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Pois é, quando eu resolvi mudar de curso da Publicidade para o Jornalismo, não tinha ideia de onde isso ia parar. Ainda sofrendo forte influência dos meus pais, me via trabalhando num jornal de grande circulação do Rio, de onde meu sonho de trabalhar escrevendo ficou enterradinho a sete palmos da terra
por muito tempo e que tão logo minha vida foi virando conforme a maré, mantive esquecido no santo sepulcro da minha mente.
Assim que reativei o sonho do Jornalismo, esse sonho pulou lá da sepultura tal qual uma janela de pop up pula na sua cara, sem mesmo você sequer pensar no assunto. Então eu fui convencional, até participar daquele processo seletivo de estágio, onde me vi segurando o microfone no início do ano.
Claro, fui muito bem numa parte, fui péssima em outra, estava nervosa, mas não adianta. Meu bom jeitinho de falar está ali. E todo jornalista é róbert, salvo raras exceções. Mas o bichinho ficou lá... a espreita.
Então, um ex-colega de faculdade chamou uma galera de jornalismo pra fazer um programa pela faculdade. Ele tinha por objetivo nos capacitar e levar-nos pro Rock in Rio pela Estácio, que é uma das patrocinadoras. Porque já experimentou uma vez participar do evento estando totalmente cru e tendo que se virar na hora, daí veio a ideia de formar-nos em tudo que fosse possível.
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Oito adeptos comigo incluída. Esse foi o primeiro grupo. Mas nosso herói é um cara muito ocupado e promessas o vento leva. Envolvido em dois estágios, ele acabou deixando o grupo à deriva, que acabou desmotivado.
Apenas eu e outra menina, putas da vida, resolvemos tocar o projeto mesmo sem ele. Criamos um grupo no facebook, mantivemos alguns da formação anterior, chamamos outras e tiramos todos os integrantes que representavam peso morto, inclusive nosso heroi, que claro ficou revoltado conosco e assim surgiu o programa Vai Vendo, de um dos nomes que eu sugeri, escolhido pela maioria por voto.
Péraí! Surgiu não. Está surgindo.
Aproveitando a pecha sugerida pelo nosso ex-colega em reunião de pauta, nosso programa atinge em cheio o aluno de faculdade. Ao invés de ficar empurrando coisas goela abaixo do telespectador, nossa ideia é colocá-lo em cena obviamente, junto com uma personalidade da grande mídia. E aí, pretendemos mostrar tudo de interessante da vida de universitário.
Sim, objetivamos o UTV e pra isso, precisamos de pelo menos 4 programas gravados, mas pra fazer um programa de qualidade não basta ter um rostinho bonito, apresentado com um texto legal. É bem mais que isso. A gente precisa de uma abertura digna, com vinhetas descoladas e definir a marca do programa. Hoje, é justamente isso que nos impede de avançar. Porque não temos pessoal de Publicidade suficiente, interessado em nos ajudar. Só os de jornalismo se candidatam.
E arrumar alguém verdadeiramente interessado é que é o X da questão. E digo mais, aqueles que já trabalham fora, com horários estabelecidos, com uma rotina, têm uma postura, os que ainda não, perdem o interesse tão logo esfrie a paixão e vire obrigação. Esses infelizmente, são o perfil do futuro publicitário que chega a nós.
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Claro, nós temos uma agência dentro do Campus que vai nos ajudar, no entanto, eles nunca, jamais, em tempo algum, tomarão a iniciativa de fazer por nós. Eles no máximo nos darão uma força, porque com 3 cabeças, atendem a uns 5 campus ao menos. Eles também recrutam jovens estudantes de publicidade para trabalhar voluntariamente lá, inclusive dão bolsa de estudos para quem for bem avaliado no quesito, produtividade, interesse, assiduidade, mas sofrem do mesmo mal que a nossa equipe do programa. A paixão se vai, junto com o candidato de PP.
Posso dizer que 70% do programa foi gravado. Eu e uma amiga de PP com veia jornalística roteirizamos, outros novos integrantes vindos do primeiro grande rodo, vieram com ideias primorosas e muito pique, então sou âncora, temos repórteres de rua, um fotógrafo na equipe e já concluímos as entrevistas.
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A fase final e mais difícil pré-edição, é concluir nossa abertura, trilha sonora e vinhetas. Sem falar da pós-produção que me leva a suspeitar que ainda estou nos 50% do programa.
Nos quadros de rua, é preciso mais que perguntas pautadas. Requer paciência, porque ao contrário do que se vê na televisão, brasileiro foge de câmera. Impensável até ontem, né? Mas é verdade!
Com essa experienciazinha na bagagem, vou preparar a malinha pro curso de férias que a própria faculdade vai oferecer, praqueles que almejam participar do Rock in Rio.
Nem que eu tenha que morar 1 semana na minha mãe, nem que eu tenha que dividir as crianças, nem que... sei lá. Nessas horas, sempre aparece um jeito. Além do mais, Deus sabe que essa é a única ou última oportunidade que eu tenho.
Legenda:
- No sentido horário: Eu, Taiga e Vanessa;
- Gravação dos âncoras: Eu e Igor Peres
- Entrevistando o músico e aluno de PP, Rafael Lobo, sob a atenta direção do Prof. Franklin
- Antônio, repórter nesta edição, entrevista Marília, gerente de uma das lojas de uma famosa cadeia de salões do Rio.