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terça-feira, março 27, 2012

MOMENTO DE INCERTEZA


É claro que eu queria que minha vida tomasse um outro rumo.
Eu olho pra trás e vejo tantas vitórias, algumas quedas, mas só de ver meus filhos hoje, eu posso sim me considerar uma vencedora.

Só que... ah humanos... a gente sempre quer mais; a gente sempre tem um causo mal resolvido, uma insatisfação pra corrigir, um problema pra resolver.

Embora não seja apropriado eu falar sobre certos assuntos abertamente, que andam me estrangulando, eu preciso ter muita fé, creio q até pra isso chegará o tempo. O tempo de poder falar.


Agora, é um momento de fé e nada mais. 
Estou sendo testada e preciso ter aquele pensamento positivo, mesmo quando o ar estiver acabando debaixo d'água.

Sim, eu estou com os braços cansados de nadar em círculos, mas vou ali rezar um pouquinho e renovar minhas forças, para emergir e tomar novo fôlego. Não chegou a hora de morrer afogada. Nada disso. Além do que, eu não vou fazer isso comigo!

Chegou a hora de eu pôr em prática tudo o que aprendi naquele ano de natação, sabe? 
Mesmo que seja para ficar apenas boiando por algum tempo.

Bj na bunda.

sexta-feira, março 23, 2012

FILHOS, POR QUÊ TÊ-LOS? E SEM TÊ-LOS, COMO SABÊ-LOS?



Esse post é dedicado ao Jôka.
Amigo blogueiro de longa data, cujas visitas que trocamos nos blogs de ambos, não chegam nem perto do carinho e admiração que sentimos um pelo outro.

Amigo, não é de hoje vejo sua opinião arraigada acerca de alguns assuntos e como são assuntos os quais me estenderia demais na caixa de comentários, decidi fazer esse post para te passar um pouco da minha vivência acerca dessa temática.
Eu sei que a minha vivência mergulhada nesse assunto, pouco tem haver com a opinião ou jeito de ser da grande maioria que tem filhos. 
Sua aversão a crianças é até justificada, porque muitas cagadas são feitas por aí e muito provavelmente devem ter respingado em vc de uma maneira ou de outra. O que justificaria o seu pavor.

Vc me conhece Jôka. Tô pegando super leve ao falar, porque não quero de maneira alguma arranhar nosso carinho com a minha sinceridade muitas vezes ácida. E porque te respeito demais. 
Mas me tornar mãe, foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Eu posso ter sido exceção, claro.

Assim como vc, nunca pensei nisso.
99,9% das vezes que proferi o desejo de ser mãe, falava da boca pra fora, com medo que me achassem algum tipo de ET.
Eu que fui irmã mais velha e convivi com crianças bem mais novas, vivi na pele o trabalhão q dá conviver com alguém criado por outros, cuja educação muitas vezes destoa do q vc acredita, por isso não me via no papel de mãe. Aliás, eu citava o "quando eu for mãe, o meu filho vai..." muito mais na hora da raiva, no meio de uma discussão, enaltecendo a nobreza de um filho q eu nunca colocaria no mundo. E a natureza sábia, o fez exatamente como eu dizia q ele seria... 

Era assim:

- Meu filho não! Meu filho vai ser amado por todos!
- Meu filho não! Meu filho vai ser educado!
- Meu filho não! Meu filho vai ser super gente boa e todo mundo vai querer estar perto dele!

E sempre que eu citava essas palavras, era debaixo de briga, era carregada de ódio, era até profética. Curioso que Pacotinho, Sr. Cabeça de Bolinha e a galega são exatamente assim.

Mas vamos aos motivos!
Eu não tive a primeira gravidez porque eu quis. Aconteceu. A segunda foi a única planejada, já a terceira, eu tinha certeza absoluta que não queria mais ser mãe, ainda mais de uma menina!
Eu não queria mesmo ser mãe, já te falei né? Não tinha o menor saco pra crianças, achava tudo um porre e se visse alguma conhecida com filho passando, a vontade era de mudar de calçada. 

Claro, ninguém sabia. Não chegava a ser raiva, mas era um papo do qual eu dispensava. Em contrapartida, eu nunca me vi estéril. Nunca pensei em inutilizar meus ovários e nunca ousei proferir a palavra "mãe não serei nunca", porque nunca se sabe o dia de amanhã e cuspes geralmente caem na testa quando lançados ao alto.

Então me peguei aos 28 anos grávida de Pacotinho sem um puto no bolso. Entrei em desespero e chorei horrores. Fiquei morrendo de medo. Como alguém como eu, umbiguista, tida como egoísta pela família, maluca, sem noção, baladeira, ia dar uma educação séria a uma criança, se eu mal sabia me cuidar?!

Veja bem, eu tomava banho depois de almoçar, algumas vezes comia dançando, outras ia dormir de estômago vazio, fora as vezes em que andei de montanha-russa depois de um belo cachorro-quente com refri! E no quesito limpeza, odiava fazer faxina, detestava arrumar minha própria cama e era easy going quando me mandavam fazer um bando de coisa pra já. 
Plantas? Matei todas. Ou afogadas, ou com sede e meu sonho era ter um cacto; sonho esse q até hoje não se concretizou.

Estava decretado, eu não tinha condições de educar uma criança.

Na gravidez, o senso de maternidade bateu logo. Eu parei de deprimir porque seria mãe. Afinal, o pai desavisado já estava todo orgulhoso que seria pai também e meu filho não podia ouvir-me falando aquele bando de asneiras lá de dentro do meu útero. Contamos pra geral e logo eu estava andando que nem uma pata. 

Quanto Pacotinho nasceu, eu pude vivenciar algo que só os pais conhecem. Não posso dizer que são todos infelizmente (ou esse mundo estaria bem melhor do q é), haja visto o número de infanticídios q tem por aí. Mas esse amor que eu senti, é algo que só se sente por um filho, por mais ninguém. Não adianta vc sair catando nesse minuto q não vai encontrar, Jôka. Só existe de pais pra filhos. Nem os próprios filhos tem a mesma dimensão desse amor em relação aos pais. Não há recíproca. Ponto.

É ele, esse amor homérico, que é mola propulsora pra nossa primeira mudança.
No primeiro filho, a gente fica tão anestesiado, que se torna algo abestado e insuportável de tanto mel. E é aí que mora o perigo, Jôka. Porque não raro, as pessoas distorcem esse amor e projetam suas frustrações, suas não-realizações e uma série de neuras e traumas em cima de seus filhos. Tornam-nos monstros tiranos, ou poias dependentes. 
Raros são aqueles pais q respeitam a criança como de fato elas merecem.

Eu explico.
Claro, venero minhas crias. Saíram de mim, fui eu e Engraçadão que fizemos e óbvio, ficamos os dois babando na beleza, inteligência e argúcia deles. São nossa evolução, nosso melhor. 
Depois, nós nos lembramos que eles, têm muito a nos ensinar e estamos sempre atentos às lições que seus corações puros podem nos passar. Isso é realmente muito importante, porque seus espíritos já vem um pouco mais aperfeiçoados que os nossos.
Com essas armas, lapidamos, educamos e mostramos que nós, os pais é que estamos no comando.
Nós não nos anulamos. Isso é um erro muito corriqueiro. Nenhum filho vai amar mais um pai ou uma mãe q se anula. Vai no máximo sentir pena lá na frente. Isso não é bom.
Fazemos programas que só os pais podem e ainda q debaixo de lamúrias, a gente se prioriza quando é nossa hora.
Compramos coisas q só os adultos podem usar, mesmo q eles não ganhem nada.
Vemos coisas que ainda não estão no tempo deles, mas abrimos exceções quando percebemos q eles tem entendimento e ouvimos músicas de adulto também. Sempre conversamos sobre todos os assuntos: Amor, sexo, drogas, violência, homossexualismo, religião, cultura, arte e esportes (essa parte é do Engraçadão). Não boto trava nas crianças. 

Eles tem o tempo deles até certo horário, depois é a vez do papai e da mamãe namorarem e eles entendem.
Tentamos fazer com que se tratem com respeito. Nada de xingamentos, nem porradas entre si (isso também vale pros adultos). Eles precisam ter o sentido e a certeza de q são seu apoio mútuo, porque na falta do papai e da mamãe, eles deverão se ajudar e se proteger. Só eles.

Então é comum, agora que estão crescendo, eu receber lições maravilhosas, para o bem e para o mal. 
Não raro eles me mostram aonde estou errando, quando reproduzem comportamentos escrotos q eu tenho. Então eu me corrijo (peço desculpas e tento mudar) e os corrijo também... e a parte que é a cereja do bolo: é todo o amor que eu recebo em troca, coisa que eu dizia ali no post.

Hoje quando eu estou com eles, sei que tem alguém que está me olhando nos olhos e prestando atenção interessadamente no que eu digo. E essa relação verdadeira, está cada vez mais difícil de encontrar externamente.
Por isso eu tenho refletido muito antes de sair com amigos nesse momento, sabe?
Não que eu esteja me anulando. Mas é que lá em casa, meus filhos estão ali inteiros comigo e não me apressando pra eu calar a boca, ou fingindo que prestam atenção em mim (não vale colocar o Nintendo DS nem o Cartoon Network nessa conta!).

Eu sei que não vou mudar a sua opinião. Nem é minha intenção.
Penso que para mudar sua opinião, só você vivenciando e fazendo sua própria história. E para isso, vc teria de querer.
Mas resolvi escrever tudo isso (e bota tudo nisso!), para vc ver que nem tudo é negativo quando se trata de crianças.
Se bem trabalhados, as lições e as relações podem ser muito boas, sobretudo, divertidas e prazerosas.

Espero de coração, que você tenha entendido meu ponto de vista.
Gosto muito de você, mesmo quando a gente discorda.

Com amor,
Engraçadinha.

quinta-feira, março 22, 2012

LAPSOS DE OUVINTE


Eu não estou deprimida.
Longe disso.
Mas hoje é aquele dia que não estou a fim de nada.
Não quero ir à terapia.
Não quero falar.
Não sei se estou com saco de ouvir.
Muito menos, não tenho certeza se quero confraternizar.

Não sei explicar, só sei que acordei assim.
Tristeza aqui não mora e meu exterior parece alegrinho e florido.
Só que por dentro, só queria ficar quietinha no meu canto, pode ser?
Justo hoje...

Hoje eu marquei de sair com uma grande amiga.
Daquele tipo de amiga cuja viagem nunca é perdida. Não mesmo.
E que certamente vou me arrepender de não ter saído, porque meu tempo é sempre mínimo e pouco sobra pra eu fazer o que gosto, sozinha.
Então eu aceitei.
E eu irei.

Mas vontade de sair desse lugar de dentro de mim mesma, hoje não tenho.
São muitas mudanças internas vindo pro exterior.
Além de um pouco de incerteza, apesar de todo o apoio.
Aliás, obrigada por vc ser meu marido e apostar em mim, na saúde e na doença.
Você é único na minha vida. E da minha vida inteira depois da vó.
Você se posicionou como ninguém mais (lágrimas).
E vc, além dela e dos nossos filhos, foram os únicos que me amaram sem egoísmo.
Os únicos.
(Lágrimas, ai... não posso agora!)

Só que eu tenho percebido, o porquê dessa minha prostração.
É que meu tempo é valioso e ultimamente, eu tenho dado preferência a quem sabe gastá-lo.
Tô ficando velha? Ultra seletiva?
Não, não é.
É que quando os filhos chegam, eles nos ensinam um troço do qual todo mundo fala, mas ninguém vive.
Chama-se qualidade.
Qualidade nas relações.
Eles te mostram através do amor abnegado a importância que têm no mundo e isso faz com que vc enxergue tudo ao seu redor, imbuído de certo amor, respeito e atenção, até com aqueles q não se dão conta disso.
Hoje, e não só hoje, faz um ano que eu tenho observado isso; mesmo as pessoas que perguntam como eu estou, elas não querem realmente saber.
Estão todas tão carentes de atenção, são portadoras de um vazio existencial tão grande, que o problema delas é sempre mais importante.
E tem uma urgência em q vc pare de falar logo, porque elas estão ali exasperadas para se expôr.

Sabe, eu fui assim por muito tempo.
Acho q estou pagando agora.
Porque as minhas relações mais próximas são muito assim.
Hoje, eu só escuto e pouco falo.
E pior, quando eu vou falar, estou tão impregnada da opinião delas, q as palavras saem sem coerência.
Saem atropeladas, saem estranhas e sem sentido. Então eu volto a silenciar.
A achar até, q o assunto delas é mais interessante q o meu.
E me calo outra vez.

Isso dá um boooode!
Imenso bode.
Bode preto e gigante em face de tamanho umbiguismo.

Uma coisa boa vem acontecendo.
Algumas dessas pessoas têm tido lapsos de ouvinte.
Tem aqueles dias em que tudo se torna um diálogo e há uma vontade verdadeira em OUVIR E SER OUVIDO.
A recíproca é mesmo verdadeira.
Nesses dias, eu só falto fazer declaração de amor.
De fato eu faço.
Porque noto um interesse genuíno em mim e não somente no meu ouvido.

Não raro me sinto burra também.
Porque apesar de ter certa coerência escrevendo, falando eu não sou essa.
Muitas vezes minha voz engasga e as emoções tomam a frente e fode tudo.
Ainda mais se tiver álcool no meio...

Portanto, é assim que eu me sinto hoje.
Dentro da concha.
Mas pode ser que não seja nada disso.
Pode ser só a menstruação chegando!

segunda-feira, março 19, 2012

FICAR PARADO POR QUÊ?

 
Nunca imaginei que fosse incentivar as pessoas à saírem do ócio.
Ócio também é bom, mas melhor ainda, é ter energia, ter clareza de pensamentos, conseguir não se sentir exausto.

Já deve passar de um mês que eu estou caminhando. Mais que isso, danei a correr também. Intercalo.
O certo seria correr 5min, caminhar 5min. Assim o exercício renderia mais, não ficaria tão rotineiro e a queima calórica não sei porqueraios, se tornaria mais eficiente. Aliás, se algum dos meus queridos 5's leitores souberem a resposta, fiquem à vontade.

Outra coisa que está funcionando melhor, apesar de só ocorrer nos finais de semana, é meu instinto cachorra atacando Engraçadão.
Não que eu tenha voltado à tarada dos tempos de juventude. Essa morreu, infelizmente. Mas aquela q via piru e torcia o nariz também se fué!
Ele está a-do-ran-do, nós nos tornamos mais cúmplices e nosso final de semana não tem tido tantas brigas. Ao contrário, tem tido mais beijinhos e amassos enquanto as crianças estão distraídas brincando em algum lugar.

Essa parte do romance é ótima. Precisava desesperadamente disso e ele muito mais que eu até, se partirmos da premissa que homem pensa em sacanagem a maior parte do tempo, quando tem um rabo de saia por perto.
Engraçadão não sabe brincar, eu já disse aqui.
Não sei se é a escassez, mas hoje, se vc dá um beijinho mais ousado nele, já sente algo se manifestando nas partes baixas. Isso é um saco para alguém metódico como eu.

Eu digo metódico, porque fui criando uma série de barreiras conforme a chegada dos filhos.
Não que eu seja daquelas q esconde das crias um carinho mais ousado, um french kiss, ou aqueles abraços intermináveis. Acho saudável. Sei que estamos moldando o caráter deles e Deus me livre criar humanos chatos-de-galocha, hipócritas toda vida. Nada disso.

Eles vêem que papai e mamãe beijam diferente. Às vezes escuto um sonoro eeeeecaaaaaa! principalmente quando nos agarramos no elevador com eles presentes. Só que sabendo dessa fraqueza de Engraçadão em relação à pauendurecência, eu evito, porque daí meus filhos descobrirem que o pai fica ereto a cada beijo que ganha, já acho exagero. A gente pode afrouxar mais um pouco quando eles estiverem na fase da pauendurecência consciente que a puberdade trará.

Aliás, o Sr. Cabeça de Bolinha está na fase de pauendurecência espontânea.
Não tem um motivo exato. Às vezes está vendo TV, às vezes está conversando conosco, às vezes está obrando e voilá, pauendurecência. Já Pacotinho não. Esse já é consciente de sua pauendurecência. Quando vê uma bunda, quando vê um beijo ou uma cena mais sensual na TV, mesmo que não seja vulgar, ele fica assim. E olha pra minha cara e cai na gargalhada.

Outro dia quando eu ia na Veiga de Almeida, passou por nós uma loura do pentelho preto, cabelo esticado, porém, generosa nas curvas. Bastou! Pacotinho indo pro carro comigo me confidencia que está ficando de pinto duro. Foi o fim pra mim. Pensei que meu filho tivesse critério, mas não. Aos 9 anos, seu pinto já tem vontade própria e se manifesta mesmo diante de uma Raimunda (termo usado para as fêmeas feias de cara e boas de bunda!).

Eles definitivamente não precisam de mais estímulo. Por isso evito.
Não fico agarrando Engraçadão no recinto que eles estejam e quando ele se chega com aquela cara de tarado pra perto de mim, eu lembro que tinha que fazer alguma coisa em outro cômodo e aplico a velha saída pela direita! Geralmente era assim que vinha sendo.

Depois dos exercícios e das corridinhas, isso está mudando. Estou me sentindo mais sexy, mais leve, mais com vontade de beijar e de abraçá-lo. Verdade seja dita, eu não estava vivendo, estava sobrevivendo como Deus queria. E mais uma vez vou insistir naquela velha máxima, a gente tem q pegar as rédeas e estar no comando de vez em quando.

Eu não tenho grana para entrar em academia, então comprei um tênis dividido com marido e estou fazendo o que me cabe, que é andar pra frente. Na pracinha mesmo perto de casa, eu consigo ter um tempo só pra mim, eu medito, eu rezo, eu canto, eu ando, eu corro e quando eu volto suada e nojenta, me sinto feliz porque acabou aquela tortura. Então tomo banho gelado, me sinto limpa e fresca, depois eu como algo, faço as mochilas da escola e vou dormir. Okay, que não trepo durante a semana, porque a gente fica esgotado no dia seguinte, mas mantemos o carinho aceso na semana inteira e quando chega o fim de semana, a gente se joga nos braços um do outro. Com muito amor, ardor, com um fogo que eu nem lembrava que existia em mim.

Portanto, acordem os que estiverem dormindo.
Você está vivo sim, só precisa abrir os olhos para descobrir!

sexta-feira, março 16, 2012

MINHA PRIMEIRA DECISÃO - Parte I

Não sei se é a terapia, não sei se sou eu mesma chegando a alguma conclusão de tanto me analisar, fazeendo um comparativo da minha vida de 20 anos atrás (posso dizer assim) com a de agora... fato é que preciso pegar as rédeas sem medo.
 
Vejo que apesar de ser uma pessoa bastante determinada (quando quero), para certos assuntos sou deveras cagona, indecisa (?).

Uma pergunta simples bate à minha porta desde que me entendo por gente.
O que você quer ser quando crescer?
Não riam.
Não é tão fácil quanto parece. E morro de medo de algum dos meus filhos terem esse mesmo problema. O da dúvida.

Esse problema me atormenta não é de hoje. Digno daquelas pessoas cheias de qualificação, cheia de opções, mas totalmente sem saber pra onde vai! Perdidinha.
 
Dona Engraçada contava que muito antes eu queria ser enfermeira. Duvido. Ela me serviu de espellho em tão tenra infância, que já aos 5 anos tinha esquecido que era isso o que queria.
Aí depois encasquetei que seria professora. Demorei muito a decidir. Porém aos 12 anos plenamente convicta de que seria professora, mãe e vó me desmotivaram.
A mãe principalmente, dizia que se eu continuasse a dizer isso diante da família, que eu a estava envergonhando. Professora ganhava mal demais e a reprovação era de geral. E olha que eu daria uma excelente professora! Seria daquelas que explicam com paciência, até o aluno renitente perguntar 2 vezes a mesma coisa e ganhar um apagador no quengo como resposta. Ah...
 
Passei por cantora, atriz e modelo aos 14 anos. Nada disso veio à baila. Nem de perto!
Cantar, cantava bem. Meus amigos que me conhecem sabem q era verdade. Teve coral, 3 bandas, concurso, bar com voz e violão; botando voz em fita para novos compositores...
A merda foi a mania de querer emprego fixo, repetindo o exemplo dos meus pais. Sempre eles. Isso realmente boicotou meus dons artísticos!
 
E modelo... bem... não tive apoio, nem altura, nem cabelo. 
Só magreza. Não dava né?

Mas atriz, fiz alguns sacrifícios. 1 ano de Comedia Dell'Arte, vendendo rifa, aprendendo, me apresentando e nada. Naufraguei no nervosismo e no tom da pele do casting selecionado. Pena.
 
Aí entrei em crise aos 26 anos.
Morando sozinha, ganhando mal, sendo tratada como mero número, com um pé na dívida, sem condições de bancar aquele sonho todo.
Queria sair do país, queria trocar de homem, de casa, de responsabilidades... me sentia sufocada e doente.
E de fato, adoeci. Aprendi a comer, porque nem isso eu conseguia fazer direito.
Depressão.
 
Então tudo o que eu tinha para decidir, a vida foi seguindo o seu curso e decidindo por mim. Era tempo de me curar. A faculdade foi ficando, porque comprar um apartamento era muito melhor aos 28 anos.
E a pergunta também deixou de ser respondida naquele tempo. Ainda não sabia o que queria ser quando crescesse.

Não houve crise dos 30, claro que não. Eu estava ocupada demais sendo mãe.
Só que a vida sempre volta pros pontos mal resolvidos. Aliás, a gente vem aqui pra resolver. Se não resolve, mais cedo ou mais tarde é chamado à responsabilidade! E de novo isso está acontecendo.
Eu estou naquela velha encruzilhada amiga minha. Mais uma vez estava inclinada a escolher o que queriam que eu fizesse, ao invés do meu dom, da minha paixão.

Ah não contei?
Pois é... no meio do caminho, mais precisamente eu me recordei de qual era a coisa que eu mais sabia, mais fazia, mais inventava quando pequena. Adivinha?
Era escrever. Siiim, eu escrevia e ficava horas fazendo isso. Novelas, peças de teatro, poesias, pensamentos... as palavras saíam no xixi e eu pude ir aprimorando.

Com o advento do blog, eu finalmente encontrei o meu clube e isso me ajudou a decidir. Só que a vida sempre me botou na encruza da paixão versus razão. Eu nunca, jamais em tempo algum tive a coragem de pegar as rédeas do meu sonho.
Era sempre privilegiando fazer o que a vida me empurrava pra fazer e não aprender a lidar com meu sonho. A Comunicação.
 
Pense estratégico, se forme rápido, faça o que tem haver com o seu trabalho! - Ela berrava.

Não é nada disso. A Xuxa já dizia! Os sonhos são possíveis... lua de cristal, que me faz sonhar, traga meu amado em 7 dias e blá-blá-blá!

É isso. A gente vem aqui pra ser feliz, mesmo que essa felicidade dure só 3 horas, mas é nossa obrigação reconhecê-la e vivê-la em sua plenitude. Simples assim. E a simplicidade deprime não é? Quando se sabe q a felicidade está logo ali, o quão simples ela é, muitas vezes a gente fica complicando o bagulho, colocando uma série de e ses? na frente.

E se? nada. Vai e faz!
Bem, eu cansei de e ses?! Cansei mesmo com todas as minhas forças.
Acabei de romper com aquilo que não me faz bem. Defini o que não quero mais. Vomitei metade porque a outra metade, vomitarei daqui há 1 mês aproximadamente.
Mas fato é, expelindo aquilo que não me faz bem, deixando de me sujeitar àquilo que me envenena, o bom virá.
E não me venha com lamentações estéreis sabe? Isso não cola mais.

Eu sou uma mulher que rala desde a mais tenra idade, carreguei e tentei consertar o casamento falido dos meus pais nas costas; saí pra batalha aos 18 porque não me deixaram antes; construí uma numerosa família quando achava q ainda não estava pronta e agora, vou romper com tudo para ir em busca de myself.
É simples. Mas claro, poderia ter pego vários atalhos, só que eu sou lentinha. Preciso entender, aprender, vivenciar, respirar aquilo que aprendo. Senão não vale de nada.

E está decidido.
Ponto.

sexta-feira, março 09, 2012

DICA PARA OS CINÉFILOS - NETMOVIES


Todo mundo sabe que fiquei órfã com o fechamento da Mais Vídeo. Era a última boa locadora que restou aqui na Tijuca. Boa com ressalvas, claro! Não tinha os clássicos, não tinha os filmes que acho importante na formação dos meus filhos, não tinha muito dos filmes que me emocionaram na infância-adolescência e que eu gostaria de passar adiante.

Não derramei uma lágrima, claro. Só que estou criando, é fato, um ninho de mini-cinéfilos dentro de casa.
Pacotinho é chegado nos filmes de aventura, com certo suspense e porrada.
O Sr. Cabeça de Bolinha, não perde um filme de terror, regado a muito sangue e porrada!
A Dona Miúda prefere os hits: Backyardigans, A Galinha Pintadinha e outras coisas que mesclam cor e música. Faz parte.

Mas e a mamãe? E o papai?
Bem, o papai curte futebol e não abre mão de Nicolas Cage, Kevin Spacey, além dos negões que são um sucesso: Samuel L. Jackson, Forrest Whitacker, só pra citar alguns!

Todos ficamos órfãos.

Então, infelizmente eu não lembro como, a @NetMovies caiu no meu colo.
Juro que não lembro. Todos sabem, sou drogada e prostituída muitas vezes, além do que, tenho só dois neurônios, um preto e outro racista! =P

E a netmovies caiu no meu colo. 
Adivinharam meu tempo de seca desde janeiro deste ano. Me doía até os ossos, passar nos finais de semana em frente ao que foi a Mais Vídeo e ver as portas cerradas.

Bateu curiosidade e eu entrei no site.
Ali, o inacreditável se apresentou diante dos meus olhos. 
Netflix realmente não dava, porque meu laptop não aguenta brincadeira. Ele esquenta e desliga, de modo que no alto verão, com esse Hell de Janeiro derretendo, impossível seria rodar vídeo. Eles até disponibilizam assinatura grátis por 1 mês e acesso por meio do videogame, mas óbvio, esse mesmo videogame seria ligado em algum cabo e o cabo que liga o computador, está muy distante da TV. Daí que nem se o fio ficasse esticado no meio da sala, ainda sim, não alcançaria a TV. Ou seja... esqueça!

Mas a proposta da Net movies não!
Vc se cadastra, paga um pacote de no máximo 50 Kreus por mês e vê filmes ilimitado.
Como? Simples, vc tem cartão de crédito, tem cartão de débito, tem uma impressora? Então vc pode (desde q more no Rio e não tão longe, claro!).

A grana q eu dava na mais Vídeo para ver parcos 12 filmes ao mês no máximo, estou pagando para assistir sem freio!
Após o pagamento, isso te garante filmes por 1 mês. 
A assinatura q eu fechei, leia-se FILMES ATÉ O TALO, me permite ter 3 filmes em casa sempre. 

Assim: Eu monto minha grade de filmes - que hoje está em torno de 170 filmes (sim, eu sou frenética!) - então eles entregam os 3 primeiros. Aqui no prédio tem porteiro, então ele faz o trabalho de receber e entregar. Daí q a netmovies respeita os filmes do topo, mas essa ordem é variável, vc coloca o último em primeiro, o primeiro no meio, o meio no último ou vice-versa. Fato é, eles obedecem a fila 1, 2, 3. Aí vc vê o filme e pela internet ou smartphone, agenda a coleta. 
Eles vão até a sua casa, coletam os (ou o) q vc está devolvendo e já levam o novo primeiro da sua lista! Tadããããã!

Para o telespectador blockbuster pode não parecer tão interessante, porque os filmes mais novos tem muita saída, e pode ser que vc agende e não esteja disponível, então os caras entregam o próximo da lista. Mas pros cinéfilos q nem eu, é melzinho na chupeta!

Vcs não tem ideia. Tem filme da época de mamãe novinha e a comodidade de resolver tudo por computador. Os filmes não são pirata, ou se for, o bagulho é acima de qq suspeita. Vêm em envelope lacrado com plástico e com embalagem de papel dentro. No mesmo envelope plástico, achei lindo, vc pode reutilizar para lacrar o filme q está devolvendo. Entrega, vem outro, entrega, vem outro.

Comecei na segunda e já vi 2012, Zé Colmeia e 300 (esse dei mole, porque loquei o disco 2); aqui estão 127 horas (esperando Engraçadão ver), Besouro Verde e Jack (liiiindo com Robin Williams). 
Os próximos da lista são: 300, Capitão América e Aliens  - O Resgate (tudo escolha de Pacotinho).

Na minha lista, tem vários nacionais, vários Monthy Phyton, encontrei Leolo (direção de Jean-Claude Lauzon, filme de 1992) que eu procurava há eras, fora os mais antigos, da década de 80 que consegui encontrar em peso (A Hora do Espanto, lembram?).

Edward Mãos de Tesoura que eu queria apresentar a Pacotinho; o primeiro Karate kid, que eu queria mostrar ao Sr. Cabeça de Bolinha, pois é apaixonado pela versão de 2010...
A sensação é de que eu morri e fui pro céu do cinema.

Para quem ama filmes, vai na fé que eu agarantchio!

segunda-feira, março 05, 2012

FELIZ POR NADA - LIVRO DE MARTHA MEDEIROS

 
Muito provavelmente hoje, é o dia em que serei jogada aos tubarões, xingada à exaustão, pisoteada e cuspida da boca do povo.
Porque vou enfiar o dedo na ferida e torcer, contrariando a grande maioria. Eu, pra variar, muitas vezes vou contra o que pensa a maioria, não tem jeito! Deus me deu opinião própria e muita personalidade, obrigada, beijo.
Mas chegou o grande dia de meter o malho em Martha Medeiros.
 
Pois bem.
Essa escritora, cronista, poeta Gaúcha, que escreve há eras no jornal Zero Hora de Porto Alegre mais na coluna dominical do Jornal O Globo, é sem dúvida, uma mulher bem sucedida! Palmas para ela. Ainda mais que sua história de sucesso não é recente.
 
Martha começou como publicitária e apesar de não ser sua grande paixão, teve coragem suficiente para mudar de rumo depois que seu marido, também publicitário na época, recebeu uma proposta de trabalho no Chile. Esse foi o pontapé inicial para que ela se dedicasse à sua grande paixão - a poesia. Teve sucesso lá fora e de volta ao Brasil, começou a escrever para jornais e assim, se firmou como colunista, poetisa e cronista. Tá tudo lá na Wikipedia!
 
Até aí, tudo bem. Fato é, Martha Medeiros é extremamente cansativa. Calma! Vou pontuar.
Miss Moura me emprestou seu último livro, Feliz por Nada, recheado de crônicas que Martha escreveu entre 2008 e 2011 nos jornais. Eu meio que relutei, porque já tive um clique lendo seus textos no passado, embora não soubesse bem o quê havia me atravessado, só que  agora eu sei.
Não estava lendo nada mesmo... me dá aí!

Começa por aí. Martha Medeiros é bastante controladora. Não deve ser muito fácil de conviver. Percebi isso, quando ela não raro é imperativa em suas crônicas.
Faça isso, não faça aquilo, tome água, não fume, saia mais, vá ao teatro, curta cinema, beije na boca, abra as janelas, etc.
Hallouuu? Que porra é essa? Uma coisa é vc influenciar de certa maneira seu leitor, exemplificando fatos cotidianos se colocando na cena, outra coisa é você mandar as pessoas fazerem qualquer coisa que seja! E isso está presente em 80% de seus textos.
Ok que o brasileiro tem q deixar de ser sedentário, ignorante, negativo, violento, fofoqueiro, mesquinho e uma série de etceteras. Mas quem é ela? E a porra do livre-arbítrio que Deus me deu? Ela sentou em cima?

Não gosto disso e penso que ninguém tem o direito de me dizer o q fazer. EU DEVO SER SENHORA ATÉ DOS MEUS ERROS.

Outra coisa que me cansou foi o jeito que ela escreve.
Isso realmente deve passar batido em jornal. Porque vc está lá lendo um bando de coisa, então topa com o texto dela, daí que esse vício deve passar batido mesmo.
Mas num livro de crônicas de sua autoria, onde ela é a estrela solitária, esse vício é chato, cansativo e torna minha leitura morosa demais.
Explico. Martha tem mania de exemplos e dá sequência em seus parágrafos com uma série de repetições q na concepção dela deve ficar lindo e estiloso, mas pros meus olhos is so fucking boring! Assim:

Essa coisa de sair descalço, essa coisa de sair metendo, essa coisa de ser feliz, essa coisa de amar demais, essa coisa de te pegar, essa coisa de xingar o próximo, de bater, de brigar, de correr descalço, de se descabelar, de morder os lábios, de ser escandaloso... e aí? Já cansou?

Pois é. Se vc ficou cansado em poucas linhas, imagina eu lendo um livro de quase 300 páginas com essa repetição toda em 88,95% dos textos?!

Não que ela não tenha algo de bom. Claro que tem. Ela escreve bem, tem boas obras que inclusive foram adaptadas para o teatro e cinema, indica bons filmes, bom livros (eu até anotei alguns) e mesmo sem frequentar um analista, ela tem o dom de olhar pra dentro de si e tirar muito boas conclusões mesmo sem a ajuda de um analista. Isso é realmente louvável e para poucos. Talvez por isso, por saber que dá certo, queira passar adiante. Mas tudo é jeito de falar e talvez até, seja esse o problema.

Outra coisa q me irritou muito na Martha Medeiros além de ela ser mandona e ter vícios de escrita, foi o fato de ela falar com o leitor, como se todos fossem abastados que nem ela. Aí vc vai me dizer que ela escreve prum jornal que atinge à classe A, B e C. Sifudê!

Eu não sei mais a que classe eu pertenço exatamente, mas desde que nasci leio o Jornal O Globo. No entanto nunca fui à Paris, nem à Nova Iorque, muito menos ao raio que o parta fora do Brasil. Não acordo dando bom dia à passarinho, nem ao sol, porque tenho uma família pra tocar e acredite, é gente à bessa!
Meus cafés da manhã em família, são só nos finais de semana e lá em casa, tem trabalho de montão. Não tenho tempo para manter meu humor lá no alto, só porque esse é o certo e saudável. Às favas!

Eu não vivo coçando a xereca pra cima e pra baixo, no meu Eco Sport (que nem deve ser mais esse), admirando a beleza da vida. Eu ando de metrô debaixo da terra, sentindo cheiro do sovaco alheio, tá boa santa?!
Eu e uma generosa torcida do Flamengo somos forçados a enxergar o lado lindo da vida, mesmo mergulhados em dificuldades, apertados todo dia na condução. Então, é mole dar lição de moral, falar bonito e tals, quando se é abastado.

Quero ver fazer melhor.
E eu aposto que Martha Medeiros é capaz de fazer muito melhor do que isso, se sair um pouco do seu mundo de beleza e olhar pra realidade que a cerca. O lado feio, sem picos de Polyanna.

Sem dúvida, não vai encontrar tanto bel prazer e digo mais! Dará as mãos à humildade, que é o que lhe falta.

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