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terça-feira, junho 01, 2010

Aos Sete...

PLAY ME!



Já li em algum lugar, que aos sete anos, seu anjo da guarda vai tirar umas férias prolongadas e só volta numa hora específica do dia pra te monitorar.

Chame do que quiser. De anjo da guarda, de guia espiritual, de caboclo zelador, whatever... Pacotinho sabe disso.

A gente sempre conversou sobre tudo e tudo de acordo com a idade e o entendimento dele. Não sei se por ser libriano, mas ele tem um quê de dramático. Chorão, chegado ao drama e emotivo demais.

Deu pra fazer uma coisa q eu abomino. Quando chamado atenção, fala as coisas mais absurdas em auto-crítica, esperando não ficar de castigo, esperando nos sensibilizar, que seja.

Não importa o que levou à discussão. Talvez um pouco de criancice minha, ou porque queria as coisas do meu jeito. Talvez por ter detectado que ele quando contrariado, dana a fazer o tal drama para conseguir o que quer e acaba conseguindo às vezes. Então, como eu não cedo a choro, resolvi puní-lo.

E foi aí que ele falou as tais coisas abomináveis, os tais absurdos.
Disse 4 coisas daquelas q doem na gente q é mãe. Que a gente q é mãe jamais vai querer prum filho. Ainda mais prum garoto inteligente como Pacotinho. Não importa, filho é filho, inteligente, lindo ou não, ninguém quer ouvir ou ver um filho falar tais coisas de si próprio.

Q ele deveria tomar no cu.
Q ele é um merda.
Q ele é um filho da puta.
Q ele merecia morrer!

Eu ainda acho q o nome disso é descontrole. Mas eu tinha que fazer alguma coisa.
Peguei o cinto e fiz ele descer da cama. E o q seria uma ameaça, se tornou algo da qual ele nunca vai esquecer e infelizmente, fui eu quem fez.
Dei uma lambada pra cada frase dita e o proibi de dizê-las novamente. Disse q estava batendo não pela birra, não pela manha, mas pelas frases.

Bati na bunda que é onde tem mais carne, mas garanto, que a dor que eu senti, é imensa. Quase maior q o mundo. Horripilante. Mas eu como mãe, não posso permitir que uma criatura perfeita, filho de Deus, meu filho, diga tais coisas. Coisas das quais ele talvez mal saiba o significado. E nesse dia, o anjo da guarda estava de folga, ou de costas!

Não me importa que xingue, que fale palavras de baixo calão, que seja sacana, q veja até certas coisas q a idade dele não permite, mas q já é maduro pra ver. Mas não posso permitir q ele diga tais coisas de si mesmo.

Ele chorou tanto, mas tanto; eu chorei tanto, mas tanto e acabei sendo consolada pelo Sr. Cabeça de Bolinha, q me interrogou do porquê daquilo tudo. Ele sabe q o irmão falou besteira. E eu lamento muito q tudo tenha chegado onde chegou.

Como disse Engraçadão, tudo poderia ter sido evitado. Talvez ele tenha razão. É q eu já percebi como Pacotinho fica contrariado em certas ocasiões e fui lá fazer o papel de advogada do diabo. Ele não vai ter tudo o q quer na vida. Não q tenha sido uma péssima idéia, mas...

Então ele se recuperou bem rápido. Muito mais rápido q eu. No mesmo dia me pedia certas coisas e quando se acalmou, desceu da cama. Foi brincar, ver TV...

Na segunda feira, não haviam marcas, nem voltou-se nesse assunto e ele me perdoou tão rápido... muito mais rápido do q eu teria perdoado (ele sempre me ensinando) e quanto melhor ele ficava, pior eu me sentia, porque, convenhamos quanto mais velho, pior a gente vai ficando, mais lento...

Pois é mamães! Espero de coração que vcs nunca tenham q passar por isso.

Às vezes, o castigo não resolve. Precisamos de acontecimentos marcantes pra não esquecermos. Tratamento de choque. Isso marca e a gente aprende.
Não necessariamente na pele, mas aprende.

15 comentários:

Ma Albergarias disse...

Olha , vc está certa!
Dói na carne , mas não permita mais que ele diga tais coisas.
E uma coisa: pé de galinha , não machuca o pinto.
Nunca.
É velho, é clichê eu sei.
Mas uma verdade incontestável.
Ruim é quando não se tem mais o companheirismo... Ou se, para salvar a própria pele, vc coloca o outro no fogo!
Dói!
Muito!
Mas a gente aprende. E sobrevive!
Eu garanto. Cortou na minha pele , há poucos minutos!

Unknown disse...

Pois é... e mesmo não me sentindo merecedora, fui consolada pelo Sr. Cabeça de Bolinha q me abraçou enquanto eu chorava.
Ainda bem q domingo passou amiga.

Dani Antunes disse...

Sabe quando tu fica sem palavras? Sou eu agora, depois de ler isso. Sério.
E não por achar que você esteja errada, - De jeito nenhum! - mas, sim, por imaginar como você ficou depois disso tudo.

Well... Conversamos amanhã. Ia te ligar hoje, mas nem deu. =/

Beijo

*Lis* disse...

Não é drama, amiga. E te digo isso, mesmo sem ser mãe, e mesmo ser a mãe dos teus filhos, mas porque fui uma criança libriana. Sou uma mulher, quase quarentona, libriana. E temos mesmo um sentimento profundo de inadequação no mundo. Então se a gente faz uma cagada, grande ou pequena, e vem alguém e aponta, a primeira coisa que a gente pensa é isso mesmo. Que não merece nada, que não faz nada direito, que não merece ser amado, que nunca vai acertar, que é fiadaputa, que só faz merda. Meu caso não vem ao caso, mas meu pai fez o que pode para me salvar disso (sem nunca encostar em mim, que isso era papel da minha mãe, com muito mais pancada e te garanto que muito menos culpa - se é que havia - que tu), mas ainda assim, só depois de treze anos completos de análise é que eu aprendi que posso errar, e ainda assim, merecer ser amada.
Só posso te dizer que: a gente sobrevive. E a gente aprende. E ele te ama, te respeita, te admira, e sei que a recíproca é verdadeira. Amor, amor mesmo, não mata nem quando dói na bunda. E porque ele vai entender que pode errar, sim, e ainda assim vai ser amado, e não é um ser sem valor algum. Deus é teu camarada, e do Pacotinho também, as coisas se ajeitam.
Força aí, no feriado eu ligo. Bêjos e afagos na Pequena Lourdes, bêjos em tu e nos meninos.

Anônimo disse...

Nossa amiga as vezes vc fala coisas das quais eu nunca me perguntei, talvez pq nao sou mae. Mas concordo com vc de ter "punido" ele por falar coisas ruins dele mesmo.
arrazou!
beijos

Hellen disse...

Querida, não posso falar como mãe que ainda não sou, mas posso falar como filha.

No domingo passado (30/05) fez 5 meses que perdi minha mãe. E apesar dela sempre falar e eu nunca acreditar, hoje em dia agradeço cada palmada que ela me deu pois foram elas, que na hora e medidas certas, formaram meu caráter e a mulher que sou hoje.

Tenho certeza que doeu mais em vc do que nele, mas posso garantir que às vezes nada melhor do que umas boas palmadas de mãe para nos mostrarem como nossa visão sobre certas coisas está errada.

Palavra de filha e de futura mãe que dará quantas palmadas forem necessárias.

Beijos.

claudia lyra disse...

Linda, cê sabe que meus filhos já estão grandões, um já é adulto, o outro fará 18 anos em janeiro. E eu bati nos meus meninos algumas vezes. Não sei se pode ser considerado muitas vezes, mas, pra mim, até hoje, é como se eu fosse A espancadora. Cara... nunca os machuquei, nunca ficaram roxos, ou marcados, ou sangrando... nada disso, graças a Deus. Eram palmadas, ou chineladas, na bunda. Mas, não adianta, me sinto culpada até hoje. Olha... é uma merda.

Anônimo disse...

É duro para uma mãe punir o filho por algo que ele fez ou disse. Imagino a dor q vc sentiu, mas foi necessária uma correção. Cabeça de bolinha tão fofo, foi lá te consolar, criança tem algo incrivel q sempre está lá do seu lado qdo vc está triste já reparou?
Não se culpe, vc como mãe tem o dever de educar seu filho. Fica em paz. Big Beijos

Alice Voll disse...

o pai de uma amiga qndo batia nela falava: isso está doendo mais em mim que em você.
mas criança não mesmo costume de guardar rancor, gente grande que faz isso!
eu me lembro da maioria das surras que levei, nenhuma me deixou com trauma ou revolta pq mamãe especificou mui bem pq eu estava apanhando!

Unknown disse...

Queridas Lis, Crioula, Hellen, Lulu, Claudia e Alice, meu muitíssimo obrigada.

Lis, muito esclarecedora explanação. A questão da terapia com certeza é uma coisa q todos deveriam fazer, tendo problemas existenciais ou não. Eu tenho vontade de fazer e me prometi um dia fazer. Ele, se eu identificar q precisa, não exitarei.

Claudia, vc definiu muitíssimo bem o nosso sentimento. A espancadora! Eu não sei se perdoaria tão fácil, pq sou escorpiana e rancorosa.

As meninas q tomaram uma coça, me consola muito a opinião de vcs.

Eu apanhei algumas vezes, não na bunda, algumas na face e isso me causou uma raiva, uma mágoa muito grande. Também apanhei pelos motivos errados e já grande, então minha percepção é outra.

Felizmente, temos um diálogo muito franco desde sempre e o fato de ele não dar tanta importância ao fato, também me consola. Além do Sr. Cabeça de Bolinha, claro!

Obrigada meninas.

Morena disse...

ô gata... que situação né?!?
É assim de algum jeito temos q aprender, já passamos e agora temos que passar, deve ser realmente dificil o papel de mãe nessas horas, mas tenho CERTEZA que vc está fazendo o melhor por eles e para eles. E sei também que vc evolui junto, que no final todos vcs serão recompensados.

Beijos saltitantes

LuSoares disse...

Ow, mulher!!!
Nós como filhos, sabemos bem qnd apanhamos merecidamente ou não.
Eu apanhei horrores, pq era abusada, impetuosa, tinha mania de discutir com adulto de igual pra igual, esquecia um pouco a existencia do RESPEITO AOS MAIS VELHOS. Apanhei com chinelo, cinto, toalha...até cadeira de plastico meu pai jogou em mim, e hoje, adulta (caray, to chorando) sei q fiz por merecer cada momento de descontrole do meu pai e da minha mãe. E penso que se fosse eu, no lugar deles... não sei se teria tanto "controle".
Tenho certeza que seus filhotitos no futuro agradecerão cada puxão de orelha, castigo, chinelada, sermão e afins. Infelizmente, o ser humano precisa desses atos/fatos pra crescer. Sempre pelo sofrimento...you know!?!?!
Como diz minha sábia mamy:
Melhor sofrer (vc e ele) agora, pra não sofrer no futuro (por ter um filho "problema").
Força na peruca aí!!!!
Vc consegue!

Unknown disse...

Lu,ou eu ando me aprimorando na arte de escrever ou vc anda mijando pouco, porque acho q vc anda chorando demais.

Brincadeiras a parte, foi muito dura essa experiência, mas acho q tinha q ser assim.

A força q o pessoal q entra aqui está me dando, está me levando a crer q agi certo, mesmo q tenha doído.

Bj.

Magui disse...

Eu não sou ninguém para te ensinar, mas eu acho que ele está com ciúmes do nenem.O que ele precisa é ser abraçado pq ele está mesmo sentindo-se um merda com gente nova, uma menina , roubando-lhe a mãe.E, tem mais, cuidado para ele não achar que a mulher aparece na vida do homem para estragar tudo.O inconsciente é poderoso e não temos controle sobre ele.O que eu acho é que vc poderia ter colocado ele no colo e ter dito que o ama e filho amado jamais é merda.Desculpe, mas é só um palpite visto que vc ter desabafado, talvez seja para ouvir palpiteiros.Nós nunca temos tempo bastante para atender os desejos dos filhos.

Wallace disse...

Não sou pai, mas tenho certeza que do jeito que você cria essas crianças nunca vai precisar da Super Nanny.

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