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quinta-feira, maio 31, 2012

E NA ENTREVISTA DE EMPREGO...

 
Chego 15min depois porque não estou mais acostumada a andar de ônibus e o tal BRS que não reparei direito no Google Maps, acabou me confundindo.
Na sala de espera, uma menina com duas bilhas azulonas, cabelo da Gisele Bündchen, ao menos 10 anos mais nova e com umas tatoos espalhados pelo corpo, so fucking cute, que o primeiro pensamento que me veio à cabeça foi: PIRANHA!
 
Não fazia ideia da empresa que estava indo porque a ligação do dia anterior estava péssima, a interlocutora tinha sotaque nordestino, então perguntei:
 
EU - Que empresa é essa?
DIMENOR (com aquela cara de: quem é essa loka) - É a empresa blá-blá-blá 1,2,3,4. (Só faltou falar óbvio!)
 
Não gostei de ver uma concorrente na sala de espera.
Tratei de entrar no google pelo Iphone e tudo o q consegui foi o resultado das buscas com aquele nome e informações básicas tipo o ramo de atuação, quantos anos estão no mercado e avalie esta empresa. Ou seja...
 
A porta se abre e chega mais uma candidata.
Essa, uns dez anos mais velha que eu, dez minutos mais atrasada, hair style não tenho tempo de cuidar porque estava no trânsito e moro longe, não falemos do shape porque não tem nada haver e eu não sou exemplo de porra nenhuma... ambas simpáticas.
 
EU - Será que eles vão entrevistar todas juntas?
ELAS - Parece que sim!
EU - Nunca vi isso, a não ser pra vaga de operador de telemarketing, não pra secretária! (já me sentindo uma operadora de telemarketing).
 
Entra a entrevistadora.
Leeeeenda, deslumbrante, loura e inteligente (ou seja, absurdo) e nos chama todas juntas para entrar!
Ela se apresenta, diz que será um bate-papo, que quer ouvir um pouco da experiência de cada uma e que poderemos trocar ideias.
Quase peço pra tirar foto da vista da sala de reunião, mas meu Iphone estava com apenas 5% da bateria. Me contenho.
Ela perguntou a todas se entramos no site da empresa e a Dimenor e eu assentimos.
A Dimenor deu um olhadão pra minha cara-de-pau quase que boquiaberta.
Eu entrei ué?! Só não abriu!
 
Então ela começa pela dimenor:

DIMENOR - Tenho 23 anos, estudando psicologia, me formo em 3 anos, quero fazer criminal, quero ser secretária, trabalhei pra Petrobras (foda-se), minha família tem advogados criminalistas (outro foda-se, tô cagando, o cargo é para se-cre-tá-ria!), o Inglês é quase minha segunda língua, acabei de voltar da França e lá conheci muita gente que falava espanhol então pude treinar as duas línguas (PIRANHAAAAA!!!), moro aqui no Leblon (EU TE ODEIO, TCHAU!).

Eu tinha razão de odiar essa garota. Apesar de ter um cabeção que denotava sua origem nordestina, aquele cabelo, aqueles olhos azuis e aquelas tatoos nunca me enganaram. Ela ia me foder!
A entrevistadora perguntou por q ela morava com o irmão, por q ela queria ser secretária, falou com ela sobre o livro Mentes Criminosas e a PIRANHA disse que não tinha lido ainda, mas arrotou o nome da autora.
Nessa hora tive ímpetos de me atirar pela janela.
 
Então ela se voltou pra mim.
Eu lá pheena.
Não tenho curso de Inglês, não tenho cabelo bonito, não tenho olho azul, não moro no Leblon, nunca saí do Brasil caralho e ganho mal pra cacete!
Ela foi no ponto nevrálgico!
 
A MOÇA DO RH - Mas Engraçadinha, vc está saindo da empresa depois de 8 aaaanos?
EU - Pois é, não estava feliz. Apesar de geral uma imensa satisfação na equipe com que trabalho, com minha chefia direta, o reconhecimento não veio ao longo desses anos e eu comecei a não lidar bem com o fator estagnação.
A MOÇA DO RH - E como assiiiiiiiim, vc trancou a faculdadeeeee?
EU - Pois é, eu tranquei por um bom motivo. Troquei a faculdade por um apartamento. Meus pais se mudavam muito quando eu era pequena e era triste desfazer os laços de amizade, então eu cresci sonhando em ter meu próprio apartamento e a oportunidade apareceu justo quando eu estava voltando pra faculdade. Depois vieram os filhos, o tempo passou e só agora terei oportunidade de voltar.
 
Então discorremos pelos motivos que me fizeram querer sair da empresa, sobre minhas responsabilidades do cargo, minhas motivações e eu sempre muito pheena e convincente, usando aquela linguagem bonita que eu reservo só para as entrevistas e tals... me senti bem, me senti pheena e importante, apesar de fodida.
Ela me perguntou se eu sinto medo pelo fato de meu currículo não ter uma facool e como está a resposta do mercado em relação a isso.
 
EU - Não, estou me sentindo tranquila, apesar de não estar participando de muitas entrevistas. Mas estou muito confiante, porque agora que eu decidi o que eu quero, com apoio da minha família e voltando aos estudos, basta que as coisas aconteçam. Claro, não está fácil, meu telefone não toca muito, mas eu vou estudar e continuar procurando por trabalho. Mesmo que não seja da maneira convencional.
 
Então ela foi pra outra candidata. A que fala pra caramba.
 
THE OLDEST - Formada em Comunicação, tenho curso técnico em RH, técnico em secretariado, trabalhei na embratel por 23 anos, pedi pra sair porque também não estava feliz e comecei a adoecer (VAGABUNDA, ME IMITOU NA FRENTE DE GERAL!), trabalhei no governo do estado, depois assim, assado, adoro estudar, tenho 2 filhos, blá, blá, blá, sou phoda!
 
Nesse ínterim, a moça do RH pergunta se ela sentia o preconceito de outros empregadores pelo fato de ela ser mais velha e não se encaixar nos padrões de estética (CHAMOU DE VELHA E FEIA). Ela respondeu e contando sobre sua vivência deu uma derrapada que eu a-mei!
Primeiro ela disse que não sabe só fazer o que lhe pedem. Que ela vai além. Uma palhaça, só porque eu disse que eu costumo não errar e foi isso que me destacou nessa empresa.
E é verdade. Eu erro sim mas geralmente descubro antes e conserto rapidamente; além disso, fui tão acostumada a trabalhar com qualidade, que eu visto a política do erro zero. Deixei isso claro. Daí a outra me vira e manda essa. Que vai além, que ajuda geral e tals, que não sabe negar pedido alheio.
Até aí tudo bem, mas o jeito que ela falou, ficou parecendo que ela é dessas que interfere no trabalho dos outros. Ao menos eu tive essa impressão. Até que ponto isso é bom? Mas a mulher é suuuper qualificada, não posso dizer q não seja.

Outro lance que ela disse, foi que quando trabalhou em RH, não se conformava com as disparidades salariais e isso lhe abateu emocionalmente e assim foi desmotivando. Nessa hora eu ri alto por dentro. Até a moça do RH soltou que desde q mundo é mundo complete a frase!
Ela foi infeliz ao soltar que os departamentos menina-dos-olhos ganhavam mais, em detrimento de outros que ralavam mais.
Ah fala sério! Com 50 anos e um currículo de dar inveja ela ainda não sacou que isso tem em todo lugar? Pelamor... até meu filho mais velho sabe disso.
 
O papo foi agradável, disseram que o processo vai até 15 de junho porque querem estar contratando para Julho. É para atender a 3 diretores e o salário é razoável. Acho que daria pra manter a galega além dos garotos no integral, além da faculdade. Mas não sei se eles vão me chamar.
Sinceramente não acredito irão. Não que eu não acredite no meu potencial. Foi o que eu disse, a dificuldade hoje está em as empresas apostarem a ouvir aquele que não tem graduação. Eu estou concorrendo com um monte de gente mais nova e mais qualificada. Como provar que sou boa, sabe?!
 
Se ela gostou de mim e resolver passar meu currículo adiante, ainda sim, terei de conquistar outras 3 pessoas. Um pai e dois filhos. Então vamos deixar rolar.
Eu não estou ansiosa. Enquanto isso vou sonhando com as aulas de Produção em Marketing, com dinheiro jorrando na minha cabeça pelos trabalhos que farei, com meu nome sendo reconhecido...
Que vença a melhor.

quarta-feira, maio 30, 2012

DEUS NÃO ALIVIA

 
A vida é muuuuito esquisita.
Primeiro, a gente leva eras pra saber o que quer.
Aí a gente descobre. Finalmente!
Então leva mais algum tempo pra tomar coragem de tomar as decisões necessárias.
Enfim, esse dia chega e vc vomita sua decisão.

Leva um tempo pras coisas se concretizarem, mas não raro, Deus fica te testando. Só pode ser ele.
Aí vc começa a visualizar seu futuro e traçar sonhos brilhantes e felizes pra vc.
Vc planeja, vc se vê fazendo o que gosta, vc consegue até enxergar aquele rio de dinheiro caindo sobre a sua cabeça.
Mas Deus... sempre Ele.
Ele testa vc. Oh se testa!
E testa e testa e testa... testa tanto ao ponto de vc começar a ficar em dúvida se o que queria estava certo mesmo.
Não sei, acho que ele quer ver o quão forte a gente é.
Ou é isso, ou é Ele tentando te dar uma chance de mudar de ideia. Mas qual o propósito? Qual é o propósito DEUS??
Logo eu que sou insegura, ansiosa e me questiono aos montes.
Será que ele poderia só dessa vez dar uma facilitada pro meu lado?
Grata.

sexta-feira, maio 25, 2012

AS QUATRO FANTÁSTICAS

 
Das coisas que eu vou sentir falta, inclua aí aqueles almoços com quentinha e o grupo das 4.
São as 4 fantárdigas totalmente diferentes de mim. Aliás, muito que por acaso comecei a frequentar esse grupo.
A Tutty, pelo tempo de casa conhece todo mundo. Ou praticamente.
E foi através dela que conheci a Silvinha e a Fernanda (ex-grávida) por tabela.
Já a Marcele, nos conhecemos num treinamento que a empresa deu há 3 anos atrás mas só foi bater a amizade ano retrasado.
 
É um grupo meio impenetrável.
Se vc olhar de fora, muito praticamente vai sentir inveja. Porque todas falam, todas dão gargalhadas homéricas e têm muita afinidade umas com as outras... Nem sempre dá pra comentar, porque mulher né... falam todas juntas ou calam-se naquele silêncio cúmplice e sepulcral que só elas entendem.
 
Antes da mudança de andar, ficávamos todas juntas e ao invadir a cozinha na hora do breakfast, eu sempre chegava por último e pegava as conversas no meio. Portanto boiava e não dava pitaco. Muitas vezes eu metia outro assunto no meio, só de sacanagem para perturbar a ordem, então a Silvinha me dava seu famoso corte-solavanco e iniciávamos ali uma discussão fake, q quem entrava na cozinha pensava que era briga séria. Mas não. Era tudo fingimento.
 
A Tutty, já falei aqui, conheci por troca de emails e a gente se chegou por conta da afinidade pela escrita. Eu a incentivei a ter um blog e ela me incentivou a escrever um livro. Ela quando começa as história de seus antepassados e mesmo dos vivos de sua família, é um perigo, porque tem o dom e não raro arranca lágrimas.
 
Silvinha é linda. Daquelas mulheres gostosas mesmo depois de uma certa idade. Mas é braba. Tem uma cara de séria e um esporro na ponta da língua. É só mexer com quem tá quieto. Mas é um doce de pessoa, tem um coração enorme, é aquela pessoa leal, que sabe valorizar uma boa amizade e está trilhando uma estrada bonita sabe, de muito amor e muita luz.
Tem uma inocência dentro de si que eu talvez já tenha perdido. E se preocupa com o outro como poucos. Eu também não sou assim, mas admiro, porque isso é um dom dos puros de coração né?!
 
A Fernanda é uma boneca. Mais do que os papos de cozinha, o que mais nos aproximou foi o meu livro. Ela teve muito dos sintomas que eu relatei ali e toda vez que a via com aquela cara de azeda enjoando, eu dizia:
 
EU DIZENDO - Não vou te perguntar como vc está Ok? Nem ousarei dizer q isso vai passar. É uma merda mesmo.
 
E a gente ria e seguia adiante. Não tinha mesmo o q ser feito. Então eu falava umas merdas (quando não?) para ela se distrair e esquecer do enjôo.
Foi ali que a gente pegou carinho. Até que rolou mudança de andar e nos afastamos. É uma empresa cigana antes de tudo.
Agora, não calhamos muito de nos encontrar nos almoços, porque as agendas não estão batendo, mas eu gostaria que ela soubesse que a admiro, que a acho linda e que eu sei que ela tem uma vida abençoada. Que nunca se esqueça disso, porque Deus não aponta o dedo assim pra qualquer um. Só pros que merecem.
 
Já a Dona Marcele foi engraçado.
Depois daquele treinamento, perdemos mesmo o contato. Não fazíamos interface, então pouco nos falávamos.
Ela casou, fez altas viagens e eu sempre e pra variar, pegava as histórias no meio. Aliás, esse grupo tem isso em comum. São mulheres que não esquentam cadeira. Elas economizam e viajam. Mas eu, com 3 filhos, infelizmente não tinha condições nem de invejá-las. Ficava ali em Búzios e pronto. Feliz.
No entanto sou boa ouvinte. Adoro uma boa história, então ouvia ávida por saber mais, mesmo que me calasse.
Marcele um dia sorriu pra mim, aquele sorriso que ilumina tudo, dizendo que adorou as fotos que eu punha no instagram. Dali por diante ela me ganhou. Trocamos figurinhas e sempre damos boas gargalhadas na cozinha com as minhas hitórias. Ela tem um filho mais velho que Pacotinho, então de vez em quando saem umas histórias curiosas e mesmo sem q ela perceba, eu vou guardando tudo no arquivo morto do meu cérebro!
Marcele é uma linda também. Do jeito dela, não é todo mundo que sabe disso, mas fico feliz, porque EU SEI!
 
Foi pra elas que ensinei certas expressões popularescas como:

Cardiquê - Shoppi - Deita na BR - Loka do cu - cerumano, dentre outras.

Algumas delas me acham louca, por causa do meu jeito (magina!).
Bem, eu sempre fui tachada assim desde muito nova, porque eu nunca fui de segurar a língua.
Entendo que somos todos seres humanos e iguais, por mais que queiramos nos diferenciar, então eu solto o verbo mesmo, sem reservas.
Marcele adora, Fernanda ri discretamente (porque ela é pheena), Silvinha me zoa e a Tutty dá aquela gargalhada de pomba-gira que incomoda o andar.
 
Não adianta, a gente incomoda muita gente. Geralmente os que não estão rindo com a gente.
E é desses momentos de café da manhã, de quentinha do china que eu partilho com elas, que vou sentir mais falta quando sair desse tronco.
Elas sem sombra de dúvida, são a parte boa desse lugar.

segunda-feira, maio 21, 2012

VOCÊ NÃO PODE POR QUÊ?


ATENÇÃO! PEGUEM A ALMOFADA, SENTEM EM CIMA QUE ESSE POST VAI SER LONGO!

A gente está acostumado constantemente a ouvir neguim falando:
NEGUIM FALANDO - Ah eu não posso! Ah, isso não dá!

Tsc-tsc-tsc!
CASAMENTO OU PENITENCIÁRIA?

Esse tipo de resposta é mais rápida, do que o próprio pensamento se pode-se ou não fazer qualquer coisa. Não é considerado pensar nesse caso. O não posso e o não dá vem antes mesmo de qualquer tipo de pensamento. É automático.
Legal se a temática fosse a vida dos peixes ou mesmo das baratas. Mas em se tratando de seres humanos, as coisas mudam de figura. Faz adoecer pouco a pouco tanta limitação que a gente mesmo se impõe.

Nós adultos que somos, vivemos de colocar impedimento para tudo. A gente se põe um limite, a gente se trava e a gente não vive.

Ainda mais quando se fala de casamento.
Muitos de nós nos comportamos como se casar significasse entrar numa jaula imaginária, cujo único papel dos cônjuges fosse personificar 24h por dia o mito de marido e esposa. Pai e mãe, quando existem filhos.
Só que a gente é muito mais que isso e no caso de filhos, sinto muito, mas é impossível fazê-los sem um dos dois players, portanto a responsabilidade de cuidá-los cabe aos dois.

Por q q eu estou falando isso?
Porque o santo trabalho do meu marido me proporcionou um dos melhores finais de semana, ever do último ano.
Estou atribuindo o mérito ao trabalho do meu marido, porque foi por causa dele que tudo começou.

Engraçadão trabalha naquela empresa jornalística desde sempre, só que o setor em que ele está atuando é subordinado ao Comercial, que volta e meia inventa umas firulas em forma de evento.
Sobra pra mim, claro. Desde o ano passado, inventaram uma tal viagem no fim-de-semana, dessas q ele vai sábado bem cedo e volta no domingo à tarde. Só que ano passado, já tínhamos a dona Miúda com 1 aninho, bem naquela fase mega dependente de mim e eu lidei com viagem num final de semana, depois ele teve plantão também fim-de-semana no jornal e no meio disso tudo, os dois fizeram aniversário cuja festa eu organizei 90%.

Daí que entre final de abril, até a primeira quinzena de maio, eu só queria morrer de tanto cansaço. Me prometi que teria um final de semana só pra mim também, o que acabou não acontecendo porque deixei passar muito tempo, porque ele fez drama, porque acabou o dinheiro, porque o tempo passou. No entanto não esqueci e quando eu não esqueço cumpádi...
Então esse ano sou pega de surpresa pouco antes do aniversário de 2 anos da Miúda e do aniversário dele.

Dessa vez o destino seria Búzios, cujo roteiro eu só fiquei sabendo na véspera!
Sim, da viagem eu sabia e fui trabalhando o meu psicológico praquele fim-de-semana. Mas jurei que teria meu findi de beleza FREE!
Quer ele gostasse ou não, esse ano eu iria.

E fiquei entre ir pra Jaconé repousar no chalé do senhor meu pai, ou gastar esse tempo curtindo as coisas da Cidade Maravilhosa que quase nunca posso aproveitar. Tinha a opção de ir pra casa da @MissMoura e ficar por lá, pois assim eu fiz.
Saí de casa na sexta que era para compensar o ano anterior que não fui, diante do bico enoorme de Engraçadão, lá fui eu com mala e cuia entre despedidas mal dadas.
Dona Miúda não dormia, quando os meninos já haviam desmaiado.

A sensação é estranha. É um misto de culpa e euforia, porque salvo ir pro trabalho, minha vida é fortemente fundida com a das crianças.
Não. É em função delas. E voltar a fazer tudo sozinha só pra mim, é deveras esquisito. Mas tínhamos toda uma programação delicinha pela frente.
Vai nessa Engraçadinha...

NA CASA DE SISTER


Plaquinha delicada na entrada
Chegay na casa da sister já passava e muito das 22h. Levei um bandicoisa que não usaria, claro, bolsa de mulher. Mal fechava a mala, porque resolvi levar roupa para caminhar, vestidos, salto, roupa de periguete, casual-roupa... coisa bragarai. Inútil.

O destino seria ir pra casa de uma amiga ali pertinho, esperar o delicioso @LuizGuimaraes chegar para irmos pro TVBar, onde o namorado dele (outro delicioso) gerencia. Resumindo seria um encontro delícia.
Já na casa dessa amiga, esbarrando na meia noite, ficamos jogando conversa fora e esperando o namorado dela chegar para então saírmos. Na verdade ela não iria conosco, mas o papo tava bom, o apartamento estava quentinho, encontro com el cuerpo de male queimando...

Maluco, chegou o namorado dela, chegou Luiz e logo eu estava inserida numa sauna, morrendo de sede e me perguntando entre uma gargalhada e outra quando iríamos sair, porque né?! A noite é uma criança e criança dorme cedo!

Bubbles in our head
O salto era grosso. Eu conseguia me equilibrar pelas pedras do Largo do Machado, então estava bom. Minha irmã e Luiz divagando sobre algum assunto lokarino e eu rindo como uma hiena. Aliás, esse final de semana eu me transformei em hiena, porque as pessoas são muito divertidas. Elas tem o dom de falar sobre assuntos constrangedores no taxi. Como por exemplo a história de calcinhas comestíveis, ou sei lá... na frente do taxista. E Luiz fala como se o taxista fosse sua amiga de infância. Não dá pro taxista ficar indiferente. Bem, contanto q a gente não bata o carro de tanto rir, tá leendo.

O TVBar é muito maneiro! Porque sendo um club gay, não tem o peso e o astral carregado como rola na Le Boy e outros que já fui, por exemplo. Tem de tudo lá, mas não rola promiscuidade, então nem dá vontade de ir embora. Tem TV no banheiro misto e é muito maneiro brincar com a câmera. O set list tocado também é muito legal. Toca de tudo com presença garantida das Divas: Madonna, Gaga, Beyoncé, Britney... além dos clássicos e do house. Vale a pena.
Senti minha noite começando ali, porque eles estouraram uma champagne pra brindar aquele nosso momento e foi tão Ooooown! Nós 4 ali, cada um num momento de vida diferente, sabe...? Foi fofo.
- Performance minha e do Luiz na pista;
- Performance minha e do Luiz em frente aos barmen.

Saímos de lá mais de 4h da manhã, porque o Luiz, namorado do Luiz teria de fechar o caixa, etc; de maneira que demora essas coisas. Ele pegou mais uma garrafa de bolhudas para assistirmos o nascer do sol em Copa.

Para tudo! 
Odeio ver o sol nascer! Me senti exatamente como o Edward da Saga Crepúsculo, muito embora ele ande por aí de dia.
Tomar no cu. Quero minha cama! Não quero ir, não quer ir!
Não adianta. O povo não fez a volta, não mudou de direção e eu fui rebocada pra lá. Cansada pra caráleo. E esses drogados, prostituídos e alcoólatras só queriam saber de tomar bolhas no gargalo e fazer mais bolhas com cigarro. E eu chapada, doída, rindo até de desgraça.
Então os primeiros raios de sol começaram a despontar no horizonte e eu fiquei loka do cu e comecei a surtar q queria ir embora e a me esconder do sol. Minha irmã se compadeceu, porque ameacei me jogar na frente de uma bicicleta q vinha a 10Km/h para morrer atropelada, só que não.

LARICA

Na pizzaria comemos até o cu fazer bico. Já ali entramos às gargalhadas despertando a atenção dos pheenos que comiam.
Aquela hora do dia eu tava cagando pra finésse. Só queria comer e dormir desse jeito.
Daí que pegamos um taxi que nos deixaria em Laranjeiras e seguiria viagem pra Santa Tereza.

Eu tive pena do taxista. Ele parecia mesmo querer se concentrar no caminho, só que Luíz não pode ver um taxista em paz, de modo que começou a falar q nem fanho, fazer piada de fanho e matar a gente de rir. De repente percebemos q o taxista tava calado e num surto coletivo, alguém disse:

- PARA LUÍZ! Já pensou se o taxista é fanho?

Claro, nessa hora vcs estão torcendo para que ele fosse. Mas não. O taxista me solta uma gargalhada pombagirística dentro do carro, o q fez com o q Luíz pegasse novo fôlego e decidisse matar a todos nós de rir. Eu já estava sem ar, arranhando o vidro, babando e tremendo pedindo para ele parar, porque não ria mais, eu só gritava. Foi uma histeria coletiva naquela porra e eu ainda não sei como a gente não bateu.

Conseguimos chegar com o dia quase todo claro, mas o quarto da sist'a é escurinho. Então deu pra dormir até às 11:30h, não mais q isso.

TEREZÃO

Surpresa: Vc toca a campainha
 e jogam o John em vc
(um piru de negão só que branco)
A casa do Luíz sem @, namorado do Luíz que tem @ fica em Santa Tereza e foi lá que me prometeram uma tarde inesquecível de muito filme, El Porro e comidinhas. Eu jurei que nunca mais iria rir na minha vida. Foi meio que fazer abdominal em pé com muita dor. Não estava preparada para mais gargalhadas como aquelas, então decidi ficar séria o tempo todo. De vez em quando esquecia e soltava uma gargalhada, mas logo depois disfarçava e voltava a ficar séria, mesmo depois de altas doses de fumaça.

O que é o Terezão? Terezão é a casa mais agradável que já frequentei. Daquelas q não dá vontade de ir embora. É enorme e tem beleza em cada cantinho. Na varanda, no quarto do Luiz sem @, na cozinha onde vive saindo bolos fresquinhos, no banheiro... por onde vc olha, tem beleza e é muito fácil fotografar assim, né?!

A gente falava de micos na noite anterior.
Micos do tipo radicais. Daqueles que só os pobres desclassificados cometem, do tipo... fazer cocô no restaurante Fasano, ou sei lá, peidar numa situação que vc e a outra pessoa sabem q só pode ter sido vc, ou ainda ir pruma rave e achar um bando de chinelos no chão e entrar numa pilha de q os chinelos podiam estar carentes e abraçá-los todos de uma só vez na frente de geral; Ou ver um casal gay se beijando e não conseguir conter o impulso de ir lá no meio deles e participar do beijo... essas coisas.
Até aí nada. São todos amigos, têm intimidade, portanto eu não poderia jamais participar do hall dos micos, certo?

Antes de sair da casa da Miss, haja visto tudo o q eu havia comido até ali, forcei uma barra antes do banho para obrar (se é q vcs me entendem), mas não rolou digamos assim, tudo o q deveria ter rolado. De maneira q quando comecei a fumar no Terezão, os movimentos peristálticos começaram a se manifestar e eu achei melhor avisar q ia ao banheiro FAZER COCÔ. Porque eu demoro às vezes e o povo é tão sacana, que antes avisar do que escutar de lá eles me zoando e ameaçando chamar os bombeiros pra arrombar a porta!

Luiz delícia sem @ e Miss Moura
Já estávamos rindo de tudo mesmo, a zoação era iminente, claro, assumi, embora seja um mico gigantesco vc ir à casa de alguém na primeira vez e jogar um barroso.
Gente, eu não podia evitar, senão ia sair merda pelo ouvido, ou seja, foi lá mesmo.

O banheiro um primor, uma coisa linda. Tão charmosamente decorado, de uma delicadeza e graaaande como só se acha nas casas de Santa Tereza!

Das loucuras q só acontecem comigo, o cocô não desceu. Quer dizer, só desceu parte. O principal elemento, o mais vistoso, ficou ali boiando. E eu me senti exatamente um cocô, porque isso não podia estar acontecendo, certo?! Errado. Não era um sonho, não era onda de bagulho. Era um puta cocô boiando no banheiro da casa de um dos melhores amigos da minha irmã e por mais q eu desce descargas homéricas, o bicho não descia. Eu comecei a me sentir culpada porque a sociedade diz q não podemos desperdiçar tanta água como eu estava fazendo, mas aquela merda toda tinha q descer! Só que não descia.

Fui em direção ao quarto, oscilando entre o NÃO, NÃO ACREDITO e o PORRA DEUS! POR QUE COMIGO? e com aquela cara desanimada soltei a bomba:

- Gente, eu tô me sentindo muito mal. Humilhada mesmo. O cocô não quer descer!


Doritos, vovó Brie e geléia
Foi gritaria, histeria, gargalhada e realmente eu não sei o q veio primeiro. Neguinho se jogando na cama, no chão e pela janela; nego anotando a data no Moleschini do Luiz sem @ como o dia q entraria para história, quando a Engraçadinha resolveu deixar um cagalhão boiando no vaso. Grata.
O Luiz com @ foi lá tadinho, resolver a situação. Das três descargas q eu dei, nenhuma delas foi sem culpa. Quer dizer, só a primeira. Então ele deu uma longa-master-plus e o bicho foi embora.

Desocupou um puta espaço dentro de mim. E foi aí que começou a farra gastronômica.
No menu: Doritos, Vovó Brie e netinhos mais geléia de morango por cima. Não vou ficar aqui explicando o sabor. Façam vocês depois me contem! É inacreditável essa combinação!


Upgrade: Olha a pasta!
Em seguida, a segunda rodada com requeijão derretido, pimenta dedo de moça, um azeite miraculoso cheio de ervas dentro, sal e noz moscada.
Putaqueoparíl. Esse foi acompanhado de torradinhas de pão integral feitas na hora.
E se vc acha q larica pouca é bobagem, saiba que ainda teve o china.

Yakisoba com tudo dentro, guiosa, doce de banana caramelada e doce de banana empanada com chocolate.
Maluco, de lamber os beiços.
Fomos pra casa.
A programação englobava noitada no Espaço Acústica depois de uma dormidinha, eu e sist'a.
Chegamos nas Laranjeiras às 22h, dormiríamos até 23:30h e partiríamos doucemant para a Praça Tiradentes.

Acordamos às 5h. Kkkkkk.

Raciocina. Vc passa sexta e sábado por quase 24h jogando inceticida na barata, uma hora ela vai cair de perninhas pra cima não é?! E foi o que aconteceu!

O mais incrível é q a sensação das duas era a de que dormimos apenas 2h.
Chorinho na praça
Ontem fizemos um programinha light.
Fomos à praça São Salvador, tomamos café debaixo de chorinho, depois fomos até à barraquinha de batidas (minha irmã é alcoólatra, perdoem!), ela tomou um saquê de frutas vermelhas (que delícia) e dali partimos para a Pedra do Arpoador.
O destino seguinte seria almoçar no Bar Astor em Ipanema. Só que tinha até ex-BBB na fila. Seria uma espera absurda de meia hora aproximadamente e eu jurei q voltaria pra casa às 17h.
Na pedra, um vento frio e molhado sacodia nossos cabelos e o Dois Irmãos quase me cegou a vista. Tanto, q eu esqueci de tirar fotos dele.

Irmãs descabeladas
Tivemos a companhia de um ilustre desconhecido q veio lutar jiu jitsu aqui, americano, atraído pelo cheiro da fumaça. Foi muito engraçado se eu não tivesse tão chapada q esqueci como se fala Inglês. Sist'a salvou e eles trocaram nicks para se falarem depois.

Encerramos num almoço no Banana Jack, não sem antes pagarmos el micón no Terzetto Ristorante.

Dona Miss tá acostumada a ir no Terzetto Café fazer lanche e me entra no Ristorante ma che, pensando q era do mesmo nível.

Anotem! Nós éramos as únicas de chinelo e short. Eu juro q quando o maitre abriu a porta, me senti dentro da revista Caras na sala de uma daquelas coroas da Soçaite cuja família tem brazão e o caralho a quatro.
E as roupas? Eu descabelada, chapada, de óculos embaçado, sem conseguir atinar o q era aquilo e a Miss com cara de blazé até abrir o cardápio e se deparar com os preços.

Não q não pudéssemos pagar, mas era absolutamente desnecessário e desconfortável almoçar com tanta gente daquela estirpe em volta. Não gosto de gente rica demais. Sorry. E me perguntei qual era a necessidade de estar vestidos daquele jeito para ir almoçar num restaurante pertinho da praia, num domingo de sol? Eles têm dinheiro, isso já não é o suficiente? Bom, ces't la vie.

Levantamos (eu toda dura como se tivesse com um cenorão no cu) e partimos pro Banana Jack sem olhar pra trás. Ufa!
Não que eu não saiba me portar num restaurante desses, mas vestida do jeito q eu estava à praiana e descabelada como um E.T., não obrigada!



A VOLTA

Voltamos para Laranjas, dona Miss enterrada até a sobrancelha debaixo do edredon enquanto eu partia, teria 1h de sono antes de pegar no batente com o delícia Luíz com @. Gente chique trabalha domingo sim, e daí?

Valeu cada segundo.
Sou grata demais ao marido que eu tenho e é bom saber q somos um casal que respeita a privacidade um do outro. Quando ele foi pra Búzios, podia ter feito o q quisesse, mas em nenhum momento fiquei matutando o q ele faria ou deixaria de fazer, porque da porta pra dentro o q interesse é o nosso amor e o que sentimos pela família q construímos.
Simplesmente não ficamos caraminholando sobre o q pode ser ruim. Concentramos-nos no que fica de bom (as crianças nem dão tempo pra isso!).É só isso o q importa.

Ele conseguiu sobreviver ao final de semana e viu no meu rosto como eu estava precisando dessa pausa.

Mas por que as pessoas se esquecem ou se impõem limites para viver suas próprias vidas, ou ainda um único final de semana sendo só quem se é?
Eu diria q isso é vital para a sobrevivência da sanidade de um relacionamento, do amor pela família, por si próprio.

Afinal, nós não somos um único personagem, somos um conjunto dessa massaroca chamada vida.

quarta-feira, maio 16, 2012

E NO PARABÉNS DA GALEGA...


Então a lorinha fez 2 anos na última sexta feira e decidimos fazer um bólo no meio da sala para não passar o aniversário em branco.
Lorinha, Dona Miúda ou simplesmente minha galega, já entende muita coisa e tínhamos certeza q curtiria horrores a bagunça no meio da sala.


Ela é festeira. Daquelas q dança e canta com batuque em caixa de fósforo ou ao ouvir um simples assobio. Também adora cantar.
Eu nunca tive grana pra fazer festa em casa de festas e das experiências q tive dentro de casa, me parece q eles sempre curtem mais, porque fica um clima mais intimista, eu menos nervosa, mais no controle e dessa forma #todascurte!


De maneira que quando ela chegou da escolinha, todos já estavam em casa e combinamos de aplaudir quando ela adentrasse o recinto.
Claro, passou pela minha cabeça q ela poderia se assustar e abrir o berreiro, mas pelo q soube, lá na casa da Tia Verinha já havia tido um bólo, então ela chegou em casa super escolada.

Ao toque da campainha, abri a porta e todos aplaudiram.
Lorinha não se fez de rogada, aplaudiu também e puxou o coro de um parabéns.
Foi Ooooooown de geral!
Babas inúmeras escorriam pelo chão, o povo babando e cantando parabéns e eu com pano de chão limpando atrás.


Teve um episódio curioso, porque sem eu esperar, a filha de Tia Verinha q é fotógrafa, mandou fazer meia dúzia de ímãs de geladeira com a galega fazendo poses diversas. Não pude acreditar e inundei a sala de tanta lágrima. Porque né, é muita delicadeza com minha filha e eu acho sempre q não mereço tanto.
Então foi eu inundando a sala de tanto chorar e Engraçadão passando o rodo pra secar!

Sarah, Ívia e lorinha
Chamei meia dúzia de gato pingado da massa blogueira, fora a gente da família.
Vieram quase todos. O "quase" acabou sendo perfeito, porque o apartamento é pequeno. E foi muito gratificante ter a companhia da vó, do vô, da prima Sarinha e seus pais, da Chris Mendes com marido e Miguelito, da Advi e seu Tiiiiii, da prima Kelly.

Advi, Tiii e Sr. Cabeça de Bolinha

Os gêmeos separados pelo nascimento
Eu, prima Kelly e Sr. Kbça de Bolinha cantando rap do Bieber

E foi assim que encerramos nossa noite. Debaixo de risos, muito amor, birita e um cansaço da porra que me deixou 2 dias de molho. É não tenho corrido e voltei a ser aquela lesma de antes, mas é só São Pedro ajudar q volto à minha rotina de caminhadas. Saudade da pracinha.

Ah zentze! O layout novo é em homenagem aos 8 anos de blog, completos dia 06 de maio.
Como já é tradição neste espaço emporcalhado, nunca comemoro na data.

A contragosto de alguns leitores que sentem dificuldade, continuo seguindo o modelo de resumo das postagens na página principal, porque né? Também quero atrair leitores para postagens anteriores, já que pode não parecer, também sou filha de Deus! Então não reclamem e cliquem no título do post! A letra aumenta e vcs enxergarão as postagens na íntegra além de poderem curtí-las, twittá-las ou simplesmente deixar um comentário.

Agradeço a todos pela preferência.
Bj na bunda estalado!


terça-feira, maio 15, 2012

HOJE É ANIVERSÁRIO DE ALGUÉM MUITO ESPECIAL

 
Eu me lembro de ter batido o pé e entre lágrimas, carregadas de emoção, disse:
 
EU DIZENDO - Agora chega, Papai do Céu! Não quero mais brincar, quero um namorado. Um namorado sério e eu não vou mais me sujeitar àqueles joguinhos escrotos dos homens. Vou assumir! EU QUERO UM NAMORADO!

Mal sabia ela q do outro lado da cidade, muito provavelmente na mesma semana, um cara dentro do perfil confidenciou à sua melhor amiga, que estava cansado de putaria. Ele disse que queria sossegar e que precisava arrumar uma namorada.
Esses dois se encontrariam pouco tempo depois.
Ela, como costumava acontecer quando estava prestes a encontrar um grande amor, não queria ir, chorava, batia o pé e só pensava em fugir da situação.
Nesse dia sua amiga teve que mentir para tirá-la de casa.

Ele estava numa de agitar e cair na night. Ter novas experiências e quem sabe encontrar a futura namorada.
 
Ela foi contrariada para um lugar que não queria ir, com música que não gostava e arrastada pela amiga subiu numa moto com duas pessoas, o que era radicalmente contra seus princípios. Mesmo assim, chegou sã e salva.

Logo ela deu de cara com ele.
O cara que dois anos antes tinha avistado num ponto de ônibus do Centro da Cidade em que ela e sua melhor amiga estavam.
Logo as duas comentavam cada detalhe: cabelo, os óculos, a bolsa trançada, o uniforme daquela empresa, se pegariam ou não...

Era ele. Definitivamente.
E de repente o local ficou agradável, a música não importava mais e dançando ela tentou seduzí-lo, sem que aquilo surtisse qualquer efeito.
Ficou um pouco frustrada, claro, porque parecia tê-lo afugentado.

Enquanto isso, ele pensava no outro canto que ela estava acompanhada porque a vira dançando com um colega. Seu amigo o advertiu, que ali era assim mesmo, as mulheres acompanhadas davam mole. Por isso ele pensou em sair dali.
Mas mulher quando quer alguma coisa, nem o diabo pode!
Então ela foi circular para espantar o calor e ver se encontrava com ele. Encontrou.
 
Foi assim que ela o viu no fundo do salão; onde não havia tanta gente; onde ele levantou o copo de bebida, onde ela se aproximou e confidenciou algo no ouvido dele; onde eles se beijaram pela primeira vez. De onde ela não mais saiu.
E quando se deram conta, já estavam engalfinhados no dia seguinte e seu maior prazer era a companhia um do outro, um dentro do outro, um com o outro.
Era mágico, engraçado e diferente. E os dois, muito diferentes, mas muito certo juntos.
Só que o sonho dela era casar com ele.
Não esse casamento que entra na igreja e satisfaz a sociedade, mas um casamento de amor, com um lar, com bichos, filhos e realização profissional.

Ela teve de esperar uns 7 anos para esse sonho apontar no fim do túnel.

Foram várias idas e vindas. Várias separações que a cada retorno, tornava o amor dos dois mais forte ainda.

Se ela caía, ele segurava.
Se ela tomava um porre, ele cuidava.
Se ele tinha dor de barriga, ela fazia uma comidinha leve.

Podiam fazer faxina juntos, podiam não ter dinheiro, mas se amavam e viviam felizes. Ela adorava cozinhar e ele não largava da vassoura.
Já viviam se apoiando mutuamente na saúde, na tristeza, na prosperidade e nos tempos de dureza que não foram poucos.

Até q um dia ela adoeceu.
Bem no auge da felicidade. Parece que é sempre assim, não é mesmo?!

Ela não conseguia fazer outra coisa senão vomitar tudo o q comia. Mal saía da cama. Ninguém sabia o q ela tinha.

Seria tristeza? Seria depressão pela perda da avó, ou bulimia?
Será q é dengue?

Ele a levou ao médico e ela passou parte de um dia no soro e ele não conseguia esconder sua preocupação muito embora tentasse de tudo para fazê-la sorrir. E passou-se uma semana até que ela fosse indicada para uma ultrassonografia para saber q mal a acometia.

Foi então que descobriu que ali dentro havia um bebê. Um bebê. Bebê esse que ela não se sentia madura o suficiente para carregar.
Ficou muito mal, mas foi ele que vestiu o personagem pai primeiro, o que deu forças a ela e a envolveu numa nova onda de amor, apesar dos já 7 anos de convivência.

O tempo se encarregou de passar e eles planejaram ter outro bebê, porque descobriram um novo amor em suas vidas, maior até do que eles mesmos.

Veio o segundo menino e a felicidade plena.
Muito trabalho, claro, mas eles aguentavam firme.

Quando a coisa parecia estar divertida, quando o sexo vinha melhorando a cada dia e os dois planejavam uma viagem só os dois, ela voltou a passar mal. Muito mal. Sentiu medo, muito medo.
Foi quando descobriram que havia mais alguém ali, pela terceira vez. Dessa vez, uma menininha.
E mais uma vez, ele a fez entender que tudo daria certo e que pra tudo tem um jeito, mesmo que isso significasse séculos sem sexo!

Esse cara, o cara que foi escolhido, que tem uma palavra amiga, que traz consigo a paz no coração e uma vassoura na mão...
Esse cara, que quando a gente está com pressa pra sair de casa, corre, pega a tesourinha e se abaixa pra cortar as unhas do pé...
Esse cara que faz a melhor canja de galinha que eu conheço...
Esse cara que me deu três filhos maravilhosos e que tem o toque mais gostoso quando as luzes se apagam, é o escolhido.

É ele que faz 41 anos hoje.

E é pra ele que eu escolhi entregar meu coração naquela noite do dia 30 de setembro de 1994.
E é com ele que eu quero dividir todos os meus dias até ficar bem velhinha.
 
Na alegria, na tristeza, na saúde, na doença e nadando em dinheiro se Deus quiser!
Feliz aniversário meu amor.

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