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sábado, julho 14, 2012

POR QUE A FANPAGE JACONÉ?


Em 1989 eu estive pela primeira vez em Jaconé.
O cenário era de muita alegria. Meu pai havia comprado um chalé pertinho da praia, que eu ouvira dizer, era  muito brava, mar aberto e eu cagona (ou seria respeitosa?) em relação ao mar, nem me deslumbrei totalmente com essa possibilidade. Só a ideia de ir um dia andando à praia, me deixava muito feliz. Um sonho realizado e totalmente distante da minha realidade na cidade. Ir à praia andando.

O chalé estava no cimento, tinha água encanada e luz não tinha. Então chegamos numa sexta feira fria, zanzamos pela cidade desértica, visitamos a barraca de um senhor conhecido na rua 96, meu pai tirou o chinelo e pôs os pés na lama assim que chegamos. Era um ritual. Ele tirava o relógio e o chinelo assim que chegava. Só ele, claro. Eu e lama não nos entendemos muito bem até hoje.

Naquela noite fomos pro chalé, varremos a poeira e dormimos em colchonetes que absorviam toda a friagem do chão. Tudo isso à luz de velas. De dia, eu consegui ter uma vaga ideia do q seria o chalé diante da euforia do meu pai. Comemos angu no almoço. Era o q se vendia na cidade, naquela mesma barraca onde meu pai havia tomado um conhaque ao chegarmos.

Fomos à praia e eu pude observar a natureza nua e crua. Uma das coisas q mais me marcaram, era o tamanho das conchas que a gente pegava na areia. Do tamanho da palma da mão de um adulto. 
À noite, fizemos uma fogueirinha em frente ao chalé e assamos batata doce. E eu nem gostava de batata doce, só que estar ali, vivendo essa experiência nova... tinha tudo haver comer batata doce assada. Rimos, contamos piadas, cantamos e fomos dormir às 9h da noite pensando q eram 2h da manhã, felizes e prontos pro perrengue q era aquela friaca!

Saltamos no tempo e eu voltei lá meses depois. Mais precisamente no verão.
Cara, o chalé era um chalé de verdade! Com tijolinho, varanda, sofá de alvenaria, banquinhos que rodeavam a bancada que dividia a sala e a cozinha. O ato de varrer ao chegar, bem como de tirar o chinelo e o relógio continuavam como uma forte tradição. Já naquela manhã pude ir ver o mar e já não parecia tão bravio assim. Ainda apreciamos o pôr do sol no final do dia, onde já batia um friozinho gostoso e na sorveteria e no Fish, extinto, se reunia a galera que curtia outro tipo de música q já não se ouve agora.
Sabe quando vc se sente em casa? Então.


Claro, voltei em outros tempos.
Levei amigos, namorados, muitas amigas, festa de aniversário, irmã, amigas da minha irmã, namorados dela; mais tarde marido, filhos... natais, anos novos e carnavais. Eu sempre volto e é sempre mágico, porque hoje, já conheço ruas, Praia das Pedrinhas...

E meu pai q volta sempre, que está lá sempre, conhece gente, natureza, o mar, as transformações, os problemas, os cheiros... 
Ele conhece um pedaço bem especial de Jaconé, fotografou as passagens do tempo por lá, através de máquina fotográfica, celular, câmera de filmar e sua própria visão da cidade, bem como sua história, seus contos. Ele teve a grande ideia de criar uma fanpage que mostrasse Jaconé sob sua ótica, suas lentes e sua presença constante.

Infelizmente, eu não conheço tanto quanto ele. Não tive tanta oportunidade de conhecer as entranhas, as trilhas de Jaconé e fiquei restrita a um pedaço de mar, a uma certa Praia das Pedrinhas...

Claro, Jaconé tem seus problemas, não é praqueles q buscam luxo, mas pros que estão a fim de dar um tempo no frenesi q é morar numa cidade grande. Vê-se simplicidade em contrapartida a toda sorte de gente barulhenta q tem por aí. É... mudou muito, mas eu me concentro no que há de bom. E tem q se assim, porque tudo passa não é mesmo?

Então eu acho q seria muito legal gente nova, conhecer a cidade, visitar, quem sabe reservar esse pedacinho de lugar também dentro de si. Sei que minhas amigas q estiveram lá, guardam com carinho esse momento. Elas já curtiram a fanpagem sem mesmo eu ter divulgado pra elas através do Facebook e eu espero de coração q não seja tão difícil meu pai atualizá-la, porque infelizmente ele está sem PC em casa. Então é preciso uma dose de paciência. 

Mas eu apoio.

3 comentários:

Lulu on the sky disse...

Que delícia de lugar. Cada visita vc deve ter uma experiência única, uma emoção diferente e sempre mil histórias prá contar.
Big Beijos

Ana Duffrayer disse...

Amei! Jaconé é um tesouro!Estou por aqui desde 1989 também! Me amarrei na fanpage.

Anônimo disse...

Quem conhece Jaconé, se apaixona. Jaconé tem o mistério de penetrar em nossa alma.

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