Os anos 2000 vieram para quebrar tabus mesmo. Quem diria que eu veria tantas transformações nas relações entre pais e filhos como estou vendo agora? Felizmente, o macho, o provedor se deu conta que tem uma papel decisivo a desempenhar na construção emocional de filhos e filhas.
Relegado às mães e negligenciado pelos pais desde muito tempo, era bem normal a gente ver mãe se envolvendo em todos os setores da criação. A gente via mãe preocupada com vestuário, com o dever de casa, com a alimentação, com a educação emocional das filhas e filhos, às vezes batendo uma bolinha com a molecada, no caso das mais modernas e inúmeras vezes fazendo papel de pai e mãe. Aliás, isso é tão comum ainda hoje ver mãe fazendo os dois papeis. Então não vou lançar mão de pergunta alguma, vou afirmar que crianças precisam de pais e mães, ainda que a gente escute histórias de gente sã que foi criado por apenas um dos dois e que isso não influenciou negativamente na sua maneira de ser. Parabéns é a minha resposta. Infelizmente não representa a maioria.
Nesse post especialmente, quero me ater a relação pai e filha. A presença dos pais é muito mais importante na criação das meninas do que se pode supor. Quando papais estabelecem um laço forte com suas filhas, não faz ideia do bem que está fazendo. Meninas têm a necessidade de um espelho masculino, que reflita que são belas, inteligentes, capazes, amorosas, leais, seguras e mais um monte de outras coisas boas que as meninas são. Os pais e essa proximidade vai determinar o relacionamento que as filhas terão com os futuros parceiros, em outras palavras, o contato com o pai, fará a menina experimentar pela primeira vez a relação com os homens.
Crianças tendem a achar que são culpadas de tudo, portanto se um pai não dá a devida atenção que a filha merece, ele estará automaticamente minando sua autoestima. A mensagem que ele pode passar é que ela não é tão bela assim, não é boa o suficiente pra ele, não é importante, não merece sua atenção, pior, pode ensinar que sua menina deverá mendigar sua atenção.
Eu mesma tenho uma experiência pra contar nesse sentido. Tenho um papai que quando estava perto, era o melhor e mais amoroso pai do mundo. Ele costumava assobiar lá do portão quando chegava e eu, com aquela minha fidelidade canina saía correndo de onde estivesse, para me jogar em seus braços. A felicidade era imensa, a euforia gigantesca. Não havia nada mais bacana do que estarmos juntos, ainda que a tagarelice feminina o atirasse num monólogo. No entanto, conforme o casamento dos meus pais foi afundando e apesar de ele manter constante sua tarefa de me levar para a escola todos os dias (único momento em que nos víamos), aquele momento era deveras efêmero.
Mais tarde, comigo adolescente, o afastamento se fez presente, apesar de não ser de corpo. Eu fazia de tudo para ter a atenção dele. Eu queria conversar, passear, estar junto, mas sempre parecia tudo muito rápido. Sem contar que ele conseguiu arruinar meus Natais, porque houve um tempo em que ele já não ficava a noite toda conosco. O resultado disso, é que estabeleci uma relação com os homens de mendicância.
Meu pai não dizia que eu era linda (não que não achasse), a menos que eu perguntasse; meu pai só dizia que me amava se eu enchesse o saco (provavelmente ele tinha alguma trava, pois não era espontâneo). Então quando eu cresci, me tornei aquela pessoa carente e grudenta do tipo que não deixa o namorado respirar, a menos que estivesse sem tempo algum para respirar. O tipo de garota que hoje em dia abomino, já que hoje encontrei equilíbrio.
E o equilíbrio veio no dia que consegui me afastar do meu pai. Foi impressionante a mudança. Nunca havia conseguido algo dessa magnitude. Era como se precisasse do meu pai para respirar, mas houve uma época que ele fez algo que me chateou e eu não tinha tempo para ficar explicando muito, pois já tinha filho e resolvi ficar quietinha na minha. Essa simples atitude, fez com que eu aprendesse a me valorizar mais e me posicionasse de outra maneira em relação aos homens. Antes, existia o medo de eu ficar eternamente só. Depois, ficar sozinha já não me parecia algo tão assustador. Mudou minha perspectiva.
Observando atentamente o pai maravilhoso que Engraçadão é para nossos filhos e em especial a forma como ele trata a Dona Miúda, vale destacar:
- Ele sempre a elogia e é genuíno. Diz o quanto está linda, cheirosa e quanto a ama e melhor, é espontâneo (todo dia);
- Quando ela fala, ele para para prestar atenção e quando não pode, pede a ela que espere;
- Ele nunca a priva de comer nada que queira. Aliás, nem eu nem ele fazemos qualquer objeção quanto a alimentos. Não queremos uma filha neurótica com o peso. E acreditem, tem mães que fazem isso com as filhas desde cedo;
- Ele nunca diz que estou gorda, ou que engordei (até porque, ele tem amor à vida) e principalmente, nunca faz esse tipo de comentário na frente dela;
- Nós dois evitamos as discussões na frente de todos eles, mas ainda que aconteça alguma divergência, a gente não envolve as crianças e a Miúda com sua presença marcante, nos coloca de volta aos nossos lugares só com o olhar;
- Engraçadão anda orgulhoso e com peito estufado quando está com ela, além de fazê-la sua companheira nas manhãs em que sai pra comprar pão;
- Ele cuida dela com ternura e a faz se sentir especial todos os dias e melhor, ele verbaliza isso.
As meninas sabem com um olhar da intenção do outro. Portanto, sabem quando são amadas por seus pais e sabem que o amor é sincero. Meninas que têm pais assim, serão mulheres fortes, seguras e bem resolvidas, propensas a trilhar o caminho para a felicidade.
E que outra coisa nós mulheres queremos, senão sermos felizes?
8 comentários:
Muito legal seu blog Flávia !!
Acredito que todo Pai ou Mãe
quer o melhor para seus filho, e procuro não fugir a regra. Dando-lhes atenção, amor, carinho e chamando a atenção quando necessário. Flavia amo você...
Permita-me dizer ,Engraça,que ,no fundo,TODOS buscam a felicidade. Parabens pro maridão.
Excelente postagem! Cada vez mais me convenço de que educação, atitude e comportamento vem de casa! Quando agimos para o melhor de nossos filhos, o sucesso é consequência!
Beijocas
rendasepaetes.com
Juuuura que você é do dia 09? Eu sou do dia 08 *-*
Que lindooo isso, viva nóooosss hahahaha
Beijocas
rendasepaetes.com
Amiga que post lindo... tão verdadeiro e necessário, pq eu tb acredito em tudo o que você falou. Precisamos de pais presentes e que haja diálogo entre pai e filha. Meu pai foi muito presente na minha infância, mas na adolescência ele tinha problemas com o álcool e nos afastamos... sempre senti falta, lembrava de quando criança, quando me colocava no colo e contava história e dizia q eu era bonita e etc... sempre carreguei comigo...
bjs
Parabéns para o maridão. Isso sim é que é ser um verdadeiro pai.
Beijocas
Yvonne
Tenho um assim em casa também, será que nossas princesas serão "cases" de sucesso?...rs
Lindo ver pais tendo atitudes de pais, coisa tão distante nos tempos de antigamente onde o pai só era visto tarde da noite chegando do trabalho... meu pai chegava, assistia jornal, jantava e ia dormir... não me lembro uma única vez de um banho dado por ele, ou então me colocar dormir... feliz por minha filha poder ter um pai presente! Rafa arruma cabelo, troca e leva pra escola, da café da manha, qdo operei fiquei longe por 15 dias e ele se virou SOZINHO com ela, muito orgulho viu! Sorte dela! ;)
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