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quarta-feira, setembro 20, 2006

Tá na hora de sacudir a poeira!

E por falar em Cinema, aquele dia que eu lancei um pedido desesperado por um tema, o segundo que respondeu sem sacanagem, foi o Cláudio.
O primeiro foi o Max, só que falar sobre a água, requer mais inspiração do que eu tenho hoje, então, vamos começar por Cláudio!

Ele deu várias idéias, como filme, roteiro, direção e o caralho A4, mas se fosse falar disso tudo, é óbvio que não seria eu falando, então, vou falar qualquer merda sobre cinema.

O cinema entrou na minha vida muito cedo e como num círculo vicioso, eu estou passando essa paixão já p/ o Pacotinho que no mês que vem faz 4 anos.
Eu lembro que no meu tempo de pequena, cinema tinha censura. Então não era qualquer filme que eu podia entrar. Só que a censura lá de casa, era bem mais flexível e antes mesmo de ser considerada subversiva, o Sr. Engraçado já me alertava:

SR. ENGRAÇADO - Se te perguntarem qual a sua idade, diga que vc tem 4!
EU - Hum-hum! Posso falar antes??
SR. ENGRAÇADO - Não, senão não adianta. Só se te perguntarem vc fala! Se não perguntarem não diz nada.

Óbvio, minha astúcia ia muito mais além. Eu lembro de ficar na fila da roleta e de o moço-que-recolhia-o-bilhetinho não fazer pergunta alguma p/ as crianças da fila, mas quando minha vez ia se aproximando, eu usava aquela velha tática (nunca ensinada por ninguém, claro! - e é por isso também, que acredito em reencarnação.), de olhar bem fundo, dentro dos olhos do moço-que-recolhia-o-bilhetinho e a pergunta vinha mais do que certa, seguida da resposta mais do que orgulhosa: QUATRO.

E lá ia eu, toda empinada, nariz no alto, me sentindo super-foda, só porque conseguira enganar o moço-que-recolhia-o-bilhetinho.

Foram os trapalhões, TODOS os que eu consegui ver.
Foram os Super-homens (aí eu já era maiorzinha), foi a época de ir ao cinema sozinha.

A minha primeira impressão de cinema, foi esquisita. Eu reparava muito mais na ante sala, do que no resto. Na minha época de criança pequena, os cinemas, não eram esse enlatado esquisito de hoje. Um bate-pronto, toma que o filho é teu! Nãããão. Envelhecer é um saco e encantador ao mesmo tempo... tinha a bomboniére, tinha candelabros que pendiam do teto, tinham assentos acolchoados p/ quem chegasse cedo e quisesse folhear o jornal... tinha já uma magia na entrada. Os cinemas da Cinelândia então, eram os melhores. Muito mais imponentes. A gente chegava quase sempre atrasado, mas num piscar de olhos, eu era capaz de perceber tudo isso. E me sentia pobre.
Sentia que não pertencia aquele luxo todo.

Perto da casa que eu morava no Rio Comprido, tinha uma galeria c/ um cinema - o COMODORO, bem ali na Hadock Lobo (hoje, lógico, pertence à Universal do Reino do Dinheiro Rápido - conhecem? Então?). A gente já morava lá há um tempão, mas nunca ia nesse cinema, que dava p/ ir andando.
Um dia, já com uns 11 anos, pedi a minha mãe p/ ir comigo assistir à História Sem Fim. Ela não quis e eu aproveitei então, para pedir p/ ir sozinha; Lógico, tratei de deixá-la tranqüila de que estaria bem; e ela topou.


Chegada ao mundo dos Sonhos


Adam se transformando em Atreio.

Não, a sensação de independência é formidável. Me senti gente! E a história então... caía como uma luva p/ os meus 11 anos. Lindo filme.
Depois veio A Cor Púrpura no ano seguinte. Bom, esse é um tapa na cara já de entrada. Com Whoopy Goldberg, Denny Glover, Oprah Winfrey (goooorda) e outros atores negros de responsa, com muito choro, lençóis brancos no varal, blues, jazz, música gospel e porrada. Esse filme, eu tive de ver várias vezes, depois em vídeo e um dia pego ainda em DVD, para digerí-lo c/ gosto.
Engraçadão acho, ainda não conseguiu ver esse filme todo, porque dorme. Ser insensível esse...


Nettie e Sally - as personagens no início do filme.

Aí chegou a época de abstinência de cinema. Fui morar em Piedade, depois Rio Centro e entre a dureza e a distância, o mais barato era alugar filmes.
Engraçadinha não perdeu tempo! Foi trabalhar numa louuuucadora!
Dona Engraçada só faltou pirar. Naquela época, ela comprava as coisas p/ ter e não p/ usá-las de fato. Então eu chegava c/ aquele bando de filmes p/ ver no fim de semana. 6!
Dois sexta, dois sábado e dois domingo. Entre um filme e outro, dava tempo p/ fofocar no telefone, sair à noite, dormir depois do almoço, às vezes ajudar na cozinha e a viagem era tanta...

Às vezes o rolo de papel higiênico acompanhava as sessões. Às vezes passava mal de tanto rir... às vezes fingia q a mocinha era eu.
Em a Rainha Margot, eu era a própria, transando nas vielas de Paris, com aquele ilustre desconhecido mascarado, que por coincidência, era a cara do Engraçadão quando ainda tinha cabelo grande. Aí fodia tudo, né?! Eu o encontrava à noite, ainda sob o efeito daquele filme tão impactante. Ficava ansiando prá que o amor dele por mim, fosse daquele tamanho. Ainda não era...


Antes da coroação, na noite fatídica... humm...


Pena q essa é pequenininha...

Bem... Sr. Cláudio, espero ter satisfeito suas expectativas e as minhas também.
Taquem pedra na Geny!
Não, taquem não que o tema da Geny é música e esse é cinema!
Alto lá.

Bj na boonda, felows... d'ua égua!

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