Os meus queridos 5's leitores sabem o quão teimosa eu sou, o quanto não me entrego e o quanto eu ainda sonho com meu futuro, apesar de estar na metade da vida, se considerarmos que eu morrerei aos 80. Posso muito bem já ter passado da metade e apenas não saber disso. De qualquer forma, deixar de sonhar, eu considero uma limitador, uma forma de se enterrar em vida, por isso eu sigo sonhando, fazendo planos e acreditem, buscando meu lugar ao sol, porque né, ainda não foi do jeito que eu planejei.
Às vezes eu olho pra trás, não raro aliás e fico pensando que as escolhas foram quase todas fora da ordem natural das coisas. Fui dar uma de esperta e não escolhi com inteligência. Contudo, ao olhar meus filhos, sei que eles foram fundamentais pro meu amadurecimento. São meus salvadores, isso é inegável, porque eu sou das que desarvoram. Ou seja, quem manda nessa porra é Deus!
Então, agora que completei 1 ano de dona de casa, estudante, do lar e todos esses rótulos que pairam por aí, (será que uso ou não o finalmente?) acho, encontrei-me com aquilo que nasci pra fazer.
Bem, sabe o medinho? Ele está lá também. Pois é, porque o mercado exige juventude, ainda mais esse, o qual estou paquerando.
Comecei com o projeto de TV na faculdade, assim que iniciei o segundo período em Jornalismo, não sem antes dar um pé na bunda da bendita Publicidade. Tudo começou porque a Estácio leva desde a última edição, alunos do curso de comunicação ao Rock in Rio para cobrir o evento. A Estácio aliás, é a única universidade presente a fazer essa cobertura e tudo o que a gente quer, é ver os shows de graça experiência no currículo; é ter um evento grande pra chamar de seu, óbvio!
Vou pular a parte do quem chamou, quantos barracos tiveram e quantos já entraram e saíram desse gurpo, Ok? O nosso programa aliás, foi criado pra nos ambientar com a câmera, com trabalho de edição, com roteirização, etc. Então, oito cabeças montamos o escopo do que seria, escalamos equipe, juntamos esforços com gente de outras disciplinas, porque uma andorinha só não faz verão e assim o programa foi indo. Não foi concluído ainda, precisamos de 13 prontos para oferecer em alguma emissora, mas ainda sim, entrar no Rock in Rio, pegar experiência e aprender é o grande objetivo.
Só que entrar no Rock in Rio é algo semelhante a encontrar a chave da arca perdida. Eu simplesmente não fazia ideia de como aconteceria, se me chamariam e por fim, já estava me acostumando com a ideia de não ir, porque eram tantas histórias que me chegavam ao ouvido... sem contar que ajudei a derrubar pessoas que poderiam influenciar na minha ida.
Ah, vai dizer que vocês não sabem que eu derrubo quem não produz, tolinhos? Pois derrubo. Não estou na faculdade pra fazer alianças, nem pra trabalhar pelos outros, aliás, já tenho 3 filhos e já está de bom tamanho. Trabalhar pros outros levarem a fama no MEU LOMBO, sinto muito, não rola. Não sou evoluída espiritualmente pra fazer trabalho além de mim, sem contar que é 0800. Eu ando que nem a rainha de copas do filme de Alice! Deu mole, eu corto cabeças. Isso, porque ainda sou nobody, mas a fama de filha da puta, ah essa...
Voltando, a boa notícia é que fui incluída nesse workshop preparatório para o Rock in Rio.
Eu e algumas boas cabeças do programa que fazemos na faculdade. Estamos felizes, contentes, radiantes, estimulados... e já no primeiro dia, além de ter tido aquela sensação mágica de "encontrei minha turma", de "sim, é isso que eu quero pra minha vida", ou ainda de "eu nasci pra fazer isso, agora eu sei!", junto vem a cobrança interna de que não posso falhar. É que, lembram do primeiro parágrafo? Pois então, já estou na metade da vida e talvez minha cútis denuncie minha idade.
Não sem antes contar parte da mágica. Aliás, foi um chororô (meu). No primeiro dia, ao entrar na sala de aula, atrasadita claro, encontrei a moça que dirigiu um programa o qual fui âncora em 2009, que nem divulguei aqui por motivos de estou sendo cautelosa para não azedar o que ainda não existe. Pois bem, essa moça, Patrícia Cupello na ocasião, era professora de Fernanda Freitas, ex-aluna da Estácio do Campus de Madureira, para quem eu e amigas fomos quebrar um galho e aparecer, fazendo o A La Carte TV, baseado no blog Mulheres A La Carte. Aquele blog coletivo o qual eu fazia parte. Era um talk show de 30min, onde eu e Dani Antunes éramos as âncoras, Má Albergarias falava conosco via chat ao vivo e contava com 3 blocos e 3 entrevistados. Claro, falávamos de sexo, relacionamento, trazíamos perguntas do twitter e divulgávamos o twitter da pessoa... ou seja, super inovador pra 2009. Por isso tanto sigilo, por isso tanto segredo. A gente punha o twitter no palco com a gente, quando essa ferramenta nem tinha tanta notoriedade, por isso o medo de vazar e a ideia de sermos roubadas. Nem a MTV procedia assim! No fim, nem uma coisa, nem outra. Tornou-se lugar comum pós-Show da Vida.
Agora, Patrícia Cupello é minha professora de Reportagem e Produção. Não tinha como não ligar os pontos e se emocionar, até porquê a história de vida dela é de muita batalha e ela chegou lá. É um espelho, é um grande exemplo pra mim. Impossível não vazar pelos olhos!
Voltando ao presente. Adorei a sensação de segurar o microfone, adoro a sensação de ter uma câmera apontada na minha direção e quando isso acontece, de microfone na mão ou de lapela, baixa o caboclo faladô em cima e eu falo, eu apresento, eu brilho. E bicho, nessa hora dá um frio na barriga, porque eu tenho visão pra editar, eu tenho visão pra roteirizar, eu tenho visão pra dirigir, pra produzir... e isso é meio que uma merda, porque a gente precisa ter foco! Além do mais, tudo o que eu quero é ficar em frente a câmera e ser VJ. É isso o que eu quero, é pra isso que eu vim, mesmo estando na metade da vida, partindo da premissa de que poderei morrer aos 80.
Nada está garantido. Não ainda.
É um workshop eliminatório, onde os candidatos fazem exercícios todo final de semana e o grau de dificuldade vai aumentando progressivamente. Não sei em que ponto exatamente eles vão bater o martelo e dizer quem está fora, mas estou prestando atenção em cada palavra dela, estou me empenhando e fazendo tudo direitinho para ir.
Claro, eu já me vejo lá entrevistando o Muse, me "vingando" de Jared Leto pelo show merda que eles fizeram aqui ano retrasado e mais que isso, participando de um evento desse porte, tendo a oportunidade de trabalhar na área que escolhi e com isso, escancarar as portas pras grandes emissoras, se Deus quiser.
É isso e isso não é fácil.
É bem parecido com aquele dito popular: Rapadura é doce, mas não é mole!