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terça-feira, setembro 16, 2014

CHUPETA: USE COM MODERAÇÃO


No post passado falei sobre alimentação e muito fugazmente toquei no assunto da chupeta como forma de auxiliar na introdução de novos alimentos na vida do bebê.

Como mãe de primeira viagem, nos idos de 2002, tinha a certeza que amamentaria, se assim o universo permitisse e me desse leite. Era certo que amamentaria até antes dos dois anos do bebê, não tinha certeza absoluta quanto ao uso da chupeta. E creiam, estava mais inclinada a não usá-la.

Já mencionei o Superpediatra e o quanto ele foi importante na minha vida e na da minha família. O mais bacana dessa relação, é que cortou o cordão umbilical dos três, deu dicas preciosas presencialmente ou por telefone, apoiou nossa família até quando estava de férias e sempre nos mostrou um lado prático e menos dramático da vida. Eu optei por ser uma mãe mais easy going, que uma mãe neurótica, dramática... minhas neuroses estão mais ligadas à educação e obediência, do que o estado de saúde deles, que graças à Deus, posso me considerar abençoada.

Segundo fonoaudiólogos, o mito da chupeta não é simplesmente um mito. A maioria esmagadora é contra o uso da chupeta por um período prolongado, tanto no que diz respeito ao tempo em que a criança usa diariamente, quanto aos anos de uso. Criança que chupa a chupeta mais que o devido, usa a sucção de forma indevida. Coisa que a amamentação é a grande responsável em proporcionar (não a chupeta), estimulando músculos faciais, responsáveis pela mastigação, desenvolvimento da fala e respiração.

Voltando a minha experiência pessoal, fui apresentada à chupeta tão logo me vi com um recém nascido nos braços. Na verdade, ganhamos algumas já no chá de bebê, coisa que na época, dei uma olhada com certo desdém... Nada como aquele período de terror, chamado adaptação, quando o bebê vem pra casa e a gente pensa que vai enlouquecer, para mudarmos alguns valores.

Superpediatra ao saber que Pacotinho pretendia ficar agarrado no peito quase o tempo todo, sem dar tempo pro meu peito encher de novo, mandou que eu desse a chupeta. Diante dos gritos histéricos do recém-nascido, sugando dois seios murchos praticamente secos, não vi outra alternativa, a não ser empurrar a chupeta.

Cardíacos saiam da sala, peguem seus remédios, calem as entidades protetoras dos direitos dos bebês. Cenas fortes virão nas linhas abaixo.
Pacotinho ODIOU a chupeta. Ele cuspia, eu dava de novo, ele cuspia, eu dava de novo e assim foi. Confesso, segurava uns segundinhos em sua boca, evitando que ele cuspisse ou chorasse, até que ele desistiu e ficou com ela na boca.

Verdade, fiz tudo isso com o coração apertado, com a consciência apontando seu dedo inquisidor na minha cara, me sentindo até uma mãe escrota. Por fim, joguei a culpa de lado. Eu não daria outro leite que não fosse o meu, água era dispensável, e olha que apelei para a água na chuca e ele rejeitou da mesma forma, por fim, a chupeta foi a grande salvadora da pátria. Pacotinho era aquele tipo de bebê que mamaria até vomitar, engasgar, ou ficar pendurado ali para sempre. Ele não dava a chance de me recompor, de o peito encher. Literalmente, ele teria gostado de fazer meu peito de chupeta e isso é muito comum em bebês que não a usam (fazer o peito da mãe de chupeta, ao invés de mamar quando tem fome - comigo não, violão!). 
Acontece que já ali comecei a discipliná-lo, portanto segui algumas regrinhas:

  • Enquanto bebezinho, a chupeta só era usada quando o bebê a procurava, se mostrava irritadiço ou com sono. Nunca substituí mamadas nos horários certos, carinho, afago ou colinho pela chupeta;
  • Na hora de dormir, todos os meus filhos cuspiam a chupeta quando entravam em estágio de sono profundo;
  • Quando maiores, a chupeta só era usada na hora do soninho da tarde e da noite. Como foram cedo para a creche, a instituição também estimulava atividades sem chupeta para somente usar este recurso na hora da soneca;
  • Desde pequenos, meus filhos usavam uma chupeta por vez, embora tivéssemos outra guardada para o caso de perder a primeira. Dona Miúda chegou a ter seis chupetas de uma vez, porque não raro fazia o truque do desaparecimento, então ao encontrarmos, a guardávamos sem que ela soubesse da existência das outras cinco;
  • O mesmo Superpediatra nos deu uma meta para tirarmos a chupeta da criança, que aos três anos, nenhum deles poderia estar portando uma chupeta, ou seja, todos pararam de chupar antes dos três anos. Seguimos à risca.

Ainda que tenha tido experiências felizes com a chupeta na criação dos meus filhos, reconheço que se trata de um vício paterno e em alguns casos, um sofrimento na hora do afastamento. 

Pacotinho deixou a chupeta prestas a completar três anos e como meninos não são dados ao drama, usei do recurso da falta de dinheiro para não comprar a chupeta que perdeu. Conforme foi perdendo, não repúnhamos o estoque e justo no dia da última, eu me recusei a pagar R$ 5,00 (ou menos) com cartão de crédito. Pacotinho reclamou e choramingou por cerca de duas noites, quando geralmente ele pedia a chupeta. Já ficava o dia todo sem ela nessa idade. A creche também ajudou encorajando-o a contar sua experiência aos outros coleguinhas, o que o incentivou a bancar o corajoso, bater no peito e dizer: EU NÃO CHUPO MAIS CHUPETA! Realmente, ele passou para outro nível social em sua vidinha.

O Sr. Cabeça de Bolinha foi o mais guerreiro dos três. Estava doentinho na ocasião e tinha o péssimo hábito de morder as chupetas até rasgá-las. Ele começou a fazer isso bem depois dos dois anos e a frequência com que comprávamos chupetas começou a aumentar drasticamente. Não estava nos nossos planos investir na Bolsa de Valores, muito menos em chupetas. Então demos um ultimato que caso ele mordesse a próxima, ficaria sem chupeta. Não lembro bem, mas acho que ele ou estava para completar três anos ou tinha acabado de completar. Fato é que ele mordeu a chupeta, se deu conta do rombo e tomou a iniciativa de jogá-la fora por conta própria. Segurou a onda legal, não chorou, não pediu mais e contava todo orgulhoso pra geral de seu grande feito. Esse também entrou para o grupo seleto dos que largaram a chupeta com orgulho.

Dona Miúda já foi outra coisa. Mulher-> separações = drama. Quem orquestrou a separação da chupeta foi a madrinha dela, sem meu conhecimento. Elas haviam feito uma combinação secreta e quando fui pegá-la na casa da dinda, a galega já veio sem o acessório. O problema, é que minha filha quando vai para a madrinha quer se fazer de forte e quando desce, perto dos pais, não dá conta das próprias escolhas. Moral da história, fiquei duas semanas ouvindo choro e chorando MUITO, junto. A tormenta só passou, quando eu saí do estado de pena para o estado de mãe que faz o que tem que ser feito. 

Ela não tinha três anos ainda e faltava um bom tempo para fazê-lo e isso me dava muita dó. Sentia que ainda não era o momento, porque não fui eu quem conduziu a situação. Então seria mesmo pena da pequena, ou o choro era mais um inconformismo por saber que essa decisão deveria ter sido conjunta? Fato é que não voltei atrás. Não colocaria tudo a perder e quando finalmente me acalmei, depois de muito papo com a dinda me acalmando, pedindo forças, consegui deixar de drama e foi essa tranquilidade que fez minha filha parar de pedir pela chupeta na hora do soninho da tarde, ou quando se visse contrariada. Duas semanas depois.

Então eu recomendo sim o uso da chupeta, desde que se saiba administrá-la e ter a consciência de que seu uso é periódico, não permanente. 
Com chupeta a fórmula é simples: mais qualidade, menos quantidade.

Fonte: Sseção Vida e Saúde - Site Paran@shop

1 comentários:

DO disse...

Com ou sem chupeta,o que vc mostrou foi muito bom senso,Engraça. E a experiencia só vem mesmo com a prática.
Bj

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