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domingo, dezembro 29, 2013

ANDERSON SILVA É DERROTADO PELA PRÓPRIA CANELA


Não se fala de outro assunto na mídia. 
O adversário mais poderoso de Anderson Silva na revanche contra Chris Wideman, foi a tíbia e a fíbula, que compõem os ossos da canela.
Por essa ninguém esperava.

Não compramos o PPV da luta por aqui e veríamos a reprise, portanto, diante de tanto silêncio, já imaginava que algo de ruim pairava no ar. No entanto, como sou a rainha do otimismo, cheguei a crer que teria havido algum tipo de mega atraso no evento, que justificaria tamanho silêncio.
Ah, o celular? Fiz questão de não pegá-lo. Queria ver com meus próprios olhos o que teria sido dessa luta.

Gente, em Julho último, quando Anderson fez aquela presepada na luta pelo mesmo cinturão de peso-médio, que significou sua perda, assim, analisando friamente, ele já era tão consagrado, mas tão consagrado, que pouco se falou de Chris Wideman. Se falava mais da derrota do ídolo, que da vitória do novo campeão. 

O Esporte Espetacular, fez aquela cobertura en passant pela vida do jovem vitorioso, o que me deixou de queixo caído, tamanha humildade e determinação do lutador. Com apenas 10 lutas e 10 vitórias, ele foi capaz de tirar o cinturão de um Anderson tão acostumado à fama e aos holofotes, que a postura de respeito e humildade batida dentro das artes marciais foi posta de lado e claro, isso sempre tem um preço. Afinal, a humildade deve vir em primeiro lugar, sobretudo em situação de confronto, não é?

Wideman, um novaiorquino de 29 anos, de classe média, temente à Deus, soube usar isso muito bem a seu favor e ficou muito bem na fita. Já Anderson Silva, diante da derrota, me pareceu que viu a ficha caindo em câmera lenta, juntamente com sua queda. 

Ontem, 6 meses depois, o que percebemos foi um atleta extremamente focado, sério e respeitoso. Pois é, as quedas sempre ensinam, no entanto, a lição latente, talvez seja algo que a maioria dos brasileiros não esteja pronta para enfrentar. 
Creio verdadeiramente que esteja na hora de parar.

Eu, a eterna otimista, li isso nas entrelinhas. 
São quase 10 anos de diferença entre os competidores; o brasileiro, consagrado e favorito por 7 anos consecutivos, um dia vai ter de parar; a forma como aconteceu, foi a pior e mais dolorosa possível, tanto, que a grande maioria dos presentes não tinha coragem de olhar para o telão e assistir novamente o golpe que fraturou a tíbia de Anderson, deixando a perna pendurada como um saco de pano.

Chris sem se dar conta da gravidade do acidente, chegou a dar uns pulinhos no octógono e mentalmente, foi acusado de babaca por uma expectadora que da cama, também não tinha entendido ainda o que ocorria. Na hora a gente pensa que o cara está fazendo corpo mole, dá vontade de berrar "LEVANTA DAÍ, PORRA!", mas o replay foi categórico. A imagem daquela perna pendurada dispensa dúvida.

Talvez seja hora de pensar em parar mesmo. 
Pode ser que seja hora de se dedicar aos 5 filhos, virar técnico, viajar mundo afora pra esquecer, se refazer física e intimamente,  deixar o circo de lado. 
Essa pode ser a mensagem e isso não será reconhecido como sinal de fraqueza, pelo contrário, há que se ter bastante nobreza para aceitar que não somos constituídos de aço, que os ossos quebram e que a família precisa de nós vivos e sãos.

Anderson Silva tem 5 filhos e a imagem que ficou, do pé pendurado, tem que significar alguma coisa. Além do mais, oponentes não são feitos apenas de carne e osso. Existe o tempo, a mágoa, a dúvida, o medo e o público. 

Esse papo de revanche é lindo pra quem está do outro lado da tela, do outro lado do mundo, com a família reunida, assistindo tudo pela TV, no conforto de seu lar. Mas para o atleta, a dor é de verdade e dinheiro algum compra a integridade física de alguém. Ainda mais em se tratando de Anderson Silva, que já provou tudo o que tinha de provar.
Não tem necessidade. A gente sabe que ele é bom e isso deveria bastar.
Os sinais estão aí, basta lê-los.

O ex-campeão já foi operado em Las Vegas e passa "bem". Os ossos da tíbia ganharam um pino intramedular e não será necessária nova cirurgia para recompor a fíbula, que foi estabilizada. O tempo de recuperação será de 3 a 6 meses.

sábado, dezembro 28, 2013

2013/ 2014 - JORNALISMO, ROCK IN RIO, PSORÍASE INFANTIL, DESEMPREGO, ANÁLISE E UNIÃO


Esse ano que passou foi tão intenso e tão parado, que mais parecem dois anos. 
Quando eu lembro do Rock in Rio, da oficina de capacitação de todos os sábados, dos barracos e chororôs intensos em cada edição, não parece que estou falando do mesmo ano, mas de um tempo muito distante.

Passei o ano inteirinho acreditando que seria selecionada para o Rock in Rio e que milagrosamente, ainda na Cidade do Rock seria contatada por uma emissora estrelada e me tornaria uma VJ rica e famosa, instantaneamente, antes mesmo de me formar. Bem, as coisas não aconteceram desse jeito. O máximo que rolou ali, foi os próprios alunos, cada um com uma especialidade se juntar e criar um canal de Web TV chamado Farofa Web Tv

Eu jurava que o farofa iria bombar instantaneamente, assim como todos os outros membros da equipe, mas o que se viu ali, foi uma mãe de 3 filhos sobrecarregada, assobiando e chupando manga pra variar, mais um cinegrafista dando o sangue e acreditando no sonho, que ao se deparar com a realidade, murchou que nem plantinha sem água. 
Acho que a mensagem de 2013 foi a de que instantânea mesmo, só a web, ainda sim, depende do navegador e da velocidade do seu modem.

Paralelo, teve todo um terceiro período pauleira do curso de Jornalismo. Foi ali que eu descobri que não sei escrever notícia, só sei escrever crônica, mesmo não tendo tido ainda a disciplina Redação Jornalística. Tá bom, eu me exijo muito. Mas talvez essa constatação tenha sido responsável pra me afastar do blog. Sim, eu tentei, juro que tentei continuar escrevendo, mas toda vez que pensava em postar alguma coisa, pensava que ninguém se interessaria em saber um pouco mais da minha vida. 
Aliás, o que a minha vida tem de interessante? Comecei a me achar egoísta, umbiguista, fiquei com vergonha alheia de mim mesma e parei de escrever, até ver um comentário da Magui no Facebook, reclamando que não tenho aparecido. 
Verdade. Não tenho aparecido em lugar nenhum e comecei a me lembrar o que tornava esse blog interessante.
As histórias, o jeito de contá-las, o bom humor e tudo o mais. Já vai pra 10 anos que sou blogueira de raiz, por que não falar de mim não é?! Aaah humanos, tsc, tsc, tsc.

Ainda teve o fator Psoríase do Sr. Cabeça de Bolinha e a Ludoterapia que ele vem fazendo. 
Aquele desespero que bateu em nós, achando que estávamos fazendo algo errado... bem, isso foi resolvido. Descobrimos que o irmão do meio, sofre com a cobrança interna. No nosso caso, meu filho do meio se impõe uma grande cobrança, tem uma necessidade própria de perfeição em tudo o que faz e isso é uma merda! 
Queria dizer tanta coisa pra ele, de forma que entendesse, que não precisa provar nada pra ninguém, mas ele ainda não entende essa linguagem, porque tem uma alma bastante de acordo com sua idade, apesar de ser inteligentíssimo. Cada coisa a seu tempo, é a mensagem. E juro, estou tentando fazer com que ele entenda o quanto é amado, sem precisar provar seu valor a ninguém, já que esse valor é explícito pra qualquer um que conviva com ele.

Enquanto nossa vida fervia, o desespero tomava conta de Engraçadão que via nossas reservas se esvaindo na velocidade 5 do créu! Consegui um freela no finzinho do ano, mas nem de longe isso aplacava o rombo de nossa conta corrente. Ainda nesse turbilhão, levantei dinheiro entre amigos e familiares para fazer um book pra Dona Miúda conseguir entrar pro casting da Mega Models. Claro, a gente ainda tem esperança no instantâneo não é mesmo? Apesar de saber que o tempo de Deus é outro. Claro, mesmo antes de o material ficar pronto, a Miúda já figura no casting da agência, no entanto, ninguém se apaixonou por ela ainda. Quando chegarem as fotos, todos ficaremos encantados e seduzidos pela ideia de nossa gostosa desfilando e fotografando, só que essas coisas contam com o fator sorte e eu só posso rezar. O contrato é de 2 anos, vamos ver no que isso vai dar. Não é instantâneo, infelizmente.

O ano inteirinho passou frenético e uma coisa eu tive certeza, eu não nasci pra ser mãe e dona de casa ao mesmo tempo. Essa é a minha pior faceta. Não que eu maltrate as crianças, ou não queira ser mãe delas, mas é que minha criatividade, minha melhor parte, está sempre ligada a dinheiro. Uma coisa é você ficar um ou outro dia brincando em casa com eles. Outra coisa bem diferente, é todos os dias você ter três crianças em casa, entediadas, sem ter o que fazer, achando que mãe tem de atendê-los em 100% dos apelos, enquanto todos os afazeres domésticos requerem igualmente a sua atenção. Aí entra o conflito, a falta de criatividade, a frustração e o não ter grita mais que a garganta da Dona Miúda. 
Quando estão em aula, é mais fácil administrar a rotina, mas em se tratando de férias, se não tiver sol, ou um amiguinho pra brincar, os três, que estão em fases diferentes de vida e se entediam com a companhia um do outro, tornam a minha vida um enredo dramático e entediante de Lars Von Trier. 

Aliás, essa nova geração de crianças são muito esquisitas. Elas já nascem entediadas, impressionante! Precisam de estímulo eletrônico para se sentirem felizes. Não sabem sequer passar a mão num telefone ou interfone pra chamar o amiguinho pra brincar. Tem esse negócio de ficar ilhados em seus apartamentos, fazendo contato virtual com o mundo. 
Aqui, tivemos o privilégio de conviver com uma boa vizinha, a Mariana, que já em Novembro, tinha passado de ano no colégio e se dispôs a brincar com o Sr. Cabeça de Bolinha e depois Pacotinho. Na verdade, ela é mais velha que Pacotinho, no entanto, este vinha estudando para a prova do Pedro II, o que retardou suas idas ao playground e por conseguinte, retardou o início de suas férias. Ainda sim, brincavam. 
O único problema, é que Mariana tem vida social e às vezes se ausenta. Nesses dias, as crianças ficam desmotivadas, desanimadas e sem a menor criatividade. 
São Pedro resolveu boicotar esse início de férias mandando tempo ruim sobre o Rio de Janeiro, o que inviabilizou nossa praia, ou piscina. 
Eu contei que todos nós passamos de ano, inclusive a Dona Miúda? Graças à Deus!

No meio desse bololô doido, ainda fui indicada pela Chris Mendes, querida amiga blogueira (e linda nas horas vagas), para uma vaga de estágio. Coisa que vinha perdendo as esperanças de conseguir; apesar do meu currículo de peso, apesar de tê-lo distribuído mundo afora, apesar dos pesares... Pois é, ninguém chamava. Resolvi inclusive tirar a idade de lá, porque ajudar não ajuda. Mesmo assim, a oportunidade surgiu e sabe como é, eu competi com gente muito mais nova e disponível que eu.

Aliás, por falar em gente nova, percebi uma coisa muito legal! Descobri que sou muito melhor que eles em diversos aspectos. Claro, em outros talvez tenha uma chance de estragar as coisas. Mas meu grande diferencial, é que a necessidade e meus filhos, me torna uma pessoa extremamente motivada e comprometida, enquanto grande parte deles, nem saiu da casa dos pais ainda. São preguiçosos e eu não tenho esse direito. 
Minha história de vida, também encanta as pessoas que me entrevistam (elas sempre esquecem a parte das contas que não param de chegar), que ao invés de me chamar de maluca, passaram a me chamar de CORAJOSA. Olha que legal! 
Talvez corajosa, seja uma forma de me chamar de maluca em outras palavras, vai saber! Contudo, muito mais agradável de se ouvir.

Foi sob esse clima de expectativa, que meu ano terminava. Pouco antes do Natal, meu telefone tocou e eu ouvi que fora aprovada no processo. O primeiro impulso foi abraçar Dona Miúda que estava ao meu lado e soltar aquele grito de gol, bem alto, que acabou despertando a atenção dos meninos que estavam na sala. Em seguida, parti pra cima deles contando a boa nova e nós quatro nos abraçamos sob os gritos de: "VAMOS COMER MANTEIGA! VAMOS COMER MANTEIGAA!" Sim, era quase hora do lanche e manteiga hoje em dia, só em ocasiões especiais. 

Enfim, meu ano foi realmente novelístico com direito a final feliz. Foi um ano de muito trabalho, dedicação e quase perda das esperanças, mas no fim, a gente não pode perdê-las, não é? Às vezes nos abatemos, é verdade, porque cansa tanta ralação, mas uma coisa o universo me ensinou. Não é parado que se consegue as coisas, é trabalhando, fazendo a sua parte. Não para, não para, não para não. 
Essa é a mensagem. 
Trabalhe sempre e trabalhe no bem, que o resultado positivo sempre vem.

Feliz 2014 galera. Estou de volta.

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