O maior calcanhar de Aquiles de dez entre dez pais (que se importam...) é a preocupação com a alimentação dos filhos. De que forma fazê-los comer alimentos saudáveis e largar das gordices a que as crianças são tentadas todos os dias?
Alimentação também faz parte da educação, desde a mais tenra idade do bebê. É isso mesmo. Faz parte de uma boa educação alimentar, dar o peito nos primeiros momentos em que o bebê sai da barriga da mãe. O leite materno tem tudo o que um bebê precisa para se desenvolver física e emocionalmente, mata a sede, sacia a fome, estreita os laços com a mãe, além de ser muito prazeroso para ambos. Não é novidade.
Só que à partir do sexto mês de vida, outros alimentos devem ser apresentados à criança, ainda que ela esteja habituada a mamar no peito. E é aí que começa a saga para transformar aquele bebê, numa criança que se alimenta bem e que aceita toda uma variedade de alimentos que serão oferecidos. Cabe aos pais conduzir esse momento de forma a tornar a criança aberta a novas propostas. E de que maneira se faz isso? Simples, novamente a gente veste a capa da persistência e da força na peruca!
Depois do suquinho de laranja lima coado, a bananinha amassada será o passo natural. O suquinho geralmente vai bem. Eu que tive três filhos, não os vi recusando, já que a laranja lima é bem docinha, no entanto reconheço que cada caso é um caso. Deve haver algum bebê que odeie suco de laranja e ninguém melhor que o pediatra para orientar o que apresentar como substituto.
No caso da banana, a persistência entra com tudo. Geralmente os bebês cospem. E aí vem aquela vontade de sair correndo e dar o peito (nesse caso, o caminho mais fácil), mas não. Tem que insistir. Amassar bem a bananinha com o garfo e ao introduzir a colher na boca da criança, antes que ela faça careta, a gente põe a chupeta. Esse método é infalível! Ah, mas seu filho não chupa chupeta... bem, apelando para a criatividade, compraria uma daquelas colheres emborrachadas que não machucam a gengiva do bebê e deixaria o objeto mais tempo na boca (por favor, não enfiem na garganta), para deixar o bebê saborear e sugar o alimento junto com a colher. Dali a dois ou três dias, o que se vê é o bebê abrindo um bocão sem tamanho para a banana. Ele acostuma. Depois de uma semana, virão outras novidades: maçã raspadinha, mamão amassado e pera, uma a cada semana, onde todo o processo deverá ser repetido. Não desespere! Persista, afinal, você já passou por isso antes.
Mais tarde, é chegada a hora do alimento de sal e aí vem o pulo do gato! Comida de sal, nunca, jamais em tempo algum, deverá ser passado no processador ou liquidificador. Nós mães, não devemos passar nossas neuras e nojinhos pros filhos. Ainda que a gente deteste cenoura, ou batata doce, nossos filhos têm o direito de conhecer e aprovar esses alimentos. De que maneira? Enquanto são pequenos, a sopa receitada pelo pediatra após cozida, será passada no espremedor de batatas. Isso fará com que os legumes fiquem em pequenos pedacinhos. Conforme os dentinhos comecem a aparecer, o espremedor será substituído pelo garfo, então a sopa será amassadinha, com pedacinhos maiores de legumes e seu filho terá a sensação da mastigação na boca. Vale a careta da mamãe ensinando a mastigar!
A persistência e a coerência devem ser as grandes aliadas na hora da alimentação. Se a criança recusar a comida, é proibido substituir alimentos por biscoitos, iogurtes ou doces. A mensagem que se passa quando se oferece esses substitutos, é que a criança está sendo recompensada por não comer e isso a gente não quer.
Aqui em casa, sempre deixamos claro, desde que eram bebês que se não comessem, ficariam com fome. Porque às vezes é normal a criança não estar a fim de comer. Isso acontece conosco que somos adultos, por que não haveria de acontecer com eles? No entanto, é importante deixá-las cientes de que a hora da refeição é sagrada e insubstituível, por isso, não é nada demais guardar a comida e oferecê-la mais tarde, tão logo a criança apresente sinal de fome. E funciona.
Quando maiores, na idade da manha, essa regra deve ser mantida, ainda que seu filho abale as estruturas do prédio aos berros, como se você o estivesse enforcando. Não se abale com escândalo. Deixe chorar e seja enfática (o): "Depois da comida eu te dou o biscoito. Agora é hora do almoço! Ou do jantar."
Adotando essas regrinhas, consegui que meus 3 filhos se alimentassem apropriadamente. A Dona Miúda ama tomate, come salada, brócolis (pede pra cortar miudinho), todo o tipo de sopa, quiabo e o que mais oferecermos. Quando ela recusa algum alimento pela aparência, eu prometo a ela que se provar e não gostar, eu não forçarei a barra. E ela prova. Dificilmente recusa e quando isso acontece, sou obrigada a manter minha palavra, pois com quatro anos, ela já tem o direito de ter um paladar diferente do meu. Mas no geral, come de tudo. O Sr. Cabeça de Bolinha quando vê brócolis grita alto e bate palmas: BRÓCOLIIIIIS! Já Pacotinho que está crescendo e começando a apurar o paladar para comidas mais junkies, às vezes faz careta para legumes. Quando isso acontece, eu repito a célebre frase:
- Se não comer sua refeição, não vou te dar mais nada!
E ele come tudo. Ainda que me peça para colocar pouco. Ok, isso pode.
Quem me ensinou essas técnicas, foi o super pediatra deles. São regras simples e realmente funcionaram. Crio três crianças saudáveis que se alimentam bem, não correm o risco de obesidade, dificilmente adoecem (graças à Deus) e quase nunca ficam resfriados.
O Super Pediatra, não é de hoje, vem me preparando para o dia em que eles não queiram comer nada. Ele diz que é normal ao menos um dia na vida da criança, ela não sentir fome. Felizmente, isso nunca acometeu nenhum dos três.
É claro, no caso daquelas viroses brabas, onde a criança tem febre, fica prostrada, ou evacuando, essa rigidez deve ser posta de lado e o que ela comer está valendo, ainda que seja um biscoito ou iogurte. O que não vale são pais permissivos, com preguiça de ter trabalho, fazer as vontades das crianças, transformando-as em filhos igualmente preguiçosos na hora de se alimentar e futuros mal acostumados, achando que estão no comando.
Não tenha medo de ser rígido. A saúde dos nossos filhos não tem preço. É questão de educação, persistência e coerência. Não à toa, nós pais somos chamados de responsáveis e não o contrário.
6 comentários:
Parabéns querida. Você sabe criar muito bem os seus filhos.
Beijocas
Yvonne
Belo post Flá.
Agora sugiro que você faça um livro sobre o crescimento dos filhos.
Estou participando de um concurso entre blogs e convido você Votar no blog Lulu on the sky
Big beijos
Lulu
Amiga... questão de alimentação sempre dá pano pra manga...
Joseph qd menor comia de tudo, sem rejeitar nada!
Agora... afff só quer o arroz, o feijão, o macarrão e a carne, nada de legumes e verduras.
Uns dizem ser fase... outros tentam comida divertida e eu aqui, até o momento não sei a resposta.
bjs
Mamães em rede, tenho um super truque, receita de quem cresceu odiando legumes! EU.
Eu coloco legumes nas receitas regulares, nunca puros. Exemplo: a carne moída sempre leva ou cenoura, ou vagem, com azeitonas para disfarçar o sabor; hoje fiz frango com quiabo, azeitonas pretas curry à vontade. De lamber a panela. Apele pro bacon também.
Espero ter ajudado!
Escolinha do Super Pediatra ativaaaar. Aqui a alegria é com a beterraba. Fruta é a dificuldade do B. Nao curte muito doce mesmo nem banana nem bolo nem caqui nem brigadeiro nem mamão nem mousse nem melão nem sorvete. O sal lhe é mais palatavel entao apesar de insistir nas frutas, tolero a recusa e foco nos legumes e verduras.
Deborah, o Be puxou a tia Flavia!
Nem chocolate eu como. Sou dos salgados, dos azedos e dos amargos. Quando eu como doce, meu dente chega a doer!
Postar um comentário