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quinta-feira, novembro 14, 2013

A Filha Que Deus Me Deu

 
Não vamos chorar pitangas demais, até porquê não adianta! Fato é que minha filha é linda, todo mundo sabe. Não por ser minha filha, mas porque assim Deus quis. E talvez, ela tenha vindo ao mundo sem ser convidada, com o simples objetivo de me salvar.
 
Antes da Dona Miúda vir à baila, eu não estava feliz, não era realizada profissionalmente, muito menos tinha uma relação muito sadia com as mulheres. Pior, tinha pavor de meninas, já havia batido o martelo como mãe de meninos, não pensava mais em ser mãe e isso estava resolvido.
 
A grana com dois meninos estava curta. Pelo menos eu e meu companheiro de batalha enxergávamos dessa maneira. Nenhum dos meus sonhos pros moleques conseguia realizar. E foi dentro desse contexto histórico que Dona Miúda foi inserida.
Imagina que pavor! Que pressão!
 
3 anos depois de sua chegada, eu consigo entender uma pá de coisas. Sua beleza não é só externa. A Miúda tem uma alma proativa, adora ajudar, se sente feliz quando a gente dá tarefas, vive agarrada nas minhas pernas e nossa ligação é muito forte. Mas tão forte, tão forte, que igual só tive com a vó que morreu e sentia essa mesma devoção pela minha mãe, quando pequena.
Taí. As mulheres amam com devoção. Bonito isso...
 
Miúda é como um recomeço. Uma boa nova. Ela sem dúvida é um ET preso num corpo de criança. Sua inteligência emocional dá nó em pingo d'água. Ela saca as coisas longe. Ela já se finge de boba e tem certeza que consegue dobrar qualquer um. Por isso eu dou uns sacodes, pra ela descer da inteligência e se tocar que a rainha-mãe aqui sou eu.
Eu sou a inteligência suprema. Então ela desce das sandálias mansa e me abraça. Sempre me abraça humildemente.
Quem morre aí?
 
Dentro desse contexto cada vez mais apertado em que nos encontramos, eis que a beecha foi descoberta por uma super agência de modelos. E a notícia é tão boa, que chega a ser boa demais pra ser verdade.
Depois de confirmar tudo com a sede em São Paulo e passar um verdadeiro pente fino na agência do Rio, resolvemos fazer o book com o dinheiro alheio. Porque claro, se tivesse essa grana, eu daria prioridade pras compras do mês, pro condomínio atrasado, pras contas em aberto... mas ao invés disso, estou acreditando num dom que ela tem e que eu vivia fazendo vista grossa, porque né? Não sou dessas que tenta ganhar a vida nas costas dos filhos.
 
Mas e se?
E se a Miúda esse tempo todo, não estaria programada com o chip da boa nova? E se ela esse tempo todo não seria a resposta das nossas orações? E se por acaso, não seria ela que mesmo de maneira torta, nos tiraria do sufoco e viria ser a resposta para uma vida mais digna pros irmãos, tão lindos e cheios de potencial, além dela própria?
Sabe que Deus tem um senso de humor meio esquisito né?
 
Só que até isso se torna um grande desafio. Claro, tem gente ajudando, mas por que será que a gente acaba sentindo medo pelas frases que desencorajam, mesmo querendo seguir nosso coração?
Por que as palavras que desencorajam acabam sendo mais fortes que os sinais que nosso próprio coração manda?
 
Fato é, a Miúda desde bebê adora uma câmera. É das que vibram muito mais ganhando roupa, que brinquedos. Ama sapato, vestidos, bolsas, rosa, badulaques e penduricalhos. Se pudesse, trocaria de roupa três vezes ao dia e nossos poucos desentendimentos se resumem a esses momentos, em que eu nego a ousadia.
 
Não pode e pronto. Ainda sim, depois do escândalo (sim, ela continua com aquela garganta potente!), ela vem e me abraça com aquela humildade de quem contrariou a mãe. Pede DESPUPA (das poucas palavras que erra) e se aninha no meu colo.
 
Dispensa solenemente uma brincadeira no play pra me fazer companhia.
Se você perguntar se quer ser modelo, ela dá um sonoro sim, com a boca e com a cabeça.
 
Então, vou confiar no meu coração. Está decidido.
Na próxima quinta, não sei como, estou indo lá levar a Miúda pra fazer o book. Certeza que o caminho dessa pequena vai ser estrelado. Não tem como ser diferente, com esse coração lindo que ela tem.
E que Deus nos ajude.

5 comentários:

Amanda Schuler disse...

Menina, quase chorei com o que você escreveu. De verdade!
Vejo uma amor de mãe incrível em você e um potencial imenso nela, principalmente em te fazer feliz.
A única coisa que te desejo é que você e toda sua família sejam muuuuuuito, muito felizes!
Um beijão

Deborah disse...

Dona Ervilha, Dona Miúda, Lola...
Que bom que ela veio, né?

Eu já tô feliz com minha bochechuda, apesar de ainda manter parte do medo de ser mãe de menina. Tô apreensiva pra ver como vai ser a vida com ela. Assim como das outras vezes, não tenho pressa pro parto, mas ao mesmo tempo tô doida pra ~conhecer~ minha menina. Já estou certa que ela vem pra fechar uma equipe porreta. :)

Sorte pra Lola modelete linda e fofolenta desde sempre. <3

Beijos e, mais uma vez, obrigada por compartilhar as histórias e angústias. ;)

Unknown disse...

Obrigada demais, Amanda!

Unknown disse...

Debby, vc não tá sozinha.

Lulu on the sky disse...

Engraçadinha,
A Miúda além de beleza, tem carisma e tenho certeza que esse book será um sucesso. Se ela gostar, vá em frente. É uma rotina super puxada, mas ao mesmo tempo prazerosa.
Qdo era criança tb fiz um book, mas a agência foi picareta e ainda não virou.
Bom feriado!
Big Beijos
Lulu

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