Subscribe:

quinta-feira, dezembro 18, 2014

HOJE, 18 DE DEZEMBRO É ANIVERSÁRIO DE BRAD PITT


Ontem por meio do facebook de uma querida amiga, vi uma reportagem muito de relance, onde aparecia Brad Pitt e os filhos. Dentre eles, um lourinho de olhos azuis, lindo demais, trajando terninho assim como os outros irmãos na pré-estreia do filme Invencíveis, estrelado pela mamãe, Angelina Jolie.

Até fiz um comentário safadeenho no post da amiga, dizendo que a Dona Miúda ia beijar mooooito o filho em questão, quando me detive na legenda da foto e perplexa, li que se tratava de Shiloh Jolie-Pitt e não de um menino. 

Hoje, papai Brad completa 51 anos e muito me deixa orgulhosa sua postura diante do figurino e da escolha da filha biológica. Sim, a verdade foi dita diante de todos. Shiloh não se reconhece menina e prefere ser chamada de John. Simples assim. 

Que outra atitude um pai amoroso teria diante da imprensa inteira? Vergonha da própria filha? Esconderia e tentaria forçá-la a pôr um vestidinho para parecer menina diante da sociedade? 
Não né? No amor não cabe isso. Apesar das pautas dando conta de que para ele foi difícil ver sua esposa jogando a preferência de sua filha em vestir roupas masculinas no ventilador, (sou capaz de entender ambos), o posicionamento de Angelina em entender e aceitar mais rápido, é típico das mães. Se fosse comigo, talvez fosse tão prática quanto.

E é admirável o quanto esse casal está sabendo colocar o amor, a sinceridade e a verdade na frente de tudo, não importando o que as más línguas hipócritas dirão. Elas não pagam as contas, elas não ajudam na criação de seus filhos e não limpam o bumbum das crianças entre uma refeição e outra. As más línguas só podem falar e destilar veneno, unicamente.

É um fenômeno e está acontecendo agora nas melhores famílias. Não se trata de pecado, não se trata de abuso sexual na infância, nem de perda da inocência. Tanto não se trata disso, que justamente por serem inocentes, as crianças têm a sinceridade de assumir suas identidades. É natural para eles como um tênis que está apertado no pé e não serve. 

Assim como aqui em casa minha galega aos dois anos chorava muito diante da minha recusa, pois queria pôr um vestido rodado de festa ao chegar da escola para ficar em casa, imagino Shiloh reclamando que não queria usar vestidos na mesma idade. E se repararmos bem as fotos nos sites de notícia, a última ocasião em que trajava vestidinhos, data da época em que ainda andava no colo dos pais. Logo que cresce, não mais. Só shortinhos e bermudas, além do cabelo curto.

O que dirão os conservadores hipócritas? Que partiu do casal vestir a menina como menino? Que se trata de marketing? Que a garota está sendo forçada? Que será a nova Thammy? E se for? Ok que Gretchen sempre foi chegada a atenções da mídia, no entanto sempre deixou claro seu amor incondicional e apoio a filha, demonstrando com isso que cabe aos pais amar e desejar a felicidade do filho somente. Já existe toda uma sociedade para avacalhar e tacar pedras. Esse papel não pertence a nós pais. Portanto o amor que a gente sente, está acima de qualquer orgulho ou egoísmo diante dessa realidade. Nossa ética inclusive nos impele a apoiá-los em casos assim e isso não é feio ou pecado. É exemplo a ser seguido.

Fiz questão de nesse post não incluir nota de especialista algum para embasar minha opinião, nem psicólogo, nem advogado, nem terapeuta holístico, nem espírita ou protestante, porque se trata da minha opinião e felicidade em compartilhá-la com meus leitores. Eu penso desse jeito e acho importante mostrar que influenciadores como Brad Pitt e Angelina Jolie estejam dando um belo chute no preconceito e na homofobia. 

Desde muito antes de termos filhos, Engraçadão e eu sempre concordamos em duas questões bastante polêmicas: o que faríamos em caso de uma gravidez inesperada ou se algum de nossos filhos fosse gay ou transsexual. Nos dois casos sempre fomos a favor da vida e do amor, independente de como viessem nossas crias.

Daí que no post de ontem, primeiro morri de vergonha, porque claro, meu fogo diante de um par de olhos azuis de cabelo louro me fez prometer minha filha para a criança em questão, que é linda. Depois de ler melhor o artigo, confesso que se Dona Miúda se encantasse por alguém do mesmo sexo, eu a apoiaria incondicionalmente desde que essa pessoa a amasse e respeitasse do mesmo jeito. E isso independe de gênero. 

Por tudo isso, canto parabéns de pé para Brad Pitt, cinquentão suspirado por balzacas e pós-balzacas; homem esse que mostra ser lindo não só por fora como por dentro, paizão maravilhoso e acredito, marido idem. O fato de Angelina Jolie tê-lo escolhido como homem para dividir uma vida, além de ele ter tido a coragem de trocar uma vida fútil e vazia para assumir uma mulher de fibra e personalidade, só faz aumentar minha admiração pelos dois. Eles realmente se merecem.

Brad, parabéns a você, nesta data querida, muitas felicidades e muitos, muitos anos de vida.

quarta-feira, dezembro 10, 2014

ENTREVISTANDO MANGUEIRINHA - MESTRE DE BATERIA DO PROJETO TIM


“Não dou mole pra criança nenhuma não!” – MANGUEIRINHA, DIRETOR DE BATERIA DA UNIDOS DE VILA ISABEL E IDEALIZADOR DO PROJETO BATERIA DE JOVENS SURDOS TIM
Filho do samba (o pai foi intérprete e compositor de escolas de samba e a mãe, integrante da ala feminina), tendo crescido em Vila Isabel, desde pequeno Carlos Henrique da Silva Vicente, o Mangueirinha deu os primeiros passos no mundo do samba através da bateria mirim da escola de samba Unidos de Vila Isabel.

Apesar de jurar que o voluntariado não foi aprendido em família, faz questão de enfatizar que aprende mais com os alunos do Projeto Bateria de Jovens Surdos patrocinado pela Tim, do que ensina. Carioca, morador do Morro dos Macacos, Vila Isabel no Rio de Janeiro, desde a mais tenra idade esteve em contato com o mundo do samba. Foi através de um projeto social que aos 6 anos aprendeu a tocar o primeiro instrumento. Hoje, se torna um multiplicador da experiência que viveu. Além de diretor de bateria pela escola de samba Unidos de Vila Isabel, está envolvido em diversos grupos de percussão dentro e fora do samba. 

E não para por aí, ensina o ofício a crianças carentes com e sem deficiência pelo Rio, inclusive no Centro Municipal de Referência da Música Carioca

Nessa entrevista, Mangueirinha fala da sua infância, de seus influenciadores e mestres e garante: “Sou um cara muito rígido com meus alunos!”

Flavia Moura – Como foi a relação com o samba na sua família?

Mangueirinha – Meu pai nasceu na Mangueira. Quem era ligado a Mangueira era meu avô, que saía numa ala tradicional da escola de samba. Quando meu pai foi morar em Vila Isabel... Pô, é estranho... Meu pai quando foi morar lá (em Vila Isabel), ele disputava samba enredo na Vila, mas foi integrar o Salgueiro. Ele foi diretor de harmonia no Salgueiro e tinha uma ala também! Na Vila, ele tinha uma participação no canto. As pessoas o chamavam porque interpretava muito samba dos outros e compunha também, porque tinha uma boa voz e o pessoal sempre o convidava, não só na Vila, como em outras escolas. Aí logo depois, quando eu cresci e comecei a desfilar na bateria mirim, ele veio pra Vila pra eu não ir sozinho. Aí, ele e minha mãe montaram uma ala na Vila e passaram a diretores de harmonia na Vila. Ele como diretor de harmonia e ela no departamento feminino.

FM – E essa parte de se dedicar a projetos? Foi aprendido na família ou você foi pioneiro no tocante ao voluntariado?

Mangueirinha – Ah, o meu pai era muito festeiro. Tinha grupo de mulatas, era mestre de cerimônias de blocos, apresentava os blocos, convidando os outros... mas essa veia de projeto, veio da bateria mirim que eu comecei. 

FM – E os demais projetos, as pessoas iam te chamando ou foram acontecendo? 

Mangueirinha – Então, eu ingressei nessa bateria mirim, aí só tinha uma bateria. Aí em 1988, essa bateria deu vida a uma escola de samba mirim. Eu era ritmista dessa escola de samba mirim e fui fundador dessa escola de samba mirim, né? Daqui a pouco eu passei a ser mestre dessa bateria e escola de samba mirim. Aí foi começando, eu fui pegando experiência com isso e as portas se abrindo pra mim. Aí comecei a dar aula ali, comecei a dar aula aqui... foi assim.

FM – E você sente frio na barriga quando vai liderar uma nova turma? Tem esse lance de ficar nervoso como no dia de estreia?

Mangueirinha – Tem, tem. Porque se você não ficar nervoso e não sentir o frio na barriga, a coisa não tá normal. Tudo o que é novo, você tem certa dificuldade né? Aí sempre tem esse lance de ficar nervoso, a boca seca... é a adrenalina né? Enquanto isso acontecer é porque você tá funcionando! No dia que isso parar de acontecer, você não tá funcionando mais. 

FM – A gente sabe que adolescente tem aquela fase tinhosa e aqui (no Centro de Referência da Música Carioca onde acontecem as aulas do projeto) a gente vê que tem as crianças menores e os adolescentes. Eles te dão algum tipo de trabalho ou seu carisma encanta até eles?

Mangueirinha – Olha, graças a Deus eu tive uma educação muito boa, tanto pelos meus pais, quanto meus avós. Fui criado pelos meus avós, porque meus pais tinham que trabalhar, mas eu tive uma professora particular antes de ser alfabetizado, porque eu morei no pé do Morro dos Macacos e tinha uma senhora chamada Dona Belinha, que todo mundo passava por ela, antes de ser alfabetizado. E ela era uma pessoa muito rígida, então fez parte da minha educação. E o outro mestre de bateria, o mestre Trambique, também era muito rígido. Então eu me vejo neles. Essa rigidez toda que eu tenho com as crianças, eu me vejo neles, mas eram pessoas também muito carinhosas. 

Essa dona Belinha, caraca, era uma senhorinha... Nossa Senhora! O morro todo dos Macacos e Pau da Bandeira passaram por ela. Num quadro negro só, ela dava aula do Jardim à 8ª série. Só num único quadro. Eu nunca vi isso. Hoje você tem amplas formas de educar e na minha época, era uma cartilha do ABC e ela muito rígida e ao mesmo tempo carinhosa. Eu trato as crianças assim. Eu sou rígido, falo a verdade pra eles, eu não conto mentira, porque também nunca me contaram mentira... eu os trato assim. Não dou mole pra criança nenhuma não! Aquele que tá titubeando um pouquinho, saindo da linha um pouquinho, eu vou pra cima dele firme e falo a verdade.

FM – Como foi que você aprendeu a ensinar de maneira diferenciada as crianças com deficiências diversas (visual, auditiva) e até as mais graves, como algumas crianças com deficiência mental que frequentam esse espaço? E você coordenando isso com maestria. Você aprendeu ou foi instintivo?

Mangueirinha – Olha de fato eu nunca trabalhei anteriormente com crianças com deficiência. Eu tive vontade de fazer esse projeto para crianças surdas, falei com meu coordenador, que me apoiou; fomos pra um colégio trabalhar. A primeira semana muito complicada, porque eu não sabia libras; a segunda semana continuou complicada e a terceira também. Eu fiquei um pouquinho desesperado porque tava entrando num mundo novo. Foi quando a diretora do colégio falou pra eu manter a calma, que quando menos esperasse ia ter uma resposta. Quando eu menos esperei tive a resposta de um, aí veio outro e foi dando uma resposta. Aprendi mais com eles, do que eles aprendem comigo e continuo aprendendo com eles. 
Cada criança com uma deficiência diferente que hoje chega, eu aprendo. Eu deixo eles. Cada criança tem seu tempo e você tem que respeitar isso, então eu deixo eles livres, bem a vontade e vou aprendendo e vou tirando deles o que eles têm de melhor. Eu não forço nada, eu os deixo à vontade. O projeto é de integração, né? Então eles têm que se sentir bem. Eles se sentindo bem, eu aprendo com eles e eles aprendem um pouquinho comigo. É uma troca.

FM - Você já tem algum projeto pra 2015, depois que passar o carnaval?

Mangueirinha – Não. Projeto é continuar aqui, no projeto da TIM porque eu acho que é importante pra caramba. Sem a ajuda deles como parceiros eu não conseguiria. Porque as crianças com deficiência necessitam, os pais... e eu tenho que dar um conforto a eles. Porque não tem como você dar aula ou fazer qualquer coisa pruma criança sem dar o mínimo de conforto. Eles têm que ter um lanche, eles têm que ser bem tratados, os instrumentos tem que ser de qualidade, porque não basta só a sua boa vontade, mas você tem que ter parceiros que possam te ajudar e você possa caminhar. Porque sozinho você também não é nada!

Serviço: O projeto da Bateria de Jovens Surdos TIM está em recesso em função das férias escolares. Trata-se de um projeto gratuito de integração, que voltará suas atividades no dia 16/01/2015. Para inscrever-se basta entrar em contato pelo telefone (21) 3238-3831.
O Centro Municipal de Referência da Música Carioca Arthur da Távola fica situado à R. Conde de Bonfim, 824 - Tijuca, Rio de Janeiro - RJ, 20530-002

sábado, dezembro 06, 2014

INTRODUZINDO A MÚSICA NA VIDA DAS CRIANÇAS - PROJETO BATERIA DE JOVENS SURDOS TIM


Jenniffer Alexia
Roxana tem três filhos: Jenniffer Alexia, Johnathan Carlos e Rupert Augusto. A rotina deles é incrível! Acordam, vão à escola, às tardes Jenniffer  toma aulas de ballet, piano, inglês e francês em dias alternados. Já os meninos, Johnathan e Rupert vão ao futebol, inglês, tênis, natação, alemão e mandarim também em dias e horários alternados. Nos finais de semana recebem os amigos em casa, fazem programas ao ar livre com os pais ou vão ao teatro e cinema não necessariamente nessa ordem. São crianças cultas, educadas e inteligentérrimas.

Esse cenário lindo, de sonho, magnífico e quase real não fosse uma diferençazinha básica. As crianças não têm esses nomes, seus pais não são abastados e suas rotinas escolares estão tão, tão distante disso, que chega dar dó. Nossos personagens são na verdade Dona Miúda, Sr. Cabeça de Bolinha e Pacotinho, nossos velhos conhecidos, cuja vida escolar e extra-curricular é bem menos abastada que da descrição acima. Uma pena.

Johnathan Carlos
Mas isso não é desculpa. Os pais dos nossos personagens são pessoas atentas, que na medida do possível, tentam introduzir riqueza cultural na vida das crianças. Papai e mamãe estão sempre de olho no que rola pelas redondezas e se a palavra incluir 0800 no meio então, melhor ainda! Papai no setor de esportes e mamãe mais voltada para cultura e entretenimento. 

Foi assim que a gente descobriu a Biblioteca Parque, foi assim que descobrimos parques abertos, levamos à praias não frequentadas usualmente e cursos e mais cursos perto de casa.

O fato de os dois meninos serem alunos da rede pública é um facilitador. Enquanto uma parcela da população está se fodendo pra pagar cursos extra-curriculares na rede particular, ou dando metade da carteira para que seus filhos façam outras atividades fora da grade na própria escola, aos alunos da rede pública quase tudo é oferecido de graça. 

Rupert Augusto
A escola de Pacotinho é um bom exemplo disso. Para alunos de 6º ano esse ano, foi oferecida bolsa de 3 anos no IBEU, também a SOS Computadores andou visitando a escola, oferecendo bolsa para dois cursos. Claro, o objetivo era vender outros cursos, no entanto, nós que somos verdadeiras esponjas, colocamos Pacotinho para fazer as aulas gratuitas.

Minha introdução tá muito longa. Nem era tanto sobre isso que queria falar. Hoje, quero apresentar o Centro Municipal de Referência da Música Carioca. Nome gigante, espaço lindo e o melhor, aberto à comunidade. 

E quem disse que a comunidade está sabendo o que rola ali? Nos fins de semana, você encontra nomes da MPB em apresentações a preços módicos. Em sua maioria são nomes expressivos do samba carioca, ou da música instrumental. Contudo, a menina dos olhos são as oficinas. Só esse ano, três oficinas foram abertas para a criançada e garanto a vocês, vem gente de tudo o que é quinze bandas. A sensação que eu tenho é que vem mais gente de longe, que das redondezas.

Infelizmente Dona Miúda fica fora dessas atividades porque é muito pequena, no entanto, os garotos à partir de sete anos já conseguem tocar um instrumento musical, para orgulho da mamãe, que claro, fica "soltinha na roda da ciranda!" Se eu pudesse escolher a profissão dos meus filhos, coisa que não me cabe, certamente gostaria que fossem músicos, chef de cozinha, modelos internacionais sim, ou atores de sucesso, ou cantores de sucesso - notem, estou excluindo a ala pobre, porque na minha cabeça eles são bem sucedidos e podres de ricos fazendo o que gostam! - mas a verdade é que vou apoiá-los no que quiserem ser. Só não podem ser bandidos, políticos corruptos (pleonasmo ou cacofonia?) e/ ou vender o corpo, o resto eu deixo.

Pose pra foto antes da apresentação do Sheraton
Daí, que esse ano tivemos a Bateria de Jovens Surdos da TIM, que consiste num projeto de integração entre meninos com e sem deficiência. Projeto maravilhoso, inclusivo, com resultados emocionantes, que me levou a entrevistar o diretor de bateria da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, Mangueirinha, que coordena o projeto (publicarei aqui em breve); teve também o Coral da Palavra Cantada, cujo nome é autoexplicativo e agora no segundo semestre abriu uma turma com aulas de gaita.

O Coral foi um projeto grandioso que culminou na apresentação das crianças numa casa de show no último domingo, com a participação dos integrantes do Palavra Cantada. 

Fazendo a pobre, tirando foto no banheiro do Sheraton
Eu toda serelepe no tempo das audições inscrevi Pacotinho (sob protestos) e o Sr. Cabeça de Bolinha, pois já havia percebido certa afinação na voz. Todavia, eles escolheram apenas um dos meninos e como Murphy não dorme, nem tira férias, o escolhido por timbre de voz e idade, foi Pacotinho. 

Infelizmente, eles escolheram errado. Pacotinho foi por dois meses e por conta do horário da escola, acabou caindo numa turma onde a faixa etária era bem menor que a dele. Moral da história, não aguentou e pediu pra sair zero dois. Minha cara apesar de ter sido arrastada na medina, não podia forçar o garoto a fazer algo contra a vontade.

Nesse ínterim, eles levaram a Bateria de Jovens Surdos com bastante seriedade, com chuva ou sol, todo sábado, quase quatro horas de ensaio sem pestanejar. Eu já vi e fotografei alguns e posso garantir que só amando muito. A técnica utilizada pelo mestre é bastante cansativa. Primeiro ele treina passada. For dummies, significa que as crianças ficam marchando para garantir o ritmo. A classe é composta por crianças com diversas deficiências, entre elas, visuais, auditivas, da fala, autistas e outros que só no olhar não dá pra identificar, além das crianças sem deficiência. Então, para colocar todos no ritmo é através da passada que eles marcam, depois, é passada e palmas, cada um fazendo o som que fariam com o próprio instrumento e por fim, os instrumentos entram em cena. No último ensaio que fui, pra vocês terem uma noção, só de olhar cansei antes de eles pegarem os instrumentos. Não, não é coisa para fracos, tem que gostar muito.

É claro, o patrocínio não está ali de enfeite. Garante instrumentos de qualidade e lanche todo sábado para as crianças. Muitas vem de bairros longínquos e nem sempre se alimentam antes de sair de casa.

Agora com Jojô do Agogô
Fato, é que a bateria evoluiu e um danadinho que tem se mostrado um talento é o Sr. Cabeça de Bolinha, que já no primeiro dia ganhou o nome de Jojô do Agogô. 

No último fim de semana pude conferir a performance. No primeiro para os familiares e no domingo a apresentação foi no Sheraton Hotel, para os executivos da TIM. Ali eles tocaram samba, pagode, xote, ciranda e ainda rolou a performance do Zé, um menino que faz um solo de arrepiar, puxando a bateria com a caixa. Ele sola e a bateria responde. Coisa de louco! Emociona, arrepia e dá vontade de uivar pro Zé. Pena que tenho poucos minutos de vídeo pra mostrar a vocês. 

Em rápida conversa com o mestre, descobri que Jojô do Agogô tem realmente um ouvido musical e não era só impressão minha! Nosso Cabeça de Bolinha será apresentado à caixa, instrumento tocado pelo irmão de 12 anos. O garoto é danado. Ele leva o agogô sem errar e quem pensa que agogô é fácil, está enganado. Apesar de ele tocar o mais simples, não é só sair batendo. Tem o tempo certo de cada música e o garoto faz certinho, sem errar e ainda ajuda os que estão chegando. Portanto, quando se pergunta o que ele quer ser quando crescer, o moleque já responde: músico e jogador de futebol (lado paterno).

Nem precisa dizer que minha baba tá escorrendo pela via pública. Além da bateria, esse menino faz aulas de gaita, tudo de graça e no mesmo local. Ou seja, se depender dele, vai prestar vestibular pra Villa Lobos, que seria a federal de música daqui do Rio.

E com isso, eu me despeço de vocês com coração mais leve, porque é como diz minha querida amiga ainda virtual, Ane Brasil, 'Com o andar da carroça, os melões se ajeitam'. Sabedoria popular é co nóis!

Para dar um confere na performance do Zé arrepiando com os meninos e puxando a bateria, clique neste link. 
Cardíacos, se segurem nas cadeiras.



 

terça-feira, dezembro 02, 2014

TÉDIO INFANTIL. TÁ FALANDO SÉRIO?


Tem acontecido um fenômeno aqui em casa, que eu gostaria de dividir com vocês. Chama-se TÉDIO.
Mas, péra! Essa palavrinha não deveria aparecer mais tarde? Pois é, concordo em gênero, número e grau. Devia aparecer mais tarde. Acontece que tem acontecido cada vez mais cedo, ao menos lá em casa e o último acometido foi meu filho do meio, de 7 anos, o Sr. Cabeça de Bolinha.

Essa semana, mais precisamente ontem, foi seu primeiro dia de férias. Imaginem vocês, o bichinho trancado num apartamento, cujos irmãos ainda cumpriam horário escolar e ele lá, à toa, de férias e pra piorar, de castigo por dois dias, cumprindo medida disciplinar longe do computador, seu maior objeto de desejo na casa.

O Sr. Cabeça de Bolinha é dos que aprecia um bom quebra-cabeças, também adora dar porrada nos bonecos que tem, fazendo altas lutas entre eles, adora dar bolada na parede do play e fazer meu cesto de roupas lavadas de cesta de basquete. Mesmo assim, ontem foi acometido de um tédio tão grande, que danou a atazanar o juízo da avó.

Dando um rolé pela internê, encontrei duas leituras interessantes que abordam esse assunto. Uma, foi a entrevista com a psicóloga e pedagoga Clarice Kunsch e a outra, foi no blog Escolha Sua Vida, no entanto, as duas fincam o pé no sentido de que os pais estão enchendo seus filhos de atividades e que esse tédio seria provocado por nós (resumindo o resumo) em decorrência desse excesso.

Sinto muito, eu discordo. Meus filhos não têm excesso de brinquedos, não têm excesso de atividades extracurriculares, meus filhos são retardatários em acesso à tecnologia se comparados com os filhos dos outros, porque somos adeptos do caminho do meio. Nem tanto, nem tampouco. Então de onde vem esse tédio todo?

Noto uma violenta diferença com o que ocorre entre meninos e meninas, isso sim. E como possuo os dois exemplares, fica mais fácil comparar, apesar de a pequena ser muito pequena ainda para entrar nessa ciranda. Mas não está imune, só não foi acometida pelo famigerado tédio.

Essa diferença tem mais a ver com o tamanho da criatividade de cada um. Pacotinho é um que possui imensa dificuldade em criar. É ótimo comunicador, ótimo mestre de cerimônias, desde que esteja em grupo. Sozinho, é o primeiro a se entediar. Precisa de um acessório nas mãos ou da atenção dos pais para se divertir, o que eu lamento muito, já que nem sempre que ele quer estamos disponíveis. Ontem foi outro que me perturbou a paciência, porque sendo seu último dia de aula, ele já queria se mandar de casa pra casa de algum amigo, a fim de gozar as férias. 

EU QUERENDO APERTAR O PESCOÇO - Péralá, menino! Mas suas férias nem começaram direito e você já está sofrendo?

Já o Sr. Cabeça de Bolinha consegue usar a imaginação quando brinca com seus bonecos ou inventa jogos de futebol imaginários no play e chego mesmo a compreender seu tédio. Ele já havia feito algumas coisas e estava genuinamente sentindo a falta de alguém pra brincar.

Com Dona Miúda o babado é um pouco diferente, pois ainda não sofre tanto. Mentira. Domingo ela pediu pra ir brincar na casa de duas amigas, que infelizmente já tinham outro compromisso. Ainda assim, a galega brinca sozinha ou com os irmãos, fala sozinha e inventa historinhas do alto de seus 4 anos, pega os livros e mesmo sem saber ler, faz de conta que sabe e cria as próprias histórias. Ou seja, a imaginação faz com que ela se baste na maioria das vezes.

Portanto, não chego a discordar dos exemplos citados pelos artigos que li, o que não concordo é que isso seja uma regra, mas o fato de que quanto menos imaginação, ou criatividade a criança tiver, mais cedo, infelizmente o tédio há de chegar. E que Deus nos ajude!
Fonte: Geração Tédio - Revista Educação 
As crianças precisam de mais tédio - Site Escolha Sua Vida

quarta-feira, novembro 19, 2014

BLOGAGEM COLETIVA: O QUE VOCÊ APRENDEU COM A MATERNIDADE?


A Alessandra Nunes do blog Da Fertilidade à Maternidade convidou o Ah, Manhê!!! para participar da blogagem coletiva com o tema aprendizado com a maternidade.

Acho que o mito de que nós sabemos muito mais só porque somos adultos está definitivamente caindo por terra, graças à Deus!

As minhas contemporâneas e gerações mais novas já se ligaram que a gente é capaz de aprender com tudo a nossa volta, ainda mais em se tratando de criança. Pra isso é preciso ser atenta e humilde.

Nesse post coletivo, você fica conhecendo outras mães, novos horizontes e opiniões.



Blog Da Fertilidade à Maternidade 
Autora Alessandra Nunes 

Bjs e boa leitura!

segunda-feira, novembro 17, 2014

PAIS QUE ANDAM PELADOS, FILHOS MAIS FELIZES?



Ao ler o texto da Rita Templeton para o Brasil Post (link no final desse post), Por que eu quero que meus filhos me vejam nua, acendeu uma luzinha aqui dentro da minha cabeça.

Em princípio, porque tive uma educação mais rígida e era incentivada a resguardar meu corpo por ser uma menina e ter a casa cheia de adultos das mais variadas idades, sei lá; depois por notar que havia uma malícia no olhar da minha progenitora, então tentei não reproduzir esse tipo de educação quando fosse mãe.

Havia o cerceamento provocado pelo pecado. O pecado era algo que estava bem ali na atmosfera ao alcance da mão. Eu não fazia ideia de como se contraía pecado, nem como isso era transmitido, só sabia que não deveria ficar nua dentro de casa. 

Já a minha avó, estabelecia um tipo de cumplicidade comigo, que me permitia tocar em seus seios, ver parte de sua bunda imensa (ela era gordinha) e através de todas as suas imperfeições, cheguei a conhecer um corpo feminino familiar. Essa cumplicidade era tão benéfica, que eu admirava o corpo da minha avó, a ponto de dizer que quando fosse vózinha, queria ser gordinha igual a ela. Da minha mãe nunca. No máximo um topless na penumbra e olhe lá. Seu jeito de ser, respeito.

Através das primas tinha acesso ao corpo jovem e durinho, quando elas tomavam banho lá em casa e me punham debaixo do chuveiro com elas. A cabeleira na perereca era algo que me despertava curiosidade, já que não tive acesso a outra perereca que não a minha, sem cabelo, claro.

Tudo isso me levou a crer, que quando fosse mãe, eliminaria o pecado dos moradores da minha casa. No meu caso, nem pensei exatamente na mensagem que estaria passando acerca das imperfeições do corpo feminino, apesar de já ter sido sabatinada por três crianças de idades variadas. Nesse ponto, a autora do artigo foi muito mais generosa e consciente que eu. Ok, cada um com seus motivos e o dela é realmente louvável. O meu não é? Hmmmm...

Pacotinho, de 12 anos, sempre levou na boa e achou normal. Pai e mãe ficavam pelados em casa, passando de um cômodo a outro, tomando banho junto com ele e apenas os tais pelos pubianos despertavam certa curiosidade.

Já o Sr. Cabeça de Bolinha sempre foi vidrado em peitos. Quando a gente tomava banho junto e eu ia enxugá-lo, pedia pra pegar, dar uma apertadinha e ao ser consentido, caía na gargalhada imediatamente. Coisa boba, curiosidade de criança e óbvio, eu ficava constrangida, mas fazia cara de poste, abrindo meu corpo pra pesquisa científica do mini gênio. Faz parte da primeira infância usar o tato para aprender, então vamos lá! Acaba logo com isso porr... Enfim, essa fase passou.

Já Dona Miúda quando tomava banho comigo ficava curiosa em saber quando seus peitos iriam crescer, se um dia teria cabelo na perereca e soltava um sonoro eeeca! Ao saber que sim, terá.

Não quero criar crianças encanadas com o corpo, ou com a própria sexualidade. Um dia, eles dividirão banheiros em vestiários coletivos em clubes, saunas, piscinas e tanto não passarão constrangimento com o corpo alheio, como também, não farão outros se sentirem constrangidos por olhares curiosos.

No tocante a imperfeições, quem me conhece a mais tempo sabe que passei por um procedimento cirúrgico anos depois que o Sr. Cabeça de Bolinha nasceu. Fiz uma abdominoplastia antes de a galega nascer (motivo inclusive de seu nascimento – fiquei gostosa demais!) e isso sim, foi motivo de curiosidade de Pacotinho. Deixei claro pra ele, que eu gostaria de ter meu corpo mais harmônico com o meu rosto, já que aparento menos idade que tenho realmente. Sobretudo, queria me sentir confortável com a minha aparência. Não estava. Sabe, eu não ligo pra estrias (até tenho algumas), não ligo pra varizes, ou celulites, que acredito ser sinônimo de gostosura, só que a minha barriga estava tão horrenda, que mesmo depois de ter operado e passado por outro parto, hoje ela está melhor do que estava antes. E ele sabe que a mãe não é a neurótica da cirurgia plástica. Foi realmente um corretivo e já tá bom.


A gente deve se preocupar com o bem estar dos filhos, claro, em todos os aspectos. Se alimentar bem, cuidar da saúde, se exercitar (tô em dívida), da cabeça e dos estudos. Os exemplos que nós pais damos, é o que norteia a vida deles, é isso o que vai ficar e felizmente na minha casa, os pelados estão ensinando que o corpo é um templo onde a gente abriga o espírito e que ele tem de estar funcionando bem para nos levar vida afora, não importa que forma ele tenha. 

Fonte: Brasil Post - Por que eu quero que meus filhos me vejam nua, por Rita Templeton

quinta-feira, novembro 13, 2014

DAS RELAÇÕES ENTRE MÃES E FILHAS



Se os pais têm maturidade psíquica para reconhecer no filho um outro, diferente deles mesmos, as fronteiras psíquicas entre pais e filhos podem desempenhar uma importante função na qualidade desse relacionamento.Mariana Ribeiro, (Psicanalista, professora do curso "Entrelaces psíquicos entre mães e filhas" no Instituto Sedes Sapientiae; autora do livro Infertilidade e reprodução assistida - Desejando filhos na família contemporânea (Casa do Psicólogo, 2004), mestre e doutoranda em Psicologia Clínica pela PUC-SP, membro efetivo do Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae) 
Falamos sobre quase tudo, menos das relações entre mães e filhas. Pode parecer óbvio para a grande maioria das mães, que se trata de um contato quase cercado de magia. A magia do amor. A mágica e simbiótica relação mãe - filha. Apesar de parecer óbvio para um multidão de mulheres, para mim essa relação teve data de validade.

Claro, vivenciei aquele primeiro amor da infância, onde filhas são apaixonadas, do tipo, quatro pneus arriados pelas mães. Admirava profundamente minha mãe, era louca por ela, achava-a a pessoa mais linda do mundo, fazia juras de amor eterno diariamente em seu nome. Era o tipo de fidelidade canina que só se vê entre mães e filhas, ou seria entre filhas e mães? Isso perpetuou até a chegada da adolescência, quando o véu da inocência definitivamente se rompe.

Em contato com outras amigas, a gente fica sabendo que os pais transam, a gente descobre que sexo é bom e que inclusive nossas mães praticam com gosto. Mesmo ignorando o fato de que pra eu nascer ela teria de ter se deitado com meu pai, naquela época isso tirou um pouco a aura de santidade que havia em torno da minha mãe. Depois vieram os conflitos acerca de uma separação pré-anunciada, mas que nunca chegava às vias de fato, bagunçando a cabeça materna e desviando o foco da adolescência de sua única filha: eu.
Conto isso para ilustrar que a própria vida se encarrega de promover o afastamento entre mães e filhas, seja lá por qual motivo.

Eu penso que a maternidade não é pra todas. É imprescindível que mães prestem atenção nesse amor inicial que constitui a essência da criança. Para que esse elo entre mães e filhas não se quebre prematuramente. E não me refiro a mimar sua filha e atendê-la em todos os seus caprichos – isso criará um monstrinho – mas a perpetuar esse elo, alimentar esse amor e ainda que sua filha discorde de você, é ela quem decide qual caminho seguir, que aprendizados prefere ter. Ainda que discorde do seu modus operandi, sua filha tem esse direito. O que você pode fazer é orientá-la e abrir os braços para que se eventualmente venha a cair, o carinho, o conforto, o colinho e a orientação estarão de braços abertos para recebê-la de volta. É simples assim. No entanto o egoísmo e aquela mania de autoridade que a gente tem, acaba nos afastando delas.

O primoroso texto da psicanalista Mariana Ribeiro para o portal Ciência e Vida, aborda a dificuldade de as mães administrarem e reconhecer nas próprias filhas mundos diferentes, o que seria responsável por verdadeiros desastres na relação. Geralmente, ignorar seus próprios medos, traumas, frustrações ou até fetiches e empurrá-los para debaixo do tapete, acaba por provocar uma espécie de transferência psíquica nas gerações seguintes. Filhas absorvem, filhas reproduzem e ao expor para suas mães as feridas escondidas se instalaria aí o conflito. Outra dificuldade é quando as mães enxergam nas filhas extensões de si mesmas. Preciso completar a frase?

Foi o que me deixou traumatizada e morrendo de medo de ter uma menina: a famigerada competitividade entre mães e filhas; certo tipo de mãe que tem o hábito de minar a autoestima da filha de pouquinho em pouquinho, todos os dias. E isso acontecia debaixo de diversos tetos além do meu. Tem mãe que adora dizer pra filha o quanto ela está gorda, quando a própria não representa modelo de magreza; tem mãe que parece sentir prazer em dizer que sua filha é uma vagabunda se esta não se mantém casta até o casamento (e olha que isso ainda acontece hoje em dia!); existem aquelas que parecem sentir ódio, ao invés de orgulho das filhas que estudaram, que chegaram a algum lugar, que conseguiram um diploma, ao invés de sentirem orgulho de ver o sucesso de suas crias e tantas outras que profetizam o quanto suas filhas são e serão fracassadas, antes de dar um voto de confiança, ou tentar ouvir uma nova ideia que pode ser bem sucedida amanhã. Recusam-se a ouvir suas crias simplesmente por não confiarem nelas próprias, afinal se a própria mãe morre de preguiça de lutar, de sair do lugar, como suas filhas têm esse poder? Também conhecida como inveja.

Por tudo isso, eu morria de medo de ter meninas. Eu vi a transformação acontecer comigo, vi acontecendo com amigas minhas, salvo raras exceções. Foi uma geração filha da ditadura que não sei que tipo de defeito deu. Danou a competir e descontar nas próprias filhas suas próprias frustrações. Eu tinha medo que acontecesse comigo. Tinha medo de sofrer algum dano cerebral, que minasse meu amor por ela. Talvez por isso tenha passado quase nove meses de mau humor, deprimida, chorando por qualquer motivo, morrendo de medo dela.

Claro, esse medo se desfez assim que pus os olhos na galega. A galega personifica esteticamente a mulher que eu sempre quis ser, mas nem por isso vou chama-la de feia por inveja. Sua beleza é tão reluzente, seu jeito de ser despachado, toca a qualquer pessoa; ela é meio maluquinha e fala as coisas assim, na lata, como uma taurina deve ser sem perder a docilidade (coisa que não sei fazer); faz caretas hilárias que eu passei a reproduzir sem querer (quem imita quem? Provavelmente eu a imito); ela é companheira para todas as horas e já dá pra notar um mulherão ali dentro, preso num corpitcho de criança – Dona Miúda é mais mulher que eu e têm me ensinado muito sobre feminilidade - , é das que perde o amigo, mas não perde a piada (também) e é caprichosa com as coisas que faz; adora ajudar; é fashionista toda vida desde que nasceu e melhor, quando me olha nos olhos, eu enxergo aqueles coraçõezinhos que eu tinha no olhar. A galega me põe num pedestal do qual há muito tempo caí.

Sei que sou a pessoa mais importante na vida dela, quer dizer, das mais importantes. E eu prometo ficar atenta. Ainda que discorde de algumas questões, eu já faço o exercício de deixá-la dar seus próprios passos, ainda que saiba que alguns não darão certo. É o amor com liberdade. É amor.
Um dia, uma antiga funcionária que já mora na companhia de Deus vendo meu desespero ao estar grávida de uma menina (tinha 4 filhos e 1 filha) me disse que filha é pra vida toda e em sua simplicidade falou assim:
- Você vai ver! Com menina a parada é diferente!


Só posso concluir que ela estava certíssima! Com menina, a parada é mesmo diferente. É ver para crer e para amar infinitamente.

domingo, novembro 09, 2014

BLOGAGEM COLETIVA: UM BRASIL MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS



Na primeira semana após as eleições, o blog Mãe Vaidosa da Andreia, propôs uma blogagem coletiva com o tema Um Brasil melhor para os nossos filhos. Eu perco a memória, mas nunca a oportunidade de participar de um evento que pode tocar outras pessoas e abrir a discussão sobre melhorias para o nosso país, né?

E claro, não poderia falar de outra coisa senão educação. Porque a educação é o básico do básico. Sem isso, não se faz mais nada e desde o pós-ditatura, é fato que o trabalho dos militares foi muito bem feito, no sentido de minar a maior forma de enfrentamento que poderíamos ter contra um regime imundo como aquele: a inteligência  (haja vista ecos até hoje no facebook em tempos de eleições)Eles foram muito felizes na escolha (para a nossa infelicidade). Minando nossa forma de pensar, não teriam oponente a altura que os enfrentasse.

Infelizmente essa lição aprendida, foi usurpada pelos políticos pró-democracia. Até hoje eles não consertaram esse defeito deixado pela ditadura. É sabido, que alunos do ensino médio de outrora lutavam por seus direitos, tomavam a iniciativa, ao contrário dos de hoje em dia; a cesta básica daquela época, continha inclusive bacalhau. Vocês acreditam que se lutava por uma cesta básica que continha bacalhau? Quando um contemporâneo da minha avó me contou isso há anos atrás, não dimensionei o significado desse ítem. Hoje, se a nossa cesta básica tiver tomate, a gente dá graças à Deus.

Então, a leitura de hoje fala sobre educação e aponta as falhas do nosso sistema de ensino público em tempos de informação e tecnologia.

Boa leitura.


Blogagem Coletiva aqui.

sexta-feira, novembro 07, 2014

PARA PORTAR O ESPÍRITO MATERNIDADE


É sabido o tamanho da transformação que a chegada de um bebê causa na vida das mulheres. A descoberta desse novo amor revoluciona o nosso mundo. Muitas se comportam como se possuídas fossem por um espírito poderoso chamado “maternidade”, que passa a governar seus dias, sua rotina, suas horas, seus pensamentos, decisões, prioridades e uma vida inteira. Esse espírito se apossa sem cerimônia, toma conta e sem se dar conta, nós mães ficamos à mercê de seus mandos.

Algumas moças têm verdadeiro pavor de se tornar mães, porque ao ser mais observadoras, notam o quanto de demanda esse espírito exige e quantas de nós se abandonam à partir de tamanha exigência, a ponto de se esquecerem de quem eram em nome dessa novidade. Essas moças geralmente repudiam o espírito “maternidade”, levantando bandeiras e debates contra.

De certa forma, elas têm razão. Esse espírito é muito vigoroso e se apossa da gente. Muda nossa vida, nossos horizontes e faz a gente se esquecer de nós mesmas. A gente se abandona, ainda que as moças não reparem nosso sorriso de cantinho de boca e o brilho no olhar, apesar dos cabelos em pé, das unhas descascadas e dos lapsos de memória – qual mãe não sofre de lapsos de memória?

Por isso eu resolvi lembrá-las que para ser o “cavalo” do espírito maternidade, é preciso se reencontrar. É preciso dar a mão a si mesma, fazer as unhas, pentear os cabelos, se maquiar, sair com as amigas sozinha, ou curtir a sós uma sala de cinema no meio do riso ou silêncio do drama. É preciso viajar para visitar a irmã que agora mora em outro estado, ou perder algumas horas no trânsito em nome do chá com a mamãe ou o café com o papai que ainda estão vivos; é preciso ligar para a melhor amiga para contar as vitórias ou colher um outro ponto de vista, que evite as derrotas. Para portar tal espírito, é preciso reconhecer que nós “cavalos”, precisamos dar espaço para o nosso antigo eu.

É vital esse reencontro. É vital parar com tudo e se reconhecer naquela menina que nasceu há tantos anos atrás, filha de sua mãe, sua essência. Esses encontros nos põem nos eixos, no nosso centro, no cerne da vida, sobretudo nos põe de volta ao controle de nós mesmas. Pessoas únicas e exclusivas nesse universo.

Depois que a gente se reconhece, fica mais fácil abraçar o espírito “maternidade” de frente e de peito aberto. O grito dará espaço ao diálogo, as brigas por besteira cessarão em nome da compreensão assim de bom grado. Haverá paciência, saudade, carinho em abundância e melhor, ninguém vai morrer durante a pausa.

É importante nos darmos o direito à pausa, assim como aos nossos cônjuges, principalmente se eles chegarem junto e for cavalos do espírito “paternidade”. Afinal, muitos deles ralam tanto quanto nós, não é mesmo?

E que tal uma pausa conjunta? Que tal relembrar o tempo de namoro, só os dois, num programa namoradinho? Pode ser o cinema, pode ser o bar, pode ser a quadra da escola de samba, pode ser um motelzinho pros chegados... vale tudo em nome dessa individualidade quase perdida. O que não vale, é descontar frustração nos pequenos.
Acredite e aplique. É para o bem de todos.

quarta-feira, outubro 29, 2014

BC (Blogagem Coletiva) DO SOU MÃE.ORG COM PARTICIPAÇÃO DO AH MANHÊ!!!




Fui convidada pela Gisele Cirolini do site Sou Mãe.org junto com outras mães blogueiras a participar de uma blogagem coletiva falando sobre o impacto da maternidade na minha vida.

Para quem não é íntimo dos termos, é normal encontrar nos blogs da vida o termo BC que quer dizer exatamente a mesma coisa ~expliquei ali no título ~ e todas as mães que participaram tinham de contar suas experiências  sobre o que mudou na sua vida após a chegada dos filhos?.

A experiência é bacana, enriquecedora e propicia além da troca de informação entre as mães, a descoberta de mais talentos na arte de falar de filhos e universo materno, que claro, foram elencados aqui na galeria de links (na coluna à direita) que eu coleciono e visito. 

Toda essa galera tem muito a ensinar, além de dar ideias de temas para escrever aqui no blog. Vocês sabem que eu sou lentinha, né?

Então não percam tempo! Entre nesse link e boa leitura!


quinta-feira, outubro 23, 2014

PRIVACIDADE EM TEMPOS DE LIBERDADE VIGIADA


Posso ter tido sim alguns defeitos na minha criação. Não sou fruto de uma união perfeita, muito menos de uma educação modelo. Mas uma coisa que meus pais sempre fizeram questão de preservar e isso me foi ensinado, foi a respeitar a privacidade alheia.

Por que estou tocando nesse assunto? Porque aconteceu uma coisa desagradável com uma amiga minha essa semana, o que me deixou super indignada, desencadeou um desabafo no facebook sobre o assunto e me fez pensar em como não invadir a privacidade dos filhos em tempos de liberdade vigiada.

Sim, porque nem pensar em descuidar deles, ou do que acessam, ou com quem conversam online em tempos de maldades virtuais, pedofilia e drogas. Por outro lado, é horrível esse monitoramento, afinal, pra quê que a gente educa? Chega uma hora em que devemos confiar na educação dada, certo?

Segundo a Coumunicadora Bruna Brasil, que escreveu um artigo para o site Piccolo Universe, de Ricky Martin (você não leu errado!):

"O ideal seria que você participasse da navegação, dialogando, orientado e alertando quando perceber determinadas situações. Outra questão seria o limite de tempo, para que a criança não viva somente no mundo virtual"

Aqui em casa, a internet é dividida com e entre todos. Temos apenas 1 laptop como computador da casa e Pacotinho ganhou seu primeiro smartphone por ocasião de seu aniversário há pouco tempo, portanto, ainda está se ambientando e buscando equilíbrio entre nos ouvir, ou se desligar dentro do equipamento. Mesmo assim, a gente põe limite sem invadir.

Abaixo dou sugestões para os que procuram um meio termo entre a liberdade do filho diante desse mundo conectado e o respeito à privacidade:

  • Ensinamos e vivenciamos a liberdade de expressão, de pensamento e de estar sozinho na frente do computador. Como tudo é conversado, não existe a necessidade de as crianças buscarem fora de casa pelos assuntos espinhosos, já que nunca ficam sem respostas em casa;
  • Criamos uma conta no Facebook para Pacotinho quando houve pressão social na escola. Ele tinha 10 anos e todos os seus amigos tinham, menos ele e outro amigo. Fizemos de nosso filho nosso melhor amigo na rede, então para tudo o que ele posta recebemos notificação;
  • Pacotinho só ganhou um Smartphone aos 12 anos e porque já andava sozinho, inclusive de ônibus; também porque passou de ano no 3º bimestre, então foi também por mérito, além da necessidade;
  • Apesar de ter certa liberdade com o próprio celular, limitamos a inclusão de crédito, portanto, ele usa mais os aplicativos quando está em casa por meio do wifi do que 3G na rua. Quando está sozinho, não tem tanto controle sobre o próprio celular;
  • Todos os dias eu olho os acessos dele. Felizmente, tenho um filho muito bacana que não entra em páginas de conteúdo inapropriado, ou chats com toda a sorte de malucos. Atribuo a isso a liberdade que tem para nos falar sobre tudo;
  • Já o Sr. Cabeça de Bolinha (7 anos) já em fase de alfabetização, está experimentando os joguinhos online desde o fim dos 5 anos. A gente limita o tempo que ele fica online. São no máximo 2 horas por dia, divididos em blocos de 30min cada, porque ele nunca pode ficar direto todo esse tempo. A gente faz com que ele tenha outras atividades offline e raro são os dias em que completa as 2h. Nas férias somos mais flexíveis.
Infelizmente, para criar pessoas de bem, há que se lançar mão de certa caretice. Aqui damos liberdade, mas não damos dinheiro. Então essa pseudo-liberdade não nos foge ao controle. Não adianta, enquanto eles não forem maiores de idade e estiverem vivendo debaixo do nosso teto, estaremos engajados em formar bons cidadãos, por isso eles têm regras e rédeas curtas, usar internet com certa liberdade e respeitar os outros inclusive virtualmente.

O respeito é algo bastante martelado por aqui. Não raro fiz Pacotinho apagar ou editar certos posts por considerá-los de mau gosto, ou com posicionamentos radicais. Outro tipo de piada que eu peço para que ele evite são as de cunho machista. E felizmente, ele não é de brincar com esse assunto.  

Parece suspeito vindo de uma pessoa que perde o amigo, mas não perde a piada não é mesmo? Contudo, tento sempre lembrá-los que do outro lado da telinha de um computador, bate outro coração. Em tempos onde o humor vem sendo colocado contra a parede, penso que quando são poucos os que riem, é porque a piada deixou de ser piada.

Linkwithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...