacotinho está crescendo e se tornando tudo o que eu sonhei antes mesmo de pensar em ser mãe. Já está indo sozinho pra escola à pé, que é pertinho, na volta eu passo o bonde pego geral e ele vem junto; vai sozinho de ônibus até o futebol e volta; é amigo, companheiro, querido por todos e ótimo aluno. As fessoras que encontro no fim da aula, sempre o olham com aquele ar de ternura. Afinal, quem não se derrete por Pacotinho levanta o braço!

Já se apaixona e é fiel por enquanto. Como não deixar?
Eu fui criada assim: Primeiro os estudos! Era sumariamente cortada ao tentar falar em coisas do coração. Vi na prática o quanto isso não funciona. Ele é ótimo nos estudos, mas seu entrar numa de proibí-lo de falar de amor, ele não vai simplesmente deletar o sentimento do coração, então eu deixo e oriento. É o que tem pra hoje. O pai felizmente também. A gente só toma o cuidado para que ele não faça merda tentando agarrar geral na escola, porque né, escola é lugar pra estudar. Mesmo assim, lá é o celeiro onde ele paquera e arruma as namoradinhas. 
Namoradinhas essas que nem sempre estão prontas para um namoro idealizado por ele. Ele já quer beijar na boca, claro. Esse ano vai fazer 11 anos e não é de hoje que está ligado. Só que o legal é que a própria vida se encarrega de pôr as travas. A gente não precisa proibir. As meninas apesar de mais maduras, têm certo medo de ousar, felizmenta as de seu círculo de amizades.

E como nos dias de hoje educar um filho pondo amarras? Não tem como. Educar na minha concepção vai além. É ouvir, tratar a criança como ser humano que ela é, respeitando e ensinando o certo, mesmo que ele venha a errar. Porque eu, vc e os adultos sabemos que os erros muitas vezes ensinam mais que os pais pondo vários limites. 
É a prática. A prática que doi e também educa pela dor.

Esse menino felizmente tem bom coração. Quer trilhar o caminho certo. Tem valores que sempre foram deles. É carinhoso, atencioso, competitivo sim, mas de uma maneira bacana que não fura o olho do outro. Defende as meninas e a honra delas quando vê algo errado, por isso é tão querido e cobiçado. Não passa aperto.

Um dia me disse que ia terminar com a namoradinha da escola. Por quê? Porque no recreio, depois de aceitar o namoro, ela pouco ficava perto dele. Então ele percebeu que aquilo não era namoro. Terminou, mesmo gostando dela, porque namoro não é isso. Sem dramas. Aliás, já está flertando com outra., porque essa sim, dá atenção. 
Eu argumentei que talvez ela não estivesse pronta. Porque as meninas são assim. Não querem perder aquele gato da escola, mas ficam sem jeito de levar um namoro diante da turma. Por vergonha, por medo, por pressão... as meninas têm medo sim. E eu me sinto abençoada por ver as meninas que o cercam irem na contramão da atualidade, das meninas que com 11, 12 anos já pensam em sexo. Isso me deixa verdadeiramente feliz. Tem tempo pra tudo, não precisa ter pressa.

E o Pacotinho irmão de uma menina, é outra delícia de observar. Ele vira capacho da dona Miúda. Literalmente deita no chão pra ela pisar. Porque Miúda nasceu com aquele talento de dominadora. Se deixar, ela pisa mesmo e feliz. Ele vai lá, brinca com ela quando ela acorda do soninho da tarde, faz cosquinha e para tudo pra ajudar a irmã no que for preciso, arrancando ciúmes do irmão do meio. Sim, porque o irmão do meio teve a sorte ou não de nascer leonino, o centro do mundo!
Mas ele explica: Agora é a vez dela. Já te dei atenção a tarde toda, deixa eu brincar com ela um pouquinho!

Eu fico emocionada por ver esses três. 
Me dão um trabalho da porra, me enlouquecem de tanto mããe, mããe a toda hora, mas eles nem chegam perto de serem crianças chatas ou insuportáveis. Todos a sua maneira são interessantes e basta ter ouvidos de ouvir, olhos de ver, para constatar que são agradáveis e tudo gente boa.

Meus 3 filhos com Engraçadão. 
Aquele homem maravilhoso que além de meu grande amor, é o pai que eu nunca tive.

quarta-feira, maio 01, 2013

Que Pais são esses?

 

Longe de querer fazer menção a música de Renato Russo que está na moda outra vez por conta do lançamento do filme Somos Tão Jovens, essa é a pergunta q tenho me feito não é de hoje e sem querer me eximir de culpa, claro. Como eu acredito em reencarnação, creio mesmo que devo ter a minha parcela de culpa na escolha dos seres envolvidos. Infelizmente, essa culpa e a lição que devo aprender ainda está longe de ser descoberta. A de que eu não sou ninguém, seria isso?

Se eles lerem esse post aqui, pouco me importa como hão de se sentir. Porque de todas as escolhas q eles fizeram na vida, apesar de estarem tentando acertar, a impressão q me passa, é que seus egos estavam na frente de tudo bem lá no fundo, ou no raso mesmo.

Primeiramente, vamos falar da parte boa, pra vcs entenderem o ideal de mãe. Ideal uma vírgula, porque se cerumanos falhos q somos, nem somos capazes de mensurar o significado de ideal, SIM, SOMOS MASSA IGNORANTE MESMO APRENDENDO A EVOLUIR, portanto esse papo de ideal é balela, mas retomando, vamos a um típico arquétipo do que pode se aproximar uma mãe no imaginário coletivo de uma criança e o que eu tive aproximadamente.

Ela brigava muito comigo na infância. Me corrigia, ralhava comigo, me punha pra dormir à tarde, coisa q eu não suportava mais aos 3 anos sei lá, ou 2 (porque aos 3 fui matriculada na escola então essa lembrança de ser forçada a dormir, só pode ser aos 2), prometia q ia contar pra geral q eu não estava estudando e só vendo desenho; ela me contava as histórias de sua vida e de sua infância também, sem q eu perguntasse nada; ela me ouvia; ela me ouvia pra cacete; ela brincava de pique peitinho comigo, porque apesar de ser gorda e baixinha, não tinha vergonha de ficar nua na minha frente, nem se envergonhava de seu corpo; ela conversava comigo sem me cobrar qualquer coisa q fosse, quando eu fiquei adulta; ela não me fazia sentir constrangida quando eu sentava de perna aberta ou se passasse pelada entre um cômodo e outro da casa q só moravam mulheres; ela me viu chorando diversas vezes e me deu seu ombro; ela sabia meus segredos antes de todo mundo; ela se preocupava com a minha felicidade, mesmo q esta se traduzisse numa passagem de ônibus naquele momento; ela não tinha grana, mas se me visse precisando, me dava um troquinho só pra ajudar, mesmo q não fosse o suficiente; eu evitava pedir coisas demais pra ela porque não era justo, afinal, eu tinha pai e mãe.

E foi assim que eu cresci. Tendo pai e mãe que por décadas foram meu modelo, mas que nunca podiam, q sempre estavam duros e q sempre jogavam o pepino pro outro, até o dia da separação deles e depois disso também.

Raras vezes eu pedi. E acredite, eu tenho 3 filhos e cresci com a sensação q não poderia pedir nada nunca, porque não teria a resposta que esperava.
Para a Lourdes, esse arquétipo, eu pedia quando não dava mais. Sem abusar em absoluto, porque sabia das limitações dela. Cresci me sentindo extremamente sozinha sentindo aquele vazio paterno, porque por mais q eles estivessem ali, pouco representavam em termos de apoio emocional.
Por isso também, Lourdes fora proibida de morrer e em sua generosidade infinita, Lourdes esperou pacientemente q eu saísse de casa e fosse morar sozinha para poder morrer. Ela fez questão de me deixar encaminhada primeiro.
Desamparada eu fiquei e desamparada eu me sinto até hoje. Porque meus pais estão ali ao alcance do telefone, mas perdeu o timming. É assim q eu me sinto.

Mamãe ainda cobra atenção, cobra um telefonema, cobra minha presença, mas quando eu fui ouvida? E quando eu o sou? Ainda hj quando a gente se fala, é sempre EU, EU, EU... bem, no caso ela né? Eu ouço calada revirando os olhinhos. É aquele tudo bem? protocolar e ela desata a falar dela até q eu atolada em serviço, dê o monólogo por encerrado.

Papai na corrida contra o tempo, recebeu créditos por 27 anos de ausência quando dividiu apartamento comigo por 1 ano e depois q meus filhos nasceram dando-lhes carinho e atenção sempre q eu peço, mas é aquilo, não me fale dos seus problemas, porque afinal eu também tenho meus traumas, eu tenho as minhas dificuldades e ninguém quer saber! OI? Então é assim? Seu filho te confessa uma angústia, te pede ajuda e vc responde q cada um com seus problemas? Isso e um foda-se não é algo semelhante, ou é só impressão minha?


E outra, quando foi nossa última conversa a sério? Teve? Não me lembro. O muro impenetrável é incapaz de falar sério. O amor q eu dei por toda a minha vida, soube muito depois de adulta porque os outros me disseram. Ainda sim, foi um amor suado e perseguido literalmente. Aparentemente muito mais de cá do q de lá. Porque eu amo me importando e não ignorando a existência do outro.

Então na minha ingenuidade, quando ontem fiz papel de filha e fui pedir. Primeiro ouvi o fatídico já falou com a sua mãe? Kkkkk. Como eu vou ligar pra pedir se eu não ligo pra ela nunca? Esse é um direito q eu perdi. Não peço nada. Não mesmo. Peço para estranhos q sentirão prazer em ajudar, mas dinheiro a gente não pede para estranhos né? Eu não peço.

Não que meus pais não tenham direito de me dar um não. Eu não estou fazendo a linha filhinha mimada q ficou puta porque levou um não e está aqui jogando a merda no ventilador blogueiro. Não é isso. É o jeito como isso foi feito a vida toda.
É como se as minhas necessidades não fossem importantes. É como se eu não me sentisse ouvida, quando a questão envolve o vil metal, salvo raríssimas vezes tanto de um, quanto de outro.

Minha mãe, foi presente sim. Apesar de ela ter sido ajudada pra caralho pela moça do arquétipo e ter transferido a responsabilidade emocional para essa mesma senhora uma boa parte, ainda sim, ela me ouviu e deu o q podia dar. Hoje a gente se afastou mais pela minha vida caótica, pela distância em kilômetros e por eu ter percebido o quanto ela se põe em primeiro lugar sempre quando o assunto envolve eu. É meio que o velho


 e então ela para e pensa e volta atrás quando dá mesmo pra ajudar, mas q isso não signifique o vil metal, que fique claro. E eu ajo exatamente da mesma maneira com ela. Reativa toda vida. Porque né, tentei fazer diferente e bati com a cara no muro quando foi a minha vez.

Agora ele... ontem senti aquela velha sensação de desamparo que me acompanhou toda vida porque antes mesmo de ele cogitar em me ouvir, parar pra pensar em ajudar, o que ele fez depois de eliminar o fator que transfere a responsa pra minha mãe, foi:


Eu quase fui dormir chupando dedo ontem. Uma vontade imensa de pegar meu cheiroso imaginário, me enroscar na coberta azul de chenile com o cavalinho bordado e chamar pela Lourdes pra me arrumar um trocado. Mesmo q fosse um trocado daqueles que não resolve o problema mas ajuda sabe?

De qualquer forma, estou burlando minha própria lei. Eu prometi q não viveria de futuro. O problema efetivamente é à partir de julho e ainda estamos em maio, portanto não vou me preocupar até lá.

Falei com Deus pai ontem, porque é sempre ele que aponta as soluções quando estou angustiada e me ajuda. Desde o dia em que eu descobri que podia contar come Ele, tem sido assim. Ele me salva, me dá amparo e sempre resolve de um jeito ou de outro. Então eu não vou chorar. Porque de alguma forma q foge à minha compreensão, eu devo merecer os pais q eu tenho.

Isso me motiva a nunca foder a cabeça dos meus filhos, a nunca deixá-los se sentirem assim, a terem a certeza q eles têm mãe e até o dia da minha morte, vou seguir o exemplo do arquétipo. Daquela senhora q sempre foi generosa, q cuidou de mim, q me colocou de bruçus em sua barriga pra eu não sentir cólica, q me dava os trocadinhos mesmo q não resolvesse meu problema, q fazia o melhor bolo de fubá com cobertura de leite de côco da vida, só pra ver a gente feliz; que durante toda a sua vida, mesmo me puxando a orelha, me fez sentir amada, querida e importante. Ela me fazia sentir uma pessoa importante. Fora ela e meu marido (e as crianças), quase ninguém que me é caro me fez sentir assim. E foi por ela e pra ela que minha filha leva seu nome. Porque a generosidade dela residia em nos fazer sentir importantes. Ela conseguiu preencher o vazio de duas pessoas enquanto esteve nesse plano, o problema é q ela se foi, deixando um vazio maior ainda. Deixou um rombo, um buraco como só as mães do coração o fazem.

Claro, que se meus pais lerem isso, eles vão discordar de quase tudo o q eu disse muito provavelmente, mas ao contrário do que pensam, fazer alguém se sentir importante está nas atitudes e não nas palavras. E não raro é assim q eu me sinto!

#SeProstituiAmiga

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