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quarta-feira, maio 20, 2009

CARTA A UMA QUERIDA AMIGA

Esse post é sério heeein!!
Então, se depois nos comentários eu ver alguém falando q foi chato, não digam q eu não avisei!

Eu tenho uma amiga muuito querida q está passando por uma verdadeira provação.
Não é daquelas provações do tipo q ficou cega, ou descobriu uma doença incurável ou ainda q descobriu q seu cabelo nunca poderá ser alisado com X-Tenso de L'oréal Paris.

É uma daquelas provações comum a todos os adultos.
Uns passaram com menos dificuldade, outros passaram enfrentando algumas tempestades e outros como eu e ela, fomos verdadeiros desbravadores.
Prá contar sobre essa minha amiga, eu vou usar um pouco da minha historinha prá ilustrar a bagaça.

Essa fase costuma ser a porta de entrada para o mundo adulto.
Ela é como se fosse um verdadeiro ritual de passagem: Trata-se da conquista da liberdade. Cortar o cordão umbilical.
Some-se a isso, pressão na vida profissional, compromissos sociais, sexo e a estréia de um programa q é uma verdadeira prova de fogo!

No meu caso, aconteceu um pouco diferente. Mas foi parecido.
Eu fiz um curso livre de teatro - Commedia Dell'Arte - na escola de teatro Martins Pena.
Para quem não conhece, é a única escola de teatro no RJ que oferece um vestibular e nessa época, era uma espécie de escola estadual. Dificílima de passar.
Eu queria fazer comédia e me inscrevi nesse curso, que ao final do período, apresentaria uma peça e os bons, fariam parte da companhia do professor e ator Victor Villar.
Eu era realmente das boas!
Popular no curso, uma das mais criativas, das mais queridas, quase uma fodona!
As pessoas faziam rodinha a minha volta quando eu chegava e eu era muito segura no q eu fazia.
Era comprometida também, apesar de trabalhar fora e morar longe.

No final, encenaríamos uma peça, q pasmem, eu esqueci completamente o nome agora...
Bem, o texto estava na ponta da língua. Prova de roupas Ok. Maquiagem bem elaborada, feita por mim, eu estava cheia de orgulho e de maneira nenhuma nervosa. Meus amigos, parte da minha família estariam lá.
Na época, eu e Engraçadão estávamos rompidos, mas ele prometera aparecer, mesmo sabendo da cena do beijo. E aí?
Aí, aconteceu que em quase todas as minhas falas e na parte do improviso, q é o carro chefe da commedia dell'arte, eu amarelei. Perdi o controle. Em todas as minhas falas, eu simplesmente entrava mecânicamente, como se estivesse suspensa no éter e alguma coisa tomava conta de mim, dizia as falas. Eu mesma, não estava no controle e não tive a menor graça, apesar de no auge do meu nervosismo, ter ouvido gargalhadas ao longe.

Foi uma merda! De tanto eu ouvir merda prá vc!, absorvi a merda toda prá mim. Foi uma das piores experiências da minha vida.


O professor, daria uma espécie de senha ao final do espetáculo, para coroar a "efetivação" na companhia e eu, a melhor, a the best, não recebi nada. Cheguei a pensar q ele não faria isto neste dia. Mas para meu engano, o elenco foi fechadinho e pior, as pessoas ficaram morrendo de pena de mim. Indignadas mesmo.

Quer coisa pior?


Bem antes desse episódio, tive q enfrentar o bom combate.
Cortar o cordão umbilical de Dona Engraçada ligado a minha pessoa, não foi tarefa das mais fáceis. Aliás, eu ouvi muita merda pela fuça!

Eu, q aos olhos de mamãe era uma menina dependente do dinheiro dela prá peidar, além de obediente e dócil...; ao iniciar a carreira profissional, dei meu grito.
Como eu fiz? Simples!
Ligava e dizia, estou em tal lugar e não volto, durmo na casa da fulana, ou volto tarde... deixava ela berrando do outro lado, esbaforida, mas nunca sem uma satisfação.

Minha mãe nunca ameaçou me expulsar de casa. No máximo, dizia q assim não ia dar e eu já sabia o significado. Mas fiz o velho conhecido ouvido de mercador e vivia a minha vida. Ouvi muita coisa feia saída da boca de Dona Engraçada!
Coisas q uma mãe amorosa, nunca deveria proferir a uma filha, por mais q ela merecesse. Mas... hj eu enxergo muitas deficiências nela, ignorâncias, q eram projetadas em mim, q sou totalmente diferente dela.

Então amiga?

Errar é humano e como eu já te disse, é desnecessário concentrar-se no erro, mas imprescindível pensar na solução. A vida é progresso constante.
Cortar esse cordão dói. De uma maneira ou de outra, dói.

As mães se recusam q nós crescamos. Algumas entristecem, porque sacam q o tempo delas passou de verdade. Outras mães sentem ciúme, porque a gente tem toda uma estrada pela frente, qdo a delas, já foi parte decidida e sem volta.

Mães são assim.
Elas não são perfeitas, de maneira nenhuma. Elas são humanas.
E elas muitas vezes nos magoam, espezinham, competem deslavadamente, mas isso (nem sei como explicar, é mais uma certeza mesmo!) não quer dizer em hipótese alguma, q não nos amem.

Elas amam sim.
Dentro de suas ignorâncias e limitações.


E Então amiga?
Chora não.

Enxuga essas lágrimas, porque Deus em sua infinita bondade e sabedoria, colocou os amigos perto de nós. Prá nos consolar, fazer ouvido de penico, aconselhar e muitas vezes, dizer coisas q as nossas mães deveriam ter dito.

Vc não está sozinha e nem é a única q teve q brigar.
Arregace as mangas querida! Vamos lá.
Prepare o mercúrio cromo, o band-aid, prenda o cabelo e saia na porrada mesmo.

Lute por sua liberdade e pela sua autonomia.
Vc é bela. Vc é íntegra e confiável.

Acredite q mais dia, menos dia, sua santa progenitora saberá; assim como hoje, a minha sorri e me chama de linda.
Não tenha medo. Siga em frente e se arrebente.
Vc verá q vale demais!


Bjs da amiga Engraçadinha.


P.S: Na foteenha, apareço trajando meu shape antigo, antes q vcs comecem a xingar o cirurgião!

* Engraçadinha playando prá amiga: 1973 (Acoustic) - James Blunt

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