Com a entrada de Pacotinho na adolescência, na verdade, pré-adolescência, só dá ele aqui no blog. A gente pouco se desentende, é verdade, só que aquela pretensão que se sabe tudo, é algo que realmente me tira do sério. Mais do que qualquer outra coisa, é meu calcanhar de Aquiles, gente que não experimentou quase nada da vida ter opinião formada sobre as coisas. E hoje eles praticamente nascem sabendo, pois sim...
Já era motivo das minhas discussões com minha irmã mais nova, pois tínhamos uma diferença de idade gritante e pelo visto, ainda vou passar por isso pelo menos umas três vezes, fora o Facebook, que está cheio de especialistas em todo o tipo de assunto, com embasamento zero.
Estou escrevendo no auge da raiva. Aliás, estou escrevendo para não pegar a cabeça dele e tacar na tela do laptop até afundar o nariz.
Ah... mas mães não podem sentir isso? Como não? Está escrito aonde?
Olha, esse tipo de sentimento não diminui o amor que eu sinto, muito menos me faz pôr em prática o que digo, no entanto, eu preciso botar isso pra fora de alguma forma.
O motivo de toda essa ira foi o bendito trabalho de pesquisa que a escola passou. A disciplina é música e a relação dele com a professora já não anda boa, justamente por ele querer copiar os mal feitos da turma.
É daquelas professoras esquisitas que apresenta um distúrbio obsessivo-compulsivo, tornando-se alvo de chacota para a turma inteira. Depois de uma advertência tomada, porque Pacotinho sismou de se meter na história alheia, ao invés de focar no trabalho que tinha de ser feito em sala de aula e não fez, ele ficou arrasado.
O próprio Engraçadão que foi à escola assinar a advertência constatou que é daquele tipo de professora que não segura muito as rédeas da própria turma. Não importa. Ele tem ordens nossas de ficar invisível em sala de aula e está ciente de que a professora com TOC ou sem TOC, é autoridade máxima dentro de sala e ele lhe deve respeito.
Muito bem, combinamos em reverter essa imagem negativa, já que ela pegou implicância mesmo, tirando uma ótima nota no trabalho que ela passara. O problema, é que quando chega a hora de fazer o tal trabalho, a preguiça e o caminho mais fácil falam mais alto. Pacotinho não quer se esforçar. Ele quer se jogar nos braços da Wikipedia, copiar tudo e entregar. Claro, eu protestei, mesmo ignorando o fato de que ele tenha que se virar sozinho, indiquei um site onde a fonte era mais confiável e onde ele encontraria informações diferenciadas. Como estava todo enrolado, eu passei os tópicos para ele pesquisar, já que clamava insistentemente pela minha ajuda.
Então, no site que eu havia indicado, ele se intimidou pelo tamanho do texto e porque não aparecia mastigadinho como na Wikipedia. Daí, Pacotinho foi às lágrimas. Reação normal de quem está fazendo as coisas contra a própria vontade. Apesar dos meus argumentos de que essa fonte não era muito confiável, ele não saía do lugar.
Tempo perdido.
Para piorar, ele falou a palavra mágica, motivo da minha ira: "Você não quer deixar eu fazer do meu jeito!"
Eu deixei.
Me lembrei dos vários textos que li sobre educação e autonomia. Me lembrei que esse conceito era disseminado inclusive na creche que ele frequentou, de que o trabalho é deles, acertando ou errando. Então me recolhi a minha insignificância e fiquei ruminando minha raiva no teclado.
Ontem também assisti ao hangout da Sam junto com outras mães blogueiras e a psicoterapeuta Natércia Tiba Tiça respondendo a diversas questões acerca da criação com carinho.
Na adolescência, o bicho pega mesmo e a linguagem é outra. Então usei a técnica do recolhimento e o deixei fazer o trabalho como queria. Espumando, claro!
Mais tarde, na sala da Analista (é, voltei de com força!), a discussão foi abordada. Lógico, estava mega fresquinha ainda e eu me dei conta que ando projetando meus medos em Pacotinho. Aliás, não raro eu faço isso com eles. Tenho tanto medo de que eles se percam na indecisão como eu, que acabo cobrando mais que o necessário. Não chego ao ponto do EXAGERADAMENTE, porque muitas vezes eu os ouço e volto atrás como foi o caso. No entanto, mamães, é importante ficarmos alertas quanto às nossas neuroses. Essa neurose de que ele deveria pesquisar onde eu queria, do meu jeito, não ajuda em nada. Até porquê, Pacotinho em nenhum momento não estava NÃO FAZENDO A TAREFA. Ele só queria fazer com os próprios dedinhos. Tudo o que eu deveria fazer era supervisionar mesmo, quem sabe ajudar clareando que tipo de tópicos ele poderia pesquisar e só.
E a dó? Apesar de toda a raiva (minha) Pacotinho detesta ficar brigado comigo. Então veio pedir desculpas, veio tentar quebrar minha cara de capeta, veio todo manso tentar fazer as pazes. E sabe o que acontece? Eu consegui dizer como me sentia.
Consegui dizer que eu estava muito zangada, que não havia em mim um botão de liga-desliga capaz de desfazer o bico, mas que isso iria passar e já na volta da escola ele me veria com outra cara.
Deu resultado.
Estamos de bem. Dessa vez fui eu quem pediu desculpas, pra variar com lágrimas nos olhos (pois é, sou mãeTEIGA) e disse a ele que quero que tenha foco nos trabalhos escolares e seja capaz de poder realizar os próprios sonhos por meio dos estudos. Ficamos bem.
Ainda assim, ele está 4 dias de castigo pelo tsunami que deixou no banheiro após o banho e não arrumou.
3 comentários:
E o final de que mãe é mãe está lá rsrsrs
Vc tem escrito tãaaaaaao legal!
Quero meu blog de volta!!!
Beijos saltitantes
Ser mãe não é fácil. Haja paciência para essa fase tão complicada.
big beijos
Realmente é muito complicado, mas a gente tem que ir levando mesmo.
Beijocas
Yvonne
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