DIÁLOGO - PARTE 1:
EU - Mas então? Encontrou o menino, a mãe do menino?
ENGRAÇADÃO - ... sim, estou com eles aqui. Todos eles! Elá tá vindo pra cá.
EU - Ué? Mas vc não disse q ia buscá-lo, como q ela tá vindo trazer o garoto no carro dela? Essa mulher é louca? Vc disse q estava indo buscá-lo...?
ENGRAÇADÃO - Não sei... eu disse... deve ser...
EU - Bom, deixa isso prá lá. Hj tem uma festa pra gente ir. É às18h e temos que comprar presente, aproveita e passa na loja pra comprar!
ENGRAÇADÃO - Err... acho melhor depois do almoço...
EU - Ué? Mas vc não vai querer dormir depois do almoço?
ENGRAÇADÃO - Não sei, parece q não...
EU - Vc q sabe!
Ontem eu acordei achando que estava fazendo tudo certo. Então peguei os moleques, botei pra escovar os dentes todos quase ao mesmo tempo, dei remédio pro Engraçadão e deixei ele dormir mais tarde, porque uma gripe se aproximava e parti com a Dona Miúda para a padaria. Até aí di-vi-no.
Após o café, coloquei música e tentei conciliar a louça. Pacotinho havia combinado com um amigo que viesse pra cá para jogarem videogame e ele passaria a tarde conosco e depois da descoberta da festa, quem sabe ir junto, já q são todos da mesma escola. Ainda fui comprar fraldas e melancia antes do diálogo ali de cima. Engraçadão adiantava o almoço enquanto isso.
Conforme meu retorno, ele foi buscar o moleque enquanto eu terminava o restante. Ontem não fiz um cardápio especial. Fizemos o trivial arroz com feijão e frango, pois bateu saudade.
Então toca a campainha e eu abro a porta sem olhar no olho mágico. Quase caio dura e preta quando me deparo com uma mulher q nunca vi na vida. Tipo... era a mãe do garoto. Uma mulher rechonchuda daquelas com cara de loser de filme americano, nada fashion, com uma mochila nas costas, acompanhada dos meninos. Bem... acho q isso eu já disse. Era a mãe do amiguinho de Pacotinho.
Fiquei tão estupefata q perguntei se eles já tinham almoçado. Ao que responderam afirmativamente. Me certifiquei se eles não queriam realmente comer, pois fiz bastante e eles não quiseram.
Engraçadão subiu com cara de parede.
Voltei pro varal de roupas, ainda chocada e me lembrei q como ela tinha cara de maluca, devia ter algum tipo de mania, daí corri pra sala, mas eles já haviam descido pro play. Leia-se ela e os meninos todos.
Engraçadão então disse que ficou descadeirado quando o menino pronunciou:
O AMIGO - Ela vai com a gente!
Engraçadão ainda tentou argumentar sobre...
ENGRAÇADÃO ARGUMENTANDO - Vai aonde?
Mas foi solenemente ignorado e deu um jeito de prender os dois meninos no banco de trás e a mulher gorda na frente. Disse que foi ideia do pai do garoto. Mas pensando consigo mesmo, acha q foi ideia de jerico e que essa atitude explicava o porquê do casamento deles ter acabado. Bom, assumo, essa conclusão foi minha!
Agora, todo o diálogo acima faz sentido. DIÁLOGO - A REALIDADE:
EU - Mas então? Encontrou o menino, a mãe do menino?
ENGRAÇADÃO - ... sim, estou com eles aqui (NO CARRO). Todos eles (Putaqueopariu, bando de doido!!)! Elá tá vindo pra cá. (dentro do nosso carro, essa louca, mal educada!)
EU - Ué? Mas vc não disse q ia buscá-lo, como q ela tá vindo trazer o garoto? Essa mulher é louca? Vc disse q estava indo buscá-lo...?
ENGRAÇADÃO - Não sei... eu disse... deve ser... (muito louca da cabeça ou sem noção, ou as duas coisas!)
EU - Bom, deixa isso prá lá. Hj tem uma festa pra gente ir. É às18h e temos que comprar presente, aproveita e passa na loja pra comprar!
ENGRAÇADÃO - Err... acho melhor depois do almoço... (Se tiver almoço...)
EU - Ué? Mas vc não vai querer dormir depois do almoço?
ENGRAÇADÃO - Não sei, parece q não... (Como eu vou dormir com essa doida solta na minha casa? Prefiro pegar fila no Mundial!)
EU - Vc q sabe!
Quando a ficha caiu, fui curta e grossa e falei da festa. Assim q eles subiram. Ela perguntou com um olhão arregalado se eles teriam de ir embora AGORA! Claro, podia ter mentido, mas deixei os garotos brincando até às 16h. Enquanto isso, a gente almoçava, o amigo jogava videogame, a gente ia conversando e depois do almoço, liberei os moleques pra jogar.
Ela prostrada no sofá, recusou comida, sobremesa e se ofereceu pra lavar a louça. Eu recusei, claro, mas confesso, comecei a achá-la interessante.
Engraçadão premanecia incrédulo!
Então pedi licença e fui dormir com a Dona Miúda, q já chegou em casa dormindo, mesmo sem almoço. Esse soninho durou até às 15.40h quando eu me levantei pra dar o almoço dela e pedi pra Engraçadão passar um café. Ele foi tão gentil (sim, tirou uma soneca também), q ainda colocou uns cream crackers na mesa. Dessa vez nossa ilustre visita aceitou. E então, eu fui levá-los em casa antes da manicure, pois teríamos festa na volta.
Depois fomos conversando animadamente dentro do carro e ela me contando que conhecia quase TODOS os pais da escola (a-han, também pudera...desse jeito), ao que respondi q não conhecia nenhum, já q nunca tinha SIDO CONVIDADADA A IR NA CASA DELES! Essa frase não fez a menor diferença pra ela, porque ainda por cima, nos elogiou e disse q somos das famílias mais legais q já conheceu. Ela disse q poderíamos pendurar na porta uma plaquinha de "Aqui mora uma família feliz!" - Eu disse q não, q achava aquilo muito brega.
Eu estava sorridente e aliviada por me livrar de tamanho ebó e por estarmos todos vivos e intactos, ela por ter sido bem tratada e por ter-nos conhecido, ainda fazendo a felicidade de seu filho. Engraçadão jura q eu a chamei de querida todo o tempo, mas eu só me lembro de uma vez!
Daí, dando um salto no tempo, depois do salão, cheguei em casa e corri para me arrumar pra festa. Toca pra festa já às 19.50h com a filharada (sim, sobrou pra mim comprar o presente!). Todos lindos, arrumados e cheirosos, fomos recebidos com muitos olhares na casa de festa. Achei curioso a fotógrafa perseguir uma menininha de cerca de 1 ano, quando a aniversariante tinha 4. Tudo bem, devia ser uma priminha.
Pacotinho correu pro Wii e o Sr. Cabeça de Bolinha correu para procurar a aniversariante q tem o singelo apelido de Dilma Roussef - não me perguntem se é porque a menina é a miniatura da Dilma! - Todos os familiares no olhando. A festa era bem íntima.
Até q eu passei ao lado do bolo... de ... 1 aninho.
Ooooooops! Caráleo, festa errada.
Dei meia volta com o carrinho e sem olhar pros lados, fui ter com a família perto da recepção.
EU - Geeeente! Vamos embora daqui, estamos na festa errada.
ENGRAÇADÃO - Co-mo é que é? Como assim festa errada?
PEGA O CONVITE!
EU - Mas aqui está escrito dia 11. Hoje não é dia 11??
ENGRAÇADÃO - Claro q hj não é dia 11. Hoje é dia 10, sua maluca. A festa é amanhã. Caralho, não acredito, não acredito... (infinitamente por 1000 vezes e até agora ele só fala isso!)
A recepcionista gentilmente nos devolveu o presente.
Pacotinho não quis perder a viagem e pegou um refrigerante do garçon.
O Sr. Cabeça de Bolinha começou a berrar na porta, porque queria um refrigerante só pra ele. O fato de estarmos na festa errada pra ele não fez a menor diferença.
Dona Miúda nem ligou porque estava toda linda, de vestido e sapatos de festa.
Eu... eu só ri muito porque o dia estava completo!
Ao menos hoje, chegaremos pontualmente às 18h na festa certa.